trabalho TCC
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A terceira coisa a ser dita sobre os Mandamentos é que eles são, de fato, a base para a moral cristã, como já foi indicado. Os princípios positivos implícitos na sua forma negativa, quando localizados no contexto da realidade cristã do reino de Cristo e na vida no Espírito, sustenta o código de família para os filhos redimidos de Deus, em todos os lugares. Apelos para a ética de Cristo e dos apóstolos que falham em encontrar suas raízes nos Mandamentos (raízes deixadas muito claras no Novo Testamento, diga-se de passagem), caem em todos os tipos de concepções erradas. A unidade da ética bíblica, a começar pelo Decálogo, precisa ser redescoberta hoje.
A quarta coisa a ser dita sobre os Mandamentos é que a exploração de Michael Horton sobre o que eles significam para o povo cristão hoje é um excelente ponto de partida para qualquer pessoa que deseja apropriar-se novamente da sua mensagem. Há muita sabedoria aqui. Apodere-se dela. É de sabedoria que precisamos.
Tradicionalmente, considera-se que a Lei tem três funções fundamentais. Serve para convencer do pecado; proporciona direção para a organização da sociedade e do Estado, limitando assim as consequências do pecado e proporciona direção aos cristãos conforme tentam servir a Deus (Lei*, terceiro uso da).
Mesmo que Calvino concordasse com Lutero quanto à justificação pela fé, também insistia que a justificação deve levar a um processo de santificação* mediante o qual os crentes se conformam cada vez mais com a vontade divina. Ainda quando em seu contraste com o evangelho a Lei condena e esmaga o pecador, uma vez que o evangelho tenha sido aceito a própria Lei serve de fonte para guiar os crentes no processo de santificação. Essa ênfase tem sido característica da tradição* reformada e, por isso, enquanto que o perigo sempre presente do luteranismo extremo e o antinomianismo, sua contrapartida na tradição reformada é o legalismo, o rigorismo e até a possibilidade de voltar para a salvação mediante as obras*.
LEI, TERCEIRO USO DA. A função da lei de Deus como guia para os crentes. Mesmo que as listas variem, em geral as outras duas “funções” da Lei são servir de guia para a sociedade, que há de organizar suas leis e práticas seguindo a Lei de Deus e servir de prova da incapacidade dos pecadores de servir a Deus. Lutero sublinhou esse segundo uso da Lei, que segundo ele, relacionava-se estritamente com o princípio fundamental da justificação* pela fé. A Lei esmaga, condena e até mata e, portanto, é uma espécie de preparação negativa para o evangelho. Mesmo que Lutero cresse que a Lei de Deus podia servir de guia para os crentes, nunca colocou muita ênfase sobre esse ponto, por medo de que pudesse levar à justificação pelas obras*. Em contraste com Lutero, Calvino, ao mesmo tempo em que concordava com o grande reformador quanto ao tema fundamental da justificação pela fé, sustentava e insistia que a justificação deve levar à santificação* e que nesse processo a Lei serve de guia para os crentes. Logo, uma das características da tradição reformada* tem sido essa ênfase no “terceiro uso da Lei”. Lei* e evangelho