O NATAL DO EMANUEL! Mateus 1.18-25

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Jesus, o Emanuel, em seu nascimento trouxe um novo sentido para a história da humanidade.

Notes
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Grande ideia: Jesus, o Emanuel, em seu nascimento trouxe um novo sentido para a história da humanidade.
William Barclay:
O evangelho segundo São Mateus tem duas grandes características. É preeminentemente o evangelho do Mestre, porque em nenhum outro evangelho encontramos uma compilação tão sistemática dos ensinos de Jesus. E é preeminentemente o evangelho que foi escrito para nos mostrar a Jesus como o homem que nasceu para ser Rei.
Natal do que não é pai J. D. PEABODY
A maior reivindicação de fama de José está justamente no fato de quem ele não era. Nós o conhecemos como aquele que “não era o verdadeiro pai” de Jesus. Mateus enfatiza quão pouco José teve a ver com o desenrolar da história da redenção, desde a gravidez de Maria até o local do nascimento de Cristo e os eventos que levaram a família a fugir para o Egito.
As Escrituras também retratam José como alguém visivelmente silencioso. Ele não profere sequer uma palavra que tenha sido registrada. Em consequência disso, José muitas vezes fica encoberto ou é motivo de nossas conjecturas. Queremos saber mais. No entanto, talvez a não contribuição de José seja exatamente o que Deus quer que nos lembremos.
O papel mais significativo desse homem é sua aparente falta de papel. Seu envolvimento reduzido encapsula um princípio central do evangelho: a salvação pertence a Deus somente. A história de José nos lembra de que não somos os orquestradores de nosso próprio resgate. O anjo não disse a José: “Aqui está o que Deus quer, então, agora vá e faça acontecer”. Ele disse, essencialmente: “Aqui está o que Deus fez acontecer, e aqui está como receber essa verdade”.
1. Jesus: “ele salvará seu povo dos seus pecados”. (vv. 18-21)
(a) Mateus é claro na sua proposta: “O nascimento de Jesus Cristo foi assim:”.
O relato de Mateus descreve mais do que um nascimento. Na realidade, a palavra grega traduzida por “nascimento” em 1.18 não é, de modo algum, o termo comumente usado. Numa tradução literal, as palavras de Mateus seriam: “A origem de Jesus Cristo foi assim”. Ele escreveu seu relato para que todos pudessem saber a origem e a concepção dessa criança, que nasceria de uma virgem e cujo nome seria Jesus.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 30). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
(b) Uma luz no contexto da época:
https://wellcorp.wordpress.com/2011/11/08/casamento-hebraico-da-antiguidade/
De acordo com costumes antigos, a cerimônia do noivado (ou Desposório) ocorreria um ano ou mais, antes de chegar o dia das Bodas. Durante o noivado (ou Desposório) as famílias da noiva e do noivo reunir-se-iam com algumas pessoas que não eram membros da família, as quais serviriam como testemunhas. O noivo daria à noiva um anel de ouro ou outros itens de valor. E se eles eram pobres, e tais coisas estivessem além de sua capacidade, simplesmente o noivo daria para a noiva um documento que no qual se comprometia a casar com ela. O noivo em seguida diria para a noiva: “Olha, com esse anel (ou com este sinal) declaro que você está reservada para mim, de acordo com a lei de Moisés e Israel”. A família e amigos, então, concederiam presentes para a noiva. Após esta cerimônia, a noiva voltava para a casa de seu pai e o noivo de volta para a dele. A vida continuaria como antes, no entanto, a partir deste dia ela seria sua noiva e legítima esposa do noivo.
(c) Mas, nesse período de noivado (comprometimento para o casamento), Maria viu-se “grávida pelo Espírito Santo”.
Lucas 1:27
27 - A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
Lucas 1:35
35 - E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
Isaías 7:14
14 - Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Jeremias 23.5–6 (NAA)
5— Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, como rei que é, reinará, agirá com sabedoria e executará o juízo e a justiça na terra.
6Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro. E este será o nome pelo qual será chamado: “Senhor, Justiça Nossa”.
(d) A relevância da doutrina do “nascimento virginal” de Jesus:
Franklin Ferreira:
O argumento poderia ser colocado como se segue: se Cristo não tivesse nascido da virgem, por obra do Espírito Santo, então ele não seria Deus. Se Cristo não fosse Deus, então seu sacrifício não poderia ser expiatório. Se Cristo não fosse Deus, e seu sacrifício não fosse expiatório, ele não teria ressuscitado.
Tim Keller:
A encarnação é o evento histórico a dividir o universo, mudar os rumos da história, transformar a vida, destruir paradigmas.
João 1:14
14 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Colossenses 2:9
9 - Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
(e) Ainda:
Tim Keller:
Tudo na cosmovisão hebraica militava contra a ideia de que um ser humano pudesse ser Deus.
J. I. Packer:
Deus se tornou homem; o Filho divino se tornou judeu; o Todo-Poderoso surgiu na terra como um bebê humano indefeso, incapaz de fazer mais do que permanecer deitado, olhar o teto, se remexer e fazer barulhos, tendo de ser alimentado, trocado e ensinado a falar como qualquer outra criança. […] A primeira infância do Filho de Deus foi uma realidade. Quanto mais você pensa nisso, mais impressionante fica. Nada na ficção é tão fantástico quanto essa verdade da encarnação.
(f) José poderia expor esse fato (a gravidez de sua noiva) ao conhecimento público o que a envergonharia. Mas ele decide “divorciar-se” dela sigilosamente.
Levítico 20:10
10 - Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.
Deuteronômio 24:1
1 - QUANDO um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.
(g) José “era um homem justo”:
Mateus 5:20
20 - Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
João Leonel:
Quando Jesus afirma que se a nossa “justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entraremos no reino dos céus” (Mt 5.20) ele não está se referindo a um cumprimento ainda mais rigoroso da lei por parte de seus discípulos, mas a uma justiça que ama o próximo e empenha-se em fazer o melhor para ele, como José em relação a Maria.
(h) José tinha uma decisão em mente, mas o Senhor tinha uma revelação a ser concedida a ele.
(i) O nome de “Jesus” é revelado, como aquele que “salvará seu povo dos seus pecados”.
Vincent Taylor adequadamente comenta: “De todos os nomes, nenhum é mais precioso aos ouvidos cristãos do que o nome de ‘Jesus’”.
Martinho Lutero (1535):
Atentem! este é o sinal:
No cocho, em fraldas, muito mal
Deitado está o que mantém
O céu e a terra, e os sustém.
A ideia geral de salvação na Bíblia diz respeito ao resgate de uma ameaça causada por alguma destruição ou catástrofe, e o sentido mais elevado e último de salvação é o resgate da pior catástrofe de todas. A pior calamidade que poderia sobrevir aos seres humanos é o juízo de Deus em decorrência do pecado. Esta é a calamidade que aguarda todo aquele que não correu para os braços de Cristo em busca da salvação. O bebê, entretanto, é chamado de “Jesus” porque é um salvador, e salvará seu povo das consequências do pecado.
Sproul, R. C. (2019-09-05T22:58:59.000). Estudos bíblicos expositivos em Mateus . Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
Hebreus 7:22-25
22 - De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador.
23 - E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer,
24 - Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 - Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
2. Jesus: “a quem chamarão Emanuel”. (vv. 22-25)
(a) Mateus faz uma citação direta de textos do AT:
Isaías 7:14
14 - Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Isaías 8:8
8 - E passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel.
Isaías 8:10
10 - Tomai juntamente conselho, e ele será frustrado; dizei uma palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco.
“Jesus”. Esses nomes não são os mesmos e tampouco querem dizer a mesma coisa. Isaías não nos explica por que ele seria chamado “Emanuel”. O termo Emanuel descreve o que Cristo faz. Descreve o ato da encarnação. Ele será chamado Emanuel porque será a presença encarnada de Deus conosco, mas seu nome próprio hebraico será Jesus, porque “salvará o seu povo dos pecados deles”.
Sproul, R. C. (2019-09-05T22:58:59.000). Estudos bíblicos expositivos em Mateus . Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
Mateus 1.21–23 (NAA)
21Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
22Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta:
23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel.” (Emanuel significa: “Deus conosco”.)
Mateus 18.20 (NAA)
20Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
Mateus 28.19–20 (NAA)
19Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
20ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.
(b) A obediência de José é algo que nos serve de exemplo: “fez o que o anjo do Senhor lhe ordenara”.
(c) Há na Bíblia outras menções de nascimentos anunciados por um anjo:
Gênesis 18:10
10 - E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele.
Juízes 13:2-3
2 - E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não tinha filhos.
3 - E o anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho.
Lucas 1:13
13 - Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.
Lucas 1:30-31
30 - Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
31 - E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
(d) A seriedade com que José estava levando esse propósito divino em sua vida, mais uma vez impressiona: ele preserva a virgindade de sua esposa até o nascimento de Jesus.
(e) Igualmente, temos de levar a sério a realidade de que somente Jesus, o nosso Emanuel poderá trazer a paz que tanto ansiamos para o mundo.
Arno Froese - http://www.chamada.com.br
O mundo nunca produzirá paz, pois sua natureza é pervertida, má e pecaminosa. Por isso, o anseio do mundo pela paz é um sonho impossível de se tornar realidade. A personificação da verdadeira paz é: “Ele (Jesus Cristo) é a nossa paz” (Ef 2.14).
Não devemos nunca falar de paz de forma leviana, pois ela tem um alto preço; não é o preço dos soldados que lutam com armas de guerra, mas o preço pago pelo Filho de Deus, que deu Sua vida e Seu sangue na cruz do Gólgota. Nele está o único caminho que pode trazer paz ao mundo, e o cumprimento daquilo que os pastores ouviram nos campos em Lucas 2.10,14:“Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo... Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Ainda não há “paz na terra”, não há “boa vontade de Deus entre os homens” – mas ela virá!
3. Outras aplicações:
(a) A encarnação de Jesus, o Homem-Deus no ventre de uma jovem de Belém foi um anúncio: toda a humanidade estaria sendo redimida, a começar dos mais vulneráveis.
Gálatas 4:4-5
4 - Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5 - Para remir (resgatar do poder de outro pelo pagamento de um preço, pagar um valor para libertar alguém do cativeiro) os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
Gênesis 3:15
15 - E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
(b) Jesus não veio prioritariamente para resolver as questões políticas, raciais, econômicas e sociais de nosso povo. Ele veio para nos salvar dos nossos pecados. Isso é tudo.
Romanos 5:8-10
8 - Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 - Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 - Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
(c) Se Deus é conosco, não há nada do que podemos temer. Nem o passado, nem o presente e muito menos o futuro. Ele é o nosso Emanuel.
Tim Keller: Há três ideias em “Emanuel”: ele é Deus, é humano e está conosco.
"O Natal nos lembra de que Deus está próximo. Como Green observa, a expressão “Deus conosco” no Antigo Testamento é “uma expressão técnica para a presença ajudadora de Deus junto aos indivíduos”" (from "Os Presentes Escondidos" by Calvino Rocha, Warlla Ramos, Jorge Issao Noda)
Hebreus 4:15-16
15 - Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 - Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Ilustr.
A encarnação de Cristo, por C. S. Lewis Posted by Gabriele Greggersen
Não há lugar em que Lewis expressa essa ideia de forma mais clara do que nas “Crônicas de Nárnia”, em que usou do recurso da suposição para imaginar como seria a encarnação em um mundo como Nárnia. E inventou que ela se daria na forma de um leão, um ser ainda mais elementar do que o ser humano.
Não é por acaso que Aslam faz questão de se apresentar em toda a sua materialidade às crianças e personagens de Nárnia. Nós sentimos o seu bafo, seu pelo macio, suas patas – ora macias, ora ferozes – e a força de seu rugido. Não se trata de nenhum ser meramente espiritual, mas material e corpóreo.
Ele não é uma divindade distante que resolve tudo na base da “patada” e do rugido, embora tivesse o poder para isso e eventualmente também usasse a sua ferocidade, mas dá a sua vida voluntariamente para pagar a dívida da traição, vence a morte e decide fazer as crianças e os animais falantes participarem do seu plano de resgate de Nárnia.
Vale nesse sentido citar a fala do leão que foi convidado a liderar uma batalha ao lado de Aslam em “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”:
“Ouviu o que ele disse? Nós, os leões! Ele e eu! Nós, os leões! Por aí você vê por que eu gosto tanto de Aslam. Não se põe lá em cima, não é de bancar o importante. Nós, os leões! Ele e eu!”.
Esse é também o sentido da polêmica vinda do Papai Noel na terra onde é sempre inverno e nunca Natal desde a chegada da Feiticeira Branca, que coincide com a vinda de Aslam. Ele traz presentes, que são ferramentas e não brinquedos, que ajudarão as crianças a participarem das batalhas em defesa de Nárnia.
Desejo que esse seja o espírito que contagie as comemorações de Natal desse ano de 2015: o da imitação de Cristo e da participação, no sentido da comunhão amorosa que é a marca da igreja em meio a um mundo em que é cada vez mais inverno e menos Natal.
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