Quem é você no corpo de Cristo? - Cl 4.7-18

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Introdução

O apóstolo Paulo não fez uma carreira solo; ele trabalhou em equipe.
Paulo tinha muitos colaboradores.
Sua equipe era composto de homens e mulheres que trabalharam com zelo e dedicação para que o ministério de Paulo e o reino de Deus alcançasse seus propósitos.
Mesmo em prisão Paulo elenca um rol de pessoas que estiveram com ele e outros que, mesmo a distância, contribuíram para o seu apostolado.
Ele fala de três judeus, Aristarco, Marcos e Jesus Justo, e de três gentios, Epafras, Lucas e Demas.
Vamos agora analisar mais detalhadamente alguns traços da biografia desses colaboradores de Paulo.

Tíquico, o cristão que serviu outros (4.7,8).

Tíquico foi um dos portadores da carta de Paulo aos efésios (Ef 6.21) e aos colossenses (Cl 4.7-8)
Por certo Tíquico e Onésimo levaram também a carta de Paulo a Filemom.
Ele deveria informar à igreja a situação de Paulo na prisão, trazer informações dos irmãos para Paulo e também fortalecer aqueles cristãos na fé.
Posteriormente, Paulo enviou Tíquico a Creta (Tt 3.12) e, em seguida, a Éfeso (2Tm 4.12).
Paulo fala de algumas características desse homem.
a. Ele era um homem amável (4.7).
Paulo o chama de “irmão amado”.
Ele tornava a vida das pessoas melhor. Tinha a disposição de abençoar. Era um aliviador de tensões.
As pessoas viviam melhor pelo fato de relacionar-se com ele.
b. Ele era um homem prestativo (4.7).
Ele era um “fiel ministro”, um diácono, um servidor íntegro. Tíquico ministrou a Paulo e em lugar de Paulo.
Sua bandeira era servir, e não ser servido. Sua disposição era ajudar os outros, e não ser servido pelos outros.
c. Ele era um homem que trabalhava em equipe (4.7).
Tíquico não era apenas um servo, mas um “conservo no Senhor”. Servia não apenas a Cristo, mas também aos irmãos.
Tinha a capacidade de servir com outros servos e a outros servos.
Warren Wiersbe diz que Tíquico não escolheu o caminho fácil, mas o caminho certo. É bom ter gente de Deus do nosso lado, como Tíquico, quando as coisas ficam difíceis.
d. Ele era um consolador (4.8).
Paulo escreve:
Colossenses 4.8 NAA
Eu o estou enviando com o expresso propósito de lhes dar conhecimento da nossa situação e de alentar o coração de vocês.
Tíquico tinha a capacidade de alentar e consolar as pessoas. Era um encorajador.
Suas palavras eram bálsamo. Suas ações terapêuticas. A língua de Tíquico era medicina. Suas palavras traziam cura!

Onésimo, o cristão que, mesmo sendo escravo, se tornou livre (4.9).

Colossenses 4.9 NAA
Com ele estou enviando Onésimo, o fiel e amado irmão, que é da igreja de vocês. Eles contarão a vocês tudo o que está acontecendo aqui.
Onésimo era um escravo de Filemom na cidade de Colossos. Antes de sua conversão, havia fugido da casa do seu senhor e ido parar em Roma.
Um escravo era considerado propriedade do seu senhor. Não era visto como uma pessoa, mas como um instrumento de trabalho.
Onésimo foi em busca de liberdade, mas acabou capturado pelo Senhor Jesus.
Por providência divina, Onésimo parou na prisão onde está Paulo e ali o veterano apóstolo o gerou entre algemas, ganhando-o para Cristo (Fm 10).
Sua vida mudou. Mesmo sendo escravo, conheceu a verdadeira liberdade.
Agora, Paulo o devolvia ao seu senhor, não como escravo, mas como irmão amado. O nome Onésimo significa “útil”.
Paulo roga que Filemom o receba como alguém que lhe seria útil, como um filho.
Onésimo corrigiu seu passado e se tornou colaborador do apóstolo Paulo e portador de boas notícias.
Deixou de ser um escravo rebelde e fugitivo para ser um fiel e amado irmão.

Aristarco, o cristão amigo na tribulação (4.10).

Colossenses 4.10 NAA
Aristarco, que está preso comigo, manda saudações; e também Marcos, primo de Barnabé. A respeito dele vocês já receberam instruções; se ele for até aí, recebam-no bem.
Aristarco era de Tessalônica (At 20.4). Foi companheiro de prisão e de trabalho de Paulo (4.10).
Era companheiro de Paulo em suas viagens (At 19.29). Arriscou sua vida voluntariamente na conspiração contra Paulo em Éfeso (At 19.28–41). Acompanhou
Paulo na viagem de navio para Roma (At 27.2), o que significa que também passou pela tempestade e naufrágio que Lucas descreve de maneira tão vívida em Atos 27.
Ele estava ao lado de Paulo, não importava qual fosse a situação: na revolta em Éfeso, na tempestade para Roma e, agora, na prisão em Roma.
Ele era daquile tipo de amigo que não foge quando as coisas ficam difíceis.

Marcos, o cristão que resgatou sua reputação (4.10).

Colossenses 4.10 NAA
Aristarco, que está preso comigo, manda saudações; e também Marcos, primo de Barnabé. A respeito dele vocês já receberam instruções; se ele for até aí, recebam-no bem.
João Marcos foi o escritor do segundo evangelho. Era judeu, originário de Jerusalém, onde sua mãe, Maria, havia aberto a casa para os cristãos (At 12.12).
Era primo de Barnabé e filho na fé de Pedro (1Pe 5.13).
Marcos foi uma espécie de auxiliar de Barnabé e Paulo na segunda viagem missionária (At 13.5), mas, quando surgiram dificuldades, abandonou os dois evangelistas no meio do caminho e voltou para casa (At 13.5–13).
Paulo se recusou a viajar com ele na segunda viagem missionária (At 13.36–41), mas Barnabé investiu em sua vida (At 15.37–40).
Agora, preso em Roma, Paulo reconhece que Marcos lhe é útil (2Tm 4.11).
A vida de Marcos nos ensina que uma pessoa pode superar os seus fracassos. Seu exemplo encoraja aqueles que fracassaram em suas primeiras tentativas.
Marcos é um exemplo de alguém que superou suas fraquezas e resgatou sua reputação.
Warren Wiersbe diz corretamente que João Marcos é um incentivo a todos os que falharam na primeira tentativa de servir a Deus.

Jesus Justo, o cristão que é bálsamo na vida dos outros (4.11).

Colossenses 4.11 NAA
Também Jesus, conhecido por Justo, manda saudações. Estes são os únicos da circuncisão que cooperam pessoalmente comigo pelo Reino de Deus. Eles têm sido o meu consolo.
Jesus, chamado Justo, foi um cristão que deixou as fileiras do judaísmo para abraçar o cristianismo.
Ele não apenas se tornou um cristão, mas também veio a ser um dos colaboradores da obra missionária.
Nada sabemos sobre esse cristão além deste texto. Ele é símbolo de uma multidão de cristãos fiéis que servem a Deus no anonimato.
Porém, duas coisas sabemos a seu respeito:
a. Ele foi um cooperador de Paulo (4.11).
Ele não mediu as conseqüências nem regateou esforços para cooperar pessoalmente com Paulo.
b. Ele foi um aliviador de tensões (4.11).
Jesus, chamado Justo, era um amigo consolador, uma bálsamo de Deus na vida do apóstolo Paulo.
Era o tipo de homem que tornava a vida das pessoas mais amena nas horas da dor. Jesus Justo representa os cristãos fiéis que servem ao Senhor, mas cujas obras não são anunciadas pelo mundo afora.
Todavia, o Senhor tem um registro preciso da vida desse homem e o recompensará apropriadamente.

Epafras, o cristão que orava e agia (4.12,13).

Vejamos o relato de Paulo a seu respeito:
Colossenses 4.12–13 NAA
Epafras, que é da igreja de vocês, manda saudações. Ele é um servo de Cristo Jesus que está sempre lutando por vocês em oração, para que vocês se conservem maduros e plenamente convictos em toda a vontade de Deus. E posso testemunhar a respeito de Epafras de que muito se empenha por vocês, pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis.
Epafras foi o fundador da igreja de Colossos (1.7,8), bem como das igrejas de Laodicéia e Hierápolis (4.13).
Ele viajou para Roma para estar com Paulo, mas não cessava de orar pela igreja.
Dos colaboradores de Paulo mencionados nesta lista, é o único elogiado por seu ministério de oração.
Quais eram as marcas de sua oração?
a. Ele orou constantemente (4.12).
Epafras não pôde ministrar à igreja, mas pôde orar pela igreja e o fez sem cessar. Muitos começam a orar, mas não permanecem.
b. Ele orou intensamente (4.12).
A palavra usada “sempre lutando” é agonia. É a mesma palavra usada para descrever a oração de Jesus no Getsêmani.
Essa palavra grega era usada para descrever atletas empenhando-se ao máximo em sua modalidade.
c. Ele orou especificamente (4.12).
Seu propósito era que as igrejas (Colossos, Laodicéia e Hierápolis) fossem maduras espiritualmente, conhecendo e vivendo dentro da vontade de Deus.
d. Ele orou sacrificialmente (4.13).
Epafras muito se preocupava com as igrejas. Havia um fardo em seu coração e ele levava essa causa diante de Deus em oração.

Lucas, o cristão que cuidava do corpo e da alma (4.14a).

Colossenses 4.14 NAA
Lucas, o médico amado, e também Demas mandam saudações.
Lucas era gentio, médico, historiador e missionário. Possivelmente, foi o único escritor da Bíblia não judeu.
Ele escreveu o evangelho de Lucas e o livro de Atos dos apóstolos.
Uniu-se a Paulo em suas viagens missionárias em Trôade (At 16.10).
Viajou com Paulo tanto para Jerusalém (At 20.5–16) como para Roma (At 27.1–8).
Lucas permaneceu com Paulo até o fim (2Tm 4.11). Lucas, além de médico amado, era também um conforto para o apóstolo Paulo.
Possivelmente Lucas acompanhou o apóstolo Paulo como seu médico pessoal, uma vez que Paulo tinha um espinho na carne que muito o atormentava.
Mesmo sendo um homem usado por Deus para curar muitos enfermos,
Paulo mantinha um estreito contato com Lucas, a quem chamava de “médico amado”.

Demas, o cristão que se desviou (4.14b).

Colossenses 4.14 NAA
Lucas, o médico amado, e também Demas mandam saudações.
O único nome dessa longa lista que não recebe nenhum elogio é Demas.
Ele é mencionado apenas três vezes nas cartas de Paulo, e essas referências falam de uma triste história:
1) Ele é chamado de “meu cooperador” e associado a três homens de Deus: Marcos, Aristarco e Lucas (Fm 24);
2) Ele é simplesmente chamado de Demas, sem nenhuma palavra de identificação, elogio ou recomendação. É simplesmente Demas e nada mais (4.14b);
3) Ele se transforma num desertor espiritual: “Porque Demas tendo amado o presente século me abandonou” (2Tm 4.10).
William Barclay diz que seguramente temos aqui os débeis traços de um processo de degeneração, perda de entusiasmo e naufrágio da fé.
Estamos diante de um dos homens que perdeu a maior oportunidade da sua vida.
João Marcos abandonou Paulo na primeira viagem missionária, mas mudou de conduta e tornou-se uma bênção novamente para Paulo e para o reino de Deus.
Mas Demas amou o mundo e se perdeu.
Na verdade, Demas não era um homem convertido. Ele saiu do meio do povo de Deus, porque na verdade não pertencia a esse povo (1Jo 2.19).

Ninfa, a crente que abriu as portas da sua casa para a igreja (4.15,16).

Colossenses 4.15–16 NAA
Saúdem os irmãos de Laodiceia, bem como Ninfa e a igreja que se reúne na casa dela. E, depois que esta carta tiver sido lida entre vocês, façam com que seja lida também na igreja dos laodicenses. E vocês, leiam também a carta que vier de Laodiceia.
Ninfa não apenas abriu o coração para Jesus, mas também sua casa para a igreja.
Havia uma igreja que se reunia em sua casa. Ele colocou o seu lar a serviço do Reino de Deus.
Essa atitude era vital para a expansão do evangelho e o estabelecimento das igrejas, uma vez que os templos cristãos só começaram a ser construídos no terceiro século depois de Cristo.
Existia a igreja que se reunia na casa de Áqüila e Priscila em Roma e em Éfeso (Rm 16.5; 1Co 16.19); existia a igreja que se reunia na casa de Filemom (Fm 2).
Na Igreja primitiva, igreja e casa eram uma mesma coisa. Ainda hoje, cada lar deveria ser também uma igreja de Jesus Cristo, onde Jesus é adorado, lido nas escrituras e obedecido no viver.
Paulo recomenda a leitura desta carta à igreja de Laodicéia e que sua carta à igreja de Laodicéia fosse lida à igreja de Colossos:
Colossenses 4.16 NAA
E, depois que esta carta tiver sido lida entre vocês, façam com que seja lida também na igreja dos laodicenses. E vocês, leiam também a carta que vier de Laodiceia.
Paulo tenta fomentar unidade e comunhão das igrejas por meio do intercâmbio das epístolas dirigidas às igrejas.
É importante a cooperação entre igrejas, para que o Evangelho avance nas cidades, precisamos desejar o crescimento do Evangelho, mais que o crescimento de nossa denominação.

Arquipo, o cristão que precisava de encorajamento (4.17).

Colossenses 4.17 NAA
E digam a Arquipo: “Atente para o ministério que você recebeu no Senhor, cumprindo bem a sua tarefa.”
Paulo envia um conselho ao jovem Arquipo, possivelmente filho de Filemom e Ápia e pastor da igreja de Colossos.
O ministério é recebido de Deus e feito pelo poder de Deus.
Paulo lembra Arquipo que seu ministério era uma dádiva de Deus e que ele era um despenseiro de Deus; como tal, um dia teria de prestar contas de seu trabalho.
O termo “cumprindo” dá a idéia de que Deus tem propósitos claros a serem realizados por Seus servos.
Sua obra em nós e por meio de nós completa as boas obras que Ele preparou para nós (Ef 2.10).
A glória e a felicidade do pastor residem no cumprimento do seu ministério, e deve ser assim com cada discípulo de Jesus.
Até aqui Paulo ditou a carta.
Agora ele assina de próprio punho com uma saudação e uma súplica.
Colossenses 4.18 NAA
A saudação é de próprio punho: Paulo. Lembrem-se das minhas algemas. A graça esteja com vocês.
Graça é o favor imerecido do Senhor, é a suma da mensagem do evangelho.
É a oração final de Paulo pelos cristãos colossenses.
Paulo está preso a Cristo como também preso por Roma.
Por que Paulo roga à igreja que eles se lembrem de suas algemas?
Porque suas algemas eram a evidência do seu amor a Cristo e aos perdidos.
Silas Alves Falcão relata o testemunho de um jovem japonês que lança luz ao tema em apreço e com o qual encerramos esta exposição:
Um jovem japonês estava contemplando o sagrado monte Fuji-Yama, numa atitude de adoração fervorosa. Um viajante cristão que o observava, delicadamente, lhe perguntou por que se sentia desse modo emocionado, olhando para aquele monte. O jovem, então, lhe explicou que o monte era o símbolo do imperador, a quem amam mais do que a própria vida. Narrou para o cristão a história de alguns soldados na guerra que enfrentaram uma cerca de fios elétricos, que impedia a aproximação dos japoneses aos inimigos. O general chamou voluntários, e foi logo dizendo: “Esta chamada é a da morte. Cada homem irá sozinho, aproximando-se da cerca, às escondidas, e cortando um dos fios. A corrente elétrica o matará. A tarefa exige muitos homens, porém, quando este trabalho mortífero for terminado, o exército inteiro marchará sobre os vossos corpos para vencer o inimigo e assegurar a vitória para o vosso imperador”. Concluindo a narrativa com um sorriso, o japonês disse: “E cada homem ao alcance da voz do general se oferece para essa tarefa sacrificial. Foi até difícil saber a quem escolher, tão ansiosos estavam para provar que amavam o seu imperador mais do que a próprias vidas. Se vós crentes amásseis o vosso Cristo como nós amamos o nosso imperador, conquistaríeis o mundo inteiro para ele, embora esse empreendimento custasse o preço de morte.
Paulo foi um dos soldados que deu sua vida para conquistar o mundo para Cristo. Você também está disposto a fazer o mesmo?
Quem é você no corpo de Cristo?
Quais são as marcas que você deixará na vida das pessoas enquanto coopera no reino de Deus?
O cristão que serve os outros;
O que usa sua liberdade para servir;
O amigo na hora da tribulação;
O que resgatou sua reputação servindo ao evangelho;
O que é bálsamo para os outros;
O que ora e age par ao bem da igreja;
O que cuida do corpo e da alma;
O fujão;
O que abre o coração e a casa para plantação de igreja;
Aquele que precisa de consolo e continua firme;
SDG
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