PERSEGUINDO O OBJETIVO ERRADO - TIAGO 4:11-17

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INTRODUÇÃO

FOFOCA É RUIM, E NO FUNDO NÓS SABEMOS DISSO
Sejamos honestos: nós sabemos o que é fofoca. É falar sobre alguém de uma maneira que difame, desonre ou fira o caráter deste alguém. Às vezes é sutil, como resmungar sobre alguém, e outras vezes é evidente, como reclamar sobre alguém.
Além disso, às vezes o conteúdo do que é dito é verdadeiro, e outras vezes não é. De qualquer maneira, a pessoa que ouve não precisa saber a informação, pois não se beneficia dela.
E, na maioria das vezes não é questão de ação: quem ouve não irá ajudar a pessoa; em vez disso, só irá guardar a informação para um uso egoísta.
Em seu livro [Resistindo à fofoca], Matthew Mitchell define fofoca como “espalhar más notícias pelas costas de outra pessoa como fruto de um coração mau” e mostra que quando o livro de Provérbios usa a palavra “fofoca”, ele o faz na forma substantiva, não na verbal.
Em outras palavras, a Bíblia se preocupa menos com as palavras que são ditas e mais com o coração e a boca que geraram tal destruição. Palavras importam, mas elas são simplesmente o que transborda do coração. Como sempre, o coração é o coração da questão.
MEUS IRMÃOS VAMOS DIVIDIR O SERMÃO HOJE EM DUAS PARTES:
1ª Julgando um irmão 4:11-12
2ª SUBMISSÃO A VONTADE DE DEUS 4:13-17
V 11 Irmãos, não maldigam uns aos outros. Qualquer um que fala contra seu irmão ou o julga, fala contra a lei e a julga. Quando vocês julgam a lei, não a estão observando, mas sim servindo de juízes dela.
a. O tom do autor é claramente outro. No versículo 8, ele chama seus leitores de “pecadores” e “inconstantes”; agora se dirige a eles como “irmãos” e lhes diz para não falarem mal uns dos outros (1Pe 2.1). Ainda assim, os versículos 11 e 12 estão intimamente ligados à passagem anterior.
1Pedro 2.1 - Portanto, abandonem toda maldade, todo engano, hipocrisia e inveja, bem como todo tipo de maledicência.
Tiago e Epístolas de João (4. Julgando um Irmão (4.11,12))
Em um de seus salmos, Davi relaciona o maldizer à falta de humildade. Diz:
“Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei; o que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei” (Sl 101.5)
O elo entre os versículos 7 e 11 encontra-se na palavra diabo (v. 7) e no verbo maldizer. No original, o substantivo diabolos (diabo) significa “difamador”. Tiago, portanto, exorta seus leitores a não difamarem uns aos outros, pois isso é obra do diabo.
Está pedindo que ponham um fim nessa prática perversa à qual têm se dedicado. Se continuarem a falar mal uns dos outros na igreja, acabarão destruindo a comunhão da comunidade cristã.
b. Tiago vai ainda mais fundo nesse assunto e diz aos seus leitores que o falar mal de um irmão envolve a lei (Lv 19.16).
“Não ande como mexeriqueiro no meio do seu povo, nem atente contra a vida do seu próximo. Eu sou o SENHOR”.
A ênfase nesse versículo está na palavra irmão, que denota a relação íntima de comunhão que os crentes têm dentro da igreja. Se você falar mal de seu irmão pelas costas, está deixando de lado a lei régia: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (2.8; Lv 19.18; Mt 22.39; Rm 13.9; Gl 5.14). E se você deixa de lado a lei, tornou-se juiz dessa lei. Assim, colocou-se no mesmo nível do Legislador.
Num tribunal, um juiz deve ser imparcial ao avaliar as evidências e ser justo ao aplicar a lei e pronunciar a sentença.
O difamador, por outro lado, geralmente deixa de ficar sabendo sobre os fatos, evita falar na presença do acusado, deixa de lado a lei do amor, nomeia a si mesmo juiz e, como tal, dá o veredito.
c. Tiago expõe a verdadeira natureza do pecado da difamação quando instrui os leitores de sua epístola com estas palavras: “aquele que fala mal do irmão [como vocês têm feito] fala mal da lei [que vocês não estão cumprindo] e julga a lei [como juiz]”.
O difamador deixa de lado a lei criada por Deus e, assim, coloca-se no mesmo nível de Deus.
Cegado pelos pecados, aquele que fala mal, muitas vezes, não se dá conta da seriedade de seus atos.
Mas o fato é, todavia, que o maldizer é um pecado contra a pessoa acusada e contra Deus, que proíbe esse pecado em sua lei divina.
V 12 Há somente um Legislador e um Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Quem são vocês, porém, para julgarem seu próximo?
Em última análise, Deus é o único Legislador que delega poder aos seres humanos para servirem de legisladores e juízes. Deus, portanto, recebe a honra de ser a autoridade suprema quanto à criação da lei e o julgamento dos seres humanos. Só ele é o Juiz divino
Deus não pode permitir que o homem assuma a posição que pertence somente a ele.
Só Deus tem a autoridade de “salvar e destruir”, ou seja, Deus faz a lei, coloca-a em prática e faz com que seja cumprida ao dar a sentença. O veredito é inocente ou culpado – Deus é capaz de salvar e destruir.
prestem atenção em Deuteronômio 32.39 -
Vejam, agora, que eu,
sim, eu sou Ele,
e que não há nenhum deus
além de mim;
eu mato e eu faço viver;
eu firo e eu saro;
e não há quem possa livrar
alguém da minha mão.
e Jesus instrui seus discípulos a não temerem aquele que é capaz de matar o corpo: “Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt 10.28; e ver Lc 12.5).
Todos nós somos culpados por causa de nossos pecados. Estamos sob a lei e no mesmo nível que nosso próximo. Somos os acusados.
Assim, ao invés de nos colocarmos acima da lei e assumirmos a posição de um juiz, devemos encorajar, confortar e amar nosso próximo.
Em resumo, não estamos no lugar de julgar, pois nós mesmos precisamos da misericórdia e da graça de Jesus Cristo. Ajudemo-nos uns aos outros, voltando nossa atenção para Jesus.
Devemos, então, fechar nossos olhos quando vemos um irmão caindo em pecado? Certamente que não! Tiago termina sua epístola aconselhando de maneira objetiva: “Aquele que converte o pecador do seu caminho errado, salvará da morte a alma dele, e cobrirá multidão de pecados” (5.20).
B. Submissão à Vontade de Deus
4.13–17
V 13 Agora prestem atenção, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã iremos a esta ou àquela cidade, passaremos um ano lá, faremos negócios e ganharemos dinheiro”.
Temos aqui o exemplo de pessoas que fazem todo o seu planejamento e trabalham sem pensar em Deus.
Ao ignorar Deus, elas mostram tanta arrogância como aquele que difama seu irmão. O pecado de não se dirigir a Deus em oração é uma das ofensas mais comuns que um cristão comete.
DEIXEM-ME LEMBRA-LOS DE UMA PASSAGEM EM MATEUS 24:38-39 -
38 Pois assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
Apesar de ninguém culpar uma pessoa por comer, beber e casar-se, a questão é que, na vida dos contemporâneos de Noé, não havia lugar para Deus. Essas pessoas viviam como se Deus não existisse, e o mesmo aplica-se aos negociantes aos quais Tiago se dirige.
Observe que Tiago não tem nada contra a ocupação dos negociantes, nem tampouco escreve sobre as questões éticas de vender e comprar. Ele apenas afirma que os comerciantes negociam e têm lucros, e é isso que esperamos quando os negócios estão indo bem.
Tiago usa esses homens como exemplo por causa de sua falta de consideração para com Deus. Para eles, o dinheiro é muito mais importante do que servir ao Senhor. Eles vivem como o homem descrito na parábola do rico louco (Lc 12.16–21).
V 14 Ora, vocês nem sequer sabem o que vai acontecer amanhã. O que é sua vida? Vocês são uma névoa que aparece por um pouco e depois some.
Se não temos nenhuma ideia daquilo que o futuro próximo nos reserva, então qual é o propósito da vida?
O autor de Eclesiastes menciona várias vezes a brevidade da vida e, de modo característico, diz como não faz sentido o homem buscar os bens materiais. Ainda assim, na conclusão de seu livro, ele afirma o propósito da vida: “Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, porque isso é o dever de todo homem” (Ec 12.13).
V 15 Antes, vocês devem dizer: “Se for da vontade do Senhor, viveremos e faremos isto ou aquilo”.
Tiago ensina que Deus é soberano sobre nossa vida. Em nossos planos, ações e realizações devemos reconhecer nossa submissão a Deus.
Assim, depois de um comentário sobre a brevidade da vida, ele volta ao assunto apresentado no versículo 13. Diz que, ao invés de ignorar Deus em nossas atividades diárias, devemos colocá-lo em primeiro lugar e dizer: “Se for da vontade do Senhor, viveremos e faremos isto ou aquilo”.
OLHANDO PARA ESSES VERSÍCULOS PODEMOS NOS PERGUNTAR:
NÓS ACEITAMOS DE FATO O SENHORIO DE CRISTO EM NOSSAS VIDAS?
DE FATO VIVEMOS EM OBEDIÊNCIA A VONTADE DE DEUS CONFORME REVELADA NA SUA PALAVRA?
V 16 O que vocês têm feito é vangloriar-se e gabar-se. Toda essa jactância é maligna.
A jactância humana não vale nada, pois dá a glória ao homem, e não a Deus. Essa jactância inclui gloriar-se em suas realizações. Não só isso é injustificável, como também é totalmente inaceitável diante de Deus. É mau.
Por meio da experiência pessoal com um espinho na carne, Paulo é capaz de ensinar que a única coisa da qual podemos nos gloriar é nossa fraqueza; nessa fraqueza, o poder de Cristo torna-se evidente (2Co 11.30; 12.5,9).
V 17 Assim, qualquer um que sabe o bem que deve fazer e não o faz, peca.
Tiago termina esta seção de sua carta com um provérbio que talvez fosse comum no mundo judaico de sua época. O advérbio portanto liga o provérbio ao texto anterior. O tom de seu discurso muda, pois Tiago não está mais falando diretamente aos negociantes, mas a todos os leitores de sua epístola.
O provérbio transmite uma advertência muito séria contra o pecado da negligência.
Não o pecado de ação, mas o pecado de omissão. Esse pecado particular mostra seu semblante horrível quando o ser humano ignora Deus, faz planos, alcança o sucesso e gloria-se de suas realizações (Tg 4.13–16).
O ser humano repete o pecado de omissão ao não praticar o bem, quando sabe que deve fazê-lo. Jesus deixou claro esse pecado quando falou do sacerdote e do levita na parábola do bom samaritano (Lc 10.30–35)
O pecado de omissão, que muitas vezes tem, à primeira vista, uma aparência inofensiva. Mas esse não é o caso. Tome, por exemplo, o discurso de despedida de Samuel. Ele diz aos israelitas: “Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós” (1Sm 12.23). Samuel reprovou o pecado da negligência. A negligência é equivalente a ignorar Deus e o próximo e, portanto, é um pecado contra a lei de Deus.
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