Alcançados através do desespero

A Identidade do Rei  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Você já passou por situações desesperadoras? Como você agiu? A quem recorreu? Você possui pessoas na sua vida que você sabe que pode contar quando estiver passando por situações desesperadoras?
Ninguém gosta de passar por situações desesperadoras, é obvio, mas é muito bom poder contar com alguém na hora do desespero. Da mesma forma nós não suportamos pessoas que se omitem, se silenciam diante de situações onde tudo parece perdido. Hoje, flaremos sobre mais um episódio na vida de Jesus onde Ele se encontrou com pessoas desesperadas, que recorrem a Ele como última alternativa para os seus dilemas.
Marcos 5.21–34 NAA
21 Tendo Jesus voltado de barco para o outro lado, reuniu-se em volta dele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. 22 Então chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos pés de Jesus 23 e lhe pediu com insistência: — Minha filhinha está morrendo; venha impor as mãos sobre ela, para que seja salva e viva. 24 Jesus foi com ele. Uma grande multidão seguia Jesus, apertando-o de todos os lados. 25 Estava ali certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. 26 Ela havia padecido muito nas mãos de vários médicos e gastado tudo o que tinha, sem, contudo, melhorar de saúde; pelo contrário, piorava cada vez mais. 27 Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher chegou por trás, no meio da multidão, e tocou na capa dele. 28 Porque dizia: “Se eu apenas tocar na roupa dele, ficarei curada.” 29 E logo a hemorragia estancou, e ela sentiu no corpo que estava curada daquele mal. 30 Jesus, reconhecendo imediatamente que dele havia saído poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: — Quem tocou na minha roupa? 31 Os discípulos responderam: — O senhor está vendo que a multidão o aperta e ainda pergunta: “Quem me tocou?” 32 Ele, porém, olhava ao redor para ver quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, amedrontada e trêmula, ciente do que lhe havia acontecido, veio, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe toda a verdade. 34 Então Jesus lhe disse: — Filha, você foi salva porque teve fé. Vá em paz e fique livre desse mal.

Uma mulher desesperada

Estamos diante do primeiro encontro que Jesus teve após chegar ao outro lado da margem. Havia uma multidão comprimindo Jesus, mas uma pessoa recebe destaque. Uma mulher que possuia uma hemorragia há anos e não sabia mais o que fazer. A bíbilia nos relata sobre essa mulher anônima que ela já havia gastado todo o seu dinheiro para curar a sua doença e nenhum médico havia conseguido. Talvez você já tenha passado por isso ou conheça alguém assim, com um diagnóstico incnclusivo ou um tratamento ineficaz. No caso daquela mulher o problema era ainda pior, pois aquela enfermidade lhe trazia consequências sociais e rligiosa. Se tratando de hemorragia uterina, a doença lhe colocava em uma situação permanente de isolamento, uma vez que pela lei cerimonial do povo judeu, uma mulher no seu periodo menstrual era considerada impura. Ela havia perdido o convivio social e o direito de cultuar, pela lei ela não poderia ir ao templo prestar culto naquela condição. A lei mandava que quando ela precisava se deslocar, ela era obrigada a ficar gritando "-impura! impura!"para que ninguém chegasse perto dela.
Estamos diante de alguém que possuia um sofrimento prolongado, pois já convivia com aquela doença por doze anos. Alguém que certamente estava fraca emocionalmente e fisicamente, além das tentativas frustradas de cura, provavelmente convivia com uma anemia profunda. ALguém que não tinha mais dinheiro, pois tinha gastado tudo que tinha em vão. E por fim, alguém que sofria de uma grande segregação social e religiosa. Estamos diante de alguém desesperada, e aquele toque foi um ato de desespero e fé ao mesmo tempo. A fé daquela mulher nasce diante de um grande desespero. Foi um ato de desespero e coragem primeiramente porque ela se arrisca no meio da multidão, um local onde ela não poderia estar.
Outro fator que nos chama a atenção é que esse é o único relato de um milagre que não há um esforço consciente de Jesus. Ela toca em Jesus sem ele saber, por trás (desejo de permanecer anônima), no meio da multidão e automaticamente ela é curada. Interessante observarmos zlgo maravilhoso da identidade do Rei. Havia uma multidão tocando em Jesus, mas Ele identifica um toque especial, mas ao mesmo tempo Ele diz não saber quem foi. Alguns estudiosos acreditam que Jesus faz isso para que aquela mulher se manifeste, enquanto muitos outros acreditam que estamos diante de um relato que representa bem a dupla natureza de Cristo sendo homem e Deus. A sua natureza divina se manifesta na cura, enquanto sua natureza humana se manifesta em não saber quem foi. O apóstolo Paulo diz que Jesus se esvaziou e mesmo não deixando de ser Deus ele se limitou como homem. Onipresença é um atributo de Deus, porém enquanto esteve aqui na Terra Jesus não estava em todos os lugares, assim como oniciência em alguns casos. Quando Jesus é perguntado quando seria o dia da sua volta e Ele diz que só o Pai sabe, e nesse caso vemos a mesma coisa Jesus demonstrando sua humanidade. Sua humanidade plena se deu em uma vida sem pecado, porém ele experimentou limitações, dores, sofrimentos, sentiu fome, frio, sede, chorou… Desta forma ele nos mostra que temos um sumo sacerdote que se compadece não só dos nossos sofrimentos e necessidades, mas também das nossas limitações.
Agora veremos um segundo encontro.
Marcos 5.35–43 NAA
35 Enquanto Jesus ainda falava, chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, dizendo: — A sua filha já morreu; por que você ainda incomoda o Mestre? 36 Mas Jesus, sem levar em conta tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: — Não tenha medo; apenas creia! 37 Jesus não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro e os irmãos Tiago e João. 38 Chegando à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. 39 Ao entrar, disse: — Por que vocês estão alvoroçados e chorando? A criança não está morta, mas dorme. 40 E riam-se dele. Mas Jesus, mandando que todos saíssem, levou consigo o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. 41 Tomando a criança pela mão, disse: — Talitá cumi! — que quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!” 42 Imediatamente a menina, que tinha doze anos, se levantou e começou a andar. Então todos ficaram muito admirados. 43 Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse. E mandou que dessem de comer à menina.

Um pai desesperado

Depois de uma mulher uma desperada, estamos diante de um pai desesperado. Nestes dois textos vemos que Jesus é a esperança dos desesperados, dois episódios de pessoas que já tinham esgotado todas as alternativas possíveis e só lhe restava Jesus. Mas é importante observar que Jairo era um dos chefes da Sinagoga, algém religioso, lideres do judaísmo de sua época. Ele supervisionava o culto e cuidava do prédio da Sinagoga, quem possuia esse cargo usufruia de grande importância e prestigio na sua época. Mas é importante lembrarmos que nesse momento da vida de Jesus Ele já era mau visto por esses mesmos religiosos, eles já tramavam sua perseguição. Então vemos Jairo, assim como a mulher enferma de hemorragia, transpondo barreiras sociais e religiosas para chegar a Jesus.
Observe o desespero de Jairo, no evangelho de Lucas vemos que ela era filha única. Imagine o desespero de um pai ao ver sua filha única de doze anos desfalecer. E a esperança de Jairo era que Jesus a curasse, mas aparentemente ele não tem seu pedido atendido, a menina morre. Mas o que vemos é que Jesus faz tudo dentro do seu cronograma, no tempo Dele, e tudo que Ele faz é sempre maior e melhor do que pedimos ou pensamos. Jesus não simplesmente curou, mas ressucitou a menina. O texto diz que Jesus fala que ela estava dormindo, Jesus não está falando sobre uma ideia equivocada sobre "sono da alma", nem mesmo que aquelas pessoas estavam equivocadas a respeito da real condição da adolescente. Mas que para Ele que detém todo poder, trazer alguúém morto a vida ocorre com a mesma facilidade que temos de acordar alguém que apenas dorme (uns mais do que os outros). Jesus faz o que julgamos impossível, embora as vezes wueremos limitar ou determinar como e o que Ele deve fazer ao invés de confiar em quem Ele é, sabendo que o que Ele faz é sempre maior e melhor (mesmo que diferente do que a gente espera).

Do desespero a esperança

Qual a conexão desses dois episódios? Jesus, a presença que traz esperança. E as vezes acopntece assim conosco, recorremos a Jesus no meio do desespero. Talvez você tenha sido alcançado por Jesus assim (video batismo Silvio), porque Deus age até mesmo por meio do seu desespero. CS Lewis tem uma frase famosa que diz que "o sofrimento é o megafone de Deus para um mundo surdo". Vemos dois episódios onde as pessoas desenvolveram uma fé em Jesus quando tudo parecia contrário. Logo, esses dois episódios nos revelam muito sobre a identidade do Rei:
1- Ele é Deus - Ele tem poder pra fazer muito mais do que imaginamos e tem poder sobre todas as coisas, seja doenças incuráveis ou pessoas que foram vencidas pela doença (poder sobre a morte).
2- Ele é homem - Ele se fez homem e se esavziou tomando a nossa forma para ser o nosso substituto na cruz. Jesus não viveu aqui como um ser celestial, mas assumiu a forma humana para ser propiciação dos nossos pecados. Para que a ira de Deus fosse depositada Nele que mesmo sendo homem não pecou.
3- Ele tem compaixão da raça humana - Jesus é um Rei que não é indiferente ao sofrimento humano, independente de quem seja. Jesus não era indiferente, não fazia pouco caso, nem muito menos debochava do sofrimento de qualquer pessoa.
4- Ele sustenta aqueles que são seus. Jesus é o Rei que sustenta a fé dos Seus. A nossa perseverança de fé está em Cristo e não nas circunstâncias. Jesus sustentou a fé de Jairo mesmo quando tudo parecia perdido. A forma como entendemos o Rei determina a forma como nós nos relacionamos com Ele. Quantas vezes você viu pessoas que desanimaram, se afastaram porque as coisas não aconteceram da forma como queriam? QUando a fé está em Cristo, Ele sustenta independente do que venha ocorrer. Da mesma forma que Ele sustentou a fé de Jairo, Ele sustenta a nossa.

A veradadeira esperança diante do maior desespero

Através do milagre na vida dessas pessoas Jesus realiza o maior dos milagres, vemos uma mesma atitude com aquela mulher e com Jairo. Os dois se prostraram em adoração a Deus. Aquela mulher ao experimentar o milagre se prostrou e adorou a Jesus reconhecendo que estava diante do filho de Deus (havia uma multidão que queria o milagre apenas). Jesus diz para ela: Sua fé te salvou e fique livre do seu mal. Ela buscava a cura, mas o que Jesus fez foi maior e melhor, ela foi liberta da doença mas também da morte etena.
Jairo, também se prostra, e sendo ele um líder religioso indica o reconhecimento que estava diante do Messias, rompendo com a sua religião que não reconhecia Jesus como o Filho de Deus. Se Jairo não tivesse convencido disso, sendo ele conhecedor da Lei de Deus, jamais teria essa atitude. O melhor e maior milagre que Jairo experimentou não foi ser surpreendido com uma ressureição ao invés de uma cura, mas perceber que estava diante do Rei.
Esses dois textos nos fala sobre a verdadeira fé, que não é sobre pensamento positivo, fé em si mesmo, nem mesmo sobre crer somente no que eu quero que Jesus faça por mim. Nem Jairo e nem mesmo aquela mulher são provas vivas de que a fé verdadeira não são palavras ditas por homens afim de trazer a realidade aquilo que eu desejo, isso é uma heresia inventada há poucas décadas. Se fé fosse isso aquela mulher nem teria tocado em Jesus e a filha de Jairo teria sido curada antes mesmo de morrer. A verdadeira fé é aquela que sempre nos leva a experimentar aquilo que é maior e melhor, o próprio Jesus. É a fé que nos leva a adorar e se deleitar no Rei mesmo que o milagre não venha, entendendo que o maior milagre é trazer mortos espirituais a vida, transformar inimigos de Deus em seus Filhos. A verdadeira fé é a confiança bsoluta em Jesus como FIlho de Deus, e essa fé é constantemente desafiada. Satanás fez assim com Jesus no deserto, e isso ocorre conosco: "-Deus te ama? Por que você sofre? Deus te ama? Por que está passando por isso?"
Quando a nossa fé é desafiada por conta do sofrimento e somos envolvidos por essas vozes de acusação, nós olhamos para cruz e vemos um Pai que não poupou Seu único FIlho para nos fazer também seus filhos e isso nos basta.

Conclusão

Talvez você esteja desanimado ou até mesmo desesperado, mas aprenda nesse relato do evangelho que independente do que esteja ocorrendo, desistir de caminar com Cristo não é uma opção.
Quando se sentir assim, faça como aquela mulher e como Jairo, se aproxime humildemente em adoração à Ele e nunca se esqueça que Jesus nunca está indiferente a você, crendo que o que Ele faz é sempre maior do que imagina e melhor do que você espera.
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