Amor que constrange – sábado à noite.

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Texto tema: 2Co 5.14 – “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”.

Título: Quanto maior o perdão, maior o amor!
Texto base da meditação: Lucas 7.36-50
36 Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. 37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; 38 e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento. 39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. 40 Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre. 41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. 42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? 43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. 46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. 47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. 49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados? 50 Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz”.
Introdução:
No dia 17 de julho de 2000, às 22h30, com a pregação do Pr.Alberto, Jesus Acalma a Tempestade, o Senhor me alcançou. Daquele momento em diante a minha vida mudou, minhas paixões mudaram e uma alegria indizível e cheia de glória passou a habitar em mim. Agora, sim, eu era um escravo da alegria. Antes eu fingia ser alegre, buscava alegria na bebida, nas mulheres, nas festas, mas, agora que estava em Cristo, agora que havia recebido o perdão dos meus pecados, a alegria passou a habitar em mim. A minha vida mudou e foi perceptível àqueles que me conheciam. Como eles perceberam? Os meus olhos brilhavam, meus hábitos mudaram, meus amigos mudaram, minhas ambições mudaram. Quando Cristo está em nós, tudo muda!
Ontem no nosso sermão aprendemos que aquilo que amamos é exatamente aquilo que nos move! Falando do amor que constrangem, Paulo destacou a especificidade, a necessidade, a abrangência e a consequência deste amor. Em 2Co 5.17 ele diz que “se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. Quem conheceu o amor de Deus em Cristo e recebeu o perdão dos seus pecados, viverá de forma plena e viva, andando em novidade de vida no poder do Espírito.
No nosso texto de hoje, Jesus repreende a falta de entendimento espiritual de um líder em Israel e prática de perdão enquanto restaura uma pecadora penitente. Esse homem respeitado pela nação era na verdade um homem com uma cegueira espiritual sem tamanho. Ele não conseguia ver claramente quem ele era, quem era Jesus e quem era a mulher. Ele se achava justo, achava que Jesus nem sequer era profeta.
O meio evangélico vem sendo marcado pela religiosidade fria e hipócrita daqueles que enchem os templos, mas estão vazios de Deus. Pousam de sábios e espirituais, mas na verdade estão tão próximos de Deus quanto o diabo está de ser santo.
FCD: O mundo, a carne e o diabo tentam enganar os homens e os levam a confiar nas suas próprias obras e a buscarem a glória dos homens e não de Deus. No afã de se parecerem justos e piedosos, escondem as suas muitas falhas e acabam acreditando na própria mentira. Acreditam que atingiram o padrão estabelecido por Deus e não precisam de perdão e de salvação. Sem dúvida, o maior doente é aquele que não reconhece a sua própria fragilidade.
S.I.: Você já reconheceu que é um(a) pecador(a) e carece do perdão de Deus? Você já confessou os seus pecados? Quem é você aos seus próprios olhos? Um inimigo da cruz de Cristo encontraria nas suas redes sociais provas suficientes de que você é um cristão autêntico?
Nosso texto está dentro de um contexto em que o Senhor Jesus cura o servo de um centurião romano que demonstra mais fé que os filhos de Israel (v.9), ressuscita o filho de uma viúva (v.15), é questionado por João Batista sobre ser ou não o que deveria ter vindo (v.20), e é desprezado pelos fariseus e interpretes da lei e acusado de glutão e beberrão e amigos de pecadores (v.34).
Agora, no nosso texto, Lucas vai demonstrar o forte contraste entre uma pecadora arrependida e um líder religioso que acha que não precisa de perdão. Quero dividir esse texto olhando para os três personagens:
O ANFITRIÃO - Simão, o fariseu
Convidou Jesus - convidou a Jesus para uma ceia. Por que teria ele feito esse convite? Não somos informados. Os versículos 44–46 claramente indicam, contudo, que ele não agiu assim motivado pelo amor, nem mesmo por nutrir elevada consideração por Jesus. Talvez tenha sido motivado pela curiosidade. Tendo ouvido que muitas pessoas estavam chamando o Senhor de “grande profeta” (7.16), talvez tenha convidado a Jesus para ver se havia mesmo algum fundamento nessa fama que este assim chamado profeta estava adquirindo. Nem mesmo se pode excluir completamente a possibilidade de que ele quisesse ter uma oportunidade de encontrar base para formular alguma acusação contra Jesus. Cf. 6.7.[1] Avaliou Jesus – se este fora profeta. Para o fariseu até olhar para uma mulher era errado. Existiam aqueles fariseus que eram conhecidos como fariseus dos pés sangrentos porque andavam com os olhos semicerrados para não olhar para uma mulher e, com isso, davam constantes topadas em pedras que faziam os pés sangrarem. Ver uma mulher, pecadora, tocando Jesus e este permitindo, fez o tão justo homem julgar aquele que é mais santo que ele.
Conhecendo os pensamentos de Simão, conta a parábola mostrando que independentemente de como cada um se vê diante de Deus, todos são devedores e ninguém tem capacidade de pagar essa dívida e que aqueles que possuem maior convicção de pecado e do perdão recebido, amará mais a Deus.
Warren Wiersbe diz que o verdadeiro problema de Simão era a cegueira: ele não conseguia enxergar a si mesmo, nem à mulher, nem ao Senhor Jesus. Assim, era fácil para ele declarar: “Ela é pecadora”, mas era impossível dizer: “Eu sou pecado”. O fariseu não expressava amor por Jesus porque se sentia justo, mas a mulher derramada aos seus pés lhe demonstrava acendrado amor porque se sentia pecadora, carente da graça de Jesus. Jesus veio salvar os pecadores. O médico veio curar os enfermos. Só aqueles que reconhecem seus pecados e sentem tristeza por suas mazelas são perdoados por Jesus! Desprezou Jesus – sem água, sem beijo e sem óleo.
A PENETRA – A pecadora, a mulher.
Essa mulher roubou a cena do jantar. Era uma presença incomoda para os fariseus presentes. Ela entra em uma casa para a qual não é convidada, interrompe um banquete e, publicamente, comporta-se com intimidade imprópria. Três ações dela demonstram o seu amor pelo Senhor.
1. Ela enfrentou todas as barreiras para estar com Jesus – “Não causa estranheza que, em certo sentido, lhe tenha sido permitido entrar na casa. Não era de todo incomum que pessoas não convidadas entrassem numa casa onde se oferecia uma ceia. Geralmente se sentavam ao longo das paredes a observar tudo o que se passava, e até mesmo se punham a dialogar com alguns dos convidados.292Não obstante, que essa mulher em particular, bem conhecida como “pecadora”, teve coragem de entrar na casa de um fariseu rigoroso, é de fato algo inusitado. O único modo de explicá-lo é presumir que a urgência que ela tinha de expressar sua gratidão a Jesus era tão irresistível que nada pôde detê-la de fazer o que tanto desejava[2]”.
2. Ela enfrentou todas as barreiras para adorar a Jesus – “Um pesar esmagador pelo pecado pregresso se mescla com profunda gratidão pelo presente senso de perdão. Seu coração transborda de amor e reverência por aquele que lhe abriu os olhos e produziu uma transformação tão radical em sua vida. Resultado: ela explode em lágrimas. Essa “água do coração” (Lutero) cai sobre os pés de Jesus. Impulsivamente, ela faz o que naqueles dias nenhuma mulher podia fazer em público: desprende seus cabelos. Então, inclinando-se com os cabelos soltos, enquanto continua a chorar sem cessar, vai secando os pés de Jesus; beija-os; e tendo o jarro já quebrado, ela derrama o perfume neles.[3]”
a. Ela adorou Jesus com a sua coragem
b. Ela adorou Jesus com o seu tempo
c. Ela adorou Jesus com a sua posição
d. Ela adorou Jesus com suas lágrimas
e. Ela adorou Jesus com seus cabelos
f. Ela adorou Jesus com seus lábios
g. Ela adorou Jesus com seus bens.
"A Fé fornece à alma uma poderosa fonte de ação. Ela diz ao homem: - Você está perdoado pelo sangue de Cristo, que morreu por você - como você se sente em relação a Ele?" Spurgeon. JESUS – O convidado ignorado
o Aceitou o convite do religioso
o Aceitou a adoração da penetra
o Ama o hipócrita e a pecadora
§ Corrigindo o pensamento distorcido de Simão. Nos versículos 40–48, Jesus põe a descoberto os erros de Simão. Mostra que:
§ ele conhece essa mulher: sua história pregressa e sua condição presente;
§ ele até mesmo sabe o que Simão está dizendo dele;
§ ele é, consequentemente, profeta; aliás, aquele que sonda os corações e mentes;
§ ele é nada menos que o divino Salvador, investido com autoridade para perdoar pecados.[4]
§ Confirmando o perdão e concedendo Sua paz à mulher
§ Jesus, que sonda os corações, por conhecer o arrependimento da mulher, perdoou-lhe os muitos pecados. O amor de Jesus é incondicional, mas o seu perdão não. O perdão é fruto do arrependimento. O arrependimento é fruto da ação do convencimento do Espírito Santo sobre o pecado, a justiça e o juízo.
§ O Senhor estendeu sua graça salvadora a ela. "Graça não é meramente um favor imerecido; é favor concedido a pecadores que merecem a ira."John MacArthur.
§ Não fez caso daqueles que o criticavam, mas os fez ouvir a verdade a respeito do evangelho.
§ Hendriksen diz que essa paz que Jesus dá à mulher é o sorriso de Deus refletido no coração do pecador redimido, um refúgio na tempestade, um esconderijo na Rocha eterna, um abrigo sob as asas do Onipotente.
Conclusão:
Aprendemos com essa narrativa que:
· Podemos estar perto de Jesus e mesmo assim não reconhecê-Lo como Senhor e Rei. É possível estar na “igreja” e não ser igreja. Religiosidade < espiritualidade
· É possível conhecer muito bem a Palavra de Deus, mas não conhecer o Deus da Palavra. Conhecimento < discernimento - "A conversão de qualquer pessoa acontece quando Deus vem até ela e vencelhe a ignorância ao revelar-lhe a verdade do evangelho. Sem isso, ninguém jamais poderia ser salvo” Martinho Lutero, nascido escravo.
· A evidência do perdão e da verdadeira salvação se evidencia por meio da nossa relação com Cristo. Participação < adoração.
"Eu estava morto e agora vivo, pois ele morreu por mim. Eu era maldito e agora sou abençoado, pois ele se fez maldito em meu lugar. Eu era aflito, mas hoje tenho paz, pois o castigo que nos traz a paz estava sobre ele. Não sei o que fazer, nem como ele fez desaparecer minha tristeza; por ele recebi alegria indizível e gloriosa. Se eu não o amar, deleitar-me nele, obedecê-lo, viver por ele, morrer por ele, serei pior que os demônios do inferno." ( John Owen)
Não sabemos o que aconteceu à Simão depois deste jantar, mas a mulher foi pra casa com a afirmação de Jesus sobre o seu perdão e com a Sua paz. Como você sai desta conferência de jovens? Com perdão e paz, disposto a responder em amor Àquele que te amou e enviou o Seu filho para morrer por você? Que tal sair desta conferência compartilhando mais sobre esse doce amor recebido de Cristo?
Spurgeon disse: “A Fé logo cria amor no homem, pois se o Senhor Jesus salvou vocês, meus irmãos e irmãs, vocês vão rapidamente desejar que os outros também sejam salvos. Vocês experimentaram deste mel, e a doçura dele, em sua própria língua, os leva a convidar outras pessoas para o banquete. Aquele que foi trazido para a liberdade da Graça Livre, tornaria livre todo pecador cativo, caso pudesse”.
[1]William Hendriksen, Lucas, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 495. 292 Acerca dos aspectos arqueológicos dessa história (costumes às refeições etc.), veja especialmente A. Stöger, op. cit., Vol. I, p. 142–146; A. Sizoo, De Antieke Wereld, p. 49, 50; também os índices de F. R. Cowell, Everyday Life in Ancient Rome, Edimburgo, 1961; e C. Guignebert, The Jewish World in the Time of Jesus, Londres, 1939. [2]William Hendriksen, Lucas, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 496. [3]William Hendriksen, Lucas, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 496–497. [4]William Hendriksen, Lucas, trans. Valter Graciano Martins, 2a edição., vol. 1, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 497.
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