A maturidade da comunhão entre gerações
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Idade não é sinônimo de maturidade
Idade não é sinônimo de maturidade
Existem pessoas com pouca idade e pouca maturidade. Existem pessoas com muita idade e muita maturidade. Existem pessoas com pouca idade e muita maturidade. Existem pessoas com muita idade e pouca maturidade. Estaremos falando de comunhão entre gerações diferentes e de como isso pode nos levar à maturidaade. Mas não podemos partir do pressuposto de que alguém mais velho é alguém totalmente maduro e que devemos absorver cegamente tudo o que essa pessoa disser. Bem como não podemos desprezar o conselho de um jovem pelo simples fato de ser jovem, como se isso implicasse falta de maturidade. Feita essa consideração inicial, seguiremos.
Quando falamos em maturidade cristã pensamos em uma pessoa que deixa para trás uma velha natureza e velhos costumes, para se aproximar cada vez mais de um estilo de vida que agrada a Deus. Então podemos pensar numa pessoa que:
afasta-se do pensar primeiramente em si, para cada vez mais colocar a vontade de Deus e a glória de Deus como prioridade;
afasta-se de viver em função do que sente para viver cada vez mais mais disciplinado no exercício espiritual diário;
afasta-se de buscar a aprovação de Deus pelas coisas que faz para cada vez mais servir a Deus seguro no que Cristo fez;
afasta-se de confiar em seu próprio desempenho como segurança de salvação para confiar cada vez mais firmemente que Cristo é sua segurança;
afasta-se de pensar sobre si de forma exaltada e orgulhosa, ou se auto-depreciando, para cada vez mais se ver como alguém que é realmente limitado em si mesmo, mas alcançado e capacitado pela graça;
afasta-se de exortar seu irmão com arrogância para cada vez mais exortar com humildade e amor;
afasta-se do temor pelas circunstâncias da vida para cada vez mais confiar em Deus como soberano que tem o controle de tudo na sua vida;
afasta-se da falsa segurança do mundo para confiar cada vez mais no SENHOR na esperança de encontrar-se com Ele na eternidade.
Obviamente atingir essa maturidade não é algo instantâneo no momento da conversão. Entretanto, o tempo, por si só, não produz maturidade! A maturidade depende de um tempo mínimo sim, mas precisa ser buscada. E dentre tantas formas de se buscar a maturidade - que com certeza já foram abordadas aqui, gostaríamos de meditar nessa noite na comunhão de gerações como um dos caminhos para a maturidade. E para isso vamos observar dois exemplos: o do rei Roboão, e o de Moisés. Por fim, veremos alguns conselhos práticos.
Os prejuízos de ignorar essa comunhão
Os prejuízos de ignorar essa comunhão
2Cr 10.1-11 “Foi Roboão a Siquém, porque todo o Israel se reuniu lá, para o fazer rei. Tendo Jeroboão, filho de Nebate, ouvido isso (pois estava ainda no Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão), voltou do Egito. Mandaram chamá-lo; veio ele com todo o Israel a Roboão, e lhe falaram: Teu pai fez pesado o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos. Ele lhes respondeu: Após três dias, voltai a mim. E o povo se foi. Tomou o rei Roboão conselho com os homens idosos que estiveram na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais que se responda a este povo? Eles lhe disseram: Se te fizeres benigno para com este povo, e lhes agradares, e lhes falares boas palavras, eles se farão teus servos para sempre. Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e o serviam. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? E os jovens que haviam crescido com ele lhe disseram: Assim falarás ao povo que disse: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas alivia-o de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos impôs jugo pesado, eu ainda vo-lo aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.”
Em resumo, o que temos aqui? Um rei jovem, que tinha em suas mãos uma decisão que mudaria o rumo de uma nação para o sucesso ou fracasso. Salomão (pai de Roboão) havia colocado pesados impostos sobre o povo. Quando Roboão assume o reinado, o povo vem até ele pedir que os impostos fossem aliviados. Roboão então faz duas consultas, uma com os anciãos - homens idosos que estavam diante de seu pai Salomão (o rei mais sábio que existiu), e outra consulta com seus amigos jovens (Segundo 2Cr 12.13, Roboão começou seu reinado com 41 anos, o que indica que seus amigos não eram tão jovens assim, por isso o termo jovem aqui deve ser entendido como um termo perjorativo, significando imaturo). Ele segue o conselho dos amigos imaturos e despreza o conselho dos anciãos. E segue uma orientação que divide a nação.
Veja bem, eu disse no início que idade não é sinônimo de maturidade, mas graças a Deus que temos muitas pessoas com mais idade que nós e que tem maturidade em muitas áreas da vida, e podem nos ajudar em decisões importantes. Ignorar o auxílio dessa outra geração pode custar muito para a nossa vida presente e futura. É muito mais fácil ouvir quem caminha com a gente, por isso precisamos também caminhar com essa geração anterior, desenvolver comunhão, para que a gente possa beber dessa maturidade.
Um bom exemplo de comunhão entre gerações
Um bom exemplo de comunhão entre gerações
Ex 18.14-27 “Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr do sol? Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo me vem a mim para consultar a Deus; quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer. Ouve, pois, as minhas palavras; eu te aconselharei, e Deus seja contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus, ensina-lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer. Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga contigo. Se isto fizeres, e assim Deus to mandar, poderás, então, suportar; e assim também todo este povo tornará em paz ao seu lugar. Moisés atendeu às palavras de seu sogro e fez tudo quanto este lhe dissera. Escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os constituiu por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. Estes julgaram o povo em todo tempo; a causa grave trouxeram a Moisés e toda causa simples julgaram eles. Então, se despediu Moisés de seu sogro, e este se foi para a sua terra.”
Moisés tinha uma grande missão - conduzir o povo do Egito à terra prometida. E nesse processo ele precisaria aconselhar o povo nas questões do dia a dia. Entretanto, não teria como fazer isso sozinho. Jetro, seu sogro, enxerga isso e aconselha Moisés, algo que com certeza só foi possível porque existia certa comunhão entre ambos. Moisés ouve seu sogro e foi grandemente abençoado, sendo polpado de um desgaste sem tamanho para si mesmo e para o povo.
Abençoando outras gerações e sendo abençoados por elas
Abençoando outras gerações e sendo abençoados por elas
Paulo, sendo apóstolo, era um líder espiritual experiente e iluminado pelo Espírito Santo para instruir a igreja. Mas para além disso, se tornou também um exemplo e mentor para muitos líderes novos que surgiram em sua época, como Timóteo e Tito, instituídos pelo próprio Paulo como pastores locais. Vemos aqui um homem experiente, cheio do Espírito Santo, exemplo de fé, servindo como modelo para os mais jovens. Um bom exemplo de comunhão entre gerações que produziu maturidade.
Na primeira carta a Timóteo vemos, dentre tantas orientações, um conselho fundamental de Paulo a Timóteo.
1Tm 4.14-16 “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.”
Nesse momento aqui eu gostaria colocar alguns conselhos práticos que nós devemos levar em consideração na hora de identificar se alguém tem maturidade para nos ajudar.
“Não te faças negligente para com o dom que há em ti” - Uma pessoa verdadeiramente madura sempre vai nos estimular a ser um instrumento nas mãos de Deus, e vai chamar a nossa atenção quando necessário. Pergunte a si mesmo: “o que essa pessoa está me aconselhando vai me levar a ser um instrumento mais fiel nas mãos de Deus?” Se a resposta é sim, abrace a orientação dessa pessoa. Cuidado com pessoas que querem sempre passar a mão pela sua cabeça, ou que façam você pensar primeiramente no seu bem estar e não naquilo que glorifica a Deus.
“o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério” - Uma pessoa verdadeiramente madura sempre vai orar por você e liberar palavras que te conduzam a viver a vontade de Deus pra sua vida. Esteja sempre aberto a pessoas que enxerguem o chamado de Deus na sua vida e que oram e te estimulam a esse chamado.
“Medita estas coisas e nelas sê diligente” - Uma pessoa verdadeiramente madura vai sempre estimular você a meditar na Palavra de Deus, a gastar tempo naquilo que edifica sua vida espiritual, e a se dedicar numa vida que glorifica a Deus. Se aproxime de pessoas que estimulem em você a diligência, o comprometimento com o crescimento espiritual.
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” - Uma pessoa verdadeiramente madura vai sempre zelar pela sua saúde física, mental e espiritual, ao mesmo tempo em que te estimula a ser fiel! Observe sempre o equilíbrio entre glorificar a Deus e preservar sua saúde integralmente. Obviamente podem haver momentos em que a fidelidade a Deus traga alguma ameaça, mas isso deve ser encarado como uma possibilidade e não como um curso natural.
“Continua nestes deveres” - Uma pessoa verdadeiramente madura vai estimular você a perseverar. Observe sempre pessoas que incentivam, estimulam o seu ministério, que te exortam quando preciso. Pessoas maduras estão sempre caminhando, crescendo, e estimulado quem está ao seu redor a fazer o mesmo.
“ salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” Uma pessoa verdadeiramente madura sempre vai te fazer enxergar os frutos presentes e futuros da sua fidelidade a Deus. Além de levar você sempre a observar o benefício que você pode trazer não só a si mesmo, mas principalmente aos outros. Alguém maduro vai sempre estimular em você o sentimento de servo dos outros e não de si mesmo.