Impelido pelo amor

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O amor que constrange nos conduz a uma vida de total dedicação a Deus quando se leva em consideração a pessoa de Cristo, a perdição humana e a eleição graciosa e soberana de Deus.

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Amor que constrange

Amor que constrange - sexta-feira à noite.
Texto tema: 2Co 5.14 – “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”.
IMPELIDO PELO AMOR
Texto do Sermão: 2Co 5.14: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”.
“Querer algo é agir de acordo com os motivos mais fortes que existem no íntimo do indivíduo. O ser humano é moralmente livre para fazer o que lhe agrada, porém o que lhe agrada é determinado por motivos dos quais ele não é senhor” (Jonathan Edward, A Genuína Experiência Espiritual).
Ninguém jamais vive pra si ou morre pra si, ou somos escravos do pecado para a morte ou da justiça para a vida. Ou somos impelidos a agir guiados pelo pecado ou pela graça e amor de Deus.
Quando estive no Panamá visitando minha irmã e cunhado tive o privilégio de conhecer o famoso canal do Panamá, extraordinário. É impressionante ver aquelas grandes embarcações passando por aquele estreito canal e suas comportas. Uma vez dentro do canal os navios são impelidos para frente e conduzidos por máquinas que os impedem de bater nas laterais. A nossa vida não é diferente dessas grandes embarcações, somos impelidos, forçados, oprimidos, estimulados, constrangidos a andarmos por determinados caminhos. Geralmente o amor que temos por determinada coisa ou pessoa nos estimular a dedicarmos nosso tempo, energia e dinheiro àquilo que amamos.
O nosso texto fala sobre um amor que “συνέχει”, prende, oprime, constrange, impele. Temos algumas variações de traduções: “O amor de Cristo nos impele” (nab); “Pois o amor de Cristo nos impulsiona” (niv); “Pois o amor de Cristo nos incentiva a avançar” (nrsv); “Pois o amor de Cristo nos domina inteiramente” (njb); “Pois o amor de Cristo nos prende” (mlb)[1]
S.I.: O que te motiva hoje? O que te move? Pra que ou pra quem você vive? Você tem vivido para si mesmo(a)? Quais são as tuas ambições? O que tem dominado inteiramente os teus pensamentos? No que você pensa quando acorda e quando vai dormir? E durante o dia? Aquilo que amamos no move!
FCD: Como pecadores, corremos o risco de constantemente amarmos mais a criação do que o criador. Corremos o risco de buscarmos mais a nossa vontade do que a vontade de Deus. O coração humano é desesperadamente corrupto e inclinado à idolatria. Ele constantemente troca o Senhor por outros amores.
FCR: Graças a Deus por Jesus Cristo que nos concede a graça necessária para amarmos a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Graças a Deus que por Seu Espírito é possível vivermos em novidade de vida e experimentarmos o poder vivificante que nos impele a vivermos para Deus e não mais para nós mesmos.
Proposição:O amor que constrange nos conduz a uma vida de total dedicação a Deus quando se leva em consideração a pessoa de Cristo, a perdição humana e a eleição graciosa e soberana de Deus.
S.T.: Paulo nesse único versículo nos fala a razão de nos sentirmos constrangidos pelo amor. Ele expõe para nós:
I) A especificidade do amor – “amor de Cristo”
O amor de Cristo deve ser entendido como o amor que Cristo demonstrou por nós e não do amor que temos por Cristo. Devido ao contexto é melhor entender o genitivo como sendo subjetivo e não objetivo. É claro que o oposto também é verdadeiro, o amor que temos por Cristo nos impele a vivermos para Ele, mas isso só pode acontecer na vida daqueles que já compreenderam o amor que receberam. Só amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro.
O Novo Testamento emprega a expressão o amor de Cristo três vezes apenas:
o Paulo faz a pergunta retórica: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8.35);
o Paulo se refere às dimensões do amor de Cristo e afirma que este amor ultrapassa o conhecimento humano (Ef 3.18–19);
o Paulo observa que o amor de Cristo nos controla (v. 14).
Deus origina este amor, pois enviou seu único Filho para redimir pecadores (Jo 3.16; Rm 5.8). Ele elege seu povo em amor e os faz mais do que vencedores por Jesus Cristo (Rm 1.7; 8.37)”.59[2]
Qual a importância de enfatizarmos que fomos amados por Cristo? A importância está em reconhecermos quem Ele é, o que Ele precisou abrir mão e o que Ele sofreu para nos salvar. Quanto maior o sacrifício, maior o constrangimento.
A definição de Calcedônia a respeito de Cristo diz: “Fieis aos santos padres, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem (...); em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado” (Definição de Calcedônia, 451).
Jesus é o Verbo divino, a segunda pessoa da trindade, o criador e sustentador dos céus e da Terra, o Sol nascente das Alturas, o Emanuel, o Pai da Eternidade, o Príncipe da Paz, a perfeita estrela da manhã, o Senhor, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o grande Eu Sou, o Senhor dos Exércitos (aquele a quem Isaías viu sentado num alto e sublime trono), o Rei da glória, o Senhor da Glória, a expressão exata do Ser de Deus, o unigênito do Pai, o primogênito de toda a criação, a imagem do Deus invisível, Ele é aquele que preenche todas as coisas, Ele é o Cabeça do Corpo da Igreja, Ele é eterno, antes de todas as coisas, Ele é o pão da vida, a água da vida, a porta das ovelhas, o caminho, a verdade e a vida. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Ele é a luz do mundo, Ele é a propiciação pelos nossos pecados, Ele é o Filho do Homem, O Filho de Deus, o Messias, o Cristo de Deus, Ele é o Santo de Deus, Ele é o juiz de toda a Terra, Ele é a pedra angular da igreja, Ele é Rei, Profeta e Sacerdote. Ele é nosso advogado junto ao Pai. Seu sacerdócio é maior que o de Levi, Ele é maior que os anjos, que Abraão, que Moisés e qualquer dos profetas. Ele é cem porcento homem, mas também é cem porcento Deus. Ele é sem pecado, mas se fez pecado por nós para que nele fossemos feitos justiça de Deus.
Cristo nos amou desde a eternidade passada (Ef 1.3-4) e se esvazio da Sua glória (Fp 2.5-7), não se prendeu ao fato de ser igual a Deus. Se humilhou ao torna-se como um de nós, e reconhecido em figura humana, assumiu a forma de servo e passou a viver em obediência completa ao Pai até morrer uma morte de cruz, a pior morte praticada pelos romanos. Quem morria uma morte de cruz morria mil mortes. Ele se fez maldito por nós. A dor física era dilacerante e asfixiante, mas a maior dor foi, não só sentir o abandono do Pai, mas também a Sua ira, não só não sentir o conforto e o amparo, mas o peso da Sua mão. Essa ira deveria ter sido descarregada em nós. Cristo nos amou eternamente, ativamente, constantemente e sacrificialmente.
II) A necessidade do amor – “morreu”
Cristo morreu, não por capricho seu, mas por causa dos nossos pecados!
“- Compreendo, senhor. Estava pensando que bem poderia ter uma ascendência mais honrosa.
- Descendente de Adão e Eva – tornou Aslam – É honra suficientemente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra. Dê-se assim por satisfeito” (C.S.Lewis, O Príncipe e a Ilha Mágica).
Somos filhos de Adão, por isso, criados a imagem e semelhança de Deus, mas porque nosso pai pecou e por meio dele o pecado entrou no mundo, todos nós nascemos com o pecado imputado. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque já nascemos pecadores. Mas se por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, por um só homem veio salvação a todos aquele que crê. Cristo morreu pelos nossos pecados. Enquanto não tivermos plena convicção da nossa perdição, não nos constrangeremos com a demonstração da Sua afeição. Ele veio para salvar o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21), pois afinal de contas, o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).
O mundo tenta diminuir os danos do pecado e até mesmo encobri-lo com conceitos seculares. O mundo ensina que o homem não é tão mau assim e que os grandes problemas que atingem os homens são na verdade consequências de um meio injusto e de doenças da “alma”. No livro: sociedade sem pecado, o Dr. John MacArthur diz uma verdade que nunca podemos esquecer. Ele diz:
“Afaste a realidade do pecado e você eliminará a possibilidade de arrependimento. Anule a doutrina da corrupção humana e você invalidará o plano da salvação. Apague a noção da culpa pessoal e você eliminará a necessidade de um Salvador. Destrua a consciência humana, e você levantará uma geração imoral e irredimível”.
Reafirmamos a realidade do pecado e a necessidade que temos de um Salvador. A Bíblia ensina, do início ao fim que toda a humanidade é completamente depravada. Os problemas do comportamento humano são autógenos e não alógenos, são gerados dentro dos homens e não fora deles. Por isso a pregação dos profetas, de João Batista, de Jesus e dos apóstolos sempre foi de arrependimento, hoje a pregação é sobre libertação. Precisamos ter a mesma percepção de pecado que Jonathan Edwards teve. Ele disse: “Frequentemente eu tenho tido percepções muito profundas da minha própria pecaminosidade e vileza; e muitas vezes isto me faz chorar amargamente (...). Quando olho para o meu coração e vejo a minha iniquidade, ela se parece com um abismo infinitamente mais profundo que o inferno” (Jonathan Edwards, 1703 – 1758).
Saber que somos pecadores é fundamental para que haja arrependimento, confissão de pecado e submissão à Cristo, sem isso não haverá esperança de salvação e nem possibilidade de uma vida genuína diante de Deus, pois todo amor por Deus é consequência de um reconhecimento do Seu amor por nós.
A Bíblia diz que homem sem Cristo é inimigo de Deus no entendimento pelas obras malignas (Cl 1.21). Além disso ele é também influenciado pelo curso deste mundo, pelo príncipe da potestade do ar que atua nos filhos da desobediência e pela vontade da carne e dos pensamentos, sendo, portanto, filhos da ira como também os demais (Ef 2.1-3).
O homem que se encontra em tal estado de depravação é incapaz de salvar a si mesmo. Lutero no seu livro: “Nascido Escravo”, declarou: “Não existe um terceiro grupo de pessoas que se situe entre os crentes e os incrédulos – um grupo de homens capazes de se salvarem a si mesmos”. Um morto não tem vontade e nem força. Ele é incapaz de fazer o bem e de buscar a Deus (Ef 2.1; Rm 3.10-18). Piper declarou que a depravação humana significa que “nossa rebelião contra Deus é total. Tudo que fazemos nessa rebelião é pecaminoso; nossa incapacidade de submeter-nos a Deus ou de reformar a nós mesmos é total, e somos, portanto, merecedores de punição eterna” (Cinco Pontos).
Em Cristo nós nos tornamos amigos de Deus, passamos a ser guiados pelo Espírito de Deus, e uma vez salvos pela graça, por meio da fé, desfrutamos da esperança da vida eterna.
Somente Cristo, o Cordeiro perfeito, poderia morrer para nos perdoar. O justo deveria morrer pelos injustos para fazer dos injustos, justos diante de Deus por meio da fé. Desta forma Deus se tornou justo e justificador dos que têm fé em Jesus Cristo (Rm 3.26).
Espero que todos que estão aqui já tenham reconhecido que é um pecador, que o salário do pecado é a morte, que sem Cristo está em inimizade com Deus, é guiado pela carne, pelo mundo e pelo diabo e que não será capaz de salvar a si mesmo, mesmo que faça todas as boas obras de justiça. Só existe um meio, um Salvador, um nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos e esse nome é Jesus Cristo. Quem rejeita a Cristo e o evangelho sofrerá penalidade de eterna destruição e será banido da face do Senhor (2Ts 1.8-9).
III) A abrangência do amor – “por todos” – indiscriminadamente.
“Que Cristo morreu na cruz do Calvário é fato; que ele morreu por todos é evangelho”.[3] Duas observações devem ser feitas a respeito dessa expressão:
a. Cristo morreu por - a preposição ὑπὲρ transmite o sentido de que Jesus é tanto nosso representante como o nosso substituto. Hendriksen diz que “Cristo nos representa, defendendo nossa causa diante do Pai (1Jo 2.1); e ele é nosso substituto, tomando nosso lugar e carregando nossos pecados (v. 21).62 De modo semelhante, “Cristo nos redimiu da maldição da lei, ao tornar-se maldição por nós” (Gl 3.13). Quando a preposição hyperocorre no contexto da morte de Cristo, significa substituição.63Assim, o fato de que Cristo afastou da humanidade a maldição mediante sua morte é de fato uma síntese do evangelho.”[4] Então, quando lemos que Ele morreu por devemos entender que Ele morreu em favor de, representando e substituindo.
b. Cristo morreu por todos – O que Paulo quer dizer quando afirma que Cristo morreu por todos? Será que morreu por todas as pessoas da Terra? Quando lemos que ele morreu por todos, podemos cair no risco de lermos essa expressão fora do seu contexto e fora da soteriologia paulina encontrada em outras partes dos seus escritos, como também fora do ensino soteriológico encontrado em outras partes do ensino bíblico. Escritura interpreta a Escritura, lembra disso?
Olhemos para o que Paulo fala sobre esse assunto e como isso é coerente com outras passagens do NT. Desde já afirmo que não podemos ler “todos” como sendo “individualmente”, mas “indiscriminadamente”. Ele deu a vida pelos eleitos de Deus, pela sua igreja, pelos crentes. Nenhuma gota de sangue foi derramada à toa. Na teologia de Paulo está bem claro que “Cristo amou a sua igreja e deu a Sua vida por ela” (Ef 5.25). Ele não morreu por outro, senão pela sua igreja. O apóstolo João também registrou as palavras do próprio Jesus que disse: “dou a minha vida pelas ovelhas” (Jo 10.15). Ele não deu a sua vida pelos bodes, mas pelas ovelhas.
Existem alguns textos que aparentemente vão de encontro com essa verdade das Escrituras e que podem nos deixar com uma pulga atrás das orelhas, mas que podem ser facilmente explicados. Em Jo 3.16 diz que Deus amou o mundo, isso quer dizer todas as pessoas individualmente? Se for, teremos um sério problema, tendo em vista que em Jo 1.10 nós lemos que o “mundo não o conheceu”. Logo, se mundo significar todas as pessoas individualmente e não indiscriminadamente, ninguém foi salvo quando Cristo veio ao mundo, mas não foi isso que aconteceu. Outro texto é o de 1Tm 2.4 que diz que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. Se Deus deseja que todos sejam salvos será que Ele ficaria frustrado em não ter um desejo Seu atendido? É claro que não! Deus deseja que todos os homens, homens de todos os tipos sejam salvos, reis, pessoas revestidas de autoridade, pessoas que pecaram e foram excluídas da igreja (Himeneu e Alexandre). Como podemos entender todos nesse contexto dessa forma? Simples, o verso 1 diz que devemos usar a prática de “súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de TODOS os homens”, quem são esses homens? Verso 2 diz: “reis e de todos que se acham investidos de autoridade”. Ninguém no mundo é capaz de orar por todos os habitantes da Terra, individualmente. Agora, como bem afirmou John Piper:
“quando o evangelho é pregado, Cristo é oferecido a todos, sem discriminação. E a oferta é plenamente autêntica para todos. O que é oferecido é Cristo, e qualquer um – qualquer um – que recebe a Cristo, recebe tudo que ele comprou para suas ovelhas, sua noiva. O evangelho não oferece uma possibilidade de salvação. Ele é a possibilidade de salvação. Mas o que é oferecido é Cristo, e nele, a infinita realização que ele consumou em favor de seu povo, por meio de sua morte e ressurreição”[5].
Pregamos para os ouvidos de todos os homens, mas estamos certos de que somente as ovelhas de Cristo ouvirão a Sua voz e o seguirão. Saber que Cristo morreu em favor do Seu povo e o escolheu para pertencer a Si, é razão suficientemente grande para exaltarmos o Seu nome e rendermos louvores a Ele. Estávamos perdidos, mortos nos nossos delitos e pecados, mas ele, soberanamente resolve morrer por mim e infundir em mim a fé e o arrependimento necessários para a salvação. A doutrina da eleição atrai para Deus a perfeita adoração!
Se a Bíblia ensina que estávamos em estado de depravação total, mas que Ele nos concedeu uma graça que não éramos capaz de resistir, que morreu por nós especificamente e nos elegeu nele antes da fundação do mundo, estejamos certos de que Ele garantirá a nossa salvação eterna, enchendo meu coração de maior amor por Ele e de viva e radiante esperança.
IV) A consequência do amor – “todos morremos”
“Tu me chamaste e teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz” (Agostinho de Hipona, Confissões, X:27). Eu sou impelido pelo teu amor.
A consequência natural de quem foi alcançado pelo amor de Cristo é o de responder a esse amor com a própria vida. O senso de justiça nos leva a querer recompensar a bênção recebida. O salmista no Sl 116.12 diz: “Que darei ao Senhor por todos os benefícios para comigo?”. Ele diz que “laços de morte e angústias do inferno haviam se apoderado dele”, mas ele clamou ao Senhor pedindo livramento para a sua alma. Ele declara que “compassivo e justo é o Senhor, o nosso Deus é compassivo, pois livrou a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas e os meus pés da queda”. Diante de tamanho livramento ele deseja retribuir o bem recebido. Jesus perguntou: “Que dará o homem em troca da sua vida (Mt 16.26)?”
Eu entendo que a melhor forma de agradecermos a Deus pela salvação que recebemos em Cristo é entregando a nossa vida por completo a Ele. O julgamento correto é só um: todos morremos! Se todos morreram quando Cristo morreu, então, não temos mais vida, mais vontade, mais recursos, tudo é de Cristo e para Cristo. Se alguém ainda se acha o dono da sua vida é porque não entendeu o evangelho como deveria ter entendido. O apóstolo Paulo disse: “em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”.[6]
Conclusão:
Falar de amor que constrange ou meditar em 2Co 5.14-15 é relembrar do exato momento em que me senti impelido a dedicar a minha vida ao ministério em tempo integral. Era aproximadamente seis e quarenta da manhã de uma manhã ensolarada, mas o calor do sol ainda não havia dissipado completamente a neblina que pairava sobre a mata do PV Nordeste. Comecei a minha hora silenciosa em oração, como de costume, abri o diário de hora silenciosa, vi o texto, abri a Bíblia e o Senhor falou comigo! Cristo havia morrido e ressuscitado por mim e eu deveria viver para Ele e não mais para mim mesmo. Esse amor me arrastou para um relacionamento com Deus e para um ministério voltado para Ele e para o Seu povo. Eu pude experimentar, de fato, que um pecador pode ser transformado e impelido pelo amor.
nab New American Bible niv New International Version [e Nova Versão Internacional: N.T.] nrsv New Revised Standard Version njb New Jerusalem Bible mlb Modern Language Bible [1]Simon Kistemaker, 2 Coríntios, trans. Helen Hope Gordon Silva, 2a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 233. 59 Consultar Ethelbert Stauffer, TDNT, 1:49. [2] Simon Kistemaker, 2 Coríntios, trans. Helen Hope Gordon Silva, 2aedição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 233. [3]Simon Kistemaker, 2 Coríntios, trans. Helen Hope Gordon Silva, 2a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 234. 62 Contra Richard T. Mead, “Exegesis of II Corinthians 5.14–21”, in Interpreting II Corinthians 5:14–21, An Exercise in Hermeneutics, org. por Jack P. Lewis, SBEC 17 (Lewiston, N.Y.: Edwin Mellen, 1989), p. 147. 63 Hughes, Second Epistle to the Corinthians, p. 193; Ridderbos, Paul, p. 190. [4]Simon Kistemaker, 2 Coríntios, trans. Helen Hope Gordon Silva, 2a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 234. [5] Piper, John. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus (p. 41). Editora Fiel (www.editorafiel.com.br). Edição do Kindle. [6] Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), At 20.24.
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