Um olhar para a eternidade.
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Um olhar para a eternidade.
Um olhar para a eternidade.
24 Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? 25 Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.
Essa é uma típica reflexão de fim de ano.
Quando chegamos ao final do ano nós já temos uma expectativa com os sermões da igreja, não é verdade?
Alguém vai falar sobre metas para o próximo ano, outro vai falar sobre a gratidão pelo ano que está passando, outro ainda sobre as promessas que fizemos e não cumprimos...
Enfim, no fim do ano geralmente nós olhamos para o passado não tão distante do início do ano, mas também lançamos nossos olhos para os próximos 12 meses que estão adiante.
Pensamos no que ficou, e também no que está por vir.
Mas esse hábito de olhar para fora do momento em que se está vivendo é algo cada vez mais raro hoje em dia.
Tiago diz em sua carta que nós, seres humanos, muitas vezes esquecemos de depender de Deus quando fazemos planos em relação ao futuro. Confiamos muito em nós mesmos, e dizemos que “nós faremos”, “nós vamos”, “nós conquistaremos”, quando, segundo ele, deveríamos dizer, “se Deus quiser será assim”.
Mas isso não quer dizer que não devamos viver com os olhos adiante. Tiago só está dizendo que o futuro pertence a Deus, e por isso preciso depender dele ao invés de confiar em mim. O fato é que o futuro existe.
Você ainda acredita que existe futuro?
Essa pergunta parece ter uma resposta óbvia, não é verdade? Mas não é bem assim. Ainda que nossa resposta seja positiva, nossa geração vive como se fosse o contrário. Nós não pensamos mais no futuro. Nossa capacidade de projetar a vida não passa 5 centímetros da ponta do nosso dedão. A muitos anos perdemos a condição de olhar adiante. Estamos totalmente limitados ao hoje, ao agora.
Somos intantâneos. Somos o que o momento pede que sejamos.
Se somos assim, algo que fatalmente vai sair prejudicado em nossas vidas é nossa capacidade de esperar.
Computador: Antigamente eu ligava o computador que tinha em casa e ia tomar banho, quando eu voltava ele tava se esforçando ao máximo pra abrir a área de trabalho. Hoje em dia nossos computadores tem SSD, processador bom, mas se demora um pouquinho pra ligar, já começa a estressar a gente.
Cartas: Os mais antigos aí que tiveram de namorar a distância se lembram da burocracia que era escrever uma carta, colocar nos correios, chegar no endereço da pessoa, ela ler, escrever uma carta-resposta e chegar até você. Hoje em dia nós temos WhatsApp, e se a pessoa tá online mas não responde instantaneamente a gente já liga na hora. E já começa a chamada brigando.
Trânsito: Como bom cidadão criado no interior, alguns irmãos já sabem que meu ponto fraco é o trânsito. Nossa geração impaciente é assim: você para no semáforo, e tá lá escrito que vai abrir daí 25 segundos. 25 segundos é tempo demais para esperar, então você vai lá e pega o celular, e sua mente é sugada pra dentro do instagram ou do facebook. Aqueles 25 segundos que eram uma eternidade, agora é pouquíssimo tempo, e então você é trazido de volta à realidade pela buzina do carro de trás, te avisando que o sinal abril.
E aí como você demorou sair, passa você, passa um carro e mais outro carro, e o sinal fecha na cara do carro de trás. Irmão, o dia dele acabou ali. Quando ele tem que encarar a realidade de que vai ter que esperar o sinal abrir de novo, ele fica enlouquecido.
É assim, um não consegue esperar o sinal abrir sem pegar o celular. E o outro não consegue digerir a informação que daria pra ele passar caso o carro da frente fosse mais rápido.
Nós somos incrivelmente impacientes.
Somos impacientes com nossas compras na internet, somos impacientes com a janta que a gente pede no iFood, somos impacientes com a normalidade da vida.
Uma geração impaciente como é a nossa, que vive à flor da pele o tempo todo, só tem olhos para o agora. É o que eu quero agora, não importa a consequência.
A internet mesma diz: compra, você não sabe se vai estar vivo amanhã. E ela mesma responde: amanhã tô lá eu, vivo e endividado.
Nós que procuramos o prazer momentâneo, que estamos preocupados apenas com o momento em que se está, aprendemos a acumular tesouros nessa terra, e não no céu.
Aprendemos a olhar para esse mundo como aquilo que é definitivo, porque não conseguimos pensar sobre o amanhã, quem dirá sobre a eternidade.
A questão é que nós que servimos a Cristo não temos o luxo de viver alheios à pregação da eternidade.
Pois nós cremos em uma mensagem que não se encerra nessa vida. O Evangelho é eterno.
Paulo diz em Romanos 8.24-25
24 Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? 25 Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.
Nós fomos salvos na esperança de que um dia seremos adotados como filhos de Deus. E uma esperança só é esperança se é por algo que não podemos ver. Se vemos, não precisamos esperar. Mas nossa salvação é algo que aguardamos com certa ansiedade. Nós esperamos.
E Paulo ainda é mais específico quando diz que esperamos e ainda aguardamos com paciência.
O apóstolo Paulo aqui no capítulo 8 de Romanos fala sobre 3 gemidos, que estão baseados no versículo 18, que diz: Rm 8.18
18 Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.
Ele está falando da glória futura que será revelada a nós.
E falando dessa glória ele diz que a natureza criada aguarda com grande expectativa, gemendo, por esse dia.
Diz que nós também gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, e a redenção do nosso corpo.
O terceiro gemido é do Espírito Santo, que intercede por nós com gemidos, pois não sabemos orar como convém.
O fato é que nós estamos aguardando essa glória futura de que Paulo está falando.
“Pois nessa esperança fomos salvos.”
“Pois nessa esperança fomos salvos.”
Ele diz que nós já fomos salvos, pois Cristo já morreu em nosso lugar e nós já cremos em Cristo. Mas essa salvação que já aconteceu está baseada em algo que ainda vai acontecer. Fomos salvos na esperança da glória futura.
“Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?”
“Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?”
É importante destacar aqui que o novo testamento não usa a palavra “esperança” como nós. Geralmente, nós entendemos esperança como um desejo de algo de bom aconteça, mas que é incerto. Ex: tenho esperança de que ano que vem vai ser melhor. Mas “esperança” no novo testamento indica uma situação em que o futuro é absolutamente certo!
Mas apesar de ser algo absolutamente certo, não é visível para nós. E é isso que faz ser uma esperança. Estamos esperando. Não é possível esperar por algo que já está aqui.
“Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.”
“Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.”
Estamos esperando pela glória futura. Estamos esperando pela consumação. Estamos aguardando o dia em que Cristo vai rasgar os céus, com poder e grande glória, acompanhado de seus anjos, para nos chamar à eternidade.
Nós sabemos que Cristo veio, e nós temos certeza de que ele voltará, para que se cumpra o que ele mesmo disse.
Irmãos, sabe qual a mensagem que nossa geração apressada mais precisa ouvir? Sobre o advento de Cristo.
O antigo testamento todo foi escrito dentro de uma expectativa: um dia o messias chegaria.
E ele veio. Viveu entre nós. Vimos sua glória, como do unigênito do Pai. Depois de cumprir seu ministério, ele morreu, ressuscitou e retornou aos céus. Mas deixou claro a todos nós que voltará!
Ele voltará para buscar sua amada igreja, que o ama e o conhece.
Nós somos o povo que está entre as duas vindas de Cristo. Somos o povo que vive entre o famoso “já” mas “ainda não”. Nós precisamos ser aqueles que mais são capazes de esperar, aqueles que mais possuem paciência, porque o que tem de mais importante em nossas vidas ainda está para acontecer. Somos naturalmente aqueles que aguardam.
Paulo diz que nós “aguardamos pacientemente”.
Só existem 2 maneiras de aguardar a vinda Cristo, irmãos:
Podemos aguardar apressadamente.
Podemos aguardar pacientemente.
Se aguardamos com pressa a vinda de Cristo, isso se torna assunto recorrente em nossas conversas.
Se aguardamos com paciência a vinda de Cristo, isso se torna assunto recorrente em nossas conversas também.
Se deixamos de falar sobre aquele dia é porque não o aguardamos mais.
Infelizmente fomos consumidos pelo imediatismo de nosso tempo, e não olhamos mais para o que há de vir.
Ao contrário do que Paulo diz aos Coríntios, fixamos os olhos no que se vê, que é transitório; e nos tornamos incapazes de olhar para o que é eterno.
Nos focamos demais no que é instantâneo, nas trends do Twitter, nos stories que existem por apenas 24 horas, nas más notícias hoje, e nos esquecemos da boa notícia que não passa.
Meus irmãos, espero de coração que a vinda de Cristo volte ao seu radar de expectativas, porque ele está às portas.
Não viva como se ele não fosse mais voltar, porque ele vai. Afirmo que ele vai porque ele prometeu que voltaria, e nós não servimos a um Deus mentiroso.
Viva como alguém que espera. Nós somos adventistas, irmãos. Precisamos viver nessa expectativa.
Quando nós formos pacientes em aguardar a maior de todas as bênçãos, a glória futura, certamente isso vai moldar a maneira como aguardamos as menores bênçãos.
Precisamos ser mais calmos. Precisamos respirar mais. Precisamos aproveitar melhor o tempo com nossas famílias. Precisamos nos despreocupar mais. Precisamos acreditar que a vida vai valer a pena, ainda que os Correios atrasem um dia ou dois.
Deus é eterno. Ele não está limitado ao tempo. Por isso ele não tem pressa.
Nós que cremos em Cristo também somos eternos. Ainda que morramos aqui, sabemos que ressuscitaremos para a vida eterna. Isso precisa trazer paz ao seu coração.