Uma igreja viva, floresce (1Pe 3.13-17)

Notes
Transcript

Introdução

Uma igreja viva, é uma igreja guiada pelo Evangelho. Como podemos viver o Evangelho no nosso dia a dia? De que forma, nós, podemos influenciar e testemunhar a Cristo em nossos dias tão turbulentos e complexos? O título dessa mensagem é: uma igreja viva, floresce.
Buscaremos entender isso, segundo o texto de 1Pedro 3.13-17 e ilustraremos a partir da realidade da igreja primitiva em Atos 2.42-47

Desenvolvimento

3 passos para vivermos o Evangelho no nosso dia a dia, alcançando o nosso próximo mesmo nos dias que estamos vivendo.
Cresça em santidade
Prepare-se, Deus quer usar a sua vida!
Anuncie!

Contexto histórico de 1Pedro

Autoria
O apostolo Pedro (1.1) e nos apresenta uma mensagem extremamente pessoal numa ótica de uma testemunha ocular, de alguém que andou com Jesus. 1 Pedro é um dos livros mais bem aceitos pelos pais da igreja, pelos reformadores.
Apenas alguns teólogos liberais que tentam de alguma forma apresentar argumentos em cima da qualidade do grego de Pedro. Mas podemos observar no capítulo 5.12, que Pedro utiliza de uma Amanauense chamado “Silvano”, que é o nome de Silas, o companheiro da segunda viagem missionária que acompanhou Paulo, e ele poderia ter sido o grande responsável de um grego mais qualificado, embora não devamos imaginar que judeus palestinos, como era Pedro, fossem incapazes de usar bem o idioma grego.
Data
Segundo os estudiosos, Pedro escreve essa carta mais ou menos entre 60 – 63 d.C. Segundo 5.13 “Aquela que se encontra em Babilônia”, que nos indica que Roma foi o local de origem. A ideia apresentada por Pedro é fazendo essa comparação com a Babilônia antiga, o orgulho, a imoralidade e impiedade da cidade de Roma. Não como um local físico, mas de forma figurada.
Acredita-se que Pedro escreve essa carta no meio da primeira para a segunda prisão de Paulo. Pois Paulo também escreve cartas de Roma mas não cita Pedro, nem Pedro cita Paulo. Paulo havia ficado preso de 61 d.C. a 63 d.C. quando escreveu as famosas cartas para prisão, então nesse tempo Pedro escreve essa carta.
Destinatários
A carta é endereçada a um grupo de pessoas, segundo 1.1 “ao povo de Deus que vive espalhado fora da sua pátria, nas regiões do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”, o território que está localizada na Ásia menor, na Turquia asiática. Essas são 5 províncias Romanas, que era dominada pelo imperador que mandava procônsules, procuradores, governadores, oficiais de justiças, oficiais de finanças para cuidar de todos os negócios da províncias, e respondiam diretamente ao imperador.
Essa região Paulo não conseguiu atingir na sua primeira viagem missionária. Esses destinatários provavelmente ouviram a mensagem de Pedro, logo na descida do Espírito Santo (At 2).
Pedro nos apresenta 3 características desses homens:
1)Forasteiros
2)Dispersos
3)Eleitos
Propósito (5.12)
Por conta da perseguição, Pedro busca se concentrar no tema da conduta cristã apropriada, ante a hostilidade dos anticristãos, abordando o tema da grande salvação que recebemos de Cristo. É uma carta extramemente prática, que contém as mais belas verdades sobre a salvação que temos em Cristo
Salvação cristã (1.2-13)
Natureza e processo de redenção (1.18-21)
Privilégios e missão da Igreja (2.9-10)
Definições precisas dos meios e propósitos da Expiação (2.24 e 3.18)
“Encorajar o viver cristão que honra a Deus no meio de oposição crescente refletindo sobre as reações exigidas pela vocação celestial do crente” (COP)
Perseguição
A perseguição vivida por esses nossos queridos irmãos, segundo Gundry, não era originada pelo governo, como aconteceu mais tarde, após Nero em 64 d.C. atear fogo em Roma, e por desencargo de consciência, colocar a culpa nos cristãos. Antes tomava a forma de acusações caluniosas, o que é chamado de ostracismo social (Ostracismo é o afastamento (imposto ou voluntário) de um indivíduo do meio social ou da participação em atividades que antes eram habituais.), levantes populares e ações policiais locais.

1) Cresça em santidade (V.13-15)

Pedro aqui faz um contraste extremamente relevante. Como já vimos anteriormente, esses irmãos estavam vivendo em um contexto de perseguição social, de escárnio e zombaria por serem seguidores de Jesus.
1Pedro 3.13 RA
13 Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom?
Como pode haver essa perseguição tão escancarada contra cristãos? Imagine na mente dos receptores dessa carta, como eles deveriam ficar chocados com essas palavras de Pedro. NÃO É POSSÍVEL! Nero era este que os perseguia, mesmo que os cristãos não estavam fazendo nada antiético da época. NÃO É POSSÍVEL! Porque ser um seguidor de Cristo naquele contexto era ser desprezado na sociedade e talvez ser levado até às últimas consequências de sua fé, o martírio! NÃO É POSSÍVEL!
Pedro então nos mostra no V. 14 que isso se torna realmente um motivo de alegria, que eles deveriam buscar não temer aquilo que eles temem, e não ficar amedrontados por tais escárnios e zombarias.
Antes, a preocupação desses irmãos não deveria ser a perseguição, mas a santidade. Não devemos nos preocupar com o que nos aflige exteriormente, mas sermos transformados em nosso coração, no íntimo do nosso ser.
Quando pensamos em nosso tempo, necessitamos compreender a missão de Deus a nós, a sua igreja: o testemunho a um mundo confuso e cheio de conceitos.
E a nossa mensagem aos perdidos é uma mensagem que nunca está desconecta de quem nós somos. Paulo nos ensina que somos embaixadores de Cristo (2 Co 5.18-20), representantes de Cristo aqui na terra. Infelizmente, a nossa mensagem não é ouvida, porque a nossa vida não mostra algo de diferente.
Uma mensagem que nos chama a santidade é uma mensagem ultrapassada e “antiga” em nossos dias, a igreja esqueceu do seu papel, sermos separados. Santidade significa literalmente separado, separado para pertencer exclusivamente ao nosso Senhor que é santo!
“Santificar a Cristo” recebe duas cláusulas adicionais em nosso texto:
a) Como Senhor. No grego nós não temos este como, a tradução poderia também ser “santificai a Cristo, o Senhor”. Mas o como ajuda a perceber melhor o sentido dessa santificação: santificar a Cristo é honrá-lo como Senhor que Ele é, é reconhecer o Seu senhorio sobre o mundo, e também, algo mais imediato aos leitores, sobre as circunstâncias da vida deles, inclusive a perseguição e o sofrimento.
b) Em seu coração: O coração é a sede de nossas afeições e dos sentimentos, é onde sentimos medo e somos perturbados. É no coração que Cristo deve ser reconhecido, e deve o transformar. Jesus em nenhum momento deve ser dividido entre outros senhores em sua vida.
Aplicação do ponto:
a) O primeiro passo para vivermos o Evangelho na prática, é a santidade. Deus nos chamou para sermos santos! Pedro nos apresenta como devemos agir ante a grande salvação que recebemos, volte alguns poucos versículos até o capítulo 1Pedro 1.13-16
1Pedro 1.13–16 RA
13 Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. 14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; 15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, 16 porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
Meus irmãos, a nossa vida nunca pode ser desconectada da nossa missão, precisamos viver uma vida que condiz com o Jesus que dizemos servir. Uma igreja parou de ser relevante em uma sociedade quando ela está moldada e acostumada com o pecado.
b) Somos ensinados e exortados hoje a santificar a Cristo como Senhor
No mundo
Em nossos corações
E em nós está o desafio de “Vivermos de maneira digna da vocação que nós fomos chamados” (Ef 4.1)
A injustiça e o sofrimento não devem levar-nos à revolta e à murmuração, mas ao testemunho. O sofrimento é uma oportunidade para a defesa da fé cristã. Os cristãos não devem temer a seus inimigos, mas a Deus, submetendo-se ao senhorio de Cristo [...] Santificar a Cristo é honrá-lo como Senhor, reconhecendo seu senhorio sobre o mundo e sobre as circunstâncias da vida, inclusive a perseguição e o sofrimento.” (Hernandes Dias Lopes)
Como está a sua vida? Realmente você tem vivido uma vida que agrada a Deus? Santidade tem sido um alvo de sua vida? Como nós necessitamos de santidade em nosso meio!

2) Prepare-se, Deus quer usar a sua vida (V.15)

O segundo passo que Pedro nos apresenta é uma constante atitude, estejam sempre preparados. Precisamos conhecer a verdade para sermos obreiros aprovados. Devemos demonstrar habilidade de responder a todos que nos perguntam sobre nossa fé em Cristo.
A disciplina da apologética cristã encontra sua clássica e bíblica fundamentação neste versículo. A palavra grega apologia é aqui traduzida como “responder”. O papel da apologética é prover uma defesa intelectual da verdade proclamada pelo cristianismo.
Precisamos nos manter sempre preparados ante as pessoas e ideologias que tem surgido em nosso meio. Um exemplo muito forte em nossos dias são as Universidades. Os nossos jovens vão para a faculdade e são bombardiados por professores marxistas, humanistas, que buscam literalmente destruir a sua fé. Ideologias tem surgido com uma proposta de destruir o entendimento de família cristã. Conceitos relativistas vem destruir aquilo que entendemos como Verdade Absoluta, e tirando o absoluto de nosso meio. Meus irmãos, há um grande caos lá fora! Em nosso próprio meio tem crescido um movimento chamado Liberalismo teológico, que embarca nessa viagem de que a Palavra de Deus contém erros, e nela existem mitos que nunca vieram a acontecer, por exemplo, Adão e Eva é não são pessoas histórias, antes mitos. Em nosso próprio meio cristão/protestante. Nós como igreja devemos nos preparar para isso, nos fundamentar cada dia mais nas Escrituras, e nos preparar para testemunhar ante essas crises que batem.
Os irmãos que receberam essa carta estavam vivendo em uma sociedade hostil e perversa como a nossa, mas estavam sofrendo perseguição social, ostracismos em todas as áreas possíveis. Pedro então os chama para perceber a necessidade de um preparo profundo.
Vivemos em um sociedade questionadora como a sociedade na época de Pedro, e para vivermos o Evangelho no dia a dia, devemos estar preparados para isso. Quando consagramos num ato de devoção nosso coração ao senhorio de Cristo, ficamos preparados para dar uma explicação inteligente da nossa fé. Mente e coração, razão e sentimento caminham juntos nessa defesa da fé cristã e testemunho.
Esse preparado é de duas maneiras
Intelecto (Estudos bíblicos; Leitura; Busca por pessoas para auxiliar; Discipulado)
Devoção (Vida com Deus, Santificação, Oração)
A nossa mensagem nunca está desconectada da nossa vida, mas deve ser explicada de forma coerente.
Aplicação do ponto:
Muitas possibilidades estão diante de nós

3) Anuncie! (V.15)

Pedro então nos chama para “responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês”.
Após santificarmos a Cristo em nossa vida e em nosso coração, após nos prepararmos tanto teologicamente como em nossa vida de devoção, é nos dado a missão de responder de forma inteligente, e trazendo a para aquele que nos perguntassem: a razão da nossa esperança
Volte um pouco as páginas de sua bíblia, até o 1Pedro 1.3-9
1Pedro 1.3–9 NVI
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês 5 que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo. 6 Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. 7 Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado. 8 Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e apesar de não o verem agora, crêem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa, 9 pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas.
A nossa esperança está baseada em (1.3-9)
Regeneração (v.3)
Ressurreição de Jesus (V.3)
Para uma herança (V.4-5)
Independe das situações diárias (V.6-9)
A nossa esperança não está baseada em nós mesmos, mas em Cristo. O Evangelho é uma mensagem linda, pois:
“Nós somos muito piores do que nós sabemos, mas muito mais amados do que nós imaginamos” Tim Keller
Eu vibro com essa verdade! Em nossos dias o bom é aquele que nega as suas fraquezas, mas nós pensamos diferente, até o mais alto homem, que em nossa sociedade recebe honras, é completamente pecador e depravado. O livro de Efésios vai o chamar de Morto, Filho da Ira (Ef. 2.1-5). Esse retrato é o nosso retrato. Nós somos muito piores do que nós imaginamos. Se nesse por um instante as pessoas conhecessem as intenções do nosso coração, as pessoas sairiam daqui boaqueabertos de ver a sujeira que existe em seu coração
O Evangelho é este paradoxo. O Evangelho nos prova que nós somos mais amados do que nós imaginamos. É necessário que Deus, em sua grande misericórdia, venha ao nosso encontro. Então Deus inicia um processo, um plano. E esse plano tem o seu ápice na vinda de Cristo. Jesus vem até a terra, vive a vida que deveriamos viver, nos ama de tal forma que morre em nosso lugar, uma morte que aplaca a ira santa de Deus, um Deus que é amor e justiça. Não somente isso, mas ressuscita ao terceiro dia, e em nosso lugar Ele pagou a dívida que nós tínhamos com Deus. Ele substitui a nossa dívida, e coloca a sua justiça em nossa conta, nos justificando.
A nossa viva esperança está no Evangelho!
“Nós somos muito piores do que sabemos, mas muito mais amados do que imaginamos”
E essa é a nossa mensagem de esperança ao que está ao nosso redor.
Aplicação do ponto:
Por onde eu começo?
Ore por pessoas ao seu redor
Relacione-se com ela
Sirva e anuncie

Conclusão

Temos um enorme desafio pela frente, nos envolvermos em nossos dias turbulentos, e vivermos o Evangelho. O Ide de Jesus continua sendo a missão nossa como igreja.
Segundo o texto que lemos nessa noite, temos três meios pelos quais devemos viver o Evangelho no dia a dia. E uma igreja viva, floresce. Gostaria de ilustrar com a igreja primitiva
Atos dos Apóstolos 2.42–47 RA
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
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