A PACIÊNCIA DE DEUS

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Propósito: Compreender que todos nós temos o direito da escolha e o que fazemos com ela é o grande fator determinante de nossa vida.
Passagem principal: Então alguns mestres da Lei e alguns fariseus disseram a Jesus: - Mestre, queremos ver o senhor fazer um milagre. Jesus respondeu: - Como as pessoas hoje são más e sem fé! Vocês estão me pedindo um milagre, mas o milagre do profeta Jonas é o único sinal que lhes será dado. Porque assim como Jonas ficou três dias e três noites dentro de um grande peixe, assim também o Filho do Homem ficará três dias e três noites no fundo da terra. No dia do juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês, pois eles se arrependeram dos seus pecados quando ouviram a pregação de Jonas. Eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas. Mateus 12:38-41
INTRODUÇÃO
Talvez você já tenha pensado ou falado para alguém algum dia a seguinte frase: "Olha, paciência tem limite". Essa frase normalmente é dita quando estamos no limite de alguma situação e depois de sucessivos erros cometidos contra você, você se volta contra essa pessoa e solta essa: "Olha! Paciência tem limite".
Normalmente isso ocorre com todo mundo, isso ocorre com a dona de casa que acaba de arrumar a residência e daqui a pouco entra a gurizada fazendo aquela bagunça em casa, aí ela olha e já declara com as havaianas nas mãos: "Olha, paciência tem limite!". Ocorre no trabalho, na relação entre amigos, na relação amorosa entre namorados, noivos e também entre os casados.
Algumas vezes somos testados nas ruas, em uma fila de banco, no trânsito. Ou seja, o nosso limite é testado em todos os lugares. É testado na igreja, em casa, ou seja, o nosso limite é testado o tempo todo. Mas a reflexão que trago nessa noite não tem que ver com a nossa relação com outras pessoas, mas o que veremos é algo muito mais importante, pois estamos falando do limite de Deus para comigo e para com você.
Me responda aí: A paciência de Deus com o ser humano tem limite? Você acha que a paciência divina contigo tem limite ou não? Nós sabemos que a paciência humana tem, mas e a paciência de Deus? O tempo todo perdemos a paciência uns com os outros, mas e Deus, será que perde conosco também? A paciência de Deus tem limite?
Parte I - AMOR DIVINO E PACIÊNCIA DE DEUS
O problema é que constantemente confundimos a paciência divina com o amor de Deus. É claro que amor e paciência estão interligados, mas amor e paciência são coisas extremamente diferentes. Amor de Deus é uma coisa e paciência divina é outra.
Veja bem, o amor de Deus para com você não depende de nossas atitudes, Deus nos ama independente de qualquer situação. Deus ama você, mesmo você o amando ou não, o amor de Deus é incondicional. Deus vai te amar se você vai ou não a igreja, Ele te ama se você vai a balada, porém se você não frequenta baladas, Ele te ama mesmo assim. Se você não bebe, Ele te ama, mas se você bebe, Ele te ama também. Deus te ama se você usa drogas, mas se você não usa, Ele também te ama. Deus ama você se você é heterossexual, mas Deus também te ama se você é homossexual. Deus te ama se você é justo nos seus negócios, mas Deus também te ama se você não é honesto em seu trabalho. Entenda, o amor de Deus não tem nada haver com aquilo que faço ou deixo de fazer, o amor de Deus por nós é incondicional e graças a Deus por isso. Pois, é esse amor incondicional de Deus que nos dá a possibilidade de mudar nossas atitudes, de termos a nossa vida transformada. Ou seja, nada que você faça de certo ou errado fará Deus te amar mais ou menos. Porém a paciência de Deus não é assim.
A paciência de Deus está diretamente ligada a aquilo que faço ou deixo de fazer e quando Cristo cita Nínive nessa passagem de Mateus, Ele está dando um exemplo espetacular que nos mostra a diferença de amor de Deus e paciência divina.
Parte II - NÍNIVE
A primeira coisa que você precisa entender é porque Jesus citou Nínive. Nínive ficava no que atualmente é conhecida como Monsul, no Iraque. A cidade de Monsul é um verdadeiro paraíso para os arqueólogos, pois ali se encontra ou se encontrava um dos maiores e mais ricos sítios arqueológicos do Oriente Médio. Após a guerra, muito se perdeu infelizmente, riquezas arqueológicas foram saqueadas, contudo podemos ainda encontrar pequenos ou grandes fragmentos da história de uma grande civilização que passou por ali.
Lá encontramos ruínas de palácios, pois lá viveu a civilização Assíria, uma das mais avançadas para a sua época e que tinha como capital a cidade de Nínive.
Nínive era riquíssima e em seu apogeu no século VIII a. C. chegou a ter em torno de 150.000 a 200.000 habitantes, três vezes maior que a famosa Babilônia dos tempos bíblicos. Seus maiores reis foram Senaqueribe e Assurbanipal. E como eu disse, apesar de ser uma civilização avançada em comparação com outras civilizações naquele mesmo período, os assírios eram pessoas extremamente más e bárbaras, eram terríveis guerreiros e aterrorizavam seus inimigos com práticas de guerra nada convencionais.
A história conta que quando dominavam um povo inimigo, eles matavam todos que não serviam como escravos, os que sobreviviam em combate eram mutilados, ou seja, marcavam fisicamente essas pobres criaturas, amputando dedos, mãos, cortando orelhas ou narizes. Era muito comum como eu disse, os assírios matarem aqueles que haviam sobrevivido à batalha e que não prestavam para o serviço escravo. Eles carregavam seus corpos como verdadeiros troféus e levavam para Nínive, onde numa mistura de esterco, piche e restos mortais das pessoas assassinadas, era feita uma substância macabra que era jogada nas ruas de Nínive como se fossem nos nossos dias uma massa asfáltica para que seus moradores pudessem diariamente e literalmente pisar em seus inimigos.
Os assírios além de maus, eram idólatras e é por isso que quando Jonas recebe de Deus a ordem de ir para Nínive pregar o arrependimento aquele terrível povo, Jonas recusou imediatamente o mandato de Deus. Não era porque Jonas tivesse com medo, não era esse o motivo. Jonas, simplesmente achava inconcebível a possibilidade de enviar uma mensagem de arrependimento e salvação aquele povo. E o pior, Jonas pensava na possibilidade daquele povo cruel aceitar a mensagem e Deus então resolver salvá-los, para Jonas isso era inimaginável.
Esse fato que aconteceu com Jonas, ocorreu no século VIII a. C., nos tempos de Senaqueribe e um século depois, no ano de 612 a.C., no tempo de Assurbanipal, Nínive é completamente devastada e destruída pelo império medo-persa. Diz a história que ela foi arrasada ao pó, mataram todos os ninivitas, não deixaram nada de pé. E agora fica a pergunta, um século antes, Deus havia sido misericordioso com Nínive, Deus havia preservado a cidade e todo seu povo, mas um pouco mais de cem anos depois, encontramos a mesma cidade sendo destruída. Por quê?
O que será que mudou? Era a mesma cidade, o mesmo povo, o mesmo Deus e o que mudou para que houvesse preservação em um tempo e destruição em outra? Você sabe o que mudou? O que mudou foi o comportamento dos habitantes em relação a Deus. Entenda, o amor de Deus não muda, mas a paciência dEle muda, de acordo com as minhas atitudes diante do que Deus revela.
Deus não está só interessado naquilo que você pensa que está certo, mas Deus está interessado naquilo que você faz achando que está certo. Nada do que fazemos de errado, é justificado por simplesmente acharmos que podemos fazer e Deus não vai se importar. Muitos dizem assim: "Tudo bem, eu sei que está na Bíblia e que é errado tal coisa, mas Deus vai entender a minha sinceridade". Não querido, nenhum erro é transformado em acerto, só porque você fez algo com toda a sinceridade do mundo.
Sempre encontramos na Bíblia exemplos de que a paciência de Deus tem seu limite. Veja o que aconteceu no dilúvio, veja a destruição de Babel e quando Deus não permitiu que o povo judeu que havia saído do Egito entrasse na Canaã. É assim sempre, o amor de Deus é infinito, Deus não muda, mas a paciência de Deus tem um limite. Em Apocalipse encontramos esse momento em que vivemos, e lá diz que a taça que está na mão de Deus está quase cheia da sua cólera e quando chegar no limite, então virá o fim, então virá o juízo.
Parte III - JUÍZO FUTURISTA E JUÍZO IMEDIATISTA
Porém, quando se trata de juízo precisamos entender que há duas categorias de punição ou juízo divino. Há o juízo futurista e juízo imediatista. O que seria cada um deles?
A categoria do juízo futurista ocorrerá quando vier o dia do juízo final e o resultado dependerá exclusivamente da vida que você está levando agora e das escolhas que você faz hoje. Há pessoas que estão frequentando lugares que sabem que não deveriam estar, fazem coisas que sabem que não deveriam fazer, que não é da vontade de Deus e aí você diz: "Mas Marcelo, minha vida não está tão ruim assim, eu não estou sentindo o juízo de Deus sobre minha vida". Eu te digo que talvez você não sinta agora, mas o juízo vai chegar para todos quando Jesus voltar a esta terra. Tem gente que reclama para mim dizendo assim: "Marcelo os políticos roubam, fazem, acontecem e não acontece nada com eles". Entenda, pode não acontecer agora, mas o juízo vai chegar para eles e todos terão que responder diante de Deus.
Agora na categoria do juízo imediatista encontramos o juízo ocorrendo diante das escolhas erradas que fazemos e que nos trazem consequências. Como prova disso sabemos que há uma lei natural nesse mundo, é essa lei é a lei da causa e do efeito. Temos que entender, que quando deixamos de fazer a vontade de Deus e resolvemos fazer a nossa vontade, Deus retira a Sua proteção e cuidado e aí experimentamos as consequências naturais do afastamento e da bênção divina. "Pastor, tá tudo dando errado em minha vida, será que é coincidência?" Coincidência não é, é consequência do afastamento humano de Deus. Entenda, isso acontece não porque Deus nos odeia, Ele não nos odeia. Pelo contrário, a Bíblia diz que Ele corrige aqueles a quem Ele ama.
O que mudou da Nínive abençoada dos tempos de Jonas, para a Nínive arrasada? O que aconteceu foi um distanciamento gradual daquele povo de Deus. Entenda meu amigo, o afastamento de Deus não ocorre de uma hora para outra, mas acontece aos poucos. Ninguém vai a igreja um dia e no dia seguinte sai da igreja, isso acontece aos poucos, gradativamente. Um dia você estava na igreja, mas começou a fazer coisas que você sabe que não eram legais para um cristão e isso foi afastando gradativamente você e onde você se encontra agora?
A verdade é que vamos pecando, vamos abrindo brechas em nossa vida para pecarmos mais e mais e quando vemos o pecado já não nos afeta, já achamos que o que fazemos é normal. E aí fazemos coisas erradas na internet, fazemos o que não deveríamos, bebemos ou usamos o que não deveríamos usar. Entenda, você pode ter a maior de todas as justificativas para fazer aquilo que é errado, mas o amor de Deus não nos dá o direito de vivermos uma vida de pecado, nunca nos deu.
CONCLUSÃO
Porém, há uma esperança e essa esperança encontramos naquela passagem de Jesus quando ele falou sobre Nínive, sabe por quê? Porque Jesus falava ali do amor de Deus e não do juízo divino, Ele falava da misericórdia de Deus ao povo de Nínive nos tempos do profeta Jonas. Isso me diz algo muito importante sobre Deus, sabe o quê? Deus está mais preocupado com a nossa salvação, do que com a nossa perdição. Deus quer até o último momento nos salvar.
Jesus passou todo aquele dia pregando e salvando pessoas, muitas pessoas foram salvas pela palavra de Jesus e muitas vidas foram transformadas pelo milagre de Cristo. Mas, no final daquele dia chegaram os fariseus e doutores da lei e pediram a Jesus que fizesse um milagre. Aqueles homens viram durante o dia todo Jesus realizando o maior de todos os milagres, que é o de salvar pessoas e agora queriam um milagre que provasse que Ele era o Messias.
Jesus olha para eles e indaga: "Como vocês ainda estão pedindo um milagre, vocês não viram os milagres acontecendo? Vocês não entenderam que o maior de todos os milagres é o milagre da transformação". "Vocês estão esperando o quê? Que Deus envie um sinal para se converterem? Querem que o céu se abra e esteja escrito em uma nuvem que é para guardar o sábado, ou para que um anjo apareça a vocês dizendo o que ou o que não devem fazer? Isso não vai acontecer e sabe por quê? Porque tudo já está revelado na minha Palavra, não há mais nada a ser revelado, não há mais nenhuma necessidade de sinal".
Talvez haja alguém aqui, esperando que Deus lhe apareça para dizer que aquilo que você está fazendo é errado, eu quero que você me escute, pois isso que você quer que ocorra, não vai acontecer. Você acha que mesmo estando na Bíblia e afirmando que algo é errado, mas na sua ideia é um absurdo fazer tal coisa em pleno século XXI. Entenda, o que está revelado na Bíblia, não muda, mesmo que você não queira aceitar.
Nesse mesmo texto encontramos Jesus falando sobre o pecado contra o Espírito Santo e não foi à toa que isso aconteceu. Pois, o pecado contra o Espírito Santo acontece quando sistematicamente e deliberadamente pecamos contra Deus, ao ponto de não mais ouvirmos a Sua voz e a Sua vontade.
Jesus está aqui hoje e dizendo a você como disse aqueles fariseus, creiam em mim, creiam e sigam a minha Palavra, só ela basta. É como se ele dissesse a você que os ninivitas ouviram e aceitaram a Palavra de salvação de Deus por meio de Jonas e que essa Palavra também deve ser aceita hoje e é tudo o que precisamos ouvir para tomarmos a nossa decisão.
História do filho que abandonou o lar e fez más escolhas.
APELO
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