Popularidade e hostilidade

A Identidade do Rei  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 83 views
Notes
Transcript

Introdução

Talvez uma das grandes revoluções que as mídias sociais proporcionaram foi a possibilidade de dar popularidade a anônimos. Essa possibilidade gerou uma corrida a ponto de ser um influenciador digital virou profissão. Mas, junto com a popularidade vem também os haters, popularidade e hostilidade caminham juntos. Muitas pessoas vão te odiar pelo mesmo motivo que muitos te amam (as opiniões políticas talvez seja a forma mais concreta de experimentar isso). Para quem tem a popularidade como um ídolo, querer ficar bem com todo mundo nem sempre é a melhor opção, porque a hostilidade também traz popularidade, a hostilidade gera muita publicidade, e pelo mesmo motivo que te odeiam muitos outros vão te amar.
Jesus foi muito popular em seu ministério e continua sendo até hoje. Mas a popularidade de Jesus não estava condicionada a aprovação, nem muito menos se valia da hostilidade para obter popularidade. A sua vida tinha um propósito, Ele viveu em missão, fazia o que precisava ser feito para agradar uma única pessoa, o Pai.
No texto que iremos estudar hoje, Jesus está no auge da sua popularidade. Neste momento do seu ministério, Jesus está andando por toda parte,fazendo o bem e curando e libertando os oprimidos. Mas ao mesmo tempo, existem forças hostis que se mancomunam para matar Jesus. Fariseus e herodianos se uniram para perseguir Jesus, religião e política se mancomunaram para matar e Jesus. O ministério de Jesus ainda estava no começo, Ele tinha muito a fazer, e por isso hoje veremos como Jesus reagiu diante deste contraste de popularidade e hostilidade.
Marcos 3.7–12 NAA
7 Jesus se retirou com os seus discípulos para o mar. Uma grande multidão o seguia. Eram pessoas que tinham vindo da Galileia, da Judeia, 8 de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom, porque ouviam falar das coisas que Jesus fazia. 9 Então recomendou aos seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o apertarem. 10 Pois curava muitas pessoas, de modo que todos os que tinham alguma enfermidade se esforçavam para chegar perto, a fim de poderem tocar nele. 11 Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: — Você é o Filho de Deus! 12 Mas Jesus lhes advertia severamente que não o expusessem à publicidade.
Jesus se retira para o mar, e é interessante que esssa não é a única vez que Jesus se retira. Em outros momentos Jesus faz a mesma coisa e por motivos diferentes. Ele se retira para descansar como narrado em Marcos 6.31, e também no barco em maio a tempestade. Jesus se retira para orar como vimos há algumas semanas atrás, quando ele acorda mais cedo e vai para um local deserto e dedica-se à oração. Em outros momentos Ele se retira para ensinar aos seus discípilos. Nesse momento Jesus se retira para sair do conflito e da oposição. Por isso, antes de me aprofundar no tema central do texto gostaria de abrir um parênteses:
Há momentos que o confronto não é o melhor caminho. No tempo certo, Jesus enfrentou esses inimigos e marchou para Jerusalém resolutamente. Precisamos ter discernimento para saber a hora de retirar e a hora de enfrentar os inimigos. Coragem requer prudência, enfrentamento reativo facilmente se transforma em vingança e impulsividade.
Interessante observarmos que como mencionei no início, popularidade e hostilidade caminham juntos, e com Jesus não foi diferente. Apesar da hostilidade, um grande número de pessoas ia atrás de Jesus. Alguns apenas por curiosidade, outros para suprir necessidades imediatas (pão ou cura), outros que queriam ouvir seus ensinos mas não estavam dispostos a crer nele e o outro grupo que queriam ser curados (ou outros milagres), queriam seus ensinos e também creram nele.
Por isso gostaria de destacar essa verdade, emqual grupo você se encontra? Experimentar os milagres somente, ou ter apreço aos enisnos de Jesus (amar a cristandade sem se render a Cristo) não faz de você um discípulo. A vida cristã autêntica é uma experiência completa entre ouvir e aprender, experimentar o poder de Deus e crer em Jesus verdadeiramente como Senhor e Salvador (o que me leva a uma vida de adoração e devoção). Essa é uma verdade real ainda nos dias de hoje, nem todos que se reunem na assemblea dos crentes e ouvem o evangelho, recebem o evangelho. Alguns se aproximam porque querem experimentar do poder de Deus e seus milagres, outros são atraídos pelos ensinos, mas não necessariamente recebem a Cristo crendo Nele como o seu salvador. Ironicamente, os demônios compreenderam quem era Jesus, enquanto o povo não o compreendeu.
A natureza espiritual dos demônios é mais perspicaz que a razão humana. Jesus proíbe os demônios de darem testemunho a seu respeito. Ele força o silêncio dos demônios para garantir a revelação completa e pura. Jesus deseja que os homens o conheçam pelo testemunho das Escrituras e pelo testemunho das suas palavras e obras. Jesus rejeitou o testemunho dos demônios por duas razões: Primeiro, porque não deseja nem necessita que os demônios o credenciem. Segundo, porque não aceita ser desviado do foco de sua missão. Ao proclamarem sua verdadeira identidade, os demônios procuram fomentar a multidão para que Jesus seja tentado a deixar de cumprir o propósito de Deus. Jesus veio não para ser um líder político ou milagreiro, mas o redentor da humanidade. A multidão oprimida por Roma esperava um Messias político que viesse quebrar o jugo da escravidão e colocar a nação judaica no topo do governo mundial. Bruce Barton diz que o Reino de Cristo é espiritual. Ele começa não com o destronamento dos governos humanos, mas com o destronamento do pecado no coração dos homens. Por isso gostaria de abrir outro parênteses:
Não vivam como pagãos, esperando que a sua redenção venha de um governo humano, Jesus não veio para isso e Ele que é nosso rei. Ele não depende de governos humanos para reinar, Ele reina desde as sociedades mais abertas a fé cristã até naquelas que são mais hostis a cristandade. Ele reina através da sua igreja, mesmo perseguida, porque Ele mesmo nos garantiu que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. A maior ameaça que a igreja tem é a infidelidade dos cristãos e não as oposições externas.
Voltando ao tema central, qual a multidão que você se identifica?

Os que queriam um milagre

Aquela multidão é um reflexo das multidões que se reúnem hoje nos templos. As pessoas vêm porque ouvem a respeito das coisas que Jesus já fez e continua fazendo. O testemunho de uma cura, de alguém que era enfermo e milagrosamente não está mais doente, que era escravo de algo e milagrosamente não está mais naquela condição surpreende e convence as pessoas do poder de Jesus. Talvez você tenha exemplos na sua própria família: bêbados que se tornaram sóbrios; viciados que foram libertados; pessoas que viviam uma vida desregrada e que agora vivem uma vida de testemunho irrepreensível. O testemunho de alguém que foi curado ou transformado é um grito de esperança para os que sofrem: "Se Cristo fez isso por essas pessoas, ela também pode fazer por mim".
Mas Cristo não veio apenas para aliviar seu sofrimento ou soluciionar problemas difçieis, é urgente saber a necessidade de um salvador. Se você faz parte da multidão que apenas o segue esperando que Ele faça algo por você para te ajudar a alcançar algo ou se libertar de algo, Cristo se torna descartável após isso ocorrer, ou um inútil caso você não alcance. Cristo não é um milagreiro, um coach (Bíblia como caxinha de promessas) e nem muito menos o gênio da lâmpada mágica, Ele é o salvador que você precisa.
Eu posso clamar a vocês para virem a Cristo com todas as minhas forças, contudo, ninguém virá senão aqueles que sentirem a necessidade de Jesus. Mas você precisa dele tendo consciência disso ou não. Você tem uma doença mortal e crônica que nenhum médico da terra pode curar. Essa doença é o pecado. Por mais religioso e moralista que você seja, está contaminado por essa doença mortal. A menos que Jesus o perdoe, o liberte e o salve, você está condenado. Não há nenhuma esperança para você a não ser que venha a Cristo, mesmo que você tenha tudo, se não tiver a Cristo verdadeiramente você não tem nada.

Os que gostavam do seu ensino

Além das notícias sobre o seu poder, os ensinos de Jesus também se espalhavam. A sabedoria de Jesus é inigualável, nunca se ouviu uma mensagem que atraísse tantos seguidores por tanto tempo. A mensagem de Jesus moldou a sociedade ocidental, trouxe uma nova pespectiva sobre a vida, sobre o que é paz, sobre justiça e sobre o que é o amor. Foi Ele quem ensinou que se paga o mal com o bem, que deve-se amar os inimigos da mesma forma que amamos a justiça e a verdade. Jesus maximizou a compreensão sobre perdão e misericórida. É possível admirar tudo que Jesus ensinou e até mesmo tentar seguir todos os seus ensinos, mas Jesus não veio para ser apenas um grande mestre ou "o homem mais inteligente da história" como escreveu um escritor brasileiro de auto-ajuda. Jesus veio para ser o único salvador para a humanidade perdida. É possivel amar os ensinos de Jesus, amar a Cristandade mas rejeitar a Cristo por quem Ele é por excelência. Isso é muito real nos dias de hoje, muita gente militando pelos valores judaico-cristãos (que são importantes) mas nunca pregaram o evangelho. Pregar a cristandade sem pregar a obra redentor de Cristo não é evangelização. Da mesma forma que abraçar a moral e os valores Cristãos sem reconhecer que é pecador e que precisa de um salvador, e esse é Cristo, não faz de você um cristão. Isso não signifca que devemos ser indiferentes a oposição que a cristandade sofre e sempre sofreu, mas é que devemos entender de uma vez por todas que a cristandade deve ser resultado de cristãos autênticos e parar de nos contentar simplismente uma multidão que tem apreço aos ensinos de Jesus. Somoente quando entendermos isso veremos uma igreja que se preocupa mais com evangelismo e missões do que com militância política (tem seu valor, mas não é mais importante que a pregação do evangelho).

Os que hostilizavam

A fé Cristã está sob ataque? Sim, está. Mas isso não é novidade, ela está sob ataque desde o seu surgimento. Jesus em algum momento nos prometeu ausência de perseguição? De forma nenhuma, pelo contrário, Ele e nos garantiu perseguição. Isso significa que devemos nos conformar com a perseguição? De forma nenhuma. Mas Ele nos ensinou quais devem ser as nossas armas. Olhamos para esse episódio na vida de Jesus onde Ele se distancia do confronto ao mesmo tempo que Ele treinava a sua igreja, os seus discípulos a cumprirem aquilo que mais tarde Ele ordenara a todos nós: Portanto vão e façam discípulos de todas as nações, batizando e ensinando...
O evangelho é a arma poderosa, e nem sempre a maior ameaça é a externa, mas a interna quando a igreja se desvia da missão. A última oração de Jesus antes da sua morte foi sobre unidade, se você estivesse a beira da morte e tivesse a oportunidade de fazer uma oração, por quem e pelo que você oraria? Se Jesus orou pela unidade da igreja é porque isso é muito importante. A igreja não é chamada de corpo de Cristo como uma força de expressão, mas é uma realidade. Logo, uma das maiores oposições que a igreja pode sofrer é interna, é uma igreja onde as pessoas estão buscando os seus próprios interesses e não a unidade, estão literalmente dividindo o corpo de Cristo.
A igreja é o corpo de Cristo, é o lugar onde adoro e convivo com os outros que foram salvos por Deus. Mesmo que esses sejam completamente diferentes de mim em suas classes socias, gostos, culturas e pensamentos. É o local onde nos somos desafiados a amar os diferentes, ser perdoado e perdoar, servir e ser servido. Nosso compromisso com Cristo se materializa em nosso compromisso com a Sua igreja, que foi por quem Ele morreu. Portanto não há espaço no coração do cristão para ser governado pelo hedonismo nem pela mágoa, mas uma experiência de serviço, comunhão e perdão.
Toda pessoa transformada por Jesus se torna uma testemunha viva Dele. Vida cristã é uma vida em missão, quem realmente teve sua um encontro com Cristo trabalha para que outros também tenham esse mesmo encontro, seja aqueles que estão ao meu lado ou que estão em outra cidade, país ou continente. A missão é local e também global. A mesnagem é urgente e deve atrar pecadores. Esse é o coração de um salvo, um coração de envangelista e não legalista (que se comporta como porteiro do céu).

Conclusão

O próprio nome de Jesus nos alerta para nossa maior necessidade, ele significa Salvador. Ele ama você e importa-se com você. Ele foi à cruz por você. Suas mãos foram rasgadas, seus pés foram pregados na cruz e ele foi transpassado na cruz por amor a você. Ele ama você com amor eterno. Por isso, venha a ele.
Para aqueles que se econtram com Cristo há um banquete. Deus já fez tudo. A mesa já está preparada. Os céus estão prontos para festejar a sua volta para Deus. Os anjos se alegram com a sua salvação. A noiva de Cristo, a igreja, convida você: Vem. O Espírito do Deus eterno, diz a você: Vem! Se você tem sede, venha e beba de graça da água da vida.
Nada neste mundo pode impactar e transformar tanto a sua vida quanto o evangelho. Você não pode ficar indiferente ao evangelho. De que lado você está? Do lado daqueles que rejeitam a Cristo, daqueles que querem Ele em parte ou do lado daqueles que vêm a Cristo para serem curados, libertados e salvos?
Related Media
See more
Related Sermons
See more