Formação Acólitos
Formação para os acólitos • Sermon • Submitted
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· 19 viewsO dilema de servir em um mundo que rejeita o serviço.
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O maior é aquele que serve
O maior é aquele que serve
Mc 10.35-45
43 Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; 44 e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos”.
Não é de hoje o desejo de “ser servido”. Entre os discípulos de Jesus, esta intenção ficou explícita quando estes discutiam quem era o maior entre eles. E tal desejo é natural, afinal, seja no contexto de Jesus ou no nosso, a busca em satisfazer nossos próprios interesses faz parte de nossa educação. Somos preparados para sermos os melhores, o sucesso de alguém pode ser medido por meio do poder que alguém tem sobre o outro. Assim, se você “dá ordens” é bem sucedido, e quem as obedece é “mal-sucedido”.
Estamos vivendo o tempo do advento, ocasião oportuna para associarmos o significado rico deste tempo com a nossa reflexão. Neste tempo, não esperamos alguém que ainda não veio, ao contrário, a Igreja nos convida a renovar o nosso compromisso de tornar público a todos que Cristo nasceu e está conosco.
Em nossa atuação pastoral, este compromisso é obrigatório. No trecho que estamos refletindo, Jesus deixa claro que não basta apenas ser alguém que serve, mas assumir a condição de escravo:
Filipenses 2.6–7 6 Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, 7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.
Para que seus discípulos se empenhassem, realmente, em assumir tal condição, Jesus sabia que tinha de ser o exemplo. Ele, tal como nos destaca o apóstolo Paulo, assumiu uma condição de escravo (λύτρον= resgaste), isto é, Jesus se ofereceu para ser dado em troca (como pagamento) para a nossa libertação, pois estávamos sendo mantidos em um cativeiro chamado pecado. Como não temos condições de pagar um preço tão alto, Jesus o faz em nosso lugar.
Paulo, ao escrever aos filipenses, faz questão de apresentar aquilo que, em teologia, conhecemos como kenosis, isto é, um aspecto específico da encarnação em que o eternamente divino Filho de Deus, em um ato de humildade, assume inteiramente a natureza humana sem despojar a si mesmo de sua inteira divindade.
Cristo esvaziou-se (grego: {ekenosen, a fonte da palavra “kenosis”), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Aqui, a ênfase está no Senhor assumindo a “forma de servo”, explicada como a “semelhança dos homens” e “forma humana”. Essas frases explicativas servem então como o meio pelo qual a kenosis continua, encontrando sua culminação em Cristo tomando sobre si a coisa mais discrepante com sua natureza divina - isto é, a morte.