Rico em misericórdia - Efésios 2.4
Jesus, quem ele é? • Sermon • Submitted
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E
Social
Introdução
Introdução
Os versículos 1 a 3 nos dizem por que precisamos de salvação:
Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados,
nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.
Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Estávamos mortos espiritualmente.
Os versículos 5 e 6 nos dizem o que é essa salvação:
e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos —
e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus.
Deus nos dá vida.
Mas é o versículo 4, bem no meio, que diz por que Deus nos salvou.
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
Os versículos 1 a 3 têm o problema; os versículos 5 a 6, a solução, e o versículo 4, a razão pela qual Deus quis consertar esse problema em vez de nos deixar por conta própria.
E qual foi a razão?
Deus não é pobre em misericórdia. Ele é rico em misericórdia.
O que isso significa?
Significa que Deus é diferente do que aquilo que naturalmente acreditamos que ele é.
Significa que a vida cristã é um fluxo vitalício de pensamentos oscilantes sobre a bondade de Deus.
Em sua justiça, Deus é rigoroso. Em sua misericórdia, Deus é transbordante.
Efésios 2.4 diz: "Deus, que é rico em misericórdia...” Ele é, não se tornou.
Uma afirmação dessas nos leva aos recessos mais profundos do Criador, desvendando a nós o centro pulsante do ser e da natureza de Deus.
"Ele é a fonte de toda misericórdia [...] isto é natural para ele. [...] E sua natureza e disposição, porque, quando demonstra misericórdia, ele o faz de todo o coração".
É por isso que ele tem prazer na misericórdia.
Quem é semelhante a ti, ó Deus, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do remanescente da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.
Dane Ortlund diz:
Ele é a fonte de misericórdia. Ele é bilionário na moeda da misericórdia, e as retiradas que fazemos ao pecar durante nossa vida aumentam a fortuna dele, em vez de diminuir.
Como isso é possível?
Porque a misericórdia é quem ele é. Ele é essencialmente misericordioso, então derramar misericórdia, para ele, é simplesmente agir de acordo com quem ele é.
Novamente, isso não significa que ele é apenas misericordioso. Ele também é perfeitamente justo e santo. Ele é retamente irado contra o pecado e os pecadores.
O texto prossegue para juntar a natureza rica em misericórdia de Deus com seu grande amor:
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
Quando a Escritura fala do "grande amor com que nos amou", precisamos entender este ponto.
O amor divino não é mera tolerância, longanimidade ou paciência.
Ele nos ama com um amor "invencível".
Talvez isso tudo pareça um pouco abstrato. Misericórdia e amor são conceitos um pouco vagos, afinal.
Eles soam bem, mas o que isso quer dizer no meu desânimo de segunda-feira, no meu cansaço de quarta-feira, na minha solidão das noites de sexta e no meu tédio da manhã de domingo?
Duas reflexões podem ajudar: uma sobre a necessidade dessa rica misericórdia e a outra sobre a encarnação dessa rica misericórdia.
A necessidade da rica misericórdia.
A necessidade da rica misericórdia.
Efésios 2.4 não sai andando sozinho.
É uma curva de um rio caudaloso que corta os seis capítulos de Efésios. E a queda d'água logo acima de 2.4 diz o seguinte:
Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados,
nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.
Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Cristo não foi enviado para endireitar pessoas machucadas, ou acordar quem estava dormindo, ou para alertar desavisados, ou para inspirar entediados, ou para tirar preguiçosos do lugar, ou para educar ignorantes.
Ele veio para ressuscitar os mortos.
Considere o impacto geral desses três versículos.
Paulo não está falando do pecado da forma como estamos acostumados, "eu escorreguei", "não era o que eu queria fazer", "estou lutando com isso"
Paulo identifica o pecado como o fluxo total e abrangente da nossa vida.
Os nossos pecados não são como uma homem que na maior parte da vida é saudável e ocasionalmente fica gripado, mas sim como um homem que está enfermo da cabeça aos pés ou, para levar a linguagem de Efésios 2 a sério, um homem que está morto.
Estávamos seguindo Satanás "o príncipe da potestade do ar", mesmo sem saber.
O poder do inferno não só era aquilo a que cedíamos, era algo dentro de nós , "o espírito que agora atua nos filhos da desobediência."
Nós "éramos por natureza filhos da ira". A ira divina é tão merecida, tão apropriada, que é como se fossemos filhos dela.
Não escorregávamos de vez em quando nas paixões da carne, nós vivíamos nessas paixões.
Era o ar que respirávamos. Inspirávamos rejeição a Deus e expirávamos a autodestruição e o juízo muito bem merecido.
O pecado não era um lapso, era o que definia a nossa existência a cada momento, em cada palavra, pensamento e, sim, até nos desejos "fazendo a vontade da carne e da mente".
Não só vivíamos em pecado. Nós gostávamos de viver em pecado. Era o nosso tesouro precioso, o nosso prazer secreto.
Em suma, estávamos mortos. Totalmente inutilizados. E foi isso que a misericórdia curou.
Bem, você pode dizer que isso não o descreve completamente.
Você cresceu num lar estruturado, foi à igreja, nunca fez mal para ninguém, nunca foi preso e foi um bom vizinho.
Mas olha o que Paulo diz: "entre eles também nós todos andamos no passado".
Este é Paulo, o ex-fariseu, o legalista dos legalistas, nas suas palavras,
fui circuncidado no oitavo dia, sou da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, eu era fariseu;
quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.
Como ele poderia se incluir entre aqueles que se entregavam às paixões da carne?
A única maneira de compreender essa passagem é entender que podemos expressar nossas paixões pecaminosas tanto quebrando todas as regras quanto observando todas elas.
De todo modo, precisamos de ressurreição.
A misericórdia de Deus desce e purifica não só pessoas obviamente ruins, mas pessoas fraudulentamente boas, ambas igualmente precisando de ressurreição.
Deus é rico em misericórdia. Ele não retém a misericórdia para alguns tipos de pecador ao mesmo tempo em que a estende a outros.
Porque a misericórdia é quem ele é -"é rico em misericórdia"-, seu coração faz jorrar misericórdia sobre todo tipo de pecador.
A sua misericórdia vence até mesmo a morte de nossa alma, a luz invade as trevas, a vida derrota a morte.
A misericórdia de Efésios 2.4 não parece distante e abstrata quando sentimos o peso de nosso pecado.
A encarnação da rica misericórdia.
A encarnação da rica misericórdia.
A riqueza da misericórdia divina se torna real a nós não só quando percebemos a nossa depravação natural e total, mas também quando vemos a misericórdia de Deus assumir forma humana.
Talvez a noção da misericórdia celestial pareça abstrata, mas e se essa misericórdia se tornasse algo que podemos ver, ouvir e tocar?
Isso foi o que aconteceu na encarnação de Cristo.
Quando Paulo fala sobre a manifestação salvadora de Cristo, ele diz: "Porque a graça de Deus se manifestou" (Tt 2.11).
A graça e a misericórdia de Deus estão vinculadas e manifestadas em Jesus a tal ponto que falar da manifestação de Cristo é falar da manifestação da graça.
Segundo Richard Sibbes, "Cristo nada mais é que a pura graça revestida de nossa natureza humana".
Portanto, quando olhamos para o ministério de Cristo nos quatro Evangelhos, estamos vendo o que é ser "rico em misericórdia"- como o "rico em misericórdia" fala, como ele se porta com pecadores e como se comove com sofredores.
Jesus não só provou que Deus é rico em misericórdia quando se submeteu à cruz e morreu em nosso lugar para assegurar essa misericórdia.
Jesus também nos mostra como a riqueza de Deus em misericórdia vive e fala.
Em outras palavras, o amor de Deus é "invencível" por causa da vinda de Cristo.
Posteriormente em Efésios 2.6, Paulo diz que nós,
e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus.
Isso significa que, se você está em Cristo, você é eternamente alcançado por esse amor invencível.
Como Sibbes disse:
"Se Cristo está livre de alguma coisa, qualquer coisa, eu estou livre disso. Isso não pode me atingir mais do que pode atingi-lo agora nos céus". Para Deus "desressuscitar" alguém, para ele dar fim à sua rica misericórdia, o próprio Jesus Cristo precisaria ser abduzido do céu e recolocado na tumba onde foi sepultado. Esse é o nível da sua segurança em Cristo, por causa da sua misericórdia".
Considere a riqueza da misericórdia de Deus na sua vida.
Ele não deixa trabalho por fazer. A própria natureza dele é encarar a morte e trazer vida.
Ele o fez decisivamente de uma vez por todas quando converteu você, você e continua a fazê-lo vez após vez na sua tolice e pecado.
Talvez, olhando os fatos da sua vida, você não saiba fugir da conclusão de que a misericórdia de Deus em Cristo não o alcança.
Talvez você tenha sido profundamente violentado. Mal compreendido. Traído por quem você deveria poder confiar. Abandonado. Explorado.
Talvez você carregue uma dor que nunca será curada até o dia da sua morte.
Você pode pensar: "Se a minha vida é para ser a prova da misericórdia de Deus em Cristo, eu não estou impressionado."
Para você eu digo que a prova da misericórdia de Cristo para com você não é a sua vida.
A prova da sua misericórdia para com você é a vida de Jesus , ele foi violentado, mal compreendido, traído e abandonado no seu lugar.
Se Deus enviou o seu próprio Filho para trilhar o vale da condenação, rejeição e morte, você pode confiar nele para trilhar os seus vales no caminho para o céu.
Talvez você tenha dificuldades de receber a rica misericórdia de Deus em Cristo não por causa do que os outros lhe fizeram, mas por causa do que você fez para bombardear a sua vida, talvez numa única decisão estúpida, talvez em milhares de pequenas decisões estúpidas.
Você desperdiçou a misericórdia dele e sabe disso.
Para você, eu digo: Você sabe o que Jesus faz com quem desperdiça a misericórdia dele?
Ele lhe dá mais misericórdia ainda. Deus é rico em misericórdia. Essa é a ideia.
Quer alguém tenha pecado contra você, quer você tenha pecado e caído na miséria, a Bíblia diz que Deus não é mão de vaca com a sua misericórdia, mas sim mão aberta.
Deus não é econômico, mas sim gastador. Não é pobre, mas sim rico em misericórdia.
Deus ser rico em misericórdia significa:
Que as suas regiões de mais profunda vergonha e remorso não são locais inatingíveis, mas é onde o Senhor quer tocar e te perdoar.
Significa que as coisas em você que mais o afastam, mais apertam o abraço dele.
Significa que a misericórdia dele não é calculista e cautelosa como a nossa. É irrestrita, transbordante, extravagante e encarnada em Jesus Cristo.
Significa que a nossa persistente vergonha não é um problema para ele, mas sim o material que ele mais ama trabalhar.
Significa que os nossos pecados não fazem o seu amor estancar.
Os nossos pecados fazem o seu amor nos envolver ainda mais em rica misericórdia e caloroso perdão.
Significa que, no dia em que estivermos diante dele, calmamente e sem pressa, vamos chorar de alívio, chocados com a visão tão pobre que tínhamos de seu coração rico em misericórdia.
Aplicações:
A necessidade da rica misericórdia
A encarnação da rica misericórdia
Conhecer, viver, servir, multiplicar