A Santa Ceia do Senhor

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A Santa Ceia do Senhor
Alimento, Memória, Alegria, Comunhão e Esperança
1. A CEIA DO SENHOR É ALIMENTO QUE PRODUZ VIDA DE CRISTO EM NÓS
Não cremos na transubstanciação, mas na consubstanciação.
Embora não defendamos que o pão se transforma no corpo de Cristo, cremos que esses elementos consagrados infundem em nós verdadeira comunhão com Jesus e a vida dEle é fortalecida em nós.
“Quando os cristãos dizem que a vida de Cristo está dentro deles, não estão se referindo simplesmente a algo mental ou moral.
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Não se trata apenas da difusão de uma ideia; trata-se de algo mais parecido com a evolução um fato biológico ou suprabiológico.
Não vale a pena tentar ser mais espiritual do que Deus, pois ele nunca pretendeu que o ser humano fosse uma criatura puramente espiritual; por isso ele usa coisas materiais como pão e vinho para incutir nova vida em nós.
Podemos até achar que isso é muito rudimentar e pouco espiritual, mas Deus não acha; ele inventou o ato de comer, ele gosta Da matéria. Foi ele mesmo quem inventou.”
(C. S. Lewis – Cristianismo Puro e Simples)
Por isso, Paulo adverte para o cuidado cerimonial durante a celebração (1Co 11.27-29). Não é uma mera refeição ritual, mas uma cerimônia de renovação da aliança no corpo e sangue de Jesus. Temos que entender que esse sacramento, se vivenciado com entendimento e devoção, nos leva a um novo estado de comunhão como Senhor. Assim, seremos avivados em nossa fé; revigorados em nosso compromisso com o Senhor.
2. A SANTA CEIA É UM MEMORIAL (Lc 22.19; 1 Co 11.24-25)
Deus sabe que nossa memória é muito precária.
Por isso, ao longo das narrativas da Bíblia vamos encontrar ordens para o povo construir memoriais, a maioria de pedra, ou celebrações periódicas para que o povo relembrasse os feitos do Senhor ao longo da história. Ele sabe que somos tendenciosos a esquecer os benefícios recebidos (Vide Salmo 103).
A Santa Ceia é um sublime memorial para que a Igreja não esqueça dos elementos da aliança, o corpo moído e o sangue vertido pelo Cordeiro de Deus.
Em meio ao surto de teologias voltadas para o materialismo e a secularidade, a igreja precisa resgatar a memória da cruz. Devemos voltar ao Calvário. Contemplar as dores do Servo Sofredor (Is 53).
João Batista o designou Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O símbolo da fé cristã não é uma cédula ou o cifrão, mas uma cruz. Ela aponta pra o lugar onde Deus, em Cristo, nos salvou da condenação eterna.
Tema do bom pregador: O Calvário
3. A CEIA DO SENHOR TAMBÉM É UM MOMENTO DE ALEGRIA (Mt 26.30; Mc 14.26)
Precisamos entender, também, que a Ceia não é um cerimonial fúnebre.
Na Ceia original, Jesus cantou um hino do Halel judaico (Sl 113 -114; Sl 115-118). Ele fez questão de evidenciar que o que estava ocorrendo ali, em meio a toda dor que estava por vir, era o maior ato salvífico da história.
Se a igreja compreender o que foi feito por Jesus e que nós celebramos mensalmente na eucaristia, não haverá povo mais feliz na terra do que nós.
Por isso que Paulo é tão enfático ao tratar da alegria. Ela é fruto do Espírito. Aos Filipenses, ele reitera o imperativo (Fp 4.4).
Em Samaria, com o anúncio da salvação, houve grande alegria naquela cidade (At 8.8).
DIDAQUÊ IX
1 Celebre a Eucaristia assim:
2 Diga primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre".
3 Depois diga sobre o pão partido: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
4 Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre".
4. CEIA DO SENHOR NOS CONVOCA À COMUNHÃO DO CORPO DE CRISTO
Novamente, vamos ver o que ensinava o DIDAQUÊ:
DIDAQUUÊ IX
4 Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre".
O pão partido se reconstitui quando todos os que dele se apropriaram passam a viver como UM.
A igreja deve ser uma comunidade (koinonia). Jesus orou por isso (Jo 17.21)
Comunidade da graça, do perdão, da ágape, da compreensão, dos diferentes que se complementam em amor.
A nossa verdadeira comunhão testemunha para o mundo.
Somente uma comunidade vivendo e caminhando no Espírito pode ser verdadeira koinonia, pão reconstituído.
5. CELEBRANDO A ESPERANÇA
“Até que Ele venha...”
“Nunca mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, no Reino de Deus”
Ao celebrarmos a Ceia, olhamos para o passado (memória), para o presente (vida nova, alegria e comunhão) e olhamos para o futuro (parousia – volta de Cristo).
Vivemos entre o JÁ e o AINDA NÃO. Aguardamos o soar da última trombeta.
Essa esperança é a âncora da nossa alma (Hb 6.19)
Em Jo 14.1-3, Jesus, no ambiente da Ceia, garante que vai levar sua Igreja para a morada eterna, lugar de gozo e paz perfeitas.
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