Formação para catequistas
Formação para catequistas • Sermon • Submitted
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· 6 viewsEstudo da Exortação Catechesi Tradendae
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Uma catequese cristocêntrica
Uma catequese cristocêntrica
Todo catequista, ao preparar seu encontro - independente do tema a ser trabalhado, seja com crianças ou adultos - deve garantir que “a Pessoa de Jesus de Nazaré, «Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade», que sofreu e morreu por nós, e que agora, ressuscitado, vive conosco para sempre”, está no centro do nosso ensino. Em outras palavras, estimular nossos catequizandos a querer conhecer mais, procurar com exaustão o que São Paulo , em Ef 3 9.18-20, caracterizava como “Mistério de Cristo”. E por que devo me empenhar nisso? Segundo o Papa: a finalidade definitiva da catequese é a de fazer que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar na vida da Santíssima Trindade.
O que devo ensinar na catequese?
O que devo ensinar na catequese?
Se buscamos uma catequese cristocêntrica, evidentemente devemos ensinar “os ensinamentos de Jesus Cristo, a Verdade que Ele comunica, ou, mais exactamente, a Verdade que Ele é”. Em Jo 14.6, podemos refletir sobre este importante aspecto de nossa catequese, afinal, o catequista é o porta-voz de Cristo. Ele se faz instrumento para que crianças e adultos possam conhecer e se encontrar com Jesus. A vocação do catequista, portanto, é um serviço ao Evangelho e à Igreja. Sua importância é tamanha que o Papa Francisco instituiu a catequese como um Ministério, no qual homens e mulheres, através de seu exemplo de vida e santidade cumprem um papel fundamental para à Igreja. Diante da grandeza deste Ministério, os catequistas devem cuidar para que suas opiniões e opções pessoais não cheguem para os catequizandos como doutrina e/ou ensinamentos de Cristo. O documento insiste para que sejamos fiéis discípulos de Jesus, tendo as posturas que Ele praticava. Ao ser questionado sobre sua doutrina, ele se colocou na função de mensageiro: Jo 7.16; 8.28;12.49;14.24. Sobre este aspecto, o papa São João Paulo II, faz a seguinte observação: “Que frequente e assíduo contacto com a Palavra de Deu transmitida pelo Magistério da Igreja, que familiaridade profunda com Cristo e com o Pai, que espírito de oração e que desprendimento de si mesmo deve ter um catequista, para poder dizer: «A minha doutrina não é minha”»!.
Ensina como alguém que tem autoridade
Ensina como alguém que tem autoridade
Qual a relação entre autoridade e catequese? A resposta para este questionamento não se apresenta de forma clara para muitos catequistas. Afinal, em tempos onde a disciplina comportamental de crianças e jovens deixa muito a desejar, uma palavra mal colocada do catequista acaba deixando marcas que ficam para a vida. Não são poucas as famílias que abandonaram a Igreja devido à postura do catequista durante seus encontros.
O contexto de Jesus não era diferente do nosso. Seus catequizandos eram de difícil postura, afinal, os mestres e doutores da Lei a interpretavam a seu favor, impondo fardos impossíveis de serem carregados. Em At 1.1, encontramos uma atitude importantíssima para todos os catequistas, neste caso, ensinar verdades que os catequizandos possam tocar, sentir e desejar repeti-las. O catequista deve ensinar sempre, do acolhimento à despedida, a face amorosa do Senhor deve se fazer presente. Não podemos esquecer que Jesus era seguido pela qualidade do seu ensinamento, totalmente diferente daquele praticado pelos escribas (Mc 1.22). Até seus adversários reconheceram a importância dos ensinamentos de Jesus, condenando-os por eles (Lc 23.5).
A espiritualidade do catequista tem sua fonte em Jesus. Um bom catequista é aquele que, tal como Nicodemos, reconhece os ensinamentos de Jesus e sua ação como sendo da parte de Deus, visto que nada se parece com que ele tinha visto até o momento (Jo 3.2). Um bom catequista, portanto, reflete a imagem de seu Mestre para o catequizando.
Papa João Paulo II, Catechesi Tradendae (Português), Exortações Apostólicas (Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1979), 6.
Papa João Paulo II, Catechesi Tradendae (Português), Exortações Apostólicas (Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1979), 5.