Ageu 1:1-11

Deus traz maldição ao seu povo, quando este não o prioriza e consequentemente não persevera na fé.

Introdução temática: Quais são as suas prioridades? O que você considera importante? Talvez as suas respostas para essas duas perguntas estejam na ponta da língua, ou talvez você nunca tenha parado para pensar sobre isso. Mas quer saber? Pouco importa o que vocês respondem ou não respondem sobre essas perguntas, pois todos os dias vocês respondem a estas perguntas através de escolhas e atos. Imagine um pai que diz ao filho: - meu filho, você é muito importante para mim. Mas toda vez que o filho quer alguma coisa, o pai nunca tem tempo. Este pai não precisa falar e argumentar que seu filho não é importante para ele, a resposta é muito clara: seu filho não é importante para ele.

Hoje este texto nos fala várias coisas, e talvez a origem de todas elas seja uma inversão de prioridades.

Introdução textual - E se você tivesse que resumir os últimos 100 anos do povo brasileiro em duas palavras, quais palavras utilizaria? Pois bem, essa é a minha tarefa, resumir mais de 100 anos do povo de Deus no AT em poucas palavras. Se tivesse que resumir em apenas duas, eu diria: pecado e destruição. Deus separou um homem Abraão, e dele fez um povo, Ele também prometeu uma terra, um novo jardim, um novo recomeço. Esse povo pecou e padeceu, mas entrou na terra prometida, houveram juízes… reis… até que esse povo, QUE AGORA ERA UM REINO, dividiu-se. Reino do Norte e Reino do Sul, Israel e Judá. O Reino do Norte, Israel, pecou e pecou, líderes perversos, trilhou o caminho da destruição, E POR CAUSA DO SEU PECADO (pois eram um povo perverso que se afastou do Senhor) DEUS TROUXE JUÍZO E OS DESTRUIU, em 722 A.C, a Assíria invadiu o Reino do Norte, Israel. Eles levaram cativos os seus habitantes, dispersaram eles em seu reino e trouxeram para o Reino do Norte habitantes de outros povos também invadidos por eles, de tal modo que eles tornaram-se um povo misto, não dava mais para saber quem era Israelita e quem era estrangeiro, daí surgiu os Samaritanos.

Mas lembrem, isso aconteceu em 722 a. C com o Reino do Norte, Israel, o Reino do Sul, Judá, continuou, ELES ERAM “MELHORZINHO”, viveram ora de uma maneira que glorificava a Deus, ora pecando. Foi assim, aos trancos e barrancos, que esse reino chegou até 605 a. C quando (POR CAUSA DO SEU PECADO) DEUS TROUXE DISCIPLINA, primeiro em uma pequena proporção foi tomado pelos Babilônios e teve alguns habitantes levados para a Babilônia. Mas a grande invasão, destruição e deportação aconteceu em 586 a.C., quando a grande Jerusalém, uma das principais cidades do Reino do Sul, Judá, é invadida, destruída, saqueada e grande parte da população é levada. Só ficaram os mais pobres e menos capacitados. Os Babilônios não eram como os Assírios, eles levaram os melhores do povo para a sua terra, e estes que foram levados, os cativos, viviam suas vidas “normalmente”, com uma certa liberdade, não era uma escravidão, por isso, de certa maneira, eles estavam bem. O grande problema, o sofrimento do povo, era porque o templo tinha sido destruído e eles estavam em uma terra estrangeira. A habitação de Deus se dava no templo. Por isso o povo diz no Salmo 137: Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?

O povo ficou cativo, nessa situação, longe da sua terra entre 50 e 70 anos, alguns ficaram menos, outros mais, isso porque tanto a ida quanto a vinda envolveu várias viagens em vários momentos.

Por que é importante entender todo esse contexto? Porque é a partir dele que a profecia vai surgir.

Preposição: Deus disciplina o seu povo, quando este não o prioriza e consequentemente deixa de perseverar na fé em Cristo.

Vs: 1-2 - somos pouco perseverantes nas coisas de Deus.

Depois de muito tempo na Babilônia, o povo têm a liberdade de retornar para sua terra. O que aconteceu? O Reino do Sul, Judá, tinha sido dominado pelos Babilônios, estes tinham uma maneira de lidar com os povos os quais dominavam. Os persas, que eram outro povo poderoso, vieram e derrotaram os Babilônios, e passaram a ser os grandes poderosos da época. Consequentemente, o Reino do Sul, Judá, passou a ser dominado pelos Persas. Os Persas tinham uma maneira diferente de dominar, eles deixavam os povos viverem na sua terra. Então quando Persas tomam o poder, eles liberam o Reino do Sul, Judá para voltar, e é o que acontece.

O povo está feliz, retornando para sua terra, o templo, depois de 50 anos destruído, vai ser reerguido, a terra prometida vai ser restaurada, o lugar da habitação de Deus vai ser reconstruído. Esdras registra este retorno.

O povo retorna, chega a sua terra e a reconstrução do templo começa.

Esdras 3:10 registra que : Quando os construtores lançaram os alicerces do templo do Senhor, os sacerdotes, com suas vestes e suas trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, tomaram seus lugares para louvar o Senhor, conforme prescrito por Davi, rei de Israel.

Eles estavam empolgados, felizes, por anos sem o templo, sem a terra de Deus, e agora lá estavam eles.

Então os povos ao redor, se levantam e se opõem à reconstrução do templo, de tal maneira que eles param. O livro de Esdras registra isso, eles começam, mas a oposição dos povos ao redor, que não queriam a reconstrução, faz com que eles parem. Toda aquela empolgação passa. E param mesmo. Eles iniciaram a reconstrução em 536 a. C e param por ali mesmo.

Eles seguem tocando a vida deles, e aí se passa 1 ano, 2 anos, 5 anos, (e o povo vai tocando a sua vida, prosperando, melhorando as suas casas, e o templo em ruínas, parado), se passam 10 anos (alguns, estudiosos acreditam que inclusive a oposição já havia passado, eles já poderiam recomeçar a reconstruir), 15 anos, e o povo não tomou nenhuma atitude ainda.

16 anos se passam, até que o Senhor levanta o seu profeta, para confrontar este povo.

Quando o texto diz: no segundo ano do Rei Dario, é esse o contexto.

Eles passaram 50 anos sem o templo, 50 anos sem terem a oportunidade de reconstruí-lo, sofrendo porque não o tinham, e lembrem que naquela época o templo era o que reunir-se como igreja é hoje para nós. Finalmente a oportunidade chega, e nas primeiras dificuldades eles desistem, param, e não se importam mais. Seguem tocando as suas vidas, prosperando, enfeitando as suas belas casas, e o templo em ruína.

Somos pouco perseverantes nas coisas de Deus.

É por isso que o profeta diz: ler versículo 2. Observem que Deus não diz “meu povo”, ele diz “este povo” diz. Ele está descontente com seu povo. E o que Deus faz aqui é citar uma expressão bastante conhecida pelo povo. Provavelmente eles diziam isso. Não é tempo de reconstruir….

1 Aplicação: O povo deixou-se levar pela oposição e desistiu. Assim como esse povo, nós também somos pouco perseverantes nas coisas de Deus. É interessante como que para outras coisas nós nos esforçamos, mas para Deus não. Se minha perna quebrar, bah! não vou mais poder ir nos cultos. O evangelista não ensina a EBD muito bem, não vou ir. Eu falo do evangelho e só tomo pancada e ninguém se converte, e então eu já paro. Estou sem dinheiro para gasolina ou para o UBER não vou ir no culto. Eu estou enfrentando esse problema, estou desanimado, não quero mais esse negócio de igreja. Bah! A gente trouxe um evangelista, e a congregação parece que não cresce, não se desenvolve, às vezes até parece que diminui, eu não quero mais.

Não! Precisamos perseverar no evangelho independentemente das dificuldades! Que Deus nos ajude a preservar. A não ser como esse povo que não perseverou.

2 Aplicação: Somos indiferentes para as coisas de Deus, observem, o templo estava em ruínas e a casa deles luxuosas, mas mesmo assim, durante anos, eles viam aquilo e não fazia diferença, eles estavam indiferentes para as coisas de Deus. Se tem ta bom, se não tem tá bom também.

Quantos de nós não estão indiferentes às coisas de Deus? Se tem culto ta bom, se não tem, tá bom também, não faz muita diferença. Se tirar uma das programações, até melhor. Seja sincero, essa igreja faz diferença na sua vida?

Mas será que eu não esqueci de nada? Quem era o profeta Ageu? O texto começa com: no segundo ano do rei Dario…., poderíamos dizer em 29 de Agosto do segundo ano do Rei Dario (O rei Dario era dos Persas, o povo que dominou a Babilônia e deixou Judá voltar para a sua terra). Então nessa data, 16 anos depois do povo iniciar a reconstrução do templo, Deus levanta um homem de Deus, que trazia uma mensagem de Deus para o povo (VEIO A PALAVRA DO SENHOR, POR INTERMÉDIO DO SEU PROFETA). Senhor em caixa alta, pois é o DEUS PACTUAL. Essa palavra, pelo menos nesse primeiro momento, ele está dirigindo-se primeiramente aos líderes. Zorobabel e Josué. Zorobabel era um descendentemente da família real e governador, líder político sobre o povo, muito provavelmente colocado nesta posição pelos Persas, e Josué, da linhagem de Arão, sacerdote. Deus chega para o líder político, e para o líder religioso e entrega essa mensagem. Olha o que esse povo diz: que não é tempo de reconstruir o templo, já se passaram 16 anos.

Vs. 3-4 - não priorizamos as coisas de Deus

Então há a segunda mensagem do profeta no livro.

Percebam novamente no texto que quem entrega a mensagem é o profeta, mas quem está verdadeiramente falando é o Deus pactual, e ele novamente chama de “este povo”. Ele questiona: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?

Casas apaineladas são casas luxuosas. É como se Deus estivesse dizendo: não é o momento de reconstruir a minha casa, mas é o momento de vocês habitarem em casas luxuosas? Não é o momento de vocês dedicarem-se para reconstruir o templo, mas é o momento de vocês deficarem-se para satisfazer seus luxos pessoais?

Há uma inversão, uma troca de prioridades, a qual eles estavam mostrando, não com palavras, mas com as suas vidas. Dedicação para suas coisas, mas para as de Deus os restos.

Aplicação: Aqui nós podemos pensar sobre várias coisas Deus nos da 6 dias para dormir, trabalhar, passear, assistir filmes, aproveitar com a família, mas só 1 dia, 1 dia apenas, que ele exige que você esteja aqui, quarta-feira é opcional, mas domingo não.

Apenas 1 dia ele pede que você o priorize de uma especial e exige que você esteja aqui, de manhã e de noite. Mas parece que muitos de vocês não tem priorizado o Senhor, e eu falo isso com amor. Da mesma maneira que o povo naquela época, trocou suas prioridades, muitos de vocês estão trocando as suas prioridades. Já teve domingo que eu cheguei aqui de manhã, ninguém. Cultos que às vezes há dois gatos pingados. E eu me pergunto: cadê esses irmãos, o que eles estam fazendo hoje? Nem sempre é, mas por muitas vezes é inversão de prioridades.

Há também uma aplicação para os pais, se você é pai, e para você, vir na igreja no domingo, não é uma prioridade, você está ensinando, sem palavras, para o seu filho que servir e adorar a Deus não deve ser uma prioridade para ele. Quantos pais, o filho nasce, e se passam quinze anos, daquele pai, vai um culto sim, outro não, EBD então, só em ocasiões especiais. Aí o filho chega aos 16, 18 anos e diz, olha pai, hoje eu não vou na igreja, vou em tal jogo, bah pai, hoje eu não quero ir, eu tenho que ir hoje mesmo? Meu filho não quer ir no culto, meu filho não gosta muito. Durante anos tu ensinou para ele que Deus não era uma prioridade, e agora você espera que ele entenda o contrário? Claro meus irmãos, cada caso é um caso, não quer dizer que por você priorizar ele vai querer, mas aí não foi sua culpa.

Meus irmãos todo domingo vocês pregam um sermão para os seus filhos. E esse sermão pode ser Deus é a coisa mais importante de nossas vidas. Mas você também pode pregar outro sermão para o seu filho: Deus é importante e a EBD é legal, mas dormir é mais. Deus é importante, mas os familiares são mais. Deus é importante, mas o jogo do meu time é mais.

Meus irmãos que possamos priorizar o Senhor. Porque quando nós não fazemos, olha o que texto nos diz.

Vs. 5-11 - Deus traz disciplina ao seu povo

O que acontece? Deus traz disciplina. Biblicamente falando, Deus traz maldição.

Deus diz que eles considerassem o passado, por duas vezes, Por que Deus diz isso por duas vezes? Ele está chamando o povo ao arrependimento, considerem o que vocês tem feito desde que voltaram da babilônia, considerem o coração de vocês.

Deus está trazendo destruição, miséria, eles não estão colhendo, bebendo, se vestindo, porque o Senhor está amaldiçoando. Isso nos chamamos de maldições do pacto.

A seguir o SENHOR chama o povo ao arrependimento prático (v.8), por meio de uma atitude prática, quando ele diz: vão! trabalhem! Reedifiquem a casa. Deus convoca a um arrependimento que irá se expressar por meio de atitudes.

Então Deus termina dizendo que ele trouxe todos aqueles males por causa da atitude do povo, Deus trouxe maldição.

Lá em Deuteronômio, texto que nós lemos, Deus diz que quando o povo obedece as bênçãos do pacto são derramas, mas quando o povo desobedece, as maldições do pacto vem sobre o povo.

Um dos efeitos de estar sob maldição é ficar confuso, e consequentemente, deixar de compreender o que está acontecendo. Parece que era isso que estava acontecendo, a maldição estava vindo, e o povo não entendia o que estava acontecendo,

Aplicação: Sejamos sinceros, nós não acreditamos nesse negócio de disciplina de Deus, maldição de Deus. Mas saiba que, as lutas que você tem enfrentado, as doenças, crises podem ser maldição de Deus por você não estar priorizando ele, por você estar indiferente a ele. Não é que toda crise e luta é isso, mas pode ser também isso.

Você já pensou sobre isso? Suas enfermidades, suas crises, seus problemas financeiros, é o SENHOR trazendo as maldições do pacto, pois você tem deixado ele de lado.

Mas que possamos lembrar que a maior de todas essas maldições, que é o inferno, Cristo já nos libertou, essa maldição não tem mais poder sobre nós, porque Cristo se fez maldição em nosso lugar, e se você crer nele, se você se arrepender, ele vai lhe ajudar através do seu Espírito a ser perseverante, a priorizá-lo. Corra para Cristo, corra para Cristo.

Que Deus nos ajude.