Batismo dos Crentes
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· 14 viewsICT: João prega arrependimento aos israelitas para salvação mediante batismo com Espírito Santo e com fogo. Tese: João prega arrependimento à Igreja para salvação mediante batismo com Espírito Santo e com fogo. PB: Evangelístico PE: Exortar a igreja que apesar de sermos crentes, somos chamados ao arrependimento, confirmando a salvação que recebemos por Graça através do batismo com Espírito Santo e com fogo que revela uma vida de piedosos frutos. Divisão: - O batista dos crentes (v. 1-3) - Batismo excêntrico (v. 4-6) - Religiosidade perigosa (v. 7-10) - Batismo com o ES (v. 11-12)
Notes
Transcript
Introdução
Introdução
O contexto dessa passagem tem certa ligação com a Copa do Mundo, não é? Quem sabe dizer? Eu pensei no deserto e na sua região: o Oriente Médio. Outra curiosidade é o tanto de gente seguindo para o deserto, não é?
Mateus começa essa passagem falando assim: “Naqueles dias...”. Olha só! Se não fosse outros livros sinóticos, como o de Lucas, principalmente, não teríamos tanta precisão de que dias eram esses.
Aqueles dias eram marcados por tensões sociais, pois o povo judeu era subjugado pelo romano que possuía um governo corrupto e imoral, onde a alta religiosidade judaica estava acomunada com essa imoralidade e eis que surge o João que foi intitulado Batista.
Parece que temos semelhanças com nossos dias, não é? Mas vamos voltar ao nosso texto bíblico.
O batista dos crentes (v. 1-3)
O batista dos crentes (v. 1-3)
João não foi um acaso na história cristã. Ele foi predito por profetas do AT. Ele foi o cumprimento de uma promessa. Foi identificado como aquele anunciado por Isaías Is 40.3
Isaías 40.3 (NAA)
Uma voz clama:
“No deserto preparem
o caminho do Senhor!
No ermo façam uma estrada reta
para o nosso Deus!
Ele também foi relacionado ao profeta Elias quando Malaquias prenunciou a vinda deste profeta que converteria corações dos pais aos filhos, os desobedientes à prudência e habilitar para o Senhor um povo preparado. Ml 4.5-6
Malaquias 4.5–6 (NAA)
— Eis que eu lhes enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor. Ele converterá o coração dos pais aos seus filhos e o coração dos filhos aos seus pais, para que eu não venha e castigue a terra com maldição.
Então Mateus, de cara, faz questão de comunicar que João é aquele que foi predito pelos profetas. Muitos judeus esperavam o Messias. O fato de estarem subjugados por uma nação impia acendeu neles mais e mais o desejo da vinda do Messias. Talvez a vontade da vinda do Messias era tão grande para libertá-los daquela condição subjugada, que chegavam a dizer que João era o Messias, assim esquecendo que os profetas já tinham dito que antes do Libertador viria aquele que prepararia o terreno ou a estrada para esta chegada.
Aí se encontra João. Um profeta. O Elias moderno. Não sei se vocês estão fazendo o link com Elias, mas este profeta do AT foi muito, digamos assim, aos olhos humanos, poderoso. Claro que o poder é de Deus e o profeta Elias era o seu instrumento. Elias era aquele homem dedicado à oração e possuía grande autoridade espiritual, caso contrário nem teria acesso ao rei Acabe da sua época. Ele tinha uma escola de profetas!
Foi Elias que operou grandes milagres. Quem lembra ou já ouviu da viúva que ia morrer de fome, mas com a presença do profeta, de forma milagrosa a farinha e o azeite dela se renovava garantindo assim o sustento alimentar dela, de seu filho e do profeta durante o período de sequidão que se fazia presente até o retorno das chuvas.
Foi também através dele, que esta mesma viúva ao presenciar a morte de seu filho, e achando que a culpa era do profeta por causa de sua santidade em contraste com os pecados dela, trazendo o juízo de Deus que então teria castigado com a morte de seu filho, e o profeta desesperado clama a Deus e o Senhor traz de volta à vida o menino.
Também foi através de Elias que Deus realizou grande demonstração de poder diante de centenas de outros profetas pagãos de Baal, na também famosa narrativa do fogo que caiu do céu e queimou o altar. Sem contar que foi Elias que não experimentou a morte, pois foi arrebatado numa carruagem de fogo.
Olha aí, a quem Mateus relaciona o João. Mateus entendeu que a promessa de Deus anunciada por Isaías e Malaquias foi cumprida na vinda e na pessoa de João. Só que as expressões contidas para João profetizadas no AT não continham o termo batista ou batizador.
Esse título, portanto é exclusivo do NT e ele ganhou essa titulação por causa da atividade praticada por ele. João pregava sobre a urgência e a necessidade de arrependimento, pois o reino já estava próximo, tanto no sentido físico quanto temporal, e tomava o indivíduo que confessava e se dizia arrependido, no rio Jordão o mergulhava, dando literalmente um banho na criatura.
Ritos no sentido de banho e lavagens era algo comum dentre os judeus, mas eram ritos autoaplicáveis, não precisando de outra pessoa ministrando.
O batismo que João estava ministrando era bem conhecido dos judeus. Era diferente dos ritos que eles comumente praticavam em si mesmos, pois tratava-se de um batismo de arrependimento aplicado em terceiros, ministrados sobre pagãos que se convertiam ao judaísmo, confessando seus pecados e renunciando seu passado de forma radical, dispondo-se a uma nova vida.
Esse batismo aplicado sobre os pagãos em suas conversões ao judaísmo era único, distinguindo-se dos outros ritos de purificação já mencionados que eram repetidos com certa frequência. E aí é que encontramos a primeira excentricidade da pregação de João, pois como explicar a utilização deste batismo único sobre quem é judeu? Não fazia sentido para seu tempo!
Mateus nos diz Mt 3.5-6
Mateus 3.5–6 (NAA)
Então os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região em volta do Jordão iam até onde ele estava. E, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
João em seu batismo único, estava expressando muitas contradições às tradições judaicas que criam, por exemplo, que sua salvação estava garantida pela filiação de sangue a Abraão. Mas João batizando estes judeus arrependidos, estava dizendo que essa filiação sanguínea não era eficaz, ele simplesmente ignorou a filiação biológica e tratou tais judeus como verdadeiros pagãos. Para se ter uma dimensão dessa radicalidade joanina, os pagãos eram considerados pelos judeus como a escória da sociedade, eram os assassinos, ladrões, a pior espécie de gente.
Olha aí o que joão falou quando vieram fariseus e saduceus:
Mateus 3.7–9 (NAA)
7 Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes:
— Raça de víboras! Quem deu a entender que vocês podem fugir da ira que está por vir? 8 Produzam fruto digno de arrependimento! 9 E não pensem que podem dizer uns aos outros: “Temos por pai Abraão”, porque eu afirmo a vocês que Deus pode fazer com que destas pedras surjam filhos a Abraão.
Ixe! Duras palavras que nos traz uma pequena reflexão. Sempre costumo dizer que a figura de pai é aquele provê, que educa, que se faz presente e é presença na vida de seu filho, e que por isso, em algumas ocasiões de festinha do dias dos pais na escola, vemos algumas pessoas não paternas de sangue ali sendo homenageadas como pais.
Isto porque a filiação verdadeira não acontece de forma física/sanguínea, mas ocorre na atitude da adoção. Um pai ou uma mãe biológico não necessariamente são pais verdadeiramente, porém estes se tornam pais verdadeiros quando tomam uma decisão adotiva. Afinal de contas é como dizem por aí: amar é uma decisão, uma escolha. E ser pai ou mãe, é um ato de amor, ou seja de decisão e de escolha, só que na forma da adoção, independentemente se o filho ou a filha seja de sangue ou não.
Batismo excêntrico (v. 4-6)
Batismo excêntrico (v. 4-6)
A excentricidade de João não estava só na sua pregação, mas também em si mesmo. O relato de Mateus parece descrevê-lo como uma pessoa bem estranha a seu tempo, mas na verdade, se pudéssemos confirmar o que alguns estudiosos apontam, João provavelmente pertencia a uma comunidade essênica ou muito semelhante a este grupo.
Os essênios fazem parte de um dos três principais grupos de judeus. Os outros dois são os fariseus e os saduceus. Os essênios era aquela turma que, após o período de cativeiro babilônico e assírio com o retorno à Jerusalém dos judeus, um grupo creu que Israel estava contaminada e impura, e então resolveram isolar-se no deserto, vivendo principalmente em regiões próximas ao redor do Mar Morto.
Era um partido religioso judaico que se via como o verdadeiro povo de Deus e se retiravam para o deserto para praticar a pureza e a devoção até a vinda do Senhor. Eles também renunciavam acúmulo de bens materiais e só possuíam o mínimo necessário para viver.
Por isso relacionam João a esse grupo. Ele era um homem que podemos dizer que rejeitava muitas coisas de seu mundo, como um monge que se isola e procura consumir somente o necessário, como os franciscanos que fazem voto de pobreza.
Então, muito provavelmente, João foi dessa turma de essênios, educado dentre eles, só que como os essênios meio que se desviavam da doutrina mais ortodoxa de Israel, por exemplo, crendo que o Messias viria em três pessoas distintas, mas João nesse ponto se afastava dos essênios, porque como profeta do Senhor, já sabia bem que o Messias era nosso Senhor Jesus.
Contudo relacionar João com os essênios, que também não era um grupo tão uniforme, havia diferenças como que de subgrupos dentro deles, mas que se justifica essas práticas ascéticas de João bem diferente do costume do povo da capital Jerusalém, ou seja, era estranho, mas não uma aberração, porém único e excepcional pelo ministério que exerceu e pela atenção que chamou, não só dentre os judeus, mas também do poder romano.
Ele ia além com sua radicalidade e excentricidade. Por exemplo, a vestimenta de pele de camelo não era um tipo de roupa que se comprava no mercado, logo ele provavelmente a adquiriu de um camelo que pereceu no deserto, já que os essênio se opunham a sacrifícios, e considerando João vindo deles, esta roupa era um um flagrante contra as leis de pureza judaica, como bem observou o comentarista Rienecker, no seu livro que comenta o evangelho de Mateus. Também sua alimentação estava bem longe do que seria a dieta comum daquele tempo.
Em suma, tanto a mensagem de João quanto a própria pessoa eram expressões subversíveis. A mensagem rebaixava o judeu equiparando-o a um pagão. A pessoa de João, a sua forma de vida e aparência chegavam a ser contrárias ao que representavam os fariseus, segmento judaico de referência religiosa, por exemplo.
Até o local de sua pregação era totalmente contraditório, pois o deserto representava para os judeus o local do diabo, conforme Lv 16.7-10 que informa que era pra lá que se enviava o bode, para Asasel, o demônio do deserto, com os pecados do povo no dia da reconciliação.
Daí levanto uma questão. O que motivava um relevante número de judeus a irem a um lugar ermo, ouvir duras palavras contra si e submeter-se a um rito que revelava sua condição pecadora e iníqua?
E nós? Quando ouvimos a palavra profética do nosso Senhor, condenando e denunciando o pecado, como é que nos enxergamos? Nos sentimos felizes e confortáveis diante de duras palavras?
Como é que nos posicionamos? Como aqueles que buscam arrependidos o perdão do Senhor ou como super crentes, um segmento social privilegiado que já é salvo pelo simples fato de termos uma vida de alta moral e frequentadores de igrejas?
Certamente este profeta não era um propagandista, mas uma testemunha verdadeira, portanto ele vivia o que pregava e pregava o que vivia. Vivemos o que cremos? Qual é minha posição? Seria eu um fariseu ou um saduceu?
Religiosidade perigosa (v. 7-10)
Religiosidade perigosa (v. 7-10)
Os fariseus formavam um grupo religioso que surgiu após o retorno do cativeiro babilônico. Eles ganharam importância porque no retorno do cativeiro muito da Torá, a Lei de Deus, estava se perdendo dentre aqueles poucos que ficaram na terra prometida, mas os fariseus, cujo nome significa os separados, tinham como característica o rigor e o zelo pela Lei, e assim começaram a regulamentar a vida a partir da Torá. No tempo de Jesus a lei já estava composta por 248 mandamentos e 365 proibições, tudo fruto dessa regulamentação exagerada.
O excesso pelo cumprimento da Lei e a regulamentação da vida judaica a partir de suas interpretações, levaram este grupo social a serem exacerbadamente legalistas e cumpridores de tarefas. Uma verdadeira hiper ortodoxia aplicada a cumprimento de tarefas.
Já os saduceus, o segundo grupo de grande importância dentre a sociedade judaica, tem por significado de seu nome, os justos, e a raiz desse nome vem de Zadoque que foi sacerdote no reinado de Davi. Eles ganharam relevância social por fazerem parte da nobreza sacerdotal que também no retorno exílico, por causa de sua posição social, se tornaram grandes oligarcas, possuindo as melhores terras.
No tempo de Jesus, sob o jugo romano, por causa de seus status social e de poder, os saduceus possuíam estreitas relações com o poder estatal e político da época e assim naturalmente não eram tão incomodados pelos romanos e ocupavam espaços de privilégios como sumos sacerdotes, por exemplo.
Os fariseus era a turma que saía da massa. Os representantes do povo e os saduceus era aquela minoria, porém muito rica além do status sacerdotal.
Os saduceus e fariseus divergiam-se e muito em questões doutrinárias. Enquanto os fariseus exageraram na dose de regulamentação a partir da Torá, os saduceus admitiam apenas o que estava escrito lá e eram também mais liberais na interpretação da Torá. Porém numa coisa eles se identificavam um com o outro: o ódio a Jesus.
João bem identifica fariseus e saduceus que estavam já bem desvirtuados e distantes de um relacionamento sincero com Deus. E ambos segmentos apoiavam suas bençãos, inclusive a salvação, na sua descendência carnal de Abraão, pois mestres rabínicos diziam: A todos que são descendentes de Abraão segundo a carne será dado o reino eterno, ainda que sejam pecadores e descrentes e desobedientes a Deus. [Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Mateus (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1998).]
Quem são nossos fariseus e saduceus?
Há muitos irmãos e irmãs bem distante do verdadeiro evangelho, obcecados por uma vida moral e irrepreensível, sem misericórdia, verdadeiros opressores daqueles a quem eles já julgaram.
Do mesmo jeito que nos tempos bíblicos faziam seus discursos em locais públicos contra as prostitutas, os leprosos, os impuros e cobradores de impostos, hoje esses discursos ocorrem nas redes sociais incentivados mais e mais por estas redes a se mostrarem os santos (separados) que são, ocupando assim as melhores posições morais na sociedade e condenando a chineses, a homossexuais e àqueles que pensam diferente de si.
João faz um link do Salmo 1 em oposição a estes grupos, porque lá lemos:
Salmo 1.1–6 (NAA)
1 Bem-aventurado é aquele
que não anda no conselho dos ímpios,
não se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor,
e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada
junto a uma corrente de águas,
que, no devido tempo, dá o seu fruto,
e cuja folhagem não murcha;
e tudo o que ele faz será bem-sucedido.
4 Os ímpios não são assim;
são, porém, como a palha que o vento dispersa.
5 Por isso, os ímpios não prevalecerão no juízo,
nem os pecadores, na congregação dos justos.
6 Pois o Senhor conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios perecerá.
Assim como as palavras de João foram muito duras para aqueles, chamando-os de raça de víboras, ou seja, associando-os à serpente que era símbolo de satanás, do pai da mentira, desvinculando eles da filiação de Abraão e os revelando como filhos do diabo, alvos da ira de Deus, também estas palavras são por pancadas sobre nós, pois o que mais se aproxima dos fariseus e saduceus do tempo de Jesus para o tempo de hoje, somos nós que aqui estamos participando de Cursilhos, Lado a Lado, Olimpíada Jovem, Seminário de Vida no Espírito Santo e etc.
Precisamos nos posicionar em atitude de arrependimento. Nem todos fariseus eram unânimes em suas posições. Vemos o relato de Nicodemus que se aproxima com genuíno desejo de aprender com Jesus e posteriormente ainda exorta oficiais a darem a Jesus a oportunidade de uma audiência justa (Jo 7.50-51) e ainda depois acolhe o corpo de Jesus para um sepultamento com ao menos o mínimo de dignidade. Além de outros relatos que demonstram fariseus ajudando a Jesus e posteriormente foram convertidos à mensagem de Cristo (Lc 13.31, Jo 12.42-43, Jo 9.16, At 5.34-39, At 15.5), sendo o apóstolo Paulo, por exemplo, um grande exemplo de fariseu convertido.
O que João disse aos fariseus e saduceus para demonstrarem o fruto do arrependimento é o que nos diz hoje que não basta professarmos a nossa fé, mas também é preciso materializar essa fé. Aquela velha e aparente contradição, mas já bem resolvida e harmonizada a respeito de que somente pela fé somos salvos, mas que se essa fé não for uma viva fé, então ela é morta, pois é necessário que essa fé produza por meio de nós as boas obras que Deus preparou para nela andarmos.
Batismo com o ES (v. 11-12)
Batismo com o ES (v. 11-12)
E aí João dá o correto entendimento e revela de certa forma que não há esforço em nós para adquirirmos essa fé. Simplesmente ela é implantada em nossos corações que somada ao arrependimento, produz o que chamamos de conversão e assim é apresentado o Cristo que virá com o Espírito Santo e com fogo.
João agora revela a verdadeira salvação que há em Cristo Jesus. Jesus é colocado na mais alta posição de honra, fazendo ele a ilustração bem comum daquela época em que somente pessoas importantes, os senhores, usavam calçados fora de casa, mas quando chegavam da rua, o escravo desatava as sandálias e as carregavam, sendo a atividade mais simples e fácil que um escravo executava, e assim João se colocou como menor que o mais baixo escravo, indigno de realizar algo tão pequeno e simples, por causa da tamanha nobreza de Cristo.
Ele anuncia que seu trabalho é conduzir pecadores ao arrependimento através de seu batismo com água, mas que após ele, vem aquele muito mais poderoso que também batizará, só que, em nível adequado a seu status divino, com o Espírito Santo e com o fogo purificador. O arrependimento que ele pregava não é suficiente. Precisamos e necessitamos do batismo com o Espírito Santo e com fogo que João e ninguém pode realizar. Somente Jesus tem esse poder.
Mas João nos diz que é necessário e essencial que haja arrependimento para então recebermos o batismo operado por Jesus. O arrependimento genuíno é possível por meio da fé. A fé salvadora é aquela operada pelo Espírito Santo nos dando plena ciência e confiança pessoal em Jesus como Senhor e Salvador.
Como já disse, esta fé combinada ao arrependimento caracteriza o que chamamos de conversão. A palavra grega usada para esse arrependimento é metanoia, já conhecida por muitos, e que significa mudança de alguma ideia, só que, em todo NT, esta palavra é usada indicando um arrependimento que traz consigo um sentido muito mais amplo, ou melhor, um sentido pleno, isto é, uma mudança total de mente e coração: uma nova cosmovisão, afetando todas as área da vida desse convertido.
João alertou os fariseus e saduceus para que se arrependessem genuinamente, pois não podiam fugir do fogo eterno.
Mateus 3.10
Mateus 3.10 (NAA)
10 E o machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Esse fogo, mencionado neste momento, é a penalidade oriunda do juízo divino. Mas logo mais a frente ao mencionar o messias, João volta a falar do fogo, agora combinado com o Espírito Santo no batismo.
Mateus 3.11 (NAA)
11 Eu batizo vocês com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.
O fogo aqui é o purificador. Em nossa regeneração, uma nova natureza nasce em nosso ser. Passamos a possuir duas naturezas: carnal e espiritual. Pensado no fogo purificador do batismo, diferentemente da água que apenas age na superfície, ele penetra a substância e altera sua propriedade.
Numa analogia com a purificação de um metal realizada por um ourives, o fogo elimina toda impureza, permanecendo apenas o metal. Assim nossa natureza carnal vai sendo consumida pelo fogo do Espírito Santo, mantendo apenas nossa natureza santa infundida pelo próprio ES em nós.
Finalmente o fogo é mencionado uma terceira vez, resgatando novamente a aplicação do juízo final.
Mateus 3.12 (NAA)
12 Ele tem a pá em suas mãos, limpará a sua eira e recolherá o seu trigo no celeiro; porém queimará a palha num fogo que nunca se apaga.
Será o dia em que da igreja visível haverá a distinção e separação daqueles que são trigo do joio, das ovelhas e dos cabritos, dos salvos e dos perdidos, dos crentes e dos hipócritas.
Pois é… Somos os modernos fariseus e saduceus, né? Mas calma, nem todos estão perdidos. Lembrem-se do testemunho de Nicodemos e do apóstolo Paulo.
Que possamos ouvir os modernos Joões Batistas dizendo-nos para que nos arrependamos e que uma vez batizados por Cristo com o Espírito Santo e com fogo, sejamos purificados dia a dia e que assim sejamos semelhantemente à uma árvore plantada junto a uma corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha, e tudo o que faremos será bem-sucedido (Sl 1.3).
É por Cristo que assim profetizo! Amém!