Paulo apresentando Jesus a Timóteo e a Igreja
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Testificando da graça de Cristo Jesus
Testificando da graça de Cristo Jesus
1Tm 1.1-17
1Tm 1.1-17
Introdução:
1. Na primeira carta a Timóteo, o tema básico é a organização da igreja.
2. Paulo orienta Timóteo a combater os falsos mestres e suas falsas doutrinas, v.3:
John Kelly diz com razão que nas três cartas Paulo está grandemente preocupado com os hereges, conforme os considera, os quais mercadejam uma mensagem distinta, oposta ao evangelho verdadeiro, semeando contendas e dissensão...
Os hereges e suas falsas doutrinas:
1. Dedicavam-se a disputas acerca da lei (Tt 3.9).
2. Estavam muito ocupados com fábulas e genealogias (1Tm1.4).
3. Negavam a criação (4.3–5) e a ressurreição (2Tm 2.18).
4. Jactavam-se de possuírem uma gnose superior (6.20).
5. Desenvolvimento do gnosticismo:
I. Salvação privilégio de uns poucos iluminados.
II.considerarem a matéria essencialmente má, negavam a criação, a encarnação e a ressurreição.
6. Os falsos mestres eram cheios de luxúria (2Tm 4.3),
7. Estavam interessados nos bens materiais das pessoas, e não em seu bem-estar (6.5; Tt 1.11).
1. Paulo defendendo o fundamento da sã doutrina.
I. Precisa ser ensinado segundo o desígno de Deus e não na méra expeculação humana (doutrinas dos homens).
Havia na igreja: expeculações humanas...
Fábulas e geneologias sem fim=
loquacidade frívola=
Pessoas que queriam passar por mestre da lei=
a. Separado e enviado por Deus.
v.1- havia um homem separado por Deus...
Paulo, apostolo de Cristo Jesus...
apóstolo= um enviado de Jesus Cristo comissionado diretamente por Ele ou por outros apóstolos; normalmente, alguém que tem sido diretamente ensinado por Jesus e que é investido com a autoridade para falar em seu nome.
Paulo quando menciona que é apóstolo, não é para um reconhecimento com fim de gloriár-se, mas para identificar que suas palavras são necessárias e relevantes a Timóteo como toda a igreja, exatamente por isso Paulo a sua autoridade de apóstolo.
v.1- pelo mandato de Deus...
mandato= ἐπιταγή -ῆς, ἡ; (epitagē) “epitae”, SUBS. ordem; comando. Uma direção autoritativa ou instrução para fazer algo; por meio da fala ou da escrita.
E ele também alega que seu apostolado é pelo mandato ou designação de Deus, visto que ninguém pode fazer de si próprio um apóstolo. João Calvino
corroborando com essa ideia, Hans Bürki tem razão em dizer que Paulo não é apóstolo nem por autorização humana, nem foi instalado como apóstolo por um ser humano, nem houve uma resolução pessoal no começo de sua vocação.
Mesma palavras encontrada em Rm 16.26
Romanos 16.26 (RA)
26 e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações,
1. O fundamento da sã doutrina.
I. Precisa ser ensinado segundo o desígno de Deus e não na méra expeculação humana (doutrinas dos homens).
II. Precisa ter um apoio, em Jesus nossa esperança.
v.1- e de Cristo Jesus, nossa esperança,
esperança= alguém em que as expectativas são centralizadas.
24 Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?
5 por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,
2 na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos
13 aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
I. Paulo atribui o seu apostolado, não apenas a Deus, mas reconhecendo que Jesus sempre está na obra do Pai, ou seja, Deus nada faz as pessoas sem uma ação assumida com seu próprio Filho.
II. Paulo apresenta Deus como nosso Salvador.
Embora essa expressão seja mais comumente empregada para descrever Cristo, está plenamente amparada pelo ensino geral das Escrituras Jo 3.16
16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.
29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
III. Paulo apresenta Cristo Jesus como nossa esperança
Título este que pertence especificamente a ele, pois é só quando olhamos para ele que começamos a desfrutar de boa esperança, porquanto é tão-somente nele que se encontra toda a nossa salvação.
Colossenses 1.27 (RA)
27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;
1. Jesus torna possível a real esperança
2. Jesus é a fonte e o autor da esperança
3. Jesus revitaliza a nossa esperança
4. Jesus nos capacita a agir ou admoestar conforme orientação de Paulo a Timóteo no 1Tm1.5
1Timóteo 1.5 (RA)
5 Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.
Hendriksen diz que, quando um pecador é levado a Cristo, o primeiro que se regenera é o coração. O resultado é que a consciência do homem começa a molestá-lo de tal modo que, sob convicção, ele se sente feliz em abraçar o Redentor por meio de uma fé viva. Daí a sequência coração, consciência e fé ser completamente natural.
1. Admoestação precisa ocorrer com amor, sem mágoa. A verdade precisa ser dita em amor.
2. Admoestação precisa ter motivação certa (coração puro).
3. Admoestação precisa fluir de uma fé verdadeira e de boa consciência, sem influencia do maligno e de nossa mente corrompida.
1. Paulo defendendo o fundamento da sã doutrina.
2. Paulo como ministro autorizado de Deus.
Paulo combate os falsos mestres que entravam sorrateiramente nas igrejas, ressaltando seu chamado para o apostolado. Os falsos mestres falavam de sua própria parte, mas Paulo ensinava o evangelho puro e genuino. Destacamos aqui alguns pontos com relação ao chamado do apóstolo.
1. Gratidão:
Paulo explica a última frase do v.11 “do qual fui encarregado”.
Em conjunto com o v.12 “para com aquele que me fortaleceu (ou chamou)”.
v.12- Sou grato...
Sou= ἔχω (echō), VB. ter. Conter ou ter algum aspecto ou característica. Mesma palavra em...
3 Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia.
grato= (graças) uma confirmação de apreciação (a uma divindade).
Por que Paulo está dando graças?
1.Paulo dá graças não por aquilo que ele fez para Jesus, mas por aquilo que Jesus fez por ele. três bençãos:
I. O Senhor o fortaleceu.
v.12- aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus...
fortaleceu= habilitar — fazer (mais) capaz ou apto para alguma tarefa.
a. Paulo recordando de sua vida pregressa, não podia de forma alguma considerar-se digno de tão sublime honra.
b. Paulo confessando sua indignidade e ainda afirmando ser apóstolo pela graça de Deus.
II. o Senhor o considerou fiel
v.12- Cristo Jesus, nosso Senhor...1Co 8.6
1Coríntios 8.6 (RA)
6 todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.
v.12- Cristo Jesus que me considerou fiel...
considerou= (contar) — julgar ou considerar ser.
fiel= πιστός -οῦ, ὁ; (pistos “pistôs”), ADJ. fiel; confiável.
Responsável — digno de, que requer responsabilidade ou confiança; responsabilizado. Relacionados: Fidelidade; Lealdade.
10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.
I. Paulo tem a intenção de não só gloriar-se ardentemente no Senhor, mas também desviar de si toda e qualquer vanglória.
III. o Senhor o designou para o ministério.
v.12- designando-me para o ministério,
designado-me= τίθημι (tithēmi “tífêmi”), VB. colocar.
O sentido é nomear (dever) — atribuir um dever, responsabilidade ou obrigação a alguém.
1Coríntios 12.18 (RA)
18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve.
“Dou graças a Cristo Jesus, meu fortalecedor (cf. 2Co 12.9; Fp 4.13; 2Tm 4.17), que em sua soberana misericórdia me considerou digno de confiança – sem olhar para o que eu pessoalmente fui, mas para o que sua graça fez em mim (cf. 1Co 4.7; Ef 2.8) –, e de conformidade com seu propósito me designou para o ministério do ofício apostólico.” William Hendriksen
v.12- … para o ministério.
ministério= διακονία -ας, ἡ; (diakonia), SUBS. serviço; ministério. Uma função.
2Co 9.12
12 Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,
a. Paulo obteve seu ofício segundo a declaração de Jesus em
Atos dos Apóstolos 9.15 (RA)
15 Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;
Isso que o Senhor quer de nós: Jo 15.16
16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
Paulo foi abençoado pela graça de Cristo:
a. Por ter sido capacitado ou fortalecido.
b. Por fornecer a prova de sua fidelidade publicamente.
A transição do versículo 13 para o 14 é do pecado abundante para a graça superabundante. Aqui, no versículo 14, a ênfase está posta na grande mudança que por essa graça se produziu na vida do apóstolo.
v.14- Transbordou, porém,
a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
Uma vez mais ele glorifica a graça divina:
a. com intuito de testificar de sua própria gratidão
b. com intuito de defender-se contra as calúnias de seus inimigos maliciosos, cujo propósito era denegrir seu apostolado.
transbordou= transbordou excessivamente.
“… sua intenção é demonstrar que a lembrança do passado fora apagada, e ele de tal forma absolvido, que prática e absolutamente não estava em desvantagem em relação a qualquer outro homem em favor de quem a graça de Deus se manifestou, mesmo que fosse melhores que ele.” João Calvino.
graça= (cumprimento) — a atividade resultante que é uma conseqüência necessária da vontade genuína e beneficente; especialmente usada como o cumprimento da vontade de Deus.
c. a fé e o amor são sinais ou testemunhos da graça que ele já mencionara. João Calvino
Esta fé e este amor são “em Cristo Jesus”, ou seja, estão centrados nele. Paulo possui essas graças em virtude de sua união com Cristo, o Salvador.
com fé= πίστις -εως, ἡ; (pistis), SUBS. fé.
Confiança (fé) — forte confiança em alguém ou algo; frequentemente com o objeto de confiança pretendido.
e amor= ἀγάπη, -ης, ἡ, amor, plur. ágapes
Uma forte emoção positiva de respeito e afeto.
7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Amor- não ama porque o alguem seja digno disso.
É o amor imerecido de Deus, um amor que, em lugar de buscar possuir, busca melhorar, bendizer, fazer feliz.1Jo 4.10–11
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
É o amor perfeito, à semelhança do amor de Deus pelo homem, que é benevolente, que trata bem ao próximo independente do tipo de tratamento que recebeu, que busca o interesse do outro e não seu próprio interesse Mt 5.43-48
A fé é o oposto da incredulidade na qual anteriormente vivera, e o amor em Cristo é o oposto da crueldade que uma vez demonstrara para com os crentes. João Calvino
O apóstolo se deleita nessa combinação […] Para ele a graça é sempre a raiz; a fé e o amor, o tronco; e as boas obras, o fruto da árvore da salvação. William Hendriksen
v.15- Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Paulo demonstra que Cristo chamou a todos os pecadores a uma maravilhosa expectativa de obterem [também] eles o perdão divino.
William MacDonald ajuda-nos a entender alguns pontos importantes aqui.
1. Primeiro, o evangelho é digno de inteira aceitação porque é endereçado a todos, fala acerca do que Deus fez por todos, oferecendo o presente da salvação a todos.
2.Segundo, o evangelho é digno de inteira aceitação porque enfatiza a pessoa e a obra de Cristo.
3. Terceiro, o evangelho é digno de inteira aceitação pelo seu glorioso propósito. Por que Jesus veio ao mundo? Para salvar pecadores. Ele não veio para salvar pessoas boas (não existia ninguém assim em toda a terra). Ele não veio salvar os que guardam completamente a lei (não havia nenhum ser humano desse tipo em toda a terra).
salvar os pecadores = libertar dos seus pecados.
Por isso, quanto mais uma pessoa sente o peso de seus pecados, mais deve:
I. Recorrer a Cristo,
II. Confiar que Ele veio trazer salvação.
O evangelho, porém, diz ao homem que ele é pecador, que está perdido, que não é capaz de salvar a si mesmo e que somente a obra substitutiva de Cristo pode salvá-lo e conduzi-lo à glória. Hernandes Dias Lopes
4. Quarto, o evangelho é digno de inteira aceitação porque produz convicção de pecado. Paulo diz no versículo 15: … dos quais eu sou o principal.
A rejeição do Filho de Deus é o maior de todos os pecados. Hernandes Dias Lopes
dos quais eu sou o principal= João Calvino expressa bem quando diz “Ao ser Paulo transformado de um animal feroz e selvagem em um ministro e pastor, Cristo exibiu nele um extraordinário exemplo de sua graça, a qual transmitiria a todos os homens uma segura confiança de que o acesso à salvação a ninguém é vetado, por mais graves e ultrajantes sejam seus pecados"
O mais piedoso santo é aquele que mais se reconhece pecador e que tem a mais apurada convicção de pecado. Hernandes Dias Lopes
v.16- Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.
I. Aqui está um exemplo da infinita paciência de Cristo.
II. Aqui está um exemplo da fonte de esperança.
John STOTT interpreta as palavras do apóstolo:
“Não se desesperem. Se Jesus Cristo teve misericórdia até de mim, o pior dos pecadores, ele terá também misericórdia de todos vocês”.
… evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longaminidade= paciência — resistência do paciente à dor ou infelicidade.
Ainda Paulo se considerando o principal dos pecadores, ele mostra a bondade de Deus sobre a sua vida: Perdão.