LIDANDO COM NOSSAS EMOÇÕES - TIAGO 4:1-10

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INTRODUÇÃO

O propósito das emoções Vez ou outra, as emoções podem ser uma cilada para todos nós. Por vezes, elas estão à flor da pele; em outros momentos, nós guardamos e negamos as emoções incômodas, fingindo que elas não nos perturbam e esperando que elas possam ir embora rapidamente para que nos sintamos melhor. Ainda assim, essas emoções tanto nos incomodam quanto incomodam também os que estão à nossa volta. Além disso, elas mantêm os conselheiros ocupados!
Nosso Deus Trino expressa as emoções apropriadamente. Isso nos diz que as emoções têm, sim, um bom propósito. Elas nos alertam de que algo precisa mudar, seja em nós ou por meio de nós. Nós fomos criados à imagem de Deus e devemos, portanto, aprender a alinhar nossas emoções às Suas emoções, isentas de pecado, mesmo que vivamos em um mundo caído onde o pecado afeta nossas emoções tanto quanto nossos pensamentos e comportamentos.
Raiva, medo, depressão, vergonha, confusão e solidão são algumas das emoções incômodas que sentimos e expressamos rapidamente. Estas emoções não são causadas pelas circunstâncias que vivemos, mas pela nossa maneira de interpretar essas circunstâncias. Quando introduzimos Deus na interpretação de nossas circunstâncias, nossas crenças sobre elas começam a mudar e, com base nessas novas crenças, nós agimos de forma que honra a Deus. Nossas emoções começam, então, a refletir o fruto do Espírito, combinando crenças, ações e emoções: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Experimentamos felicidade, alegria, paz, gratidão e contentamento verdadeiros, emoções que prevalecem até em meio às circunstâncias difíceis.
NO TEXTO
É clara a ligação entre a última parte do capítulo anterior e os três primeiros versículos deste capítulo. Se a inveja amargurada e os sentimentos facciosos encheram o coração da pessoa (3.14,16), se seu princípio orientador é a sabedoria terrena, animal e demoníaca (3.15), se ela se alienou de Deus, então ela promove “desordem e toda prática perversa” (3.16). Quando isso acontece, guerras e contendas frequentes são a consequência.
1 – A realidade da falta de paz (v. 1).
V - 1 O que leva às brigas e contendas no seu meio? Acaso elas não vêm de seus desejos, que lutam dentro de vocês?
Temos a impressão de que a igreja cristã primitiva era marcada pela paz e harmonia. Pense no tempo depois do Pentecoste, quando “da multidão dos que creram era um o coração e a alma” (At 4.32).
Esse retrato da igreja, porém, vai se dissipando com o passar de uma ou mais décadas. Os destinatários da Epístola de Tiago brigam, contendem e estão cheios de sentimentos facciosos que os levam a pecar, como indica o autor no primeiro versículo do capítulo 4
Observem que Tiago faz a pergunta penetrante: “O que leva às brigas e contendas no seu meio?”. Ele quer saber a origem dessas guerras e contendas – o uso do plural indica que eles não se limitam a um desentendimento ocasional. Assim, ele olha além dos sintomas e procura a causa desses conflitos.
PRESTEM BASTANTE ATENÇÃO AQUI MEUS IRMÃOS:
2 - A causa da discórdia – de onde ela vem (v. 1).
Tiago responde sua própria indagação com uma pergunta retórica de resposta afirmativa:
“acaso elas não vêm de seus desejos, que lutam dentro de vocês?”
O termo desejos (note o plural) é a palavra chave. Significa que, durante sua vida, a pessoa escolhe prazeres carnais contrários à vontade de Deus.
Como Jesus diz na parábola do semeador, “… as demais ambições… sufocam a palavra [de Deus], ficando ela infrutífera” (Mc 4.19; ver também Lc 8.14).
Com o tempo, o homem torna-se escravo dos prazeres que seu coração deseja e separa-se de Deus (Rm 1.24; 2Tm 4.3; Tg 1.14; 2Pe 3.3; Jd 16,18).
PRAZER / DESEJO
ἡδονή -ῆς, ἡ; (hēdonē), SUBS. prazer.
1. alegria (fonte de) — algo ou alguém que fornece uma fonte de felicidade.
EXEMPLO TITO 3.3
Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões (COBIÇA - epithymia) e prazeres (hēdonē), vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
Quando Deus não mais governa a vida do ser humano, a busca pelos prazeres assume o controle e a paz é perturbada pelas brigas e contendas frequentes.
A NVI apresenta o texto como seus desejos que lutam dentro de vocês. Outras traduções dizem “em seus membros” ao invés de “dentro de vocês”.
Esse conflito é uma questão pessoal (dentro da própria pessoa) ou uma disputa congregacional (entre os membros de sua igreja)?
Encontramos uma resposta para essa pergunta quando estudamos a palavra membro dentro do contexto escriturístico.
Mais estritamente, porém, essa expressão se refere não a um contexto teológico ou sociológico, mas ao corpo humano em si.
PRESOS PELAS EMOÇÕES
Uma das maneiras como o pecado nos afetou é que nossas emoções assumem o controle com muita facilidade. Sem nos darmos conta, com frequência começamos a tomar decisões com base em nossos sentimentos.
EXEMPLO BÁSICO:
Se a sensação for boa, tomamos a decisão. Se parecer ruim, não a tomamos. As emoções tornam-se o critério segundo o qual tomamos nossas decisões diárias
3 - Para onde leva a falta de paz (v. 2).
V - 2 Vocês não conseguem aquilo que querem. Contendem e brigam. Vocês não têm, porque não pedem a Deus.
A) O v. 2 demonstra o comportamento humano por meio de três palavras que expressam um crescendo. “Desejais” trata de uma avidez insaciável e egoísta: “Quanto mais tem, tanto mais deseja possuir”. – “Assassinais e vos fanatizais”: seríamos capazes de “servir veneno” ao outro. “Lutais e fazeis guerras”: agora, de maneira grosseira e refinada, tudo também se torna explícito.
B) No resultado final tudo isso não leva a nada. Três vezes é dito: “Não tendes nadanão alcançais nada não recebeis nada.” “Retornam onerados de pecados e insatisfeitos.” Apesar de todas as asseverações em contrário, as guerras não produzem nada de bom.
C) “Porque não pedis”: tentam conquistar pessoalmente o que somente pode ser obtido junto ao grande Doador.
Acreditam ser obrigados a cuidar de si mesmos completamente sozinhos e não fazem uso da grande possibilidade da oração. Não optam pela extraordinária saída de toda a aflição: não batem na porta que sempre está aberta para nós (Mt 7:7; 1 Pe 5:7; Fp 4:6; Sl 37:5).
4 – Até mesmo a oração é deturpada (v. 3).
3 O mau espírito do egoísmo, o espírito de baixo, deturpa até mesmo a oração (quando ainda existe), de modo que ela pode tornar-se vã: “Pedis e não recebeis, porque pedis com má intenção, para (o) consumirdes em vossos prazeres”.
No fundo não se interessa pessoalmente por Deus e pelo que agrada a ele. Quando ora a Deus, espera que ele seja mero fornecedor dos meios com que possa se afirmar e reforçar sua posição. Deus somente deve prover os auxílios para a felicidade, o conforto, o prazer e a edificação do pedestal da auto-exaltação dessa pessoa.
V 4 Povo adúltero, vocês não sabem que a amizade com o mundo é ódio para com Deus? Qualquer um que escolhe ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.
A) POVO ADULTERO
Tiago está escrevendo para cristãos judeus que estão familiarizados com o termo adúltera quando aplicado ao relacionamento matrimonial entre Deus como marido e o seu povo como esposa infiel. Por exemplo, Deus disse ao profeta Oséias: “Vai, toma uma mulher de prostituições, e terás filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor” (Os 1.2).
Jesus chama os fariseus, saduceus e intérpretes da lei de “geração má e adúltera” (Mt 12.39; 16.4; e ver Mc 8.38; itálico nosso). Além disso, Jesus se refere a si mesmo indiretamente como o noivo (Mt 9.15 e paralelos) e Paulo diz que Cristo é o esposo da igreja (2Co 11.2; Ef 5.22–25; consultar também Ap 19.7; 21.9).
B) “A amizade do mundo é ódio para com Deus”. Tiago faz essa colocação na forma de pergunta e apela para o conhecimento intuitivo do leitor. Que esposo permite que sua esposa tenha um relacionamento ilícito com outro homem?
E o que pensar de uma esposa que abre mão do amor matrimonial para envolver-se em relações adúlteras? Qual você acha que é a reação de Deus quando um crente se apaixona pelo mundo? Deus é zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9), ele não tolera qualquer amizade com o mundo.
Quem é um inimigo de Deus? O cristão foi colocado no mundo apesar de não ser do mundo (Jo 17.16,18). O apóstolo João adverte: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15).
Quando uma pessoa intencionalmente se volta para o mundo, para tornar-se parte dele, ela tomou uma decisão consciente de rejeitar Deus e os ensinamentos de sua Palavra. Assim, qualquer um que deliberadamente escolhe em favor do mundo e contra Deus terá Deus como seu inimigo.
V 5-6 Ou vocês acham que é sem razão que as Escrituras dizem que o espírito que ele fez habitar em nós pende para a inveja, 6 mas ele nos dá mais graça? É por isso que as Escrituras dizem:
“Deus se opõe ao soberbo,
mas dá graça ao humilde”.
Objetivo aqui era provar que, visto os que nutrem ciúmes, não eram governados pelo Espírito de Deus; porque ele ensina aos fiéis outra coisa; e confirma isto no versículo seguinte, adicionando que ele dá mais graça.
O ciúme é uma prova ou sinal de perversidade; mas o Espírito de Deus prova ser mui generoso pela afluência de suas bênçãos. Não há, pois, nada mais repugnante à sua natureza do que a inveja. Em suma, Tiago nega que o Espírito de Deus governe onde prevalecem as concupiscências depravadas, as quais incitam a contenda mútua; porque é peculiarmente o ofício do Espírito enriquecer os homens, mais e mais, continuamente, com seus dons.
Deus resiste aos soberbos, mas aos humildes concede graça.” Sujeitai-vos, portanto, a Deus.”
Tiago está citando uma palavra do AT (Pv 3:34; cf. 1 Pe 5:5) a fim de mostrar o que desagrada e agrada a Deus e o que, conseqüentemente, cabe a nós fazer. – “Deus resiste aos soberbos”, aos “que se exaltam”, à vaidade impaciente que não quer esperar por Deus e pela sua hora.
Tenta se virar sozinho e buscar outras ajudas e alianças.
Esse espírito vem da mesma fonte como o espírito do mundo hostil a Deus, autocrático e arbitrário, trata-se da contaminação do espírito incomensuravelmente orgulhoso, do inimigo
Mas aos humildes concede graça”: por duas razões é relevante essa humildade.
1 - Primeiro lugar, ela nos torna dóceis para a vontade de Deus. Cria disposição para ocupar o espaço que ele atribui, onde e pelo tempo que ele determinar. Visto que é ao mesmo tempo alegre na confiança e na esperança.
2 - Em segundo lugar – Deus praticamente visa nos encontrar no lugar em que estamos: embaixo. Quem tenta se elevar não o encontra. Jesus, por meio do qual Deus nos procurou, foi “humilde de coração” (Mt 11:29). Deixou-se deitar na manjedoura e pregar à cruz. “Para baixo leva o caminho de Cristo.”
V 7a “Sujeitai-vos, portanto, a Deus”. Com essas palavras Tiago chega à conclusão final decorrente de suas declarações anteriores: parem de tentar afirmar-se a si mesmos! Capitulem perante Deus! Abram mão do “empreendimento próprio”! Desistam dos planos pessoais! Retornem a seu Senhor! Permitam que o amor dele volte a conquistar seu coração! Entreguem sua vida nas mãos dele! Deixem-se usar para a sua obra, como e onde ele quiser!
Esse é o lugar dos filhos de Deus, da noiva de Cristo. Deixem-se colocar novamente ali, e façam-no todos os dias! No último trecho da jornada da igreja de Jesus será decisivo perseverar nessa atitude.
V 7b - 10 Converter-se a Deus significa rechaçar o inimigo.
a) O inimigo – agora ele é nomeado expressamente – mobiliza. Quando uma pessoa começa a se sujeitar a Deus, o inimigo sente seu domínio ameaçado. Foi assim com Jesus (Mt 4:1ss), é assim com os que o seguem.
b)Resisti ao diabo”: Não lhe devemos dar espaço nem por indiferença nem por medo, assim como Jesus se negou a lhe dar espaço até o último suspiro. – Como seremos capazes disso?
Jesus permaneceu integralmente sujeito à vontade do Pai
Tiago deixa claro que essa é também a maneira como nós podemos resistir ao inimigo: “Sujeitai-vos a Deus.” Essa solicitação é anterior à de que devemos resistir ao inimigo. Quando uma pessoa permanece assim “sujeita a Deus” o diabo nada pode fazer.
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