A fé e seus efeitos na vida de Moisés (Hb 11:23-40)
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INTRODUÇÃO
No primeiro estudo que realizei baseado nos primeiros 22 versículos de Hebreus 11, questionei os irmãos a respeito do conceito de fé que este mundo possui. Refletimos que é algo totalmente deturpado, pois é simplesmente um pensamento positivo em que a pessoa diz depositar sua fé a fim de realizar um sonho, chegar a determinada conquista, coisas que se pode obter com, de acordo com a nossa sociedade, com muita garra, muito esforço e dedicação.
Mas, de acordo com o que compreendemos ser o real conceito de fé, segundo as Sagradas Escrituras, segundo:
1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem.
Isto se refere não ao que nós conquistamos, mas ao que Deus realiza em nós, por nós e através de nós. É uma ação divina.
Hoje eu gostaria de basear este estudo em Moisés, que tem vários relatos de como foi sua vida de fé. A partir da sua intimidade com Deus, ele viveu experiências sobrenaturais.
Vemos, primeiramente, que, aquele que crê:
ENXERGA UM FUTURO RESERVADO POR DEUS
23 Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei.
Os pais de Moisés o protegeram por três meses, pela fé, por causa do decreto. Mas que decreto era esse?
22 Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem aos hebreus lançareis no Nilo, mas a todas as filhas deixareis viver.
Aí, então, vemos a ação da mãe de Moisés:
1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. 2 E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. 3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. 4 A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.
A fé começa pelos pais de Moisés, que viram que ele estava saudável e que sobreviveria se fosse deixado na beira do rio. Eles viram nele a possibilidade de ser alguém separado por Deus para ser parte do Seu plano de redenção do povo. Em Atos 7:20, na defesa de Estêvão, é descrito que Moisés era formoso aos olhos de Deus. Assim, podemos compreender que os pais dele viram além do que estava diante dos seus olhos.
Em todas essas situações, há um contraste entre Moisés e o povo do Egito. Com certeza, muitos ficaram atemorizados ao saberem que seus filhos poderiam ser mortos, mas os pais de Moisés viram com os olhos da fé.
O que nos falta para vermos a ação de Deus, mesmo diante de um quadro que parece irreversível? Deus estava com Moisés, e Ele também está contigo hoje.
Os pais de Moisés viram além. Agora, Moisés, quando adulto, provou de grandes coisas. Como Moisés, todo aquele que crê:
2. RECUSA OS PRAZERES DO MUNDO
24 Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 25 preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; 26 porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.
Moisés preferiu ficar com o povo de Deus do que continuar como egípcio, preferiu até mesmo ser maltratado com eles, pois a riqueza de Cristo é maior do que o conforto deste mundo. Moisés tinha um futuro promissor no Egito, ele seria reconhecido como neto de Faraó, poderia até mesmo se tornar um grande governador, até mesmo um próximo Faraó, homem de grande glória, poder e reconhecimento mesmo depois de sua morte, como Tutancâmon, que possuía em sua tumba toneladas de ouro puro.
11 Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo.
Viver pela fé é resistir aos prazeres do mundo. Viver pela fé é recusar um relacionamento com alguém que pode nos afastar de Deus, seja um namoro, um casamento, ou até mesmo uma amizade muito próxima com a qual acabamos sendo influenciados ao invés de influenciarmos. Viver pela fé é recusar um emprego que pode atrapalhar nosso relacionamento com Deus, tomar nosso tempo mais do que o necessário. Tem gente que abre mão até mesmo dos seus valores por causa de dinheiro. Moisés sabia muito bem de onde ele veio, qual era a sua essência, e qual foi o chamado de Deus para sua vida.
Todo aquele que crê:
3. PERMANECE FIRME E NÃO TEME
27 Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível.
Ele era um homem destemido. É muito interessante o que relata este versículo. Há três ações importantes: abandonar, não ficar amedrontado e permanecer firme. Moisés saiu do Egito, deixou aquela terra pois não tinha medo de que o rei ficasse irado, e tudo isso porque ele estava firme com seus olhos naquele que é invisível, ou seja, sua fé estava muito bem firmada em Deus. Vemos o relato desta história em:
15 Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço.
Será que temos permanecido firmes com Deus, mesmo em meio às oposições? A vida é feita de decisões. Será que temos resistido? É uma avaliação diária que devemos ter em nossas vidas.
Aquele que vive pela fé, ainda:
4. CRÊ NA PROTEÇÃO DIVINA
28 Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas.
O relato de que Moisés celebrou a primeira Páscoa se encontra em:
21 Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel e lhes disse: Escolhei, e tomai cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a Páscoa. 22 Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia da porta da sua casa até pela manhã. 23 Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir. 24 Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre. 25 E, uma vez dentro na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito. 26 Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? 27 Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.
Ele teve fé para crer que Deus estava guardando da destruição que viria para os primogênitos do Egito. É importante lembrar que isto faz parte da décima praga que Deus enviou ao Egito devido à dureza do coração de Faraó ao não permitir a libertação dos israelitas da escravidão. O anjo da morte veio aos primogênitos do povo egípcio, mas aos de Israel, a nenhum chegou, pois em suas portas estava o sangue de cordeiros, representando que aquelas famílias seriam livradas.
Podemos observar, ainda, que Moisés teve fé em Deus de que este grande feito se espalharia pelas gerações seguintes para que todos soubessem o que Deus havia realizado no meio do povo. O que, para os egípcios, representou a morte, para o povo de Israel representou livramento e nova oportunidade de vida para que a promessa da Terra Prometida continuasse em seus corações.
O último relato a respeito de Moisés no texto de Hebreus 11:29, o que nos leva a entender que aquele que tem fé em Deus:
5. VÊ DEUS OPERAR MARAVILHAS
29 Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo.
Ele atravessou o Mar Vermelho. Aqui vemos mais um contraste do povo de Israel com os egípcios. Deus estava com os israelitas, então Deus realizou aquela grande maravilha por meio de Moisés. Já os egípcios não conheciam o Deus de Israel, mesmo assim, achavam que conseguiriam passar ilesos pela terra seca onde o mar estava dividido. Ali foi a sua maior frustração.
21 Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. 22 Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda.
26 Disse o Senhor a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalarianos. 27 Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar, ao romper da manhã, retomou a sua força; os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar. 28 E, voltando as águas, cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou.
Irmãos, aquele que vive pela fé, firmado em Deus, não vive frustrações. Aprende a confiar nos planos do Senhor, mesmo diante das maiores adversidades, nosso Deus é poderoso para realizar aquilo que nossos olhos não conseguem ver. Ali, vemos a convicção do que não se vê, ali vemos a certeza do que se espera. Deus livrou aquele povo da morte em mais de uma situação, eles creram naquele livramento, pois criam em algo ainda maior, que era a promessa da Canaã, a terra prometida aos antepassados.
Resumindo, é pela fé que provamos de milagres e proteção divina para não perecermos.
Para finalizar, eu gostaria de apontar para Cristo e Sua obra, o que Deus realizou através de Moisés e que vemos se cumprindo em Cristo.
Primeiramente, assim como Moisés, Cristo, quando bebê, foi protegido por seus pais de ser morto pela ordem de um rei, e observem bem o que está escrito no v. 15:
13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. 14 Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
Assim como Moisés, Cristo deixou de lado a Sua riqueza. Primeiramente, quando deixou Sua glória nos céus para Se encarnar neste mundo, e depois na tentação do deserto:
8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
Moisés celebrou a Páscoa com o povo. Moisés foi usado por Deus para libertar o povo de Israel e levá-los a caminharem rumo à Terra Prometida.
Assim, também, Cristo celebrou a Páscoa com Seus discípulos e foi o cordeiro a ser imolado para que os que foram lavados e remidos no Seu sangue não sofressem a condenação e morte eterna. Jesus Cristo veio para nos libertar da escravidão do pecado e nos dar a vida eterna na Nova Jerusalém.
17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, 18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, 20 conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós 21 que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.
Queridos irmãos, fortaleçam a sua esperança e a sua confiança no Senhor. NEle, não serão frustrados! Cristo é a esperança da glória, da vida eterna!
Que o Senhor nos abençoe poderosamente!