UMA REFORMA INDIVIDUAL E COLETIVA REI JOSIAS

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UMA NOVA ALIANÇA

INTRODUÇÃO
Josias foi o único rei sobre o qual o cronista acrescenta que não se desviou nem para a direita nem para a esquerda (34.2). Esta descrição é uma maneira tradicional de descrever a fidelidade à lei de Deus.
No oitavo ano de reinado, Josias já estava tomando medidas positivas com relação a reforma; ele começou a buscar o Deus de Davi, seu pai (34.3a). “Buscar” ao Senhor é uma das maneiras típicas de o cronista descrever uma atitude de humildade e devoção a Deus
ALGUNS PONTOS SÃO IMPORTANTES PARA ENTENDERMOS O ANDAMENTO DA HISTÓRIA DO REI JOSIAS:
1 - A fidelidade de Josias nas reformas (34.3b–35.19)
O cronista primeiro relata as reformas positivas que ocorreram sob a direção de Josias. Aqui, o texto realça a qualidade abrangente e duradoura dessas mudanças.
V3 No oitavo ano de seu reinado, sendo ainda moço, Josias começou a buscar o Deus de Davi, seu pai. E, no décimo segundo ano, começou a purificar Judá e Jerusalém dos lugares altos, dos postes da deusa Aserá e das imagens de escultura e de fundição.
Primeiro, Josias eliminou os altos em Judá com seus vários postes-ídolos… imagens de escultura e fundição… os altares dos baalins… os altares do incenso (34.3b–4). Da mesma forma como outros reis antes dele, Josias destruiu os locais de culto sincretista em Judá
Segundo, o rei queimou os ossos dos sacerdotes sobre seus altares (34.5).
Josias executou os falsos sacerdotes conforme o exemplo de Jeú (2Rs 10.11) e Joiada (23.17 // 2Rs 11.18). Os sacerdotes apóstatas dos dias de Josias receberam severo castigo por desviarem o povo de Judá (Dt 13.1–5).
Numa linguagem que faz alusão a Ezequias enviando os correios por todo o norte (ver 30.10), as reformas de Josias alcançaram as cidades de Manassés, de Efraim e de Simeão até Naftali (34.6). Seus empenhos se fizeram sentir em toda a terra de Israel (34.7) ao ponto que contribuições de todas essas tribos foram trazidas ao templo (34.9).
AÇÕES LEVAM A DESAFIOS
As ações de Josias desafiaram os leitores pós-exílicos do cronista pelo menos de duas maneiras.
A Eles deveriam reconhecer a necessidade que tinham de reformar as práticas religiosas em Jerusalém. Quaisquer que fossem as práticas religiosas sincretistas que haviam se intrometido em sua comunidade, elas deviam ser erradicadas (ver Ed 9.1–15; Ne 13.23–30).
B Todavia, o exemplo de Josias mostra que as reformas religiosas não deviam limitar-se unicamente à região sul. Elas deviam olhar na direção do norte em seus dias, da mesma forma que Josias o fizera em seu tempo.
TRELIÇA E VIDEIRA NA REFORMA
Tendo estabelecido as reformas gerais em toda a terra em seu duodécimo ano, Josias começou os reparos maiores do templo. Este empenho levou as reformas do rei a novas dimensões.
V8 No décimo oitavo ano do seu reinado, havendo já purificado a terra e o templo, Josias ordenou que Safã, filho de Azalias, Maaseias, governador da cidade, e Joá, filho de Joacaz, cronista, reparassem a Casa do SENHOR, seu Deus.
2 - Recursos financeiros designados para as reformas do templo (34.9)
A primeira tarefa dos representantes de Josias era autorizar Hilquias, o sumo sacerdote, a utilizar o dinheiro para as reformas do templo.
O cronista realça o papel dos levitas nessas transações. Ele acrescenta a 2Reis 22.4 que este dinheiro fora coletado pelos levitas. Ele descreve esses levitas como guardas da porta. Assim o texto focaliza os fundos coletados nos portões do templo (ver 2Rs 22.4), mas outros proventos poderiam ser coletados pelos levitas que viajavam fora de Jerusalém. Ambos os métodos foram usados para reunir fundos nos dias de Josias (ver 24.5,6,8–9).
O cronista também enfatiza a ampla base de apoio aos esforços de Josias. 2Reis 22.4 simplesmente relata que o dinheiro veio “do povo”. O cronista expande esta sentença para incluir Manassés, de Efraim e de todo o resto de Israel, como também de todo o Judá e Benjamim e dos habitantes de Jerusalém (34.9). Anteriormente, ele observara que as reformas de Josias se estenderam para muito além das fronteiras de Jerusalém (34.6–7); agora, o apoio financeiro para as restaurações do templo veio de todas essas tribos.
3 - Término das reformas do templo (34.12a)
O cronista acrescenta um novo final ao episódio. Ele simplesmente afirma que os homens procederam fielmente (34.12a). Não houve disputas para interromper o trabalho. O desejo de Josias de ver o templo restaurado foi cumprido pela total cooperação dos sacerdotes, levitas e trabalhadores.
4 - Josias renova a aliança (34.14–33)
Após descrever como Josias reparou o templo, o cronista orienta seu foco para um evento mais importante que ocorreu durante as restaurações. Ele relata a descoberta do livro da lei do SENHOR (34.14) e a renovação da aliança que ocorreu em resposta ao Livro.
Esse material se divide em um padrão simétrico de três passos:
A simetria deste episódio é evidente. Ela começa com Josias reconhecendo os pecados de Judá ao ler o Livro (34.14–21).
E termina com Josias e a nação renovando seu compromisso com a justiça segundo o Livro (34.29–33).
O ponto alto da história diz respeito à profecia que Hulda deu ao rei (34.22–28).
Josias reconhece o pecado por meio do Livro (34.14–21)
O cronista começa esta porção de seu registro com Josias enfrentando a gravidade do pecado de Judá. Tal como ele descobriu, os pecados da nação eram grandes.
Os líderes de Josias descobrem o Livro (34.14–15)
Hilquias, o sacerdote, que estava encarregado de todas as obras de restauração do templo (ver 34.9), achou o Livro da Lei na casa do SENHOR (34.14).
Josias ouve a leitura do Livro (34.16–18)
Safã deu um relatório oficial a Josias, mas talvez não tenha entendido o significado da descoberta de Hilquias. Ele não menciona o livro até ter dado uma descrição geral do progresso dos trabalhos. Além do mais, quando introduz o assunto do livro, ele não usa as palavras de Hilquias, o Livro da Lei (34.15). Em vez disso, simplesmente se refere a ele como um livro, ou “algum livro”, como poderia ser traduzido (34.16). Apesar da indiferença de Safã, Josias se deu conta de que o livro tinha uma mensagem importante para seu reino.
Safã começa com um relato do trabalho em geral. A versão do cronista do relatório de Safã é muito semelhante ao de 2Reis 22.9–11. Uma exceção notável é a informação adicional de que tudo quanto se encomendou a teus servos, eles o fazem (34.16b). O cronista acrescenta estas palavras para apresentar os trabalhos da reforma como um modelo a seus leitores pós-exílicos. Os sacerdotes e levitas foram totalmente cooperativos com o programa real da reforma, da mesma forma que deveriam ser nos dias do cronista. Além deste relatório geral sobre o progresso dos trabalhos, Safã informou ao rei da descoberta de Hilquias. Ele disse: Hilquias me entregou um livro e ele leu nele diante do rei (34.18).
Josias reage à leitura do livro (34.19–21)
Depois de ouvir Safã ler, Josias reage (34.19–21). Num contexto onde reformas estavam indo bem, o texto surpreendentemente relata que, tendo o rei ouvido as palavras da lei, rasgou suas vestes (34.19).
Posteriormente, Hulda referiu a este ato como uma característica da contrição sincera de Josias (ver 34.27). Em todas as Escrituras, o arrependimento de todo o coração era expresso pelo ato de rasgar as vestes
Josias também ordena aos líderes de suas reformas: ide e consultai o SENHOR (34.21).
O cronista muda as palavras da ordem de Josias em 2Reis 22.13 para expressar seu ponto de vista sobre a condição de Judá e Israel naquele tempo. Josias ordena uma consulta por mim [pelo próprio Josias] e pelos restantes em Israel e [em] Judá (34.21).
Neste contexto, o termo restantes tinha conotações negativas e positivas. Por um lado, Josias se referia àqueles restantes em Israel e Judá como um remanescente porque as guerras em Israel e Judá, nos anos prévios, haviam dizimado muito a população (ver 2Rs 17.3–5; 2Cr 28.5b–8; 32.1; 33.11,24,25).
Por outro lado, o termo restantes tinha uma conotação positiva de potencial futuro. Desde o tempo de Ezequias, o remanescente do norte e do sul tinha sido reunido sob a liderança dos filhos de Davi. Aqueles que permaneceram eram a raiz da glória futura de Israel. Josias parece haver focalizado amplamente o sentido negativo desta terminologia (34.21b), mas seus esforços de reforma demonstram que a dimensão positiva não estava longe de seus pensamentos.
A IRA DE DEUS
Josias enfatiza a importância desta consulta ao reconhecer que o furor do SENHOR… se derramou sobre nós (34.21). Israel e Judá tinham experimentado juízos divinos de tempos em tempos. A razão para o furor divino era porquanto nossos pais não guardaram as palavras do SENHOR, para fazerem tudo quanto está escrito neste livro.
À medida que Safã lia as advertências de Deuteronômio para Josias, o rei de Israel ia se dando conta de que ambos, o norte e o sul, estavam sofrendo os resultados de séria infidelidade. Esta compreensão levou Josias a ponderar sobre o que iria acontecer, a ele e a seu reino. Por esta razão, ele envia seus homens a buscarem instrução profética.
A decisão de Josias em consultar um profeta aponta para uma das funções básicas dos profetas em Israel. O rei já sabia, por haver lido no livro, que ele e a nação mereciam maldições divinas.
Contudo, esse reconhecimento geral não o ajudou a entender como essas maldições iriam aplicar-se em sua situação específica.
Para obter esse tipo de entendimento, ele precisava de um oráculo profético. Neste aspecto, vemos uma das funções centrais dos profetas. Eles mediavam os princípios gerais das bênçãos e maldições das Escrituras, bem como as situações históricas específicas explicando como Deus aplicaria suas sanções pactuais
Josias recebe a profecia sobre o Livro (34.22–28)
A narrativa continua com um episódio descrevendo a profecia de Hulda em resposta à consulta de Josias.
Os homens de Josias recebem a profecia (34.23–28a)
Hulda respondeu aos representantes de Josias com dois oráculos em 34.23–25 e 34.26–28.
O primeiro seguiu a forma de um oráculo de juízo (34.23–25);
O segundo se resume a um oráculo de livramento ou salvação (34.26–28).
A profetisa primeiro instruiu os representantes de Josias: dizei ao homem que vos enviou a mim suas palavras de juízo (34.23). Ela então anunciou que a mensagem era do Senhor, “Assim diz o SENHOR” (34.24a).
A profetisa disse: me deixaram (a Deus) (34.25a). “Deixar” significa tornar-se desleal ao Senhor e buscar ajuda na força humana ou em outros deuses. Abandono/esquecimento). Aqui a profetisa especifica que queimaram (a nação) incenso a outros deuses.
A profetisa então passa a uma segunda sentença. Devido à idolatria da nação, meu (de Deus) furor está derramado sobre este lugar e não se apagará (34.25a). Em outras palavras, Jerusalém seria totalmente destruída.
Apesar de predição tão terrível do juízo eventual contra Jerusalém, Hulda oferece algum alívio a Josias em seu segundo oráculo (34.26–28). Esta mensagem segue o padrão de um oráculo de salvação ou livramento (34.26–28a). Ela começa com uma instrução introdutória (34.26a) e uma fórmula de mensageiro (34.26b) que foram seguidas de uma justificativa e afirmação de esperança (34.27), bem como de uma elaboração (34.28).
A segunda mensagem de Hulda a Josias foi mais positiva do que a primeira. A razão para esta mudança fica bem clara. Hulda reconhece o favor de Deus: “Porquanto teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus… te humilhaste… rasgaste tuas vestes, e choraste perante mim (34.27).
A profetisa começa com o coração do rei, um tema que era muito importante para o cronista. A profunda convicção de Josias levou à humildade, um tema que a adição do cronista repete duas vezes aqui
Essas ações demonstram a sinceridade do arrependimento de Josias e pesar pelos pecados da nação. Por causa de sua sinceridade, Deus declarou: “eu te ouvi” (34.27). Em outras palavras, Deus anuncia seu intento de responder favorável à contrição de Josias.
A declaração inicial da benevolência divina para com Josias foi seguida de uma elaboração da bênção que Josias receberia (34.28a). Primeiro, Deus disse ao rei serás recolhido em paz (34.28a).
Josias iria morrer em paz no sentido em que teus olhos (de Josias) não verão todo o mal… sobre este lugar e sobre seus moradores (34.28a). Em outras palavras, Josias não experimentaria a queda de Jerusalém.
Os líderes de Josias retornam da casa de Hulda (34.28b)
Josias renova a aliança de acordo com o Livro (34.29–33)
Tão logo os homens de Josias trouxeram as palavras de Hulda a Josias, o rei determina renovar a aliança com o Senhor.
A renovação da aliança por Josias segue o padrão estabelecido em Êxodo 24.3–7.
Ali o povo se reuniu (vs.3–7),
O Livro da Aliança foi lido (v.7)
E o povo se comprometeu, em uníssono, a obedecer à lei de Deus (v.7b).
Josias reúne Judá para a renovação da aliança (34.29–30a)
O primeiro passo para a renovação da aliança de Josias foi reunir todos os anciãos de Judá e de Jerusalém (34.29) e subiram à casa do SENHOR (34.30). O texto enfatiza que este não foi um pequeno bando de seguidores. Juntamente com os anciãos estavam todos os homens de Judá, todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os levitas e todo o povo (cf. “os profetas” [2Rs 23.2])
Simplesmente expresso, todo o povo se reuniu, desde o menor até o maior (34.30). A humilde resposta de Josias ao livro motivou grandes multidões de gente a reunir-se a ele na casa do SENHOR (34.30).
Josias lê o Livro (34.30b)
A cerimônia da renovação da aliança em si primeiramente exigiu que o livro da lei fosse lido. Josias leu diante deles todas as palavras do livro da aliança. O texto deixa claro que esta terminologia se refere ao livro que fora encontrado na casa do SENHOR.
Josias e Judá renovam a aliança (34.31–33)
Em seguida à leitura do livro, Josias fez aliança ante o SENHOR (34.31). O texto fala da natureza desta renovação pactual com detalhes. Primeiro, ele fala do compromisso de Josias em seguir, guardar seus mandamentos. O rei se compromete novamente a obedecer integralmente à lei mosaica. Segundo, Josias fez este compromisso de todo o coração e de toda a alma.
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