Jesus é o nosso único Salvador

Texto

22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. 24 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.

27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.

Introdução

Acho que aqui todos assistiram o filme mais visto dos anos 90: Titanic.

Não é necessário contar a história do filme. Todos sabem que o Titanic naufragou.

Lembrando: quando o navio “que nunca iria afundar” rompe o casco, o engenheiro responsável afirma que em pouco mais de 2 horas ele vai afundar. E o pior: não tem barco salva-vidas para todos.

Tudo pode acabar em duas horas, em um local isolado, frio, quando pouco antes disso, provavelmente estavam todos rindo, festejando.

Imaginem o medo. Imaginem a angústia. O desespero!

Em um Retiro de Carnaval, da UMP-Rio, dirigido por VPC, participamos de uma palestra sobre crise. E o tema era: “Tão certo como a noite segue o dia, a crise, um dia, chegará na sua vida.”

Neste retiro, conheci uma música de VPC cuja letra diz: (slide)

“Quando a luz da esperança Apagar-se ao redor Quando o olhar explicar para a mente Que está só Quando o pé não tiver mais apoio Nem a mão outra mão por socorro Quando o dia da angústia chegar O que será?

Quando tudo o que tem de valor Se perder E consolo nenhum lhe fizer esquecer Quando toda a defesa murchar Só desgosto seu rosto expressar Quando o dia da angústia chegar O que será?”

Movimentos

1. O dia da angústia vai chegar, como chegou para os discípulos

Porque a vida não é só feita de boas notícias. Infelizmente, enfrentamos momentos difíceis quando parece que está tudo bem.

A ação no texto que lemos ocorre logo após um momento mágico na vida dos discípulos e da multidão que seguia Jesus. Eles tinham vindo de um momento muito triste que deve ter produzido medo a alguns deles.

João Batista tinha sido decapitado por Herodes. Pedro, André, João e Tiago tinham sido discípulos de João Batista, que era alguém respeitado e querido pelos doze. Primo de Jesus, também querido por ele.

No meio da tristeza, a multidão que acompanha Jesus o seguiu por terra, enquanto ele estava no barco e, desembarcando, Jesus curou os enfermos e transformou 5 pães e dois peixes em quantidade suficiente para alimentar a todos. Não sabemos quantas pessoas compunham a multidão. Mas, fossem 20, fossem 1000, ou 5000, como é mais citado, 5 pães e 2 peixes, não alimentariam a todos.

Deve ter sido uma festa, depois de um momento de tristeza. Como se diz, “está tudo dominado”.

Mas não está.

Passou o momento de alegria. Jesus vai orar sozinho, em um monte próximo, enquanto os discípulos tomam um barco para atravessar o Lago de Genesaré ou Betsaida.

Os discípulos não vão correndo pegar o barco porque resolvem deixar Jesus lá. Ou porque estão com pressa. O versículo 22 diz que Jesus os compele, ou seja, convence a se adiantarem e ir para o outro lado do lago.

Ele quer ficar sozinho para orar.

E os discípulos depois de verem aquela festa miraculosa, em que todos comeram e se fartaram com o que era a comida pra no máximo duas pessoas, logo após verem um monte de gente doente sendo curada, achavam que não tem nada pra dar errado.

Mas dá.

Porque não contam com uma tempestade que surge no mar.

O tal mar, na realidade, é um lago, chamado de Lago de Genesaré ou Mar da Galiléia, ou ainda, Tiberíades.

Pelo relevo do local, fortes ventos se concentram, agitando as águas, formando redemoinhos e ondas. É o que acontece com eles.

Alguns no barco são pescadores. Gente acostumada às águas. Mas sofrem pra controlar o barco e pelo que diz o texto, estão bem distantes de Jesus. Provavelmente lutando feito loucos, sem nenhum sucesso.

Aí, vem o medo, a angústia, o desespero de lutar, lutar, e nada resolver.

2. Quando o dia da angústia chega, parece que não vai passar

A gente passa por isso. Parece que está tudo bem. Você vem à Igreja, tem a sua vida devocional em dia e de repente, não mais que de repente...

Vem um revertério e tudo o que estava bom, fica ruim.

Às vezes, no trabalho, pode ser uma transferência, uma perda de importância, troca de horário, ou até mesmo demissão.

Às vezes, uma doença que vem sem avisar.

Outras, uma tragédia que acontece sem que possamos prever.

Quando passamos por situações de crise, buscamos uma porção de alternativas:

criar situações políticas no trabalho,

correr atrás de nossa rede de contatos para conseguir um novo emprego,

buscar um empréstimo no banco, ou com família, ou amigos,

se é problema de saúde, ficamos buscando um novo médico até encontrar um que fale o que queremos ouvir...

A angústia vem. E aumenta à medida que o tempo passa. O sofrimento parece que não vai passar.

A luz que a gente enxerga no fim do túnel acaba sendo um trem vindo na nossa direção e descobrimos que no tal fundo do poço, tem um alçapão que leva mais pro fundo ainda.

E parece que nunca termina.

3. No meio da tempestade, Jesus aparece

Na 4a vigília da noite, um horário entre 3 e 6 da manhã, Jesus aparece para os discípulos.

Demorou algumas horas, mas aparece. E aparece andando sobre as águas.

As águas por cima das quais Jesus anda não são as margens plácidas do Ipiranga, ou as ondas da praia da Urca. O vento continua e as águas também ainda estão agitadas.

Quando veêm Jesus andando sobre as águas, o que falam eles? É um fantasma. Por quê?

Porque ninguém, absolutamente ninguém, anda por cima das águas. Mas Jesus anda. E se identifica dizendo para não terem medo, pois é Ele.

Eles já estavam com medo da tempestade. Quando vêem uma pessoa andando sobre as águas, o medo aumenta ainda mais. Imagino o que eles pensam: “Estou no meio dessa tempestade terrível. Agora, estou vendo um fantasma. É o fim!”

Mais uma vez, Pedro, que não sabemos se era corajoso, louco, ou se o desespero era tão grande, que estava disposto a qualquer coisa, faz o impensável: Pede a Jesus que o faça ir até ele.

Como? Andando sobre as águas.

Você já andou sobre as águas? Não tente. Ou tente, numa piscininha, onde, se você afundar, não vai morrer afogado. Porque a menos que você tenha alguma propriedade diferente dos outros seres humanos, você vai afundar.

Você já viu alguém andando sobre as águas? Eu vi. No cinema. Em um filme sofrível dos anos 80, chamado Remo, Desarmado e Perigoso. O tal do Remo não só andava, como corria em cima da água, do cimento, de tudo o que é impossível andar.

Lembrando: as águas não estavam calmas. E Pedro quer andar sobre elas. Ele sabia que por toda lógica que existia, o correto seria ele afundar, tão logo botasse o primeiro pé na água. Os outros discípulos devem ter achado que ele estava maluco.

Pedro quer ir até Jesus, porque lá é mais seguro,

Ele quer estar com Jesus, pois Jesus, a despeito das ondas e ventos, anda sobre as águas. Ele quer fazer o mesmo que Jesus faz. Ele quer ser como Jesus!

E Jesus diz a Pedro: Vem! O que Pedro faz? Ele vai. Sai do barco e vai, andando sobre as águas.

Senso comum: em uma tempestade, qual o local mais seguro? As águas estavam agitadas. Ou ele ficava no barco que era atirado pra todos os lados, ou ele ia andando sobre as águas, até Jesus.

O que parece ser mais seguro? É claro que é o barco. Mas Jesus diz para Pedro ir. E ele vai.

Porque quando Jesus chama, nós devemos ir até Ele.

Sabemos que quando se assustou com as ondas, ao invés de olhar para Jesus, Pedro acabou afundando. E até é bom sabermos isso, para entendermos que aqui, o exemplo não é Pedro. É Jesus!

Mas no momento em que Jesus chama, ele vai, porque entende que com Jesus, ele tem segurança.

4. Jesus é o nosso Porto Seguro

O dia da angústia virá. O momento de sofrimento chegará. Mas Jesus aparece em nossas vidas. Ele está em nossas vidas. E diz para nós não termos medo.

Nossa saída, em primeiro lugar, tem que estar, sempre, em Jesus.

É por meio Dele que temos vida. Busque a Deus em primeiro lugar.

É Ele quem pode te salvar. Mesmo que esta salvação venha através de médicos, um novo emprego, ou um empréstimo. Estes são os meios. A fonte tem que ser Jesus!

Enxergue Jesus e busque ficar com ele. Reconheça que Ele. Só Ele pode te salvar.

Então, quando Ele entra em nossa vida, acabamos deixando de fazer o que todo mundo faz, para segui-lo.

Porque o chamado de Jesus envolve esse tipo de coisa: seguir a Jesus envolve fazer o que ninguém no mundo faz. Porque Jesus não é como o mundo.

Envolve vir à Igreja no domingo de manhã cedo, quando todos estão dormindo. Vestir a melhor roupa, quando a maioria coloca o mínimo de roupa para ir à praia.

Envolve ler a Bíblia e seguir os seus ensinamentos, que, em sua maioria, são o contrário do que o mundo vive.

Envolve amar o próximo, mesmo que este próximo não nos ame.

Envolve fugir de uma vida de pecados que o mundo não reconhece como pecados.

Envolve um compromisso de colocar a nossa fé em um Deus que não vemos.

Envolve entregar a nossa vida a alguém, que veio, morreu pelos nossos pecados e cremos que ressuscitou e um dia voltará para conosco reinar.

Tudo isso é o contrário do que o mundo pensa.

O mundo pensa que temos que lutar por realização. A nossa realização é fazer a vontade de Deus

O mundo prega que temos que ir rumo ao sucesso. Nós entendemos que todo sucesso é passageiro e fruto da graça de Deus sobre nossas vidas.

O mundo prega que nós temos que aproveitar cada momento de nossa vida e extrair dela o máximo. Nós sabemos que a nossa vida tem de ser vivida para a glória de Deus.

Quando o jovem rico disse que queria seguir a Jesus, a resposta de Jesus foi: Vende teus bens e me segue.

É ilógico para o mundo.

Mas a nossa lógica é viver pra glória de Deus. E nada, nem bens, nem alegrias passageiras podem estar acima disso. Porque Ele é o porto seguro.

É com Ele que temos segurança.

Muitas vezes, no medo de enfrentar o que desconhecemos, ficamos presos ao barco, enquanto Jesus nos chama: Vem!

Muitas vezes, sabemos que temos que tomar uma atitude diante de nossas vidas e abandonar o que parece ser mais seguro para ficar com Jesus, mas nossa falta de fé nos impede.

Falei em falta de fé? É isso mesmo: é falta de fé.

É falta de fé para enxergar que temos que abandonar o que nos dá conforto e uma segurança aparente para seguir a Jesus, porque com Ele nós temos a real segurança.

Se os missionários não tivessem fé, estariam evangelizando só a própria casa. Ao contrário disso, quando ouvem o chamado de Jesus, transpõem países, continentes, culturas para levar a mensagem de salvação. Passando fome, vivendo com dificuldades.

Se os pastores não tivessem fé, teríamos muito menos igrejas que temos, porque os vocacionados ao ministério só procurariam as igrejas que pudessem garantir a eles um bom sustento, de preferência perto de casa.

Vivemos pela graça que produz em nós a fé (Ephesians 2:8).

E esta fé nos tira da nossa zona de conforto.

É a fé que fez com que Josué rodeasse as muralhas de Jericó.

É a fé que fez com que Abraão confiasse em Deus para ter um filho depois de velho e deste filho surgisse uma grande nação.

É a fé que fez com que os apóstolos saíssem pregando o Evangelho, no meio de uma perseguição sanguinária.

É a fé que levantou homens como Lutero e depois Calvino, para se insurgirem contra os poderes da Igreja e dos Reis para fazer a Reforma.

Não tenha medo de agir ao contrário do que o mundo espera.

O mundo não conhece a Deus.

Vá até Jesus, porque no dia da angústia, Ele é o porto seguro.

Conclusão

Você vai passar por momentos difíceis, ou talvez já esteja passando.

O exemplo que este texto nos mostra traz algumas lições:

O Dia da Angústia vai chegar;

Reconheça que Jesus é o único que pode te salvar, busque a Ele no dia da angústia;

Deseje estar com Ele, tenha vontade de agir como Ele, que no meio da tempestade, andou em cima dela sem se preocupar, porque Ele domina sobre tudo;

Vá até Ele. Largue o que parece mais seguro. Abandone o que parece te dar mais conforto. Vá até Jesus! E este ato de ir até Ele é o mesmo que entregar-se a Ele.

Porque Jesus é o único lugar em que realmente temos segurança. Ele é o nosso real porto seguro.

Porque só Ele venceu a morte. É ele quem nos dá a vida eterna.

Retomando a música de que eu falei lá no início, o refrão diz o seguinte:

“Cristo morreu pra salvar E da angústia livrar A todo que Nele crer A todo que O receber A todo que Nele crer A todo que O receber”

O dia da angústia vai chegar, ou já chegou, mas nós temos o Salvador. Vá até Ele. Ele é o Porto Seguro!

Saia do barco. Solta o cabo da nau, toma os remos nas mãos e navega com fé em Jesus.