O CRISTÃO E OS JURAMENTOS

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A veracidade não é questão de quão solenes sejam os votos, mas de coerência entre as ações e as palavras do indivíduo (5.33–37). Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento, ed. Juan Carlos Martinez, 2a Edição revisada e atualizada. (São Paulo: Hagnos, 2014), 63.

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juro pela minha mãe que não jurarei mais (ironia)

Mateus 5.33-37
“33 Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” [1]
Int.:
A falta de credibilidade, mais do que nunca, é um problema que enfrentamos. Recebemos notícias falsas e vivemos com pessoas falsas. A falsificação está à solta e não são poucos que estão sofrendo por causa desse terrível mal. A falsidade e a mentira estão diretamente relacionadas ao diabo que é o pai da mentira. O diabo mente desde o princípio e como príncipe deste mundo, tenta nos conduzir pelo caminho do engano, da ilusão, das fakes News. Como é difícil acreditarmos nas informações que nos chegam de todos os lados. Pessoas de histórico duvidoso querem que acreditemos que as suas palavras são verdadeiras e que contrariá-las é o mesmo que agir com insensatez. A verdade é que se fizéssemos uma auditoria das urnas dos corações humanos nós encontraríamos um resultado diferente do que nos é apresentado.
Deus é verdadeiro e nunca se achou uma mentira na sua boca. Jesus disse que quem ouve a sua voz, ouve a verdade. Ele é a própria verdade. Quem segue a Jesus deve andar na verdade e falar somente a verdade (Ef 4). Um cristão que diz que está em Cristo, mas vive na mentira, na hipocrisia, e precisa jurar e prometer para que as suas palavras tenham credibilidade está desonrando o nome que carrega e dando mal testemunho.
S.I.:
· Você é uma pessoa confiável?
· As pessoas confiam naquilo que você fala?
FCD: Não é difícil cairmos no pecado da mentira ou da hipocrisia. É mais fácil seguir o fluxo do rio do que nadar contra ele. Viver num mundo formado por pessoas de lábios impuros e de corações impuros parece dar ao cristão o direito de agir da mesma forma ou até de se ver agindo naturalmente igual ao mundo sem se dar conta disso.
FCR: É necessário romper com o pecado e andar em novidade de vida uma vez que estamos em Cristo e o nosso maior desejo é o de agradar a Deus. Cristo nos libertou do poder do pecado e pelos Seu Espírito Santo nós podemos ter um caráter semelhante ao Seu e falarmos de forma coerente com a posição em que nos encontramos, nele.
Olhando para as Escrituras, o que podemos aprender com a prática do juramento no AT e no NT?
“O indivíduo jurava para afirmar a veracidade de suas palavras. O juramento era uma maldição que a pessoa se impunha caso a sua palavra não fosse verdadeira ou sua promessa não fosse cumprida”[2].
No capítulo 19 de 2Samuel o rei Davi jurou a Simei que ele não morreria. O rei deu a sua palavra.
Em Êxodo 22 esta maldição ou juramento foi usada em conexão com problemas da lei. Quando havia um caso de adjudicação entre dois indivíduos, era costume que se pusessem sob juramento ou maldição. "Se alguém der ao seu próximo a guardar jumento, boi, ou ovelha, ou outro animal qualquer, e este morrer, ou ficar aleijado, ou for afugentado, sem que ninguém o veja, então haverá juramento do Senhor entre ambos, de que não meteu mão nos bens do seu próximo; o dono aceitará o juramento, e o outro não fará restituição" (Êxodo 22:10-11). A confirmação da palavra com juramento encerrava a questão.
Abraão fez o seu servo jurar de que não escolheria uma esposa para seu filho dentre os pagãos da redondeza (Gn 24.2-3).
Vemos pelas práticas do AT que o juramento era prática autorizada e em alguns momentos até exigida. Eram usados como contratos legais.
· O juramento era feito de formas variadas:
o Jurava-se pela vida de uma pessoa (1Sm 1.26). Em 1Sm 17.55, Abner jurou pela vida do rei.
o Jurava-se pelo templo e pelo ouro do templo (Mt 23.16). O templo era o centro da vida religiosa de Israel.
o Jurava-se pelo céu, pela terra e por Jerusalém (Mt 5.34-35).
o Jurava-se erguendo as mãos para o céu (Gn 14.22-23). Essa prática ainda hoje perdura em alguns tribunais, onde a pessoa precisa erguer a sua mão direita e jurar solenemente.
o Jurava-se por Deus, quando o chamava como testemunha da veracidade de uma palavra (Gn 31.50).
· No NT não vemos uma proibição clara sobre juramentos:
o O apóstolo Paulo jurou (2Co 1.23), tomando a Deus por testemunha. Paulo empregou a formula encontrada no AT onde Deus é chamado por testemunha.
o Vemos em Mt 26.63-64 que o Senhor Jesus foi colocado sob juramento. O sumo sacerdote Caifás colocou a Cristo sob juramento ao dizer: "Eu te conjuro pelo Deus vivo." Ele queria dizer: "como Deus é tua testemunha, dize-me a verdade."
o A carta aos Hebreus refere-se à Deus fazendo um juramento. “Pois quando Deus fez a promessa a Abraão [a promessa foi verbal], visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente te abençoarei, e te multiplicarei” (6:13-14). Deus não é homem para que minta e Ele não precisa fazer nada para aumentar a sua credibilidade. “A falha que levou Deus a condescender com o nível humano não se deve a qualquer falsidade da parte dele, mas da nossa incredulidade”[3]. Deus utiliza-se de uma prática costumeira dos homens para dar ainda mais credibilidade à promessa.
Tendo esse pano de fundo em mente, podemos seguir com a análise do nosso texto. Vemos no nosso texto que:
Proposição: A veracidade não é questão de quão solenes sejam os votos, mas de coerência entre as ações e as palavras do indivíduo (5.33–37).[4]
O Senhor nos ensina a vivermos nesta coerência. Jesus destaca na passagem os equívocos dos rabinos de sua época, ensina a importância da credibilidade para os seus discípulos e as influências espirituais que estão por trás das nossas palavras.
1. O que era ensinado pelos rabinos (Mt 5.34)
Os rabinos da época de Jesus diziam: “Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos”, mas essa não é uma citação exata da Lei de Moisés. Moisés enfatizava o perigo do juramento falso e o dever de cumprir os votos feitos ao Senhor (Ex 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 23.21). Uma leitura superficial dos mandamentos torna clara a sua intenção: proíbem juramento falso ou perjúrio, isto é, fazer um voto e, depois, quebra-lo. Para os rabinos, “jurar falsamente” significava profanação (uso profano do nome divino) e não perjuro (empenhar a palavra desonestamente). “Fizeram listas de quais fórmulas eram permissíveis, e acrescentaram que apenas aquelas fórmulas que incluíam o nome de Deus tornavam o voto obrigatório. Ninguém precisa ser tão cuidadoso, diziam, sobre a guarda de votos nos quais o nome de Deus não fora usado”[5]. Nós podemos ver o desprezo de Jesus por essa atitude dos fariseus em Mateus 23.16-22 quando ele disse: “Ai de vós, guias de cegos! Que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou. Insensatos e cegos! Pois, qual é maior: o ouro, ou o santuário que santifica o ouro? E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar, fica obrigado pelo que jurou. Cegos! Pois, qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? Portanto, quem jurar pelo santuário, jura por ele e por aquele que nele habita; e quem jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado”.
No AT o juramento era feito em nome de Deus, mas os líderes religiosos judeus alteraram isso para categorias menores de juramentos, juravam pelo templo, pela terra, pela cidade de Jerusalém, como vimos, juravam pelo santuário, pelo altar etc. Como bem disse Hendriksen, “Com o fim de impressionar, uma pessoa podia pronunciar um juramento desses “exagerando” e fazendo enormes promessas. Se a afirmação feita era mentira e se a promessa fora feita sem a intenção de cumpri-la, isso não era tão ruim assim, contanto que não se jurasse em nome do Senhor.[6]
O Senhor Jesus repreende essa ação hipócrita dos líderes e afirma que tudo o que o homem se utiliza para fazer um juramento está em última instância relacionado com Deus. Se alguém jura pelo céu, jura por aquele que está nos céus e tem seu trono estabelecido ali (Mt 5.34). Se alguém jura pela terra, jura pelo estrado dos pés de Deus (Mt 5.35; Is 66.1). Se alguém jura pela cidade de Jerusalém, jura, na verdade, pela cidade do Grande Rei (Mt 5.35; Sl 48.3). Se alguém jura pela própria vida, pela própria cabeça, está jurando por algo que também não lhe pertence e no qual não tem controle (Sl 24.1).
2. Qual deveria ser a atitude dos discípulos de Cristo (Mt 5.35-36)
a. Os discípulos deveriam ser conhecidos pela honestidade.
“A real solução do problema está no coração. A verdade deve reinar de forma suprema no coração. Por isso, na conversação diária com o nosso próximo, devemos evitar os juramentos de forma cabal. De fato, a pessoa deve tornar-se tão verdadeira, tão plenamente confiável, que suas palavras sejam acreditadas. Quando o crente deseja afirmar algo, que simplesmente diga: “sim!”. E quando deseja negar algo, que simplesmente diga: “não!”.[7]Integridade nas palavras é melhor do que torrentes de juramento. Ninguém deveria precisar recorrer a um “juro pela minha mãe mortinha que...”, “juro pela minha vida”, “juro por Deus” etc. Concordo com Stott quando ele diz que “jurar (isto é, assumir votos) é realmente uma confissão patética de nossa própria desonestidade”[8].
Irmãos, pensemos bem, somos filhos da luz e não das trevas. Andamos em pleno dia, nossas obras e nossa vida estão na luz. Não há nada em nós que já não tenha sido resolvido na cruz de Cristo. Não há necessidade de andarmos no engano, na mentira. Seguimos aquele que não é somente o “caminho e a vida”, mas que também é a verdade. Tudo o que Jesus falou foi verdadeiro e cada uma das suas promessas são fidedignas. Todos nós precisamos deixar a mentira e passarmos a falar a verdade com o nosso próximo. Nossa língua precisa ser um manancial de bênção e precisa refletir um coração que jorra água pura e vivificante e não contaminada e mortífera.
Flávio Josefo disse a respeito dos essênios: “são conhecidos pela fidelidade e são ministros da paz. Qualquer coisa que digam é mais firme que um juramento. Mas eles evitam o juramento e o consideram pior que o perjúrio, pois dizem que aquele em quem não se pode crer se (jurar por) Deus, já está condenado”[9]. Fico aqui me questionando: não deveriam os discípulos de Jesus ter um padrão ainda mais confiável do que o dos essênios? Se um sim e um não bastam, por que gastar mais fôlego acrescentando algo a mais?
Precisamos estar dispostos a pagar o preço pelas palavras que proferimos, por isso, cuide bem do que você fala. Falou, se comprometeu! (Ilustração da venda da geladeira).
b. Os discípulos não deveriam se recusar a jurar quando forçados a isso (2Co 1.23; Mt 26.63-64).
Stott entende que “Jesus enfatizou em seus ensinamentos que os homens honestos não precisam recorrer a juramentos; não que eles devam recusar-se a prestar juramento, se tal coisa for exigida por alguma autoridade externa”[10]. Hendriksen também enfatiza que “o que temos em Mt 5.33–37 (cf. Tg 5.12) é a condenação do juramento improcedente, profano, desnecessário e, com frequência, hipócrita, usado para impressionar e para condimentar a conversação diária. Contra esse mal Jesus recomenda a veracidade singela, tanto de pensamento como de palavras e atos”.[11]Ainda sobre a questão do cristão jurar, Hendriksen numa explicação mais detalhada apresenta a fundamentação para não rejeitarmos os juramentos solenes:
“quando Jesus declara: “De modo algum jureis”, ele proíbe até mesmo os juramentos que são feitos nos tribunais? Ensina ele que em toda esfera das relações humanas não há qualquer lugar para a invocação solene do nome de Deus para substanciar uma importante afirmação ou promessa? De forma alguma! Tal ponto de vista seria contrário ao ensino da Escritura. Foi com um juramento que Abrão confirmou suas promessas ao rei de Sodoma e a Abimeleque (Gn 14.22–24. 21.23,24). Abraão igualmente exigiu que seu servo jurasse (Gn 24.3,9). O juramento é igualmente mencionado em conexão com Isaque (Gn 26.31), Jacó (Gn 31.53; cf. 28.20–22), José (Gn 47.31; 50.5), com “os príncipes da congregação” (Js 9.15) e com os filhos de Israel (Jz 21.5). Ver também Rt 1.16–18; 2Sm 15.21; 1Rs 18.10; e 2Cr 15.14,15.
Com respeito aos próprios juramentos de Deus, às referências já mencionadas (p. 379) podem-se acrescentar Gn 22.16; 26.3; Sl 89.3,49; 110.4; Jr 11.5; e Lc 1.73. Finalmente, foi sob juramento que Jesus declarou ser ele mesmo o Filho de Deus (Mt 26.63,64). Neste mundo de desonestidade e decepção, o juramento é necessário para imprimir solenidade e garantia de confiabilidade a uma afirmação ou promessa importante.[12]
3. Eles deveriam considerar a influência espiritual por trás das palavras (Mt 5.37b)
As palavras de uma pessoa podem transmitir graça e edificação, elas têm o poder de curar. Deus pode transformar o coração desgraçado num coração regenerado e cheio de virtudes. Um coração alcançado pelo evangelho de Deus dá a pessoa um poder extraordinário de testemunhar da beleza de Cristo e das suas virtudes. Tentando anular o poder da igreja e a sua influência no mundo, Satanás trabalha incansavelmente para minar a credibilidade daqueles que se dizem de Jesus.
A vida que vivemos abre ou fecha as portas para a pregação do evangelho. Quando o que se fala é incoerente com o que se pratica, a credibilidade está em comprometida. Quando o povo da luz imitar os das trevas, quando os que deveriam viver na verdade se entregarem à mentira, então tudo estará perdido e Satanás terá alcançado vitória. “É característica de certos indivíduos que são conscientes de que sua reputação em relação à veracidade não goza de boa fama, que, quanto mais mentem mais afirmarão que o que dizem é “a pura verdade”. Têm o costume de cimentar suas conversações com juramentos. Jesus diz que essa conduta perjura é oriunda “do maligno”, o criador de falsidades (Gn 3.1,4; Jó 1.9–11; Mt 4.6,10,11; Jo 8.44; At 5.3; e 2Ts 2.9–11).297[13]
Meus irmãos, o diabo é o pai da mentira, ele é astuto e procura sempre roubar, matar e destruir. Algumas vezes para conseguir o que almeja ele se transforma em anjo de luz para tentar enganar o povo de Deus. Cuidado! Ele vai querer tentar te conduzir pelo curso do mundo e pelas práticas perniciosas que ao invés de aumentar a nossa credibilidade, vai destruí-la.
Conclusão:
Dwight Pentecost disse acertadamente que “a justiça exige verdade absoluta; ela não tem um duplo padrão; o que alguém fala diariamente deve ser tão digno de crédito quanto seu juramento. Deus disse que devemos controlar nossas palavras de tal modo que não haja necessidade de juramento. Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não, para manifestar a justiça de Cristo”[14].
· Alguém já questionou as suas ações e as suas palavras? Você entende que fez algo para que as pessoas chegassem a tomar essas atitudes?
· Você já pediu perdão a Deus pelos pecados que você já cometeu que levou pessoas a questionarem a sua credibilidade?
· Deus é poderoso para restaurar a sua credibilidade. Uma falha do passado não tem poder maior que a graça de Deus de te restaurar no presente e te fazer uma pessoa confiável no futuro. Pedro falhou, mas Deus o restaurou. Pedro jurou que não conhecia a Jesus, Pedro o negou (Mt 26.69-75), mas Jesus o restaurou e o usou para a Sua glória.
[1] Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 5.33–37. [2] Pentecost, J.Dwight. O Sermão da Montanha. Miami, Flórida – Editora Vida, 1984, p.94. [3]Stott, p.99. [4] Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento, ed. Juan Carlos Martinez, 2aEdição revisada e atualizada. (São Paulo: Hagnos, 2014), 63. [5] Stott, John. A mensagem do Sermão do Monte: contracultura cristã. Tradução de Yolanda M.Krievin – 3ª edição – São Paulo: ABU Editora, 2001, p.97. [6] William Hendriksen, Mateus, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição em português., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 380. [7] William Hendriksen, Mateus, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição em português., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 381. [8] Stott, John. A mensagem do Sermão do Monte: contracultura cristã. Tradução de Yolanda M.Krievin – 3ª edição – São Paulo: ABU Editora, 2001, p.100. [9] War, II.viii.6 apud Stott, John. A mensagem do Sermão do Monte: contracultura cristã. Tradução de Yolanda M.Krievin – 3ª edição – São Paulo: ABU Editora, 2001, p.100. [10]Stott, p.100. [11] William Hendriksen, Mateus, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição em português., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 382. [12] William Hendriksen, Mateus, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição em português., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 381–382. 297 É verdade que ἐκ τοῦ πονηροῦtambém pode ser neutro, e assim pode significar “vem do mal”. Aqueles que favorecem esta tradução interpretam as palavras “tudo quanto vai além disto vem do mal” como querendo dizer que os juramentos devem sua origem ao mal, ou seja, à falta de veracidade que existe em tão alta escala em nossa sociedade. “Em um mundo sem pecado, o juramento seria desnecessário, porém agora ele é necessário.” (G. Brillenburg Warth, De Bergrede en Onze Tijd, Kampen, 1933, p. 73). Assim também H. N. Ridderbos, op. cit., Vol. I, p. 115. Embora eu creia que essa explicação da necessidade do juramento seja correta e mesmo importante, questiono se no presente contexto ela explique adequadamente a frase em questão. Ao meu ver, a frase assim interpretada parece um pouco fora de contexto. Além disso, para a consciência de Cristo, o diabo era muito real (ver as referências à tentação em Mt 4 e paralelos; Mt 12.27; 13.19,39; 16.23; 25.41; Mc 8.33; Lc 10.18; 11.7,8; 13.16; 22.31; Jo 12.31; 14.30; e 16.11). Finalmente, como já ficou demonstrado, a mentira é uma qualidade saliente de Satanás, de modo que é plenamente natural considerar o diabo como a fonte dos juramentos levianos e (geralmente) mentirosos. Outros favorecem a tradução “do mal” ou “do diabo”, entre os quais estão Amplifield New Testament, Beck, Berkeley, Goodspeed, NEB, Weymouth, Williams, a nova tradução holandesa (Bijbel, Nieuwe Vertaling). [13] William Hendriksen, Mateus, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição em português., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 381. [14]Pentecost, J.Dwight. O Sermão da Montanha. Miami, Flórida – Editora Vida, 1984, p.94.
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