Uma boa razão para sofrer

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Uma boa razão para sofrer

Embora saibamos intuitivamente que, de alguma maneira, o sofrimento não corresponde ao que a vida deveria ser, Pedro faz a declaração extraordinária de que o sofrimento não deve causar nenhuma surpresa ao cristão. De fato, quando ocorre pelas razões certas, o sofrimento é, na verdade, ocasião para regozijo e bênção. Pedro explica que sofrer por ser
A benção do sofrimento
Pedro faz a declaração extraordinária de que o sofrimento injusto não deve ser uma surpresa. Esse entendimento vai contra a sensibilidade moderna que considera o sofrimento e os momentos difíceis estados anormais da vida que deveriam ser totalmente evitados se possível.
12. Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo.
A ardente provação de 4.12 ecoa o fogo refinador de 1.7.
Isso fala um pouco contra uma parte dentro do judaísmo, que viviam baseados em uma Justiça Retributiva.
Isso vai se tornar um problema dentro da teologia evangelica sobre o triunfar dos justos.
Em uma sociedade cada vez mais Edonista, essa ideia está cada vez mais distante da realidade.
13. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria.
A carta de Pedro é pastoral, dirigida às necessidades de pessoas que vivem neste mundo, onde o mal, o pecado e o sofrimento são realidades opressivas da vida.
Por isso, essas ardentes provações não deveriam pegar os cristãos de surpresa, antes deveriam ser esperadas. Visto que o mal e o pecado fizeram de alvo o ser humano perfeito, Jesus Cristo, aqueles que seguem em suas pegadas não deveriam ficar surpresos por se encontrarem também como alvos das forças do mal e do pecado que vieram contra Jesus.
Isso não significa que o crente deveria se alegrar com o sofrimento em si mesmo. Não é uma forma de AUTOPIEDADE.
O sofrimento imerecido por causa da fé cristã é evidência do livramento escatológico futuro que trará a máxima alegria que um ser humano pode experimentar.
Pedro consola seus leitores afirmando-lhes, portanto, que é melhor permanecer firme na fé, mesmo que isso resulte em sofrimento, do que negar a Cristo para não sofrer no presente, só para sofrer de forma muito pior no juízo vindouro como quem negou e rejeitou a Cristo.
Deus não abandonou o cristão que sofre; pelo contrário, ele está poderosamente presente na experiência de sofrer por causa de Cristo.
14. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês.
Pedro entende que foi o Espírito de Cristo quem falou aos profetas, como Isaías, revelando o sofrimento do Messias e as glórias que viriam (1Pe 1.10-12).
Aqui ele afirma que o mesmo Espírito de Deus que predisse que repousaria sobre o Messias também repousa sobre os crentes dispostos a sofrer por Jesus Cristo.
Pedro consola seus leitores dizendo-lhes que em razão de o mesmo Espírito da glória e de Deus repousar sobre eles, seu sofrimento atual era, assim como o de Cristo, um prelúdio da glória vindoura. ( os sofrimentos da era presente não …)
15. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios.
Não há brechas para cometer atrocidades em nome de Cristo.
Pessoas que tentataram impor a fé Cristã pela espada.
Um episódio do Roberto jefferson.
Sobre a Intromissão: “Censurar o comportamento de pessoas alheias à comunidade com base na alegação de uma moralidade mais elevada, interferir nos relacionamentos relacionamentos familiares, fomentar o descontentamento e a discórdia domésticos, ou falta de tato nas tentativas de conversão”.
Pedro quer que seus leitores evitem ao máximo possível atrair hostilidades, sem que renunciem sua fé em Cristo.
16. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome.
Se vocês sofrem por serem cristãos (Χριστιανός, christianos, 4.16) — por viverem em palavras e obras de forma consistente com o evangelho de Jesus Cristo —, então não se envergonhem se a sociedade lhes rejeita e maltrata, quer seja com o ostracismo social, quer com acusação oficial.
Vocês são abençoados (4.14) e Deus é glorificado quando cada cristão sofre apenas por levar o nome de Cristo — não por ser um assassino, um ladrão, um malfeitor ou mesmo um intrometido.
Pedro, assim, convoca seus leitores a fazerem uma avaliação realista da verdadeira causa de seus sofrimentos, ao mesmo tempo lhes afirma que podem estar sofrendo simplesmente por viverem como Deus quer que eles vivam, como cristãos.
Em 4.16, Pedro contrasta glória com vergonha, quando alguém está sofrendo por causa do nome de Cristo
As pessoas que estavam sofrendo dessa forma eram sem dúvida tentadas a achar que talvez sua fé em Jesus Cristo fosse mal fundamentada ou que talvez devessem sentir vergonha de si mesmas por crerem em algo tão ofensivo à sua sociedade.
Em uma cultura na qual a posição social baseia-se em honra ou vergonha, a vergonha é sem dúvida questão de grande importância para os cristãos que ofendem sua sociedade com suas crenças ou estilo de vida.
Ele apresenta “outra maneira de avaliar a honra em suas comunidades de fé, alternativas e quase imperceptíveis”
17. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?
18 E,“se ao justo é difícil ser salvo,que será do ímpio e pecador?”
A referência à “casa de Deus” apreende a imagem dos cristãos como pedras vivas na casa espiritual de Deus (2.4,5).
Pedro junta essa imagem com a tradição do AT de que o juízo de Deus começa com o seu próprio povo. O Exemplo em Habacuque cabe aqui.
Na tradição do judaísmo segundo a qual, Deus julga, ele começa com o seu próprio povo e, na verdade, com os anciãos do Templo (Jr 25.29 [32.39 LXX]; Ez 9.5,6; Am 3.2; Zc 13.9; Ml 3.1-5).
O ardente juízo de Deus nessas passagens é aludido pela expressão “ardente provação” de 1Pedro 4.12. disso, a imagem da fundição de metais preciosos sendo refinados no fogo era amplamente aplicada.
Pedro está dizendo que o juízo escatológico, entendido como a triagem da humanidade, começa com a casa de Deus, definida em 2.4,5 como aqueles que vêm a Cristo e são edificados como pedras vivas em uma casa espiritual.
O contraste em 4.17b é entre “os que desobedecem ao evangelho de Deus” e “nós”, um grupo no qual, provavelmente, o próprio Pedro inclui a si mesmo e a todos quantos ele considera cristãos genuínos.
A Grande Tribulação dos últimos dias, que precede imediatamente a volta de Cristo, é a mais severa forma de provação.
A reação hostil dos incrédulos contra os cristãos é também o fio de prumo de Deus, testando a índole de quem professa fé em Cristo, para que esta seja provada como genuína, ao ser refinada no fogo como ouro e prata.
Embora seja obscura e fundamente-se em uma tradição desconhecida, a lógica de Pedro está consolando seus leitores quando lhes explica por que, na verdade, eles devem ver a rejeição da sociedade como uma honra, não como uma vergonha.
Essa interpretação da lógica de Pedro também explica satisfatoriamente o pensamento enigmático que vem logo em seguida, em 4.18, de que “o justo é salvo com dificuldade”
O conceito de dificuldade da salvação originou-se com Jesus, ao ensinar que os angustiantes últimos dias são abreviados por amor aos escolhidos (Mc 13.20) e os que encontram a porta estreita são só uns poucos dos muitos que procuram entrar (Lc 13.23,24).
19. Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem
Então, se Deus está pondo seu povo à prova ao permitir que seus membros sofram a perseguição da hostilidade pagã, qual é a reação correta a essa situação?
É fácil demais confiar a vida e os entes queridos a Deus quando a vida vai bem e tudo é bom. Pedro, porém, quer que também os que sofrem confiem em Deus quando estiverem sofrendo “conforme a vontade de Deus”,
Portanto, sofrer por ser cristão não é algo inesperado nem vergonhoso, pois o nexo entre sofrimento e honra está corporificado no próprio Jesus Cristo.
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