A importância do público-alvo
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Palavras Iniciais
Palavras Iniciais
Livro base: “Apologética Pura e Simples” (Como levar os que buscam e os que duvidam a encontrar a fé)- Alister McGrath. (Mere Apologetics)
Revisão
Revisão
Em nosso último estudo vimos que a apologética não é um conjunto de técnicas para ganhar pessoas a Cristo, nem tampouco para ganhar debates. A apologética é o desejo de trabalhar por meio de Deus em ajudar as pessoas a descobrir e se virar para a Cristo.
O método que estamos seguindo
O método que estamos seguindo
Entendendo a fé
É preciso ter um bom entendimento da fé Cristã. Esse conhecimento no entanto, precisa ter o foco apologético.
Entendendo o público-alvo
Cada grupo de pessoas tem conhecimento distinto. Tem suas próprias dúvidas e barreiras para com o Evangelho.
Comunicando com clareza
Buscando pontos de contato
Apresentando todo o evangelho.
Praticando
Contexto biblico da apologética
Contexto biblico da apologética
Ao analisar alguns textos biblicos Mc 1:16-18 e Jo 1:45-46, vimos que o encontro com Cristo é o melhor argumento. Aqui fica claro a importância de direcionar as pessoas a Cristo!
Hoje iremos focar na importância do público-alvo.
Introdução
Introdução
“É preciso se certificar que a mensagem da cruz é proclamada da maneira mais eficiente possivel”.
É dessa forma que Alister McGrath abre este capítulo. Como estamos destacando até aqui, o objetivo do apologeta é direcionar pessoas a cruz e para fazer isso precisamos proclamar a mensagem da cruz de uma maneira eficiente e isso envolve entender o nosso público-alvo.
Esse princípio nos traz a seguinte questão: Como podemos ter certeza que a mensagem está chamando a atenção dos ouvintes?
Para responder a essa pergunta precisamos pensar sobre quais são os “pontos de contato” para o evangelho.
O novo testamento apresenta uma variedade de argumentos apologéticos e estilos, com o claro objetivo de facilitar a conexão do evangelho e o público-alvo em questão.
Exemplo: O uso de paulo da imagem da “adoção” como uma ilustração acerca da redenção (Ef 1:5, Gl 4:5). Para os Judeus esse conceito não era familiar (já que não era permitido na lei judaica). Já para os Grego e romanos sim. Paulo usa essa imagem justamente ao escrever para os romanos e outras regiões do mundo grego-romano (efésios e gálatas).
O livro de atos contém discursos apologéticos de grande valor para o nosso estudo. Hoje iremos analisar alguns deles.
Apologética para os Judeus: O dicurso de Pedro em pentecostes (Atos 2:14-40)
Apologética para os Judeus: O dicurso de Pedro em pentecostes (Atos 2:14-40)
Contextualização
Uma grande questão enfrentada pelos escritores cristãos do primeiro século era a questão da relacão entre cristianismo e judaísmo. De que forma Jesus Cristo se relaciona com Israel? Até que ponto há continuidade e descontinuidade entre a forma de Deus lidar com o povo Judeu e a nova dispensação inaugurada por Cristo?
Nós cremos que O “Deus de Abraão, Isaque e Jacó” é o mesmo “Deus de Jesus Cristo”. Os Judeus no entanto não entendiam que Jesus era o cumprimento da profecia acerca do Messias. Some-se a isso o fato de que o cristianismo surgiu em meio ao Judaísmo, note por exemplo que o novo testamento frequentemente menciona crentes pregando em sinagogas. Inclusive alguns grupos como as autoridades romanas viam o cristianismo como uma seita dentro do Judaísmo.
Problema: Como então explicar o evangelho a Judeus?
Análise do Texto:
Sessão 1: Atos 2:14-21: Coloca os eventos do dia de pentecostes a luz da profecia do antigo testamento. (v16-21)
Sessão 2: Atos 2:22-28: A afirmação da exaltação de Jesus de Nazaré a luz das expectativas do antigo testameto. Aqui a continuidade entre o antigo testamento e a vinda de Jesus é demonstrada.
Sessão 3: Atos 2:29-36: A afirmação da extaltação de Jesus de Nazaré, juntamente com a interpretação teológica de que “O Jesus que vocês crucificaram” foi feito “Senhor e Cristo”.
Sessão 4:Atos 2:37-40: Chamado ao arrependimento para poder se beneficiar da salvação.
Alguns pontos importantes:
O sermão apologético de Pedro está diretamente relacionado a temas que eram importantes e compreensiveis para os Judeus. A expectativa da vinda do Messias era (e ainda é) significante para o judaísmo.
Pedro demonstra que Jesus cumpre as expectativas de Israel.
Pedro apela a autoridades específicas (passagem profética do antigo testamento) que tem um grande peso para com o público-alvo.
Pedro usa linguagem e terminologia comum e compreensível para os Judeus.
O que Pedro trouxe de novidade foi a enfase que a ressureição de Cristo era a base para reconhecer Ele tanto como Senhor e Messias.
Um outro ponto muito importante que precisa ser destacado é a importância da interpretação. Pedro não simplesmente afirma fatos históricos, ele oferece uma interpretação acerca deste fato (pela morte e ressureição de Cristo há remissão de pecados).
Nós precisamos então, não somente explicar o que aconteceu, mas como os fatos históricos e as verdades bíblicas devem ser interpretadas.
Veja o exemplo de Paulo:
o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.
“O qual foi entrege… e ressuscitou” fato histórico -> que essas coisas aconteceram para trazer perdão e justificação (interpretação)
“Não queremos provar simplesmente que Jesus morreu em uma cruz e ressuscitou. Queremos transmitir o significado desses fatos para um mundo caído e perdido.”
Apologética aos Gregos: Sermão de Paulo em Atenas (Atos 17:16-34)
Apologética aos Gregos: Sermão de Paulo em Atenas (Atos 17:16-34)
Conextualização
Um dos grupos mais importantes que os escritores do novo testamente lidaram foram os gregos. 1Co 1:22 “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;”
Atenas possuia uma herança filosófica muito grande.
Problema: Se Paulo queria deixar a marca do evangelho nessa cidade, ele teria que lidar com essa herança filosófica.
Análise do Texto
Paulo abre seu discurso aos atenienses com uma introdução gradual do tema do Deus vivo, permitindo que a curiosidade religiosa e filosófica dos atenienses forme os contornos de sua exposição teológica (v22-28).
Ele se utiliza do “senso do divino” presente em cada indivídio. Ao fazer isso, Paulo faz uma conexão entre a cultura grega e suas suposições e as verdades do evangelho enquanto que mostre que o evangelho vai além dessas suposições (v29-30).
O atenientes não sabiam de nada acerda do antigo testamento, logo no lugar de usar a “Escritura” paulo usa o “livro da natureza”. Sl 19:1 “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” . A partir de então Deus como o criador se torna um caminho para introduzir o tema da redenção de Cristo.
Note que Paulo é ciente de seu público e uso elementos familiares a eles. Inclusive se utilizando de autoridades literárias locais. Atos 17:27-28
para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós;
pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
Em Atos 17:23 Paulo se utiliza da literatura da época que se referia a “deus desconhecido”
porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: Ao Deus Desconhecido. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.
Paulo argumenta que esse Deus desconhecido está se fazendo conhecido completamente através do evangelho.
É interessante notar que a abordagem de Paulo não teria sido bem sucedida se utilizada com os Judeus e a abordagem de Pedro não teria sido bem sucessida se utilizada com os atenienses.
Princípios Gerais
Princípios Gerais
Nessas duas narrativas, ficou bastante claro que é muito importante entender o público-alvo que estamos nos comunicando.
Alister McGrath extrai três princípios gerais:
Dirigir-se ao publico específico.
Identificar as autoridades que possuem peso com o público.
Pedro se utilizou do antigo testamento
Paulo se utilizou de poetas Gregos.
Usar linhas de argumentação que possuam peso para com o público.
Em Atos 17, Paulo se utilizou de uma linha de argumentação que iniciava de uma forma semelhante ao pensamento da época e que culminou na explicação do evangelho.
Em Atos 24, Paulo ao pregar para os romanos se utilizou de suas práticas legais para estruturar seu sermão.
Conclusão
Conclusão
Como podemos desenvolver o que aprendemos nos dias de hoje? A importância histórica e bíblica (bem como sua interpretação) é muito claro. Mas como podemos incorporrar essas ideias em nosas conversas apologéticas?
Aqui entra uma questão: de certa forma a apologética é uma arte, no sentido que não há um manual fechado com instruções passo a passo que irão funcionar para todas as ocasiões. Por isso a importância da prática.
A grande questão é identificar o “gateway” que melhor funciona para a nossa público.
Tarefa
Tarefa
Imagine que você esteja conversando com incrédulos em alguns desses cenários abaixos. Como você teria uma conversa apologética com essa pessoa? Quais são as barreiras para o evangelho em cada cenário? Qual seria um bom “ponto de contato” para falar sobre as verdades de cristo? Pensando nessas questões escreva um rascunho (iremos revisitar esse rascunho a medida que avançamos em nosso estudo) de uma carta a pessoa ou público de um dos cenários abaixo tentando seguir o exemplo de Pedro e Paulo em seus sermões (pentecostes e atenas).
Cenário 1: Moisés é um estudante universitário muito dedicado e que tem muitas notas boas. Para ele a ciência é de suma importância. Em sua visão a Bíblia é um mero livro histórico sem grandes importâncias e que possui muitas inverdades científicas.
Cenário 2: Joselito é um senhor de idade com muitas experiências. Não tem nenhuma grande objeção racional contra o evangelho, mas nunca demonstrou nenhum interesse por igreja ou nenhum tipo de religiosidade. Em sua visão ele não precisa de igreja nem de biblia.
Cenário 3: Inácio é muito ativo em redes sociais e tem sua visão de mundo grandemente influenciada pela grande mídia. Seria classificado nos dias de hoje como um “progressista” e não dá muito valor a Bíblia pois em sua visão ela é arcaica e antiquada. Não é necessariamente um ateu, mas crê que cada um expressa sua “fé e religião” a sua própria maneira.