O maior acúncio da História

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Visão Geral

Os patriarcas apontaram para esse dia. Os profetas descreveram esse momento. Todo o Antigo Testamento foi uma preparação para esse glorioso acontecimento. Através dos gregos, Deus deu ao mundo uma língua universal. Através dos romanos, Deus deu ao mundo uma lei universal. Através dos judeus, Deus deu ao mundo uma revelação sobrenatural. Agora, na plenitude dos tempos, Deus enviou o anjo Gabriel para comunicar o raiar desse glorioso dia.

John Charles Ryle diz que temos nestes versículos o anúncio do acontecimento mais maravilhoso que já ocorreu neste mundo: a encarnação e o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Essa parte do texto dá aos reformadores a oportunidade de discutir as diferenças entre as expectativas mundanas e o modo divino de fazer as coisas. O mundo esperava um salvador que chegaria sendo anunciado por trompetes em alto e bom som aos ricos e poderosos. Por isso, a razão humana não consegue entender um começo humano tranquilo e humilde para o divino Filho de Deus. Porém, Deus tem seus próprios planos.

Finalmente chegara o grande momento que todas as gerações estavam esperando. O Messias está para surgir em cena e Gabriel recebeu a ordem de anunciar seu iminente advento, o qual ocorrerá por meio da concepção e do nascimento.

Além disso, esta concepção será singular, tal como jamais ocorreu antes e jamais se repetirá depois. Está para concretizar-se no ventre de uma virgem! A futura mãe, a quem se concretizará a promessa da encarnação do Salvador do mundo (Mt 1.21; Jo 4.42; 1Jo 4.14), o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16; cf. 17.14), mora, certamente, em Roma? Não! Em Jerusalém, então? Não! Em Nazaré, um pequeno vilarejo da Galileia, considerado por alguns com desdém (Jo 1.46), nunca mencionado nem mesmo no Antigo Testamento! E o ventre que guardará o maior de todos os tesouros é o de uma princesa? Não! É o de uma virgem comprometida a casar-se com o carpinteiro da aldeia! Cf. Isaías 55.8, 9.

A tendência comum de nossos dias, no sentido de as pessoas se curvarem diante dos ricos e idolatrarem o dinheiro, deve ser sistematicamente resistida e desencorajada. O exemplo do Senhor é a resposta mais do que suficiente a milhares de máximas aviltantes sobre a riqueza, as quais são tão comuns entre os homens. “Sendo rico, se fez pobre por amor de vós” (2Co 8.9).

Lucas 1. 26 “No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,”
O mesmo anjo Gabriel que há seis meses visitara Zacarias na Judeia agora é enviado por Deus a Maria, em Nazaré, na Galileia. Esse anjo que assiste diante de Deus é mensageiro de Deus para comunicar o evento mais auspicioso e esperado da história, o nascimento do Messias, o Salvador do mundo. Gabriel só aparece na Bíblia aqui em Daniel 8.16 e 9.21.
O nome Galiléia designa a borda setentrional da Palestina, na fronteira com a Fenícia. O nome completo dessa parte do território era “círculo dos gentios”, por causa dos muitos gentios que habitavam essa região (cf. Is 9:1, onde se fala da Galiléia dos gentios). Por isso essa terra de fronteira era desprezada pelos judeus ortodoxos.
Agora o anjo de Deus se dirige para lá, a fim de anunciar o Filho unigênito de Deus, o alvo de todas os prenúncios proféticos.
E a cidade se chama Nazaré. Ela jamais é mencionada no AT.
lucas 1.27 “a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.”
O noivado naquela época era a promessa solene de casamento, um compromisso que durava um ano, durante o qual a jovem desposada continuava a viver na casa de seu pai, e era tão sério como o matrimônio. Só podia ser dissolvido pelo divórcio. Se um homem morresse no interregno desse compromisso, a jovem era considerada uma virgem viúva.
Estamos entrando aqui numa das doutrinas mais sublimes e misteriosas do cristianismo, o nascimento virginal.
Larry Richards diz que a palavra hebraica almah, encontrada em Isaías 7.14, pode ser traduzida “jovem não casada”, mas essa palavra foi traduzida para o grego como parthenos, que só pode significar virgem (Mt 1.20). A “jovem não casada” da profecia devia ser interpretada como uma mulher não casada e virgem.
Portanto, a concepção virginal é um dos maiores milagres das Escrituras, pois, se fosse possível criar um feto usando apenas o óvulo de uma mulher, essa criança seria uma filha, e não um filho. Apenas um homem pode dar o cromossomo que, junto com o da mulher, torna possível o nascimento de um filho. Este cromossomo, com os outros que formaram a pessoa teantrópica de Jesus (totalmente Deus e totalmente homem), foi dado pelo Espírito Santo.
Concepção será singular, tal como jamais ocorreu antes e jamais se repetirá depois. Está para concretizar-se no ventre de uma virgem!
Lucas 1. 28 “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.”
Segundo parece à luz da expressão ao entrar (ou seja, como um amigo, um familiar ou vizinho entraria pela porta) e a familiar palavra de saudação, isto é, Saudações, desde o início o anjo tenta criar uma atmosfera de tranquilidade.
Gabriel prossegue: “muitíssima favorecida”. Aqui, em sua versão latina (a Vulgata), Jerônimo traduziu gratiae plena, cheia de graça; não é uma má tradução, a não ser que seja interpretada erroneamente no sentido de: “Maria, você está cheia de graça, a qual está à sua disposição para outorgar a outros”. O verdadeiro sentido é: “Você está cheia da graça que recebeu … você é, num sentido singular, uma pessoa divinamente favorecida”. O contexto imediatamente seguinte prova que esta interpretação é correta, pois o anjo acrescenta: “O Senhor seja com você”.
Concordo com Leon Morris quando ele diz que é um total mal-entendido traduzir as palavras “Achaste graça diante de Deus” por “Ave Maria, cheia de graça” e passar a entendê-las no sentido de que Maria haveria de ser uma fonte de graça para outras pessoas. Gabriel está simplesmente dizendo que o favor de Deus repousa sobre ela.
Um aspecto ligado a esse assunto jamais poder ser esquecido pelos crentes: há uma comunhão com Jesus que está ao alcance de todos nós: uma comunhão muito mais achegada que a da carne e do sangue — a comunhão que pertence a todos os que se arrependem e creem. Disse Jesus:
“Qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mc 3.35).
“Bem-aventurada aquela que te concebeu”, essa foi a expressão de uma mulher certa vez. Qual foi a resposta que ela ouviu? “Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28).
Lucas 1. 29 “Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação.”
O temor de Maria não é de incredulidade como Zacarias, mas de êxtase diante da grandeza da revelação. Ela não duvida; quer apenas compreender o propósito divino.
Lucas 1.30 “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.”
A expressão “achar graça” designa uma demonstração de graça que lhe está sendo concedida.
O anjo Gabriel passa a detalhar para Maria as características singulares de seu filho.
Jesus “será grande”, diz Gabriel. Nós já conhecemos alguns aspectos dessa grandiosidade. Ele nasceu para ser o grande Salvador. Ele revelou ser um Profeta maior do que Moisés. Ele é o grande Sumo Sacerdote. Ele continuará a revelar sua grandiosidade quando vier como Rei.
Gabriel também diz que Jesus “será chamado Filho do Altíssimo”. Assim ele era antes de vir ao mundo. Igual ao Pai em todas as coisas, ele era, desde toda a eternidade, o Filho de Deus, mas deveria ser conhecido e reconhecido como tal pela Igreja. O Messias deveria ser reconhecido e adorado como nada menos que o próprio Deus.
“Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai”, diz Gabriel; “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó”.
Finalmente, Gabriel diz: “E o seu reinado não terá fim”. Diante de seu reino glorioso, os impérios deste mundo irão desmoronar-se e passar. Assim como Nínive, Babilônia, Egito, Tiro e Cartago, um dia todos acabarão em nada e os santos do Altíssimo deverão assumir o reino. Diante de Jesus, um dia todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é o Senhor. Somente seu reino será eterno, e seu domínio não passará (Dn 7.14,27).
O verdadeiro crente deve ter o costume de se deter nessa promessa gloriosa, confortando-se com seu conteúdo. Ele não tem a menor razão para se envergonhar de seu Senhor.
Ele pode ser pobre e desprezado, por amor ao evangelho, mas deve ter a certeza de que está do lado vencedor. Os reinos deste mundo ainda pertencerão ao reino de Cristo. “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37).
Esperemos pacientemente por esse dia bendito, vigiando e orando. Essa é a hora de carregarmos a cruz e de participarmos dos sofrimentos de Jesus. Aproxima-se o dia em que ele assumirá seu grande poder e reinará; o dia em que todos os que serviram a ele fielmente trocarão a cruz pela coroa!
Lucas 1. 36-38 “E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas. Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.”
O anjo encoraja Maria, dando-lhe um exemplo da maneira milagrosa como Deus opera seus propósitos. Outra criança nasceria de forma milagrosa, e sua mãe, Isabel, mesmo idosa e estéril, já estava grávida de seis meses.
Tem-se sugerido que Gabriel, ao informar a Maria sobre o estado de Isabel, está sugerindo que ela faça uma visita à sua parenta. Ao fazer isso, poderá ver por si mesma que “Jeová nosso Deus … faz que a mulher estéril … seja alegre mãe de filhos” (Sl 113.9).
Em segundo lugar, uma promessa confiável (1.37). O que é impossível para o homem é possível para Deus. As impossibilidades humanas não colocam em risco as infinitas possibilidades de Deus. As promessas de Deus são fiéis e verdadeiras. Ele pode fazer tudo quanto quer fazer (Gn 18.14; Sl 115.3; Jr 32.17; Dn 4.35; Mt 19.26; Mc 10.27; Lc 18.27; Ef 3.20). Portanto, ele podia dar um filho a Zacarias e Isabel, ainda quando ambos já houvessem perdido a esperança de ter um. E, consequentemente, também podia cumprir a promessa feita a Maria sem nenhuma participação de José. Isabel é idosa e estéril, e Maria é jovem e virgem. Dois problemas completamente diferentes, que, ainda assim, não seriam impedimentos para o cumprimento da história da salvação.
A promessa de que a virgem conceberia e daria à luz a um filho (Is 7.14) estava se cumprindo, e cumprindo-se em Maria. No nascimento do filho de Maria, a promessa de uma nação a Abraão cumprir-se-ia plenamente.
Uma submissão imediata (1.38). Maria não discute com o anjo nem duvida da mensagem. Colocase completa e imediatamente à disposição de Deus, como serva de Deus, para fazer tudo quanto a palavra de Deus havia determinado. Leon Morris destaca que a submissão de Maria trazia em seu bojo a disposição de enfrentar todos os riscos dessa obediência. Maria ainda não estava casada com José. Como ele reagiria? O que sua família iria dizer? O que as pessoas comentariam? A pena para infidelidade nesse período de noivado era o apedrejamento (Dt 22.22,23). A Bíblia diz que José pensou em divorciar-se dela (Mt 1.19).
John Charles Ryle tem razão ao dizer que, a longo prazo, a obediência de Maria traria consigo grande honra; todavia, no presente, representava um risco enorme para sua reputação e grande prova para a sua fé.15A visita (1.39–45)
“Eis aqui a serva do Senhor” etc. Ainda que Maria não compreendesse plenamente tudo, ela creu! A fé significa entregar alguém seu caminho ao Senhor, confiando nele, sabendo que ele fará tudo que for melhor (Sl 37.5)
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