Como vencer a Incredulidade

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Jesus ensina seus discípulos a vencer a incredulidade e, por conseguinte, a fortalecer a Fé.

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INTRODUÇÃO:

O tema desta seção do Sermão do Monte é, a relação entre o crente e Deus, como nosso Pai celeste. Nada existe de mais importante do que isso. O grande segredo da vida, de conformidade com nosso Senhor, consiste em sempre ver-nos e em conceber a nós mesmos como filhos de nosso Pai celeste. Se ao menos tomássemos essa atitude, seríamos prontamente libertados das duas principais tentações que nos atacam nesta vida terrena.
O Senhor coloca essas tentações da seguinte maneira. A primeira é aquela sutil tentação que assedia cada crente, no tocante à sua piedade (bondade, caridade, misericórdia e compaixão) pessoal. Na qualidade de crente, tenho a minha vida privada e pessoal de devoção. Nessa conexão, nosso Senhor diz que a única coisa que realmente importa, a única coisa que me devo preocupar, deveria ser que o Senhor está sempre olhando para mim. Não devo dar valor excessivo àquilo que as pessoas digam a meu respeito, e nem devo estar interessado por mim mesmo. Seu eu vier a dar esmolas, não deverei fazê-lo a fim de receber louvor humano. Outro tanto sucede no caso das minhas orações. Não devo querer dar a impressão que sou “um grande homem de oração”. Se eu assim agir, as minhas orações serão inúteis. Não devo interessar-me por aquilo que as pessoas pensam de mim como um homem dedicado à oração (carne). O Senhor denunciou todas essas atitudes. Eu devo orar debaixo da vigilância de Deus e na Sua presença. Exatamente os mesmos princípios são aplicáveis à questão do jejum. Por conseguintes essas questões estão relatadas até o final do versículo 18 de Mateus 6.
Mas agora chegamos ao versículo 19, onde nosso Senhor introduz ao segundo aspecto dessa grande questão da vida cristã neste mundo, em relação a Deus como Pai; uma vida com todos os seus sentimentos e preocupações, com as suas tensões e dificuldades. De fato, está em foco o problema que as Escrituras tão frequentemente chamam de “o mundo”. Por muitas vezes afirmamos que, nesta vida, o crente tem de contender, pelejar, lutarou guerrear contra “três grandes inimigos” que são: o mundo, a carne e o diabo; e nosso Senhor reconheceu essa tríplice descrição de nosso problema e conflito. Ao expor essa questão da piedade individual, Cristo abordou em primeiro lugar a tentação gerada pela carne e pelo diabo. Satanás se mantém particularmente atento no caso do homem piedoso, quando este está ocupado nas manifestações de sua piedade. Entretanto, havendo abordado essa questão, o Senhor Jesus passou a demonstrar que existe um outro problema, a saber, o problema do mundo propriamente dito.
Ora, o que as Escrituras pretende dizer com a expressão “o mundo” Não está em evidência o universo físico, e nem meramente o conjunto total dos seres humanos; antes, deve-se pensar aqui em uma atitude, em uma mentalidade, pois esse conceito aponta para uma maneira de contemplarmos as coisas, para uma maneira de encararmos a vida como um todo. Um dos mais sutis problemas com o qual o crente precisa defrontar-se é o seu relacionamento com o mundo. Nosso Senhor com frequência enfatizou que não é fácil uma pessoa ser crente (João 16:33). E Ele mesmo, quando esteve neste mundo, foi tentado pelo diabo (Mateus 4:1-11 e Lucas 4:1-13). Ele também se viu contestado pelo poder e pelas sutilezas do mundo. O crente acha-se precisamente na mesma situação. Certos ataques escolhem-nos como alvo, quando estamos sozinho, solitário. Há outros ataques que são desfechados contra saímos a fim de entrar em contato com o mundo. Deve-se observar a sequencia utilizada por nosso Senhor. Quão significativa é essa sequencia. O crente prepara-se em secreto, em seu próprio quarto – em intimidade. O crente ora e faz diversas outras coisas – ele jejua, ajuda ao próximo com esmolas, doações e pratica outras boas obras, sem se deixar notar. Este mundo fará tudo quanto estiver ao seu alcance para derrotar o crente, para arruinar-lhe a vida espiritual. Portanto, por inúmeras vezes o crente se sente forçado a tornar-se extremamente cauteloso. É que ele está envolvido em uma luta de fé, e necessita de toda a armadura de Deus, porquanto, se dela não estiver revestido, será derrotado, “porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue” (Efésios 6.12). Essa é uma batalha realmente feroz, é um conflito mortífero.
Nosso Senhor ensinou-nos que esse ataque desferido pelo mundo, ou essa tentação que pende para o mundanismo, geralmente assume duas formas principais. Em primeiro lugar, ela pode assumir a forma de um afeto positivo pelo mundo. Em segundo lugar, ela pode assumir a forma de ansiedade, de uma atitude de preocupada ansiedade com respeito ao mundo. Veremos nosso Senhor ensinando que uma coisa é tão perigosa quanto à outra. Jesus ensinou sobre o amor ao mundo nos versículos 19 a 24, e tratou do problema de nos deixarmos dominar pelas ansiedades e cuidados com respeito ao mundo, com a vida mundana e todos os seus negócios, do versículo 25 até ao fim do capítulo.
Mediante ao exposto, venho enumerar primeiramente o que o mundo (esse sistema maligno) deseja controlar na vida do crente e, por conseguinte, minar a nossa fé, que desagrada tanto a Deus (Hebreus 11:6), e que nos impede de conhecermos o Senhor, bem como de receber tudo o que Jesus conquistou na Cruz para nós através da fé, que são:

I - O ENVOLVIMENTO COM O MUNDO DOMINA NOSSO CORAÇÃO (Mateus 6:21)

O emprego de kardia coincide com o modo vétero-testamentário de entender o termo, tanto quanto difere do Gr. O significado de “coração” como sendo a vida interior, o centro da personalidade e o lugar onde Deus se revela aos homens se expressa ainda mais claramente no NT do que no AT, Em passagens onde o AT teria empregado “coração” no sentido de “pessoa”, o NT frequentemente emprega o pronome pessoal (e.g. Mt 9:3; 16:7; 21:25, 38; 2 Co 2:1). kardia, nao obstante, ocorre em 148 passagens no NT: em Paulo, 52 vezes: nos Sinóticos, 47; Atos, 17; Epistolas Gerais, 13; Hebreus, 10; Joao, 6; e Apocalipse, 3 vezes.
1. (a) kardia como centro da vida física e da constituição psicológica do homem. kardia ocorre com relativa raridade no sentido do órgão físico, a sede da vida natural (Lc 21:34; At 14:17; Tg 5:5). Por contraste, denota mais frequentemente a sede da vida intelectual e espiritual, a vida interior, em contraste com as aparências externas (2 Co 5:12; 1 Ts 2:17; cf. 1 Sm 16:7). Os poderes do espirito, da razão e da vontade se centralizam no coração bem como as moções da alma, os sentimentos, as paixões e os instintos.
O coração representa o ego do homem. E, simplesmente, a pessoa (“a pessoa interior do coração”, 1 Pe 3:4).
(b) kardia como o centro da vida espiritual. As instâncias mais significantes de kardia no NT ocorrem naquelas passagens que falam do estado do homem diante de Deus. O coração é aquilo no homem ao qual Deus Se dirige. E a sede da dúvida e da dureza, além de ser a da fé e da obediência.
2. O pecado marca, domina e estraga não somente os aspectos físicos do homem natural, não somente seu pensar, desejar, sentir e esforço como elementos físicos, mas também a fonte dos mesmos, a parte mais intima da existência humana, seu coração. Se, porem, o coração ficou escravizado pelo pecado, a totalidade esta em escravidão. Os pensamentos maus vêm do coração (Mc 7:21 par. Mt 15:19). Desejos vergonhosos habitam no coração (Rm 1:24). O coração é desobediente e impenitente (Rm 2:5; 2 Co 3:14-15), duro e infiel (Hb 3:12), embotado e escurecido (Rm 1:21; Ef 4:18). Jesus, referindo-se aos Seus oponentes, citou o profeta Isaias: “vosso coração esta longe de mim” (Mc 7:6; par. Mt 15:8). De igual modo, repreendeu Seus discípulos pela sua falta de fé e sua dureza de coração (Mc 16:14; cf. 24:25, 32). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecera?” A queixa de Jeremias (17:9) da expressão àquilo que também e o ponto de vista do NT. Ninguém pode entender seu próprio coração, muito menos mudá-lo. O homem sem Deus vive sob o poder do pecado, que fez sua habitação no seu coração, e, desta posição favorável, escraviza o homem inteiro.
3. Somente Deus pode revelar as coisas escondidas no coração do homem (1 Co 4:5), examiná-las (Rm 8:27) e testá-las (1 Ts 2:4). E porque a corrupção brota do coração que começa ali Sua obra de renovação, kardia é “o lugar onde Deus trata com o homem ... parte do homem ... onde, em primeira instância, se decide a questão pró ou contra Deus" (Gutbrod). Assim como o coração é a sede da fidelidade, também é a sede da fé (Rm 10:6-10). Em Rm 2:25, o coração humano se descreve como ametanoetos, “impenitente”. Logo, “fica aparente que o arrependimento (metanoia, “mudança de mente”) e questão do “coração” (kardia) (Bultmann, op. cit., I, 221). A conversão ocorre no coração é, portanto, questão do homem inteiro. A palavra de Deus não prende simplesmente o entendimento ou as emoções, como também penetra no coração (At 2:37; 5:33; 7:54).
Esta conversão do coração à -► fé não se leva a efeito mediante a vontade ou desejo do coração humano (1 Co 2:9), e, sim, somente porque Deus abre o coração do homem (At 16:14) e deixa Sua luz iluminar o coração (2 Co 4:6). Deus transmite Seu testemunho ao homem ao enviar para o coração deste o Espirito do Seu Filho (2 Co 1:22). Quando Espirito faz Sua moradia no coração, o homem já não é escravo do pecado, mas, sim, um filho e herdeiro de Deus (G1 4:6-7). Deus derrama Seu amor no seu coração (Rm 5:5).
Mediante a fé, Cristo pode passar a habitar no coração (Ef 3:17).
4. O coração do homem, no entanto, não somente é o lugar onde Deus desperta e cria a fé. Aqui, a fé comprova a sua realidade mediante a obediência e a paciência (Rm 6:17; 2 Ts 3:5). Aqui, guarda-se a palavra de Deus (Lc 8:15). É aqui que a paz de Cristo começa seu império (Cl 3:15). A graça de Deus fortalece e estabelece o coração (Hb 13:9). 0 NT descreve um coração que se dirige sem reservas a Deus como “coração puro” (Mt 5:8; 1 Tm 1:5). Esta pureza de coração se baseia exclusivamente no fato de que o sangue de Cristo o purifica (Hb 10:22; cf. 1 Jo 1:7), e Cristo nele habita mediante a fé (Ef 3:17).

II - O ENVOLVIMENTO COM O MUNDO DOMINA NOSSA MENTE (Mateus 6:22-23; 34):

O grande campo de batalha do nosso inimigo contra o crente, com certeza é nossa mente. Por conseguinte, através do mundo, e das coisas que existem no mundo, ele ataca, com o intuito de minar nossa vida espiritual. E como ele faz isso? Com pensamentos negativos. Fazendo-nos acreditar nas profecias malignas. Lançando preocupações e ansiedades (no verso 34 – até com o futuro). Fazendo-nos acreditar nos fatos mais do que na verdade que é a Palavra de Deus.
A mente humana é tão poderosa que Deus nos instrui através do grande apóstolo Paulo em sua carta aos filipenses, no seu capítulo 4, e verso 8 a ocupar nossa mente com “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Também, não é acidentalmente que Paulo relata que uma das peças da Armadura de Deus para nós é o Capacete da salvação (ler 2Coríntios 10:4-5 - 4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, 6e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão).

III - O ENVOLVIMENTO COM O MUNDO DOMINA NOSSAS VONTADES (Mateus 6:24):

A estratégia do nosso inimigo é com sutileza apossar-se de todo o nosso ser (conquistando terreno, após terreno). Dominando aos poucos nosso coração, nossos pensamentos até que ele tenha o domínio da nossas vontades e, por conseguinte, nos tornamos seus escravos (Romanos 6:16 - Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?)

DIANTE DE TODO O EXPOSTO ATÉ AQUI, SEGUE-SE A PERGUNTA: ENTÃO, COMO NÃO SE ENVOLVER COM O MUNDO? COMO VENCER A INCREDULIDADE? COMO AUMENTAR A NOSSA FÉ?

Todo esse contexto me faz lembrar de Lucas 10:38-42 - Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. 39Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta permanecia assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. 40Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. 41Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. 42Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.

I – PRECISAMOS SER DIFERENTE DAS PESSOAS DO MUNDO (Mateus 6:32):

Jesus orienta seus discípulos a não serem como os gentios, pois eles é que procuram/buscam – a palavra “procuram” é muito incisiva. Significa buscar intensa e continuamente essas coisas, e realmente viver para elas. Se você deseja aumentar a sua fé, então a primeira coisa que lhe convém fazer é perceber que andar preocupado e ansioso a respeito de alimento, bebida, vestuário, e a respeito da própria vida, neste mundo, em certo sentido é estar vivendo como um gentio, ímpio ou uma pessoa do mundo. Esta declaração indica que se eu sou culpado de ficar preocupado e ansioso a respeito dessas questões, bem como de certos artigos que por ventura me estejam faltando – se essas apreensões dominam a mim e à minha vida, então realmente estou vivendo e comportando-me como uma pessoa do mundo.
Os ímpios eram pessoas que não tinham qualquer revelação de Deus, e, por conseguinte, não tinham conhecimento dEle. Essa é a característica essencial dos ímpios, pois nada sabem acerca de Deus em sentido real, vivem “sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).
Nessa conexão, poderíamos ser mais explícitos, como é lógico, asseverando que os ímpios nada sabem acerca da revelação de Deus em Cristo Jesus, e nada sabem sobre o caminho da salvação traçado por Deus. Pelo contrário, eles mostram–se extremamente ignorantes quanto ao ponto da vida ensinado nas Escrituras. Eles não sabem que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Eles não sabem acerca das “suas preciosas e mui grandes promessas” (2Pedro 1:4), ou sobre as diversas garantias que Deus deu ao Seu povo que vive neste mundo. Os ímpios nada sabem sobre isso, e nada disse receberam. Encontram-se em espessas trevas sobre a vida neste mundo, como deve ser vivida o sobre o seu destino eterno. A sua perspectiva de vida é limitada aos seus próprios pensamentos, carecendo daquela luz que é dada lá do alto. Ela pensa: eis que estou aqui neste momento; procurarei obter o máximo desta vida terrena, porque não sei o que haverá de me acontecer depois dela. Por conseguinte, a filosofia da pessoa passa a ser aquela que diz: “comer, beber e alegrar-se” (Eclesiastes 8:15), ou seja, vivamos para o momento presente. Dispomos dessa hora, e, assim sendo, quero extrair dela tudo que me for possível. Bem, aproveitemos tudo quanto temos; extraiamos o máximo desta vida.
Somos nós assim? Se essas coisas que ocupam o primeiro lugar em nossas vidas, diz o Senhor Jesus, e se elas monopolizam as nossas vidas bem como toda a nossa maneira de pensar, então em nada somos melhores do que os ímpios, mas antes, somos indivíduos mundanos, dotados de mentalidade mundana (lembrar ponto inicial sobre o domínio da mente, coraçãoe vontade).
O sermão do monte começa com as bem-aventuranças. Elas descrevem indivíduos inteiramente diferentes dos demais, tão diferentes quanto a luz difere das trevas, tão diferentes quanto ao sal é diferente da putrefação/podridão. Portanto, se somos essencialmente diferentes, também precisamos ser diferentes quanto ao nosso ponto de vista, quanto às nossas reações para com todas as coisas. A minha reação é essencialmente diferente daquela que seria se eu não fosse crente?
Você não é gentio. Perceba o que você é; lembre-se de quem você é em Cristo Jesus, e viva em consonância com essa realidade. Eleve-se até ao nível de sua fé; mostre-se digno de seu elevado chamado em Cristo Jesus.

II – PRECISAMOS DEPENDER DE DEUS COMO NOSSO PAI CELESTIAL (Mateus 6:32):

O segundo princípio mediante o qual o crente pode ampliar e robustecer sua fé é que, na qualidade de crente, ele deveria ter fé implícita e dependência em Deus como seu Pai celeste. Coisa alguma nos pode acontecer fora da vontade de Deus. Ele sabe tudo a nosso respeito. Não existe outra declaração mais abençoada, na Bíblia inteira, do que essa. É impossível você encontrar-se em algum lugar onde Deus não tenha conhecimento; jamais haverá qualquer coisa, no mais profundo do seu coração, no recesso mais íntimo do seu ser, que nosso Senhor desconheça. Como expressa bem o autor da epístola aos Hebreus “todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos que prestar contas” (Hebreus 4:13). É Deus quem discerne os pensamentos e intenções do coração humano (4:12). Deus não apenas vê o que esta acontecendo ao crente, quando este adoece, não apenas percebe quando o crente está sofrendo solidão e tristeza, mas também conhece cada tristeza e cada angústia no seu coração. Deus sabe tudo; e coisa alguma esta fora de Sua Onisciência. Ele sabe tudo a nosso respeito, e, por isso mesmo, sabe de cada uma de nossas necessidades. O Senhor nos garante em Sua Palavra que “de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13:5). E também nos lembra “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei;” (Isaías 49:15-16b). Porém, acima de tudo, devemos depender desse fato, que o Senhor sabe tudo a nosso respeito; cada circunstância, cada necessidade, cada dor. Isso posto, podemos descansar tranquilamente, em plena confiança, apoiados nessa bendita e gloriosíssima certeza.

III – PRECISAMOS APERFEIÇOAR NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS (Mateus 6:33):

Chegamos ao terceiro e último princípio, a saber, que devemos concentrar-nos na tarefa de aperfeiçoarmos a nossa relação com Deus, na qualidade de nosso Pai celeste. De modo inteiramente diferente dos ímpios, devemos depender implicitamente do conhecimento dEle como nosso Pai celeste, concentrando-nos na tarefa de aperfeiçoar esse conhecimento e a nossa relação com Ele. “buscar, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Jesus reitera essa exortação por duas vezes, e então repetira o pensamento de várias formas. “Não se preocupem com questão como alimento, bebida e vestuário; não se preocupem com a vida de vocês neste mundo; não se preocupem se Deus estiver submetendo vocês a prova, ou não” . Em seguida, por assim dizer, Ele declara “Se, ainda assim, vocês quiserem preocupar-se, então eis com o que deveriam preocupar-se: preocupem-se com o seu relacionamento com o Pai celeste! É nisso que vocês deveriam concentra as suas energias. Os gentios costumam buscar aquelas outras coisas, e esse mau exemplo está sendo seguido por muitos dentre vocês; mas, “buscai, pois...” O relacionamento com o Pai é que vocês deveriam buscar”.
Novamente, deveríamos lembrar-nos que a palavra “buscai” tem o sentido de anelar apaixonadamente, de buscar intensamente, de viver para alcançar algo. E o Senhor chegou a reforçar a idéia mediante o acréscimo de uma expressão, “em primeiro lugar”. Isso aponta para idéias como “acima de tudo”, “principalmente”; é a isso que devemos dar a prioridade. Uma vez mais vemos nosso Senhor reiterando suas idéias. Ele disse: Vocês estão preocupados com essas outras coisas, dando-lhes primazia. No entanto, não devem. O que vocês têm de pôr em primeiro lugar é o reino de Deus e a Sua justiça (comentar sobre a oração do Pai nosso – sua seqüência espiritual) .
Que quis dizer nosso Senhor com essas palavras: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino”? Na prática, isso significa que, na posição de filhos de nosso Pai celeste, deveríamos procurar conhecê-Lo melhor. Ora, o autor da epístola aos Hebreus coloca perfeitamente bem a questão, quando diz: “porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6) Ponha a ênfase sobre a palavra final, “buscam”. Muitos crentes deixam de receber tantas das bênçãos próprias da vida cristã por não buscarem a Deus diligentemente (Tiago 4:2-3). Não passam muito tempo buscando a face do Senhor. Do crente espera-se que busquem a face do Senhor diária e constantemente. Ele arranja e aproveita o tempo para assim fazer (Efésios 5:16).
Foi por haver agido assim que o apóstolo Paulo foi capaz de esclarecer aos crentes de Corinto: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas na que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas “(2Coríntios 4:17-18). Observe estas palavras, “não atentando nós”. O apóstolo somente se regozijava, a despeito de suas tribulações, porquanto não dava atenção ao que é temporal. Ele exprime essa atitude como uma exortação positiva, como uma ordem, ao escrever aos crentes de Colossos: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Colossenses 3:2). Esse é o sentido da idéia de se buscar o reino de Deus.
Mas Jesus disse: “buscar, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça” Por qual motivo Jesus acrescentou esse conceito de “justiça”? Esta em pauta a santidade, a vida de retidão que o crente precisa manifestar. Não somente você deve buscar o reino de Deus, no sentido de fixar seus pensamentos nas realidades celestiais, mas também deve buscar a santidade e a retidão de uma maneira positiva. Isso tão somente reitera o seguinte: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Sim, essa é a grande questão. O crente é alguém que busca a retidão, que procura ser semelhante a Jesus Cristo (2Coríntios 3:18), que busca a santidade a fim de tornar-se mais e mais santo, crescendo na graça e no conhecimento do Senhor (2Pedro 3:18). É dessa forma que a nossa fé se amplia. Quanto mais santos nos tornamos, maior se torna a nossa fé. E quanto mais consagrados e santos nos tornamos, maior se torna a nossa segurança, e, por conseguinte, mais firme a nossa reivindicação e a nossa dependência ao Senhor. Quanto mais próximos vivermos de Deus, menos tomaremos consciência e desejaremos das coisas desta vida e deste mundo, e maior será o nosso senso de segurança, no que concerne ao nosso Deus. Quanto mais santos formos, tanto mais conheceremos ao Senhor. Nós O reconheceremos como nosso Pai, e então coisa alguma poderá suceder capaz de abalar-nos a serenidade, porquanto a nossa relação com Ele será tão intensa e íntima.
Para finalizar, poderíamos parafrasear as palavras de nosso Senhor como segue: “Se vocês querem tanto buscar alguma coisa, se vocês anseiam pôr alguma coisa, então vocês deveriam ansiar a respeito de sua própria condição espiritual, acerca de sua proximidade com Deus e de seu relacionamento com Ele. Se você der a isso lugar prioritário, então desaparecerão todas as preocupações; esse é o resultado. Esse profundo interesse com relação a Deus expulsará toda a preocupação menor, como aquela sobre alimentos, bebidas e vestuário ou qualquer outra necessidade humana”.

CONCLUSÃO: buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Jesus promete que ser verdadeiramente buscarmos essas coisas (os três princípios apresentado acima), em primeiro lugar e acima de tudo, e mesmo quase exclusivamente, então tudo o mais nos será acrescentado como uma bênção excedente. Lembremos o que foi pregado recentemente aqui na igreja pelo Pr. Marcelo “Benção ou maldição. A escolha é sua!” – quando foi ministrado o texto de Deuteronômio 28 - Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. 2Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos:

Tiago 4:4 - Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
1João 2:15-17 - Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
1João 5:4-5- porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
Definição de fé: Fé é tomar posse antecipada do que se espera e crê.
Marcos 9:23-24 - Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.24E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!
Marcos 10:27 - Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível.
Coloque bem no centro de sua vida a pessoa de Deus, a glória do Senhor Jesus e a vinda do Seu reino, o seu relacionamento com Ele, a sua intimidade com Ele e a sua santidade pessoal, e você contará com a palavra empenhada pelo próprio Deus, por intermédio dos lábios de Jesus Cristo, Seu Filho, de que todas as outras coisas, conforme elas se forem tornando necessárias ao seu bem-estar, nesta vida e neste mundo, lhe serão acrescentadas. É dessa forma que a nossa fé se amplia – cresce. Seja diferente dos incrédulos; lembre-se do fato que Deus sabe tudo a seu respeito, pois é o seu Pai celeste, e também porque Ele está sempre olhando para você. Por conseguinte, busque ao Senhor, procurando ser mais parecido com Ele, procurando viver toda a sua vida mais próximo dEle.
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