A SEGUNDA VINDA DE JESUS
Sermon • Submitted
0 ratings
· 22 viewsNotes
Transcript
Texto Base: Marcos 13.1-37
Escatologia é a doutrina das últimas coisas. E a mesma pode ser dividida em: (1) Escatologia individual: morte física, imortalidade da alma e estado intermediário.
(2) Escatologia Geral: Segunda Vinda de Jesus Cristo, ressurreição dos mortos e juízo final.
Iniciaremos o estudo das últimas coisas com a Segunda Vinda de Cristo. Ela é doutrina central das últimas coisas. Todos os eventos sobre o fim estão ligados a segunda vinda ela.
Na sua primeira vinda, Jesus inaugurou o seu reino, mas na sua segunda vinda, Ele consumará o reino. Esse tempo de sua segunda vinda, será um tempo de restituição e de restauração (At 3.21; Rm 8.21). Todas as coisas serão reveladas (1Co 4.5) e Cristo será glorificado nos seus santos (2Ts 1.10). Ele destruirá a morte (1Co 15.25,26) julgará a todos (Ap 20.11-13) e reinará sobre todos (Ap 11.15).
Marcos 13 resume o ensino escatológico de Jesus (Mt 24 – paralelo). Ele foi proferido no Monte das Oliveiras em resposta aos discípulos que lhe perguntaram quando e que sinais seriam dados antes de tudo acontecer.
W. Hendriksen sugere o seguinte esboço:
(1) Introdução (Mc 13.1-4): local e origem do sermão e a predição da destruição do templo. A predição se cumpriu literalmente no ano 70 d.C, por mãos do Império Romano.
(2) O Princípio das Dores (13.5-13).
(3) A Grande Tribulação (13.14-23).
(4) A Vinda do Filho do Homem (13.24-27).
(5) A Lição da Figueira (13.28-31).
(6) A necessidade de estar sempre pronto para o dia e hora da vinda de Cristo.
Três detalhes importantes: (a) Jesus não falou sobre a existência de milênio antes da sua segunda vinda e nem tampouco da existência de dispensações. Ele chama de “últimos dias” o período entre a sua primeira e a sua segunda vinda (2Tm 3.1; Hb 1.2).
(b) Jesus jamais falou que a sua segunda vinda seria em duas etapas: arrebatamento da igreja e juízo final.
(c) Jesus intercala os eventos contidos no julgamento de Deus sobre Jerusalém, com os eventos que acontecerão no mundo antes da sua segunda volta.
1. OS SINAIS QUE APONTAM PARA A SEGUNDA VINDA
A expressão “sinais dos tempos” (semeia ton kairon) é usada para descrever certos fatos ou acontecimentos que apontam e indicam a segunda vinda de Jesus Cristo.
O sinal missionário ou da graça.
A graça é manifestada na oportunidade de salvação, por meio da fé em Jesus Cristo, oferecido pela pregação do evangelho. Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações (v.10). A pregação do evangelho ou a obra missionária necessita ser realizada (é necessário) e deve ser a prioridade da igreja (que primeiro). A missão da igreja é pregar o evangelho a todas as nações. “O período entre a primeira e segunda vindas de Cristo é a era missionária por excelência. Esse é o tempo da graça, um tempo em que Deus convida e insta com todos os homens para serem salvos” (Anthony Hoekema).
Os sinais de oposição a Deus.
Há quatro sinais de oposição apontados pelos estudiosos: falsa religião, tribulação, apostasia e o anticristo.
(1) Engano religioso (vv. 5,6). Surgirão falsos cristos, falsos profetas, falsos operadores de sinais e prodígios. O engano será algo consciente e inconsciente. Se não houver uma intervenção de Deus, até os verdadeiros crentes serão enganados. Jesus, porém, garante-nos que eles enganarão a muitos, mas não os eleitos (vv. 21,22). (2) Perseguição religiosa (v. 9,12,13). Por causa do nome de Cristo, os cristãos serão odiados e sofrerão perseguições. As perseguições virão de governos e até de pessoas da própria família.
A igreja perseguida precisa ter três coisas em mente:
(a) Não se deixe enganar pela falsidade religiosa (vv. 5,22).
(b) Persevere até o fim, pois é necessário que tudo isto aconteça (vv. 7,13).
(c) Deus está no controle de tudo, cuidando dos seus eleitos e abreviando o tempo de seu sofrimento (v.20).Ele está com a igreja perseguida até o fim (Mt 28.20).
(3) Os sinais do juízo de Deus (13.7,8).
Jesus aponta três sinais:
(a) As guerras (vv. 7,8)
(b) Os terremotos (vv. 8,24,25).
(c) As fomes (v.8).
Estes três sinais acontecem simultaneamente na História, aumentando em quantidade e intensidade nos dias que antecedem o dia do Senhor. São sinais do juízo de Deus sobre a humanidade.
(4) O Sinal do anticristo (Mc 13.14-23)
A igreja de Jesus sempre viveu sob tribulação (Jo 16.33; 2Co 4.17).
Logo, a tribulação é grande no sentido extensivo.
Mas, no verso 19, lemos: Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. Jesus fala de “tamanha tribulação”, no sentido de intensidade, que caracterizará “aqueles dias”, isto é, um período que antecede a volta de Jesus. Esse período será de intensa angústia e de grande apostasia.
É nesse período que aparecerá a figura do “homem da iniquidade”. A Igreja não será removida ou arrebatada da terra antes que essa tribulação comece, pelo contrário, os dias serão abreviados por causa da igreja (Mt 24.22; Mc 13.20).
A segunda vinda significará libertação da tribulação para o seu povo (2Ts 1.6-8).
Jesus jamais ensinou que a sua segunda vinda será em duas etapas, como ensinam os pré-tribulacionistas.
APLICAÇÃO: A Segunda Vinda de Cristo será um tempo de restituição e de restauração. A obra missionária deve ser prioridade na igreja. A sua igreja local tem investido em missões? Você acha que a Segunda Vinda de Cristo está próxima? Por quê?
2. A FIGURA DO ANTICRISTO
A figura deste último anticristo é chamada por Jesus, como “o abominável da desolação” (Mc 13.4), e foi profetizado por Daniel (Dn 11.31; 12.11).
Esta profecia foi historicamente aplicada a duas pessoas: a Antíoco Epifânio (168 a.C.) quando ele profanou o templo em Jerusalém, no período dos Macabeus; e aos romanos quando invadiram Jerusalém e destruíram o templo, em 70 d.C. Por causa da importância desse personagem, incluímos aqui o ensino de Paulo: Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição (2Ts 2.3).
Ele repete Jesus: Ninguém vos engane! Lembre-se que a vinda do Senhor será antecedida pela apostasia e pela revelação do homem da iniquidade.
Provavelmente, ele usa a mesma ideia de Daniel – “o homem da iniquidade” ou “o filho da perdição” (Dn 7.25; 8.25,26).
Antes da volta de Cristo haverá a manifestação ou revelação de alguém que se oporá contra Deus. Trata-se de uma figura universal.
E a pergunta é, quem é o anticristo?
Vejamos mais alguns detalhes:
As suas atividades:
- O qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus (2Ts 2.4).
Há duas atividades mencionadas:
(1) Ele é adversário de Deus ou aquele que se opõe a Deus, à Palavra de Deus, ao povo de Deus e à obra de Deus (1Co 16.9; Fp 1.28).
(2) Ele exalta a si mesmo e quer receber a adoração que pertence somente a Deus (Is 14; Mt 4.1-11). Ele coloca-se no lugar de Deus e arroga para si autoridade divina, o que produzirá grande perseguição à igreja (Mt 24.15,21,22,29).
A sua origem e existência
Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém (2Ts 2.5-7).
Paulo esclarece aos irmãos que o espírito da iniquidade já opera de forma invisível e contida. Deus é soberano e detém a iniquidade, que um dia se revelará de forma plena e visível, por meio de um homem.
Várias interpretações são dadas para a expressão “o que o detém”, mas duas são as mais aceitas:
(1) A lei e a ordem do estado de direito (Rm 13).
(2) A proclamação do evangelho pelos missionários a todas as nações (Mc 13.10; 2Pe 3.9; Ap 14.6,7).
A sua derrota
Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda (2Ts 2.8).
Para mostrar aos seus leitores que tudo está sob o controle de Deus e que no fim, o bem vencerá, Paulo declara que o homem da iniquidade será revelado para ser destruído de uma vez por todas. O Senhor Jesus o matará com o sopro da sua boca, no dia da Sua Segunda Vinda. Só a manifestação de Cristo (epifania – 1Tm 6.14; Tt 2.13) será suficiente para derrotar o homem da iniquidade, de forma total, súbita e rápida.
As suas estratégias
Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos (2Ts 2.9,10).
Três lições importantes: (1) O homem da iniquidade aparecerá acompanhado de poder, sinais e prodígios mentirosos, com o intuito de enganar as pessoas (Mc 13.22; Ap 13.13,14).
(2) O homem da iniquidade realizará os seus sinais e prodígios, pelo poder de Satanás. Ele agirá segundo a eficácia de Satanás.
(3) O homem da iniquidade enganará aqueles que já estarão perecendo, os quais não acolheram o amor e a verdade para serem salvos. O poder do engano é para aqueles que já estão perecendo e não para aqueles que já são salvos.
Os seus seguidores
É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça (2Ts 2.11,12).
Os seguidores do homem da iniquidade rejeitaram o amor de Deus, revelado na mensagem do Evangelho.
Quais as consequências?
(1) Deus lhes enviará uma “energia para o engano” ou uma força poderosa para que eles creiam na mentira do anticristo (2Cr 18.22; Jo 12.36-43; Rm 1.24,26,28).
(2) Haverá o juízo final, onde todos serão julgados e condenados.
(3) A sentença de condenação será a rejeição da verdade de Deus, pela opção do prazer com a injustiça (Jo 3.17). Aplicações Práticas: Fique atento! Não se deixe enganar pelos opositores de Deus que aparecerão nos dias que antecedem à Segunda Vinda de Cristo. Cuidado! Os seguidores do homem da iniquidade rejeitam o amor de Deus!
3. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
Quando a tribulação chegar ao seu auge, o Senhor virá. O próprio Jesus é quem a descreve.
Ela será precedida de distúrbios naturais ou cataclismos no universo
Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados (vv.24,25). Esses fenômenos naturais estão ligados ao Dia do Senhor (Is 13.9,10; Jl 2.10,31; 3.15;
At 2.17-21). Jesus diz que esses cataclismos acontecerão na sua segunda vinda (Mt 24.29,30; Lc 21.25-27).
Ela será pessoal, visível, poderosa e gloriosa
Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória (v.26). A primeira vinda de Jesus foi em humilhação (Is 53.1-3; Fp 2.7,8), mas a sua segunda vinda será pessoal (At 1.11; Fp 3.20), visível a todos os homens (Ap 1.7; Mt 24.29,30) e com grande poder e glória (1Ts 4.16; Cl 3.4).
Ela será única e definitiva
E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu (v. 27). Jesus exercerá o juízo e levará definitivamente os seus eleitos para o céu. Não há milênio, não há vinda em duas etapas, não há arrebatamento secreto da igreja, não há duas ressurreições para justos e injustos. Todos ressuscitarão e serão julgados de uma vez só e definitivamente na segunda vinda de Cristo (Jo 5.28,29;1 Ts 4.13-18; Mt 25.31-46; Ap 20.11-15).
Mas, Jesus alerta-nos: o que devemos fazer enquanto Ele não vem?
(1) Devemos observar os acontecimentos históricos à luz da Palavra de Deus (vv.28,29).
(2) Devemos entender que tudo no universo é instável, mas a Palavra de Deus permanecerá (vv.30-32).
(3) Devemos ficar de sobreaviso, atentos e espertos, porque o dia da Sua volta já está definido no calendário de Deus, mas ninguém sabe (vv.32,33).
(4) Devemos continuar servindo ao Senhor e trabalhando na sua obra, até a sua volta (v.34).
(5) Devemos vigiar porque Ele virá inesperadamente (vv.35-37).
Aplicações: Devemos estar sempre preparados para a Segunda Vinda de Cristo. A data já está definida no calendário de Deus. Devemos servir ao Senhor com alegria e vigiar sempre, porque Cristo virá de maneira inesperada. Se Cristo viesse hoje, você estaria preparado?
CONCLUSÃO
A Segunda Vinda de Cristo é a grande e última promessa da Bíblia a ser cumprida.
Ela é ensinada no Novo Testamento por Jesus (Mt 24.30), pelos anjos (At.1.11) e pelos apóstolos (At 3.20; Fp 3.19,20; 1Ts 4.15,16; Tt 2.13). O tempo da segunda vinda está definido por Deus e somente Ele sabe a data. Ela está sempre próxima e devemos estar sempre preparados.
Fonte: Casimiro, Arival Dias. Rede de Discipulado 2 . Z3 Editora. Edição do Kindle.