Sermão do Monte - Final

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Mateus .5. 9-12

Ao começarmos a considerar esta nova característica do indivíduo crente, uma vez mais sinto-me constrangido a sugerir que nada existe, em toda a dimensão das Escrituras, que nos teste, perscrute e humilhe de tal maneira como essas bem- aventuranças.
Conforme haviamos falado no ultimo sermão (sobre a ideia da montanha) há um outro fator que deixa claro essa conexão, paralelismo entre as bem-aventuranças, que antecedem e as que se seguem à declaração do sexto versículo – humildade de espírito e atitude misericordiosa podem ser concebidas como um par de virtudes; lamentação pelo pecado e coração limpo, por semelhante modo, podem ser vinculados entre si; e, exatamente da mesma maneira, a mansidão e a atitude de pacificação correspondem uma à outra.
Não temos capacidade de conviver uns com os outros. Existem dissoluções de famílias, discórdias nas instituições e guerras entre as nações. O homem não tem paz consigo mesmo, por isso o mundo ao seu redor está mergulhado no caos. A Primeira Guerra Mundial, e cerca de trinta milhões de pessoas foram mortos. Logo veio a Segunda Guerra Mundial, e sessenta milhões de pessoas pereceram.
O mundo é um barril de pólvora. (“O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7)
2 CO 5.19-21
A saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20 De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Restabelecer a Paz é parte do carácter gracioso de Deus. Aqueles que agora são membros de sua família partilharão da mesma imagem e semelhança em família.
Semelhante às bem aventuranças, esta tem sido mal-interpretada e muitoas vezes tirada de contexto.
Contudo o que é paz? Antes de definirmos positivamente o que é paz, vejamos o aspecto negativo, ou seja, o que não é paz.
Não é paz de cemitério. Algumas pessoas definem paz como ausência de conflito. Não existe conflito em um cemitério. Mas paz é muito mais do que a ausência de conflito. É a presença da justiça que produz relacionamentos verdadeiros. A paz não é apenas a suspensão da guerra; é a criação da justiça que reúne inimigos em amor.
Não é fuga do confronto. A paz na Bíblia nunca se esquiva dos problemas. Não é paz a qualquer preço. Apaziguamento não é paz. A paz tem um alto preço. Ela custou o sangue de Cristo. Dietrich Bonhoeffer criou o termo “graça barata”. Existe também uma espécie de paz barata. Proclamar paz onde não há paz, é obra de falso profeta. A paz supera e resolve o problema; não equivale a sublimar nem a enterrar o problema vivo. A paz constrói pontes em vez de cavar abismos. Sem confronto, teremos apenas um cessar-fogo, uma guerra fria, um tempo para recarregar as armas.
Não é sacrifício da verdade. Muitos hoje querem a paz e a união de todos, mas à custa da verdade. Nesse sentido, Jesus veio trazer não a paz, mas a espada (Mt 10.34). Não há unidade fora da verdade. A paz com todos e a santificação precisam andar juntas (Hb 12.14). Por essa razão, o ecumenismo é uma falácia. Não temos nenhuma ordem de Cristo para buscar a união sem pureza: pureza de doutrina e de conduta. Uma união barata produz uma evangelização barata. Esses são atalhos proibidos que transformam o evangelista num mercador fraudulento, degradam o evangelho e prejudicam a causa de Cristo. A Bíblia nos proíbe de sermos cúmplices com as obras infrutíferas das trevas (Ef 5.11).
Barclay - Em hebraico a paz nunca é um estado negativo; nunca significa somente a ausência de conflitos; em hebraico "paz" significa tudo aquilo que contribui ao bem-estar supremo do homem.
É a libertação do mal e a presença de todas as coisas boas. A paz é um estado de harmonia com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
O pacificador está em paz com Deus, anuncia o evangelho da paz, tem o ministério da reconciliação e é um embaixador de Deus, rogando aos homens que se reconciliem com ele (2Co 5.18–20). O pacificador é aquele que ama os seus inimigos, abençoa aqueles que o maldizem, ora por aqueles que o perseguem (Mt 5.45). Jesus ordena: Tende […] paz uns com os outros (Mc 9.50). Paulo diz: Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens (Rm 12.18).
Em Efésios 4.3, Paulo se vale de outra descrição vívida. No contexto de instar-nos a praticar a humildade, a paciência e a loganimidade, ele acrescenta: “Esforcando-vos diligentimente por preservar a unidade do Espíirto no vículo da paz” A paz é o vinculo - O laço - que ata todos nós. Por natureza e por instinto, jamais agiriamos como um só corpo. Apesar disso, a paz de Deus pode levar-nos assim proceder.
John Ower, o puritano, usa uma excelente ilustração: Imagina um homem recolhendo madeiras para sua lareira. Ele encontra uma boa quantidade de galhos, mas são de formatos e tamanhos variados - algusn são longos e finos, outros pequenos e grossos; alguns são retos mas outros tortos. Ele os junta e os amarra com uma corda e, em um feixe, facilmente os carrega para casa.
Da mesma forma a igreja. Que grupos variados somos nós! Como Cristo nos levará para casa? Ele nós ata com o viículo da paz! Corte-o e você terá cortado o laço que o próprio Cristo amarrou.
Com honestidade, você pode afirmar que tem buscado a Paz ou a boa convivencia?
A recompensa do pacificador é ser chamado filho de Deus. A língua grega usa huios para filhos, e não tekna, que significa crianças. Tekna nos fala sobre uma afeição terna. Huios nos fala sobre dignidade, honra e consideração. Amamos nossos filhos mais do que nossa casa, nosso carro, nossos bens. Nossos filhos são nossa maior herança. O pacificador é filho do Deus vivo. Esse título é mais honroso do que ser o mais exaltado príncipe da terra. A Bíblia diz que somos a menina dos olhos de Deus. A pupila é a parte mais sensível do corpo. É a parte mais frágil e delicada. Você a protege. Deus age da mesma forma com os seus filhos. Se você tocar em um de seus filhos, está colocando o dedo na menina dos olhos de Deus.
Mateus 5. 10-12 “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.”
RC Sproul - Certa vez, tive uma aluna com média 4,0, o que, na época, era a nota mais alta possível. Ela era brilhante, e sua média excedeu todas as outras. Quando isso aconteceu, reparei que os outros alunos não a parabenizaram. Pelo contrário, eles não gostaram e demonstraram uma tendência a desdenhá-la. No segundo semestre do último ano letivo, eu apliquei uma prova, e essa aluna foi reprovada. Eu achava que ela havia feito aquilo de propósito, e quando conversei a respeito, ela começou a chorar. A jovem admitiu que fizera aquilo porque todos os rapazes a consideravam inteligente demais e, por isso, não queriam namorá-la. Ela simulou um fracasso para ser aceita. Esta moça, a seu modo, sofreu por fazer o que era certo.
Mateus 5.10–12 RA
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
À primeira vista, esta bem-aventurança parece ser diferente de todas as demais, porquanto não se trata tanto de uma descrição positiva do crente, mas de um relato do que mui provavelmente será o resultado daquelas virtudes anteriormente mencionadas, bem como por causa daquilo que o crente é, conforme temos averiguado. Não obstante, em última análise esta bem-aventurança não é diferente das outras, pois continua sendo um relato e descrição do crente. O crente é perseguido por ser um determinado tipo de pessoa, e porque se comporta de certa maneira. A melhor maneira de se expressar a questão, assim sendo, seria dizer que todas as outras têm sido uma descrição direta, enquanto esta é indireta. É como se Jesus tivesse dito: “Isso é o que acontecerá com você, somente porque você é crente”.
Um ponto preliminar que nos interessa é que a promessa vinculada a essa bem-aventurança é a mesma promessa ligada à primeira das bem-aventuranças, “porque deles é o reino dos céus”. Então isso serve de prova adicional do fato que esta é a derradeira bem-aventurança. Começamos pelo reino dos céus e também terminamos pelo reino dos céus. Naturalmente, não é que as várias bênçãos vinculadas às outras bem-aventuranças também não pertençam àqueles que são herdeiros do reino dos céus, ou que os tais não receberão essas várias bênçãos. Todos os herdeiros da pátria celeste serão abençoados; mas nosso Senhor começou e terminou a Sua descrição com essa promessa particular, com o intuito de impressionar os Seus ouvintes de que o fator mais importante é o indivíduo ser membro do reino dos céus.
A nossa religião deve custar para nós as lágrimas do arrependimento e o sangue da perseguição, diz Thomas Watson. A cruz vem antes da coroa. O sofrimento precede a glória. Importa-nos entrar no reino por meio de muitas tribulações (At 14.22).
O cristão é atacado não apenas pela oposição e pela espada do mundo, mas também pela língua dos ímpios. A língua é como fogo e veneno. Ela mata. Ela é uma espada desembainhada (Sl 55.21). Você pode matar uma pessoa tirando-lhe a vida ou destruindo-lhe o nome. Três são as formas da perseguição pela língua, como vemos a seguir.
Injúria (Mt 5.11). A palavra oneididzo significa jogar algo na cara de alguém, maltratar com palavras vis, cruéis e escarnecedoras. Cristo foi acusado de ser beberrão e endemoninhado. Pesaram sobre os cristãos muitas coisas horrendas. Eles foram chamados de canibais, imorais, incendiários, rebeldes, ateus. Chamaram Paulo de tagarela, impostor e falso apóstolo.
Mentira (Mt 5.11). A arma do diabo é a mentira. A mentira é a negação, a ocultação e a alteração da verdade. Chamaram Jesus de beberrão, possesso e filho ilegítimo. O cristão é abençoado por Deus e amaldiçoado pelo mundo.Falar mal (Mt 5.11). Os cristãos são alvos da maledicência. É a inimizade da serpente contra a semente sagrada.
A língua é fogo e veneno. Ela tem uma capacidade avassaladora para destruir. É como uma fagulha numa floresta. Provoca destruição total. Ela é como veneno que mata rapidamente.
Quem são os perseguidos?
A perseguição no versículo 10 é generalizada: Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus, enquanto no versículo 11 é personalizada: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Ambos os versículos, porém, referem-se ao mesmo grupo. Quem são eles? São os mesmos descritos nos versículos 3–9: os humildes, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração e os pacificadores.
Os apóstolos de Cristo foram perseguidos de forma implacável. André, irmão de Pedro, foi amarrado na cruz para ter morte lenta. Pedro ficou preso nove meses e depois foi crucificado de cabeça para baixo. Paulo foi decapitado por ordem de Nero. Tiago foi passado ao fio da espada por ordem de Herodes Agripa I. Mateus, Bartolomeu e Tomé foram martirizados. João foi deportado para a ilha de Patmos. Os apóstolos eram considerados o lixo do mundo, a escória de todos.
John MacArthur diz que hoje estamos fabricando celebridades tão rapidamente como o mundo. Hoje, os crentes querem ser estrelas e gostam do sucesso, das coisas espetaculares. Hoje, as pessoas apresentariam Paulo assim: Formado na Universidade de Gamaliel, poliglota, amigo pessoal de muitos reis, maior plantador de igrejas do mundo, maior evangelista do século, dado por morto, arrebatado ao céu. Mas quais as credenciais que Paulo de si mesmo? Vejamos:São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas (2Co 11.23–28).
Quando sofrer é uma bem-aventurança?
Quando sofremos por causa da justiça (5.10). Alguns tomam a iniciativa de opor-se a nós não por causa dos nossos erros, mas porque não gostam da justiça da qual temos fome e sede. A perseguição é simplesmente o conflito entre dois sistemas de valores irreconciliáveis. Sofrer pelo erro não é bem-aventurança, mas vergonha e derrota. Sofrer pelo erro é punição e castigo, e não felicidade. Sofrer porque foi flagrado no erro não é ser bem-aventurado. Um aluno não é feliz ao receber nota zero por ter sido flagrado na prática da cola. Um funcionário não é feliz ao ser mandado embora por negligência. Um cristão não é feliz ao ser perseguido por ter transgredido a lei de Deus. Os crentes de Tiatira sofreram financeiramente por não participarem dos sindicatos comerciais que tinham suas divindades padroeiras. Os crentes sofriam porque, quando se convertiam, eram desprezados pelos outros membros da família.
John MacArthur apresenta esse fato assim:
Era obrigatório que, uma vez por ano, todas as pessoas no império romano queimassem incenso para César e dissessem: “César é o Senhor”. Quando alguém acendia seu incenso, recebia um certificado chamado libelo. Tendo recebido esse certificado, ele poderia adorar qualquer deus que quisesse. Os romanos queriam, em primeiro lugar, apenas se certificar de que todos convergiam para um ponto comum: César. Os cristãos não declaravam outra coisa senão “Jesus é o Senhor”, por isso nunca recebiam o libelo. Consequentemente, estavam sempre cultuando a Deus de maneira ilegal.
Os crentes foram perseguidos pela intolerância e pela inquisição religiosa. Alguns pré-reformadores foram queimados vivos, como Jan Hus e Girolamo Savonarola. John Wycliffe precisou se esconder. Lutero ficou trancado num mosteiro. William Tyndale foi esquartejado. Os calvinistas franceses, chamados huguenotes, foram perseguidos e assassinados na França com crueldade indescritível. Foram caçados, torturados, presos e mortos com desumanidade. A partir de 1559, o governo francês caiu nas mãos de Catarina de Médicis, que, educada na escola maquiavélica, estava disposta a sacrificar a vida dos súditos para alcançar a realização de suas ambições políticas. Na fatídica noite de São Bartolomeu, em 24 de agosto de 1572, cerca de setenta mil crentes franceses foram esmagados e mortos numa emboscada. Rios de sangue jorraram de homens e mulheres que ousaram crer em Cristo e professar sua fé no salvador. Ao tomar conhecimento do massacre da noite de São Bartolomeu, o rei da Espanha, Felipe II, genro de Catarina de Médicis, encorajou a sua sogra a agir ainda com maior despotismo e violência, buscando exterminar os huguenotes da França e assim varrer todo o vestígio do protestantismo daquela terra.Na Inglaterra, Maria Tudor ascendeu ao trono em 1553 e governou até 1558. Essa rainha matou tantos crentes que isso lhe valeu a alcunha de “Maria, a Sanguinária”. Ela levou à estaca os líderes cristãos e passou ao fio da espada milhares de crentes. O comunismo ateu e o nazismo nacionalista levou milhões de crentes ao martírio no século 20. Na Coreia do Norte, na China e ainda hoje nos países comunistas e islâmicos, os crentes são presos, torturados e mortos.
Como devemos enfrentar essa perseguição? Com profunda alegria! Não devemos buscar a vingança como o incrédulo, nem ficar de mau humor como uma criança embirrada, nem lambendo nossa própria ferida cheios de autopiedade, nem negar a dor como os estoicos, muito menos gostar de sofrer como os masoquistas. As palavras usadas por Jesus descrevem uma alegria intensa, maiúscula, superlativa, absoluta. A palavra “exultai”, agalliasthe, significa saltar, pular, gritar de alegria.
Qual é a recompensa divina aos perseguidos por causa da justiça?
Uma felicidade superlativa (5.10,11)! A palavra macarios, como já temos visto, descreve uma felicidade plena, copiosa, superlativa, eterna. Essa felicidade não é circunstancial. Não depende do que acontece à nossa volta. Ela vem do alto. Está dentro de nós. Jesus parabeniza aqueles que o mundo mais despreza e chama de bem-aventurados aqueles que o mundo persegue.Outra recompensa é a posse de um reino glorioso (5.10). Essa última bem-aventurança termina como começou a primeira. Os perseguidos por causa da justiça recebem o reino dos céus. Aqui eles podem perder os bens, o nome e a vida, mas recebem um reino eterno, glorioso, para sempre. Os sofrimentos do tempo presente não se comparam às glórias a serem reveladas em nós (Rm 8.18). Os perseguidos podem ser lançados numa prisão, torturados e martirizados, mas eles recebem uma herança incorruptível, gloriosa. Eles são filhos e herdeiros. Um dia ouvirão Jesus dizer: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
Os perseguidos por causa da justiça sabem que a recompensa final não é nesta vida (5.12). O mundo odeia pensar no futuro. O ímpio detesta pensar na eternidade. Ele tem medo de pensar na morte, mas o cristão sabe que sua recompensa está no futuro. Ele olha para a frente e sabe que tem o céu. Sabe que tem a coroa. Paulo disse na antessala do martírio: O da minha partida é chegado […]. Já agora a coroa da justiça me está guardada… (2Tm 4.6,8). Nós aguardamos a cidade celestial (Hb 11.10). Crisóstomo, um grande cristão do século 5, foi preso e chamado diante do imperador Arcádio por pregar a Palavra. Este ameaçou bani-lo. Crisóstomo disse: “Majestade, não podes me banir, pois o mundo é a casa do meu Pai”. “Então, terei de matá-lo.” Crisóstomo respondeu: “Não podes, pois minha vida está guardada com Cristo em Deus”. Arcádio ameaçou: “Seus bens serão confiscados”. Crisóstomo retrucou: “Majestade, isso não será possível. Meus tesouros estão nos céus”. “Eu te afastarei dos homens e não terás amigos.” O servo de Deus respondeu: “Isso não podes fazer, porque tenho um amigo nos céus que disse: ‘De maneira alguma te deixarei, jamais te abandonarei’ ”.Os perseguidos por causa da justiça sabem que são seguidores de uma bendita estirpe (5.12). Quando você estiver sendo perseguido por causa da justiça e por causa de Cristo, saiba que não está sozinho nessa arena, nessa fornalha, nesse campo juncado de espinhos. Atrás de você marchou um glorioso exército de profetas de Deus. A perseguição é um sinal de genuinidade, um certificado de autenticidade cristã, pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Se somos perseguidos hoje, pertencemos a uma nobre sucessão. Os ferimentos são como medalhas de honra para o cristão. Jesus disse: Ai de vós, quando todos vos louvarem! (Lc 6.26).
Dietrich Bonhoeffer, executado no campo de concentração nazista de Flossenburg por ordem de Heinrich Himmler, em abril de 1945, disse que o sofrimento é uma das características dos seguidores de Cristo. Sofrer por Cristo é mais honroso do que ter um reino sobre a terra. Precisamos considerar que o nosso sofrimento aqui é leve e momentâneo quando visto à luz da recompensa eterna (2Co 4.17). Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm 8.18). Somos bem-aventurados!
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