Quem é o meu próximo?
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Introdução
Introdução
Durante o ministério do Senhor, vez por outra, surgiam pessoas, na maioria das vezes religiosas, com a intenção de “provar” Jesus, fazendo perguntas difíceis de responder e/ou comprometedoras, visando deixar Jesus desacreditado diante do povo.
Três grupos principais, na época de Jesus, eram os seus maiores opositores: fariseus, saduceus e escribas ou intérpretes da Lei.
Os fariseus eram o maior grupo e eram conhecidos por serem religiosos criteriosos na observância da “letra” da Lei, mas pecando de maneira hipócrita no cumprimento da essência da mesma Lei.
Os saduceus, a priori, eram discordantes dos fariseus, não criam na vida após a morte, anjos, bem como ressurreição - tópicos esses que os fariseus acreditavam. Mesmo discordando entre si, se uniram para tentar apanhar Jesus em alguma falta ou contradição.
Os escribas ou intérpretes da Lei tinham com principal ocupação fazer cópias dos manuscritos - Antigo Testamento e códigos de leis. Por causa dessa ocupação tinham um conhecimento diferenciado da Lei. Em algumas traduções são citados como “doutores da lei”.
Explicação
Explicação
1. Uma pergunta pertinente, Lc.10:25.
O verso 25, começa com a intenção e pergunta do intérprete da Lei.
a. A intensão era colocar Jesus à prova. Como já havia acontecido em algumas vezes. Em contra partida o jovem fez pergunta semelhante, mas com intenção diferente, Mt.19.16-22. A intenção do jovem rico se auto justificar.
b. E a pergunta: “O que farei para herdar a vida eterna?”
2. A resposta inusitada de Jesus.
Jesus, sabendo as intenções do intérprete da Lei, responde com um pergunta:
“O que está escrito na Lei? Como você a entende?”, Lc.10:26.
A resposta do intérprete da Lei fez jus a sua função:
“Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento.” E: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” Lc.10:27.
A resposta do intérprete da Lei, foi baseada em dois textos bíblicos:
“Portanto, ame o SENHOR, seu Deus, de todo o seu coração,b de toda a sua alma e com toda a sua força”. Dt 6.5.
e
“Não procure vingança, nem guarde ira contra os filhos do seu povo, mas ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Eu sou o SENHOR”. Lv 19.18.
Jesus enfatiza que o intérprete da Lei respondeu corretamente, e enfatizou que ele colocasse em prática, Lc.10:28.
3. Uma pergunta inusitada do intérprete da Lei
“Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus:
— Quem é o meu próximo?"
Como o próprio texto nos informa a razão da pergunta o intérprete da Lei era se justificar, e apresentar ao Senhor mais uma dificuldade de resposta.
Muito embora a Palavra de Deus orienta a amar o próximo com a si mesmo, Lv.19.18, e até o estrangeiro, Lv.19.34, a tradição judaica acrescentava “odeie o seu inimigo”, ver Mt.5.43.
Sendo assim, o judeu, orientado pela tradição, não pela Palavra de Deus, via como dever apenas amar os judeus e odiar os inimigos.
4. Uma resposta perfeita - A parábola do bom samaritano!
Jesus em resposta a pergunta hipócrita do intérprete da Lei, introduz a narrativa:
a. Um homem descia de Jerusalém para Jericó, Lc.10.30.
Certamente o homem era judeu. A estrada que leva de Jerusalém a Jericó tinha a extensão de aproximadamente 27 quilômetros, e levava mais ou menos sete horas para percorrer.
Essa estrada era no meio do deserto, em local ermo, cheio de cavernas e locais apropriados para emboscadas.
O homem sozinho foi emboscado por ladrões que, lhe roubaram tudo que tinha, até as roupas e os espancaram de maneira brutal, a tal ponto de o deixarem semimorto.
b. O sacerdote e o levita passas de largo, Lc.10.31.
Tanto o sacerdote, quanto o levita eram (ou deveriam ser) exemplos de piedade e obediência da Lei, mas tanto um quanto outro, mantiveram a distância e se negaram a ajudar.
Alguns pensam que os mesmos não se aproximaram para ajudar por receio do homem já estar morto e assim se contaminassem e ficassem temporariamente impedidos de oficializar no templo. Mas esse teoria cai por terra, quando texto diz que ambos saíram de Jerusalém para Jericó. Apenas em Jerusalém havia o templo. Sendo assim, eles já tinham completado os seus deveres no templo.
Imagine, os homens de Deus - sacerdote (representavam o povo diante de Deus) e o levita (homem consagrado para ministrar no templo e auxiliar nos sacrifícios), saindo o culto a Deus, demonstraram total indiferença, em não demonstrar amor ao próximo, ajudando um homem gravemente ferido, que pela demora de ajuda poderia ter morrido!
c. A ajuda chega, mas de onde ninguém esperaria, Lc.10:33-35.
Um samaritano, da mesma maneira do sacerdote e levita, vinha por casualidade descendo por aquele caminho...
Judeus e samaritanos eram inimigos, não se davam, Jo.4.9. A hostilidade entre judeus e samaritanos era tamanha que, para insultar Jesus disseram que ele tinha demônios e era samaritano, Jo.8:48. Num povoado samaritano, quando perceberam que Jesus estava indo para Jerusalém, não o receberam, Lc.9:52-53.
O samaritano que por tradição seria inimigo do judeu ferido, e vice versa, prestou os primeiros socorros, aplicando azeite (analgésico e anti-inflamatório) e vinho (antisséptico).
Colocou-o sobre a sua própria montaria, e obviamente foi a pé.
Levou-o a uma hospedaria e tratou dele. Passou a noite juntamente com o judeu ferido!
No dia seguinte, deixou pago dois dias de estalagem e garantiu que se tivesse mais algum gasto, na volta, ele iria reembolsar.
5. A lição final para o intérprete da Lei
a. Por fim, Jesus pergunta para ao intérprete da Lei:
“Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?” Lc 10.36.
b. A resposta do intérprete da Lei
A resposta do intérprete da Lei, omitindo a palavra “samaritano”, comprova a hostilidade:
“O que usou de misericórdia para com ele”. Lc 10.37.
c. O Senhor completa a lição e resposta para o intérprete da Lei
“Vá e faça o mesmo”, Lc.10.37.
Na parábola que Jesus contou aos presentes e diretamente ao intérprete da Lei, tinha com exemplo uma classe odiada pelos judeus. Tem um samaritano com exemplo de amor ao próximo realmente trouxe um impacto tremendo e destruiu todo justiça própria do tão confiante intérprete da Lei.
Aplicação
Aplicação
Que devemos amar o próximo, acredito que é um mandamento conhecido de todos, até daqueles que não creem no Evangelho.
Mas, talvez de maneira semelhante ao tão confiante intérprete da Lei, o cristão de hoje, queira escolher a quem deve amar e em qual situação.
Mediante as palavras de Jesus em Mt.5:43-48, como cristãos devemos não apenas amar os inimigos e aqueles que nos perseguem, mas também orar por eles. Na verdade, o diferencial para o cristão, como filho de Deus, não é amar os que nos amam, mas amar os inimigos e perseguidores!
E ainda seremos conhecidos como discípulos do Jesus, se nos amarmos uns aos outros, Jo.13.34.