O Custo do Discipulado
Introdução
E agora ele começou a peneirar a multidão, apresentando-lhes os termos rigorosos do discipulado. Às vezes, o Senhor Jesus atraía os homens a si, mas depois que começaram a segui-lo, ele os peneirara. É isso o que está acontecendo aqui.
Nosso Senhor assim se manifestou a fim de evitar que os homens o seguissem com leviandade e imprudência, motivados apenas por sentimentos e estímulos naturais, que, na hora da provação, desaparecem.
Ele sabia que nada causa tantos males ao verdadeiro cristianismo quanto a apostasia; também estava certo de que nada produz tanta apostasia quanto permitir que as pessoas venham a Cristo sem conscientizá-las do compromisso que realmente estão assumindo. O Senhor Jesus não tinha o desejo de ampliar o número de seus seguidores admitindo soldados que fracassariam na hora da necessidade. Por esse motivo, proferiu tal advertência. Ele ordena a todos os que pensam em segui-lo a avaliar o custo antes de iniciar a jornada.
O que o Salvador requer em Lucas 14.26, e em outras passagens, é devotamento completo, o tipo de lealdade que é tão verdadeiro e irredutível que qualquer outro afeto, mesmo o afeto pela própria vida de alguém, deve estar sujeito a ela.
Se uma pessoa não está disposta a oferecer esse devotamento incondicional, então Jesus declara: “não pode ser meu discípulo
Nenhuma consideração de laços familiares deve desviar um discípulo de uma senda de total obediência ao Senhor.
porém, estava dizendo que, se as reivindicações de nossos parentes e amigos entrarem em conflito com as do Senhor, precisamos deixar de lado as reivindicações de nossos parentes e amigos. Antes, devemos escolher desagradar aqueles que amamos na terra do que desagradar aquele que morreu por nós na cruz.
O discípulo de Cristo, na contramão dos ditames da psicologia moderna, não é aquele que busca a afirmação do “eu”, mas aquele que, imperativamente, renúncia à própria vida e toma sobre si a cruz, o mais terrível método de execução. Sacrifício, e não autopromoção, é o preço do discipulado. Mas ser discípulo não significa apenas renúncia; é também, e sobretudo, uma atitude de seguir a Cristo. É colocar-se no caminho com ele, ter intimidade com ele, fazer a vontade dele e viver para a glória dele.
Em vez de viver vidas egoístas, devemos viver vidas cristocêntricas. Em vez de perguntar como cada ação vai afetar-nos, devemos ter cuidado de avaliar como afetará Cristo e sua glória.
As considerações de conforto e segurança pessoal devem ser subordinadas à grande tarefa de glorificar a Cristo e fazê-lo conhecido. As palavras do Salvador são absolutas.
A cruz não é uma enfermidade física ou angústia mental, mas é uma senda de opróbrio, sofrimento, solidão e até mesmo a morte escolhida voluntariamente pela causa de Cristo. Nem todos os cristãos tomam a cruz. É possível evitá-la por viver uma vida cristã nominal. Mas, se resolvemos ser fiéis a Cristo, nos depararemos com o mesmo tipo de oposição satânica que o Filho de Deus conheceu quando esteve aqui na terra. Isso é a cruz
A lição é: olhe antes de saltar.
Eis um homem que está pensando em construir uma “torre”. Que tipo de torre? O original não deixa isso claro. Talvez seja uma torre de vigia para sua vinha, a fim de proteger-se contra saqueadores etc., e quisesse ter um lugar – talvez um lugar adicional – para armazenagem e ainda que servisse de residência temporária. Ou a “torre” de que fala o texto significasse todo um edifício agrícola. Seja como for, o argumento é que antes de começar a edificar a estrutura, esse homem deveria calcular os custos. Se não o fizer, ele virá a ser um alvo de chacota, um objeto de ridículo.
Semelhantemente, antes de alguém decidir ser um seguidor de Cristo, precisa compreender que ser um cristão não é “um mar de rosas”. Jesus não deixou isso bem claro? Veja Mateus 7.14; Lucas 13.24; cf. João 16.33; 2Timóteo 3.12. Com certeza, um crente genuíno jamais se perde (Jo 10.27,28; 1Jo 2.19), mas há muitas pessoas que parecem ter lançado sua sorte com Cristo e depois … se vão. É só lembrar de Demas e Judas.
Qual, pois, é a solução? É possível eu permanecer na neutralidade? Continue
Não; você não pode permanecer neutro. Você tem de saltar.
O título a parábola sobre o rei imprudente tem por base o fato de que tal rei certamente está implícito, um rei que não se assenta primeiro e considera de forma racional a situação. Mas, embora esse título seja aplicável, a ênfase está no rei razoável ou sensato.
Esse rei não está na mesma posição do construtor da parábola precedente. Aquele homem era livre para agir ou não agir, para construir ou não construir. O rei, entretanto, está sendo atacado. Alguém está vindo contra ele com 20 mil soldados, enquanto ele só tem dez mil. Então ele tem de tomar uma decisão. Essa decisão provavelmente será a de enviar uma delegação e fazer as pazes com o atacante.
Ser um verdadeiro cristão custa alguma coisa. Jamais nos esqueçamos disso. Ser um cristão nominal e ir à igreja é algo barato e fácil. Mas ouvir a voz de Cristo, segui-lo, crer nele e confessá-lo, tudo isso exige muita renúncia. Custa nossa justiça própria, nossos pecados, nossa tranquilidade e nosso mundanismo.
Depois de falar sobre a renúncia aos relacionamentos e também do cálculo dos custos do discipulado, Jesus conclui dizendo que a renúncia é radical, pois implica a desistência completa dos bens materiais. … todo aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. O amor ao dinheiro pode fechar-nos a porta do reino e impedir-nos de seguir a Cristo.
O que Jesus pede é uma devoção de todo o coração, uma lealdade a toda prova, uma negação completa de si mesmo, de seu tempo, de seu dinheiro, de suas possessões terrenas, de seus talentos etc., à disposição de Cristo.
Provavelmente o versículo 33 é um dos versículos menos populares na Bíblia inteira. Ele declara explicitamente que todo aquele que entre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. Não se pode fugir do significado das palavras. Elas não dizem que uma pessoa deve ser disposta a renunciar tudo. Antes, dizem que ele deve renunciar tudo.