43 OS SERES HUMANOS COMO REVELAÇÃO
Pessoas finitas também são um meio de revelação de Deus. Somos feitos à imagem de Deus (Gn 1.26–27), o que significa que fomos criados para em tudo refletir Deus de alguma maneira.
Até mesmo o pecado, em certo sentido, reflete Deus, porque o pecado é basicamente uma tentativa de ser Deus, de usurpar de Deus o trono.
Portanto, somos criados para refletir a natureza de Deus e, na salvação, Deus nos recria como imagem, revelação, de sua graça.
Imitar outras pessoas é, em geral, um importante meio de aprendizado e, especificamente, um importante meio de aprender a Palavra de Deus
A imitatio Christi é um tema central do Novo Testamento. Devemos ser como Jesus. Fazemos isso obedecendo ao seu ensino, mas também observando como Cristo interagiu com as pessoas em seu ministério terreno
Podemos pensar que é possível imitar Jesus de várias maneiras, mas não em seu amor expiatório. Afinal de contas, nenhum de nós daria a própria vida para obter a salvação de outrem.
O mesmo acontece com os diáconos (1Tm 3.8–13) e com as mulheres que ensinam (Tt 2.3–5).
E nós mesmos devemos buscar ser exemplos que possam ser imitados por nossos irmãos em Cristo. A vida humana, redimida e madura, é uma profunda forma de revelação. Precisamos disso para, corretamente, aplicar a Palavra de Deus.
A revelação pessoal manifesta o atributo de senhorio da presença pactual de Deus (c. 2). Na revelação pessoal, o próprio Deus vem a nós (c. 42) e transforma seres humanos em meios de sua revelação (c. 43). Mas o modo mais íntimo pelo qual a revelação de Deus está presente conosco é em sua revelação salvadora no coração de seu povo.
Em algumas passagens, Deus dá novos nomes a pessoas para significar a entrada delas em seu plano redentor (Gn 17.5; 32.28).
Em resumo, praticamente tudo o que a Escritura diz sobre Deus, diz também sobre o nome de Deus.
Então, quando Deus escolhe fazer seu “nome” habitar em um lugar (Dt 12.5, 11, 21; 14.23–24; 1Rs 8.29; 9.3; 2Rs 23.27), tal lugar se torna local de sua especial presença.
A palavra de Deus a Amós diz que não somente Israel será chamada pelo nome de Deus, mas também outras nações, falando (veja a citação em Atos 15.17–18)
Em um sentido mais amplo, toda a criação leva o nome do Senhor. Como já vimos, o senhorio do Deus da aliança é sobre toda a terra.
Minha aplicação desta rica veia da teologia bíblica é que Deus põe seu próprio nome, uma revelação de si mesmo, na verdade, sua própria presença, em cada crente.
Nessa aliança, Deus escreverá sua palavra não apenas em tábuas de pedra, mas no coração de seu povo. Esses corações serão o documento da aliança (c. 17).
Nosso coração é o destinatário da revelação de Deus. Em nós, o processo de comunicação alcança seu cumprimento. Em nosso coração, recebemos as palavras pessoais de Deus a nós de um modo tão profundo que elas se tornam o fundamento de todo o nosso pensamento e vida.