Um coração dividido
A Identidade do Rei • Sermon • Submitted
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Introdução
Introdução
Você já foi confundido? Acharam que você era uma pessoa que não é você? Quando você é confundido as pessoas vão te chamar por um nome que não é seu, vão citar fatos que você desconhece e vão criar expectativas irreais a respeito de você.
Por que estou falando isso? Jesus passou por isso. E uma das coisas que mais tenho dito nessa série é, a forma como conhecemos a Cristo determina a forma como nós nos relacionamos com Ele.
14 Isto chegou aos ouvidos do rei Herodes, porque o nome de Jesus havia se tornado conhecido. E alguns diziam: “João Batista ressuscitou dentre os mortos e, por isso, forças miraculosas operam nele.” 15 Outros diziam: “É Elias.” Ainda outros diziam: “É profeta como um dos antigos profetas.”
16 Herodes, porém, ouvindo isto, disse:
— É João, a quem eu mandei decapitar, que ressuscitou.
17 Porque o próprio Herodes havia mandado prender João e amarrá-lo na prisão, por causa de Herodias, mulher do seu irmão Filipe, com a qual Herodes havia casado. 18 Pois João lhe dizia: “Você não tem o direito de viver com a mulher do seu irmão.”
19 Herodias odiava João Batista e queria matá-lo, mas não conseguia fazer isso. 20 Porque Herodes temia João, sabendo que era homem justo e santo, e o mantinha em segurança. E, quando o ouvia, ficava perplexo, embora gostasse de escutá-lo.
21 Chegando uma ocasião favorável, em que Herodes, no dia do seu aniversário, deu um banquete às autoridades, aos oficiais militares e às pessoas importantes da Galileia, 22 a filha de Herodias entrou no salão e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convidados. Então o rei disse à jovem:
— Peça o que quiser, e eu lhe darei.
23 E fez este juramento:
— O que você me pedir eu lhe darei, mesmo que seja a metade do meu reino.
24 Ela saiu e foi perguntar à mãe:
— O que pedirei?
A mãe respondeu:
— A cabeça de João Batista.
25 No mesmo instante, voltando apressadamente para junto do rei, disse:
— Quero que, sem demora, o senhor me dê num prato a cabeça de João Batista.
26 O rei ficou muito triste, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não quis negar o pedido da jovem. 27 E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi e o decapitou na prisão, 28 e, trazendo a cabeça num prato, a entregou à jovem, e esta, por sua vez, a entregou à sua mãe. 29 Os discípulos de João, logo que souberam disto, vieram, levaram o corpo dele e o colocaram num túmulo.
Jesus não para, da mesma forma que a Sua fama também não para. Na medida que as pessoas conhecem a sua fama, essas mesmas pessoas criam opiniões particulares sobre quem Jesus é.
Esse fenômeno não é novidade, as pessoas fazem a mesma coisa nos dias de hoje, criam idéias distorcidas a respeito de Jesus. Não tem como ser indiferente a respeito de Jesus, porém dependendo como estiver o seu coração, você vai formar uma identidade a partir de expectativas pessoais. Tentar criar uma identidade para Jesus a partir de expectativas pessoais são diferentes formas de diminuí-lo, enfraquecê-lo. Jesus não pode reduzido a nada menos do que quem Ele declara que é. Jesus se declara como Deus.
Superficialidade
Superficialidade
Alguns criam que era uma reencarnação de Elias. Essa afirmação foi a partir de uma interpretação equivocada de alguns textos bíblicos do AT (Malaquias 4.5 e Isaías 40.3). Sim, a falta de profundidade bíblica, ensino correto das escrituras pode fazer com que você tenha interpretações equivocadas de quem Cristo é, e isso é um grande problema. Superficialidade bíblica, doutrinas estranhas, nada disso contribui para o avanço do Reino de Deus. É prerrogativa da igreja o ensino correto das sagradas Escrituras para os crentes. Não sejamos pragmáticos e se encantar com multidões que se admiram com fragmentos ou distorções de quem Cristo é e ainda justificar com a famosa frase: "-Pelo menos estão falando de Jesus".
Eles não consideraram Jesus uma coisa má como em outras ocasiões que Ele foi chamado de servo de Belzebu ou de descontrolado. Foi uma afirmação positiva, mas nem por isso aquelas pessoas deixaram de estar erradas. Não basta boa intenção, porque mesmo bem-intencionados, aquelas pessoas atingiram a essência de quem Cristo é. Admiração por Jesus não salva, reconhecimentos parciais de Cristo também não, e muito menos afirmações equivocadas. Outros, também se equivocaram...
Ansiedade
Ansiedade
Existia um outro grupo que afirmou que Jesus era um grande profeta. Esse grupo talvez tenha afirmado isso a partir de corações ansiosos, afinal de contas aqueles judeus tinham passado 400 anos com Deus em silêncio, mas a ansiedade faz isso conosco, tira de nós a capacidade de enxergar os fatos que estão claros a nossa frente. Aquelas pessoas que estavam tão ansiosos por mais um profeta que não foram capazes de ver que o cumprimento da profecia havia se cumprido e estava entre eles. A voz de Jesus é inconfundível, Jesus não é um profeta, Ele é o cumprimento da profecia.
Mas eu gostaria de focar na terceira afirmação a respeito de Jesus, que Marcos dedica mais palavras para relatar. A afirmação de um coração culpado.
Culpa
Culpa
Herodes Antipas, filho de Herodes o grande que tentou matar Jesus no seu nascimento. Esse Herodes teve uma vida promíscua e teve muitos filhos com o mesmo nome, e quatro são registrados, e Herodes Antipas era chamado de tetrarca, uma espécie de governador de província. E o que acontece aqui? Ele era casado com uma mulher chamada Herodias, que era esposa do seu irmão. Por causa disso Herodes foi confrontado por João Batista. João Batista chamava as multidões ao arrependimento, assim como as autoridades. Nós temos a mania de achar que questões morais como essa não tem nada a ver com a conduta dos governantes, mas acontece que nossa vida não é feita por departamentos, ou Jesus reina sobre tudo ou Ele não está reinando sobre nada. João Batista foi confrontado pelo profeta, e isso o levou a prisão. Mas o ódio maior nem era de João Batista e sim de Herodias que queria matá-lo. O texto fala inclusive que a prisão era uma forma de mater João Batista vivo.
O texto aponta pelo menos duas razões para Herodes ter poupado a vida de João Batista em um primeiro momento:
Ele temia o povo. Todo político preza pela sua popularidade e toma decisões baseado nisso, não necessariamente o que ele quer, mas o que não vai afetar sua popularidade. João Batista era reconhecido como homem de Deus e o povo sabia, além do fato que "matar"seus criticos nem sempre é uma medida que traz popularidade a políticos.
A segunda razão é que ele de alguma forma gostava mesmo de João Batista. Ele gostava de ouvir o que João Batista e de alguma forma exercia até alguma influência sobre ele. Mas, ele tinha um coração dividido, conhecia a verdade, sabia que estava errado apesar de não ser conduzido ao arrependimento. Sabe porque isso ocorria, porque mesmo gostando de João Batista, apreciando o que ele falava, conhecendo a verdade e sabendo que estava errado, o que ele de fato amava era a sua própria reputação e a Herodias.
Coração dividido
Coração dividido
Vemos aqui as consequências da omissão por conta de um coração dividido. Ouvi alguém dizer uma vez o seguinte: "Quando o tempo passa e você não decide, a vida decide por você". E foi isso que ocorreu com Herodes, sua esposa que odiava João Batista porque o profeta denunciava o seu pecado, viu uma oportunidade de concretizar seu desejo. Durante o aniversário de Herodes, ela faz com que ele faça um juram,ente o o surpreende com um pedido, a cabeça de João Batista. Poupar a vida de João Batista naquele momento custaria a Herodes os seus dois amores, Herodias e a sua reputação (ele havia jurado). Apesar de gostar de João Batista, Herodes não estava disposto a renunciar seus ídolos.
Um coração dividido nos leva situações que nos deixam sem escolha, a ponto de ter que fazer aquilo que não gostaríamos e nem deveríamos fazer. Quando isso ocorre, teremos que lidar posteriormente com a culpa. Quando somos tomados pela culpa, alguns fantasmas do passado sempre voltam para nos atormentar. Isso estava acontecendo com Herodes, por isso ele logo atribuiu a Jesus a reencarnação de João Batista.
Aplicações
Aplicações
Pensando em João Batista e vendo como ele morreu, precisamos entender que Deus de alguma forma não poupou seus servos mais fiéis do martírio (basta olhar para Hebreus 11 e ver os heróis da fé). Ser fiel a Deus não nos isenta do sofrimento aqui na Terra, e isso não quer dizer que Ele não nos ame, pelo contrário isso aponta para algo maior e verdadeiro. Nem mesmo o sofrimento e o martírio se comparam com a riqueza que temos em Cristo. Não ache que o Reino de Deus se resume a uma vida tranquila ou de sucesso aqui na Terra, ainda que percamos tudo, o mais importante é ter a Cristo!
Corações divididos nos levam a situações terríveis por conta da omissão. Herodes conhecia a verdade, apreciava a verdade, mas amava mais a Herodias e sua reputação. A passividade de Herodes diante de uma maldade não o isenta de responsabilidades. A neutralidade de Herodes culminou na morte de um homem justo. Não adianta nada você apreciar a Deus e sua Palavra, admirar Jesus mas não estar disposto renunciar seus ídolos. Porque inevitavelmente em a vida vai lhe cobrar isso de alguma forma, e isso pode acabar ocorrendo da pior maneira. Não tem como renunciar seus ídolos se você também não estiver disposto a ser honesto diante de Deus em relação a eles. Quando não decidimos, a vida decide por nós. Quando isso ocorre, só nos resta a culpa, e ela vai nos assombrar. Herodes não foi capaz de se expor a correção, e restou a ele uma culpa sem fim. Só a mensagem de Cristo cura nos cura através de um arrependimento sincero. Uma vida sem a ação do Espírito Santo é uma vida assombrada por fantasmas do passado. Herodes estava tão perdido nos seus pecados que em vez de se agarrar ao Salvador, permaneceu preso a uma assombração do passado.
Conclusão
Conclusão
O que tem te impedido de viver de fato uma vida com Cristo, em um relacionamento sincero com Ele? Quais são os ídolos do seu coração?
Talvez a sua situação seja ainda pior, e já está sendo atormentado pelos fantasmas da culpa.
Mas a boa notícia do evangelho nos liberta dos ídolos e também da culpa. Só há um remédio, conheça o Rei verdadeiro ao invés de acreditar em parcialidades ou distorções de Jesus, se renda ao Cristo verdadeiro e se encontre com o único salvador que vai te libertar dos ídolos que dividem seu coração e que é o único capaz de te libertar dos fantasmas da culpa.