João 1.1-15 : O Deus que se Revela por meio da Encarnação (2)

Introdução

Vimos na primeira mensagem que Deus se revela por meio da criação e se não fosse a auto revelação isso não seria possível, por isso a Escritura inspirada por Deus. O auge da revelação pessoal de Deus não é geral (alcance) como acontece na criação podemos identificar um criador todo poderoso. Na escritura vemos a revelação específica (alcance) um Deus que se revela de forma precisa e particular.

O cumprimento dessa escritura a revelação dada aos profetas nas Antiga Aliança evidencia a ultima e definitiva forma de revelação de Deus a encarnação! Os paralelos da encarnação e das escrituras é evidente e não casual. Plenamente Humana e divina e a ponta para Deus e sua obra redentora.

A Encarnação é a Imagem do Deus invisível revelado nas Escrituras e descrita com detalhes por João como o Logos, a luz e revelação.

Data

Por diversas razões internas do livro como o verbo no presente ao descrever o tanque de Betesda e descobertas com os escritos do mar morto é razoável pensarmos em uma data anterior ao ano 70 ainda que tenha sido depois dos evangelhos sinóticos.

Os argumentos de uma data posterior não se sustentam já que havia versões incipientes do gnosticismo desde os anos 50 e cremos que Cristo pode ter revelado o evangelho com suas doutrinas desde o inicio não tendo um periodo de “maturação”.

Assim uma data entre 60 e 70 é bastante razoável.

Local e Público

Provavelmente formado por cristãos de Éfeso que batalhavam com perseguição interna e externa. Externa por parte dos judeus com o avanço das igrejas e interna com as heresias e gnosticismo invadindo a doutrina cristã.

Contexto

Nesse período podemos assumir intensa perseguição e embates teológicos na cidade de Éfeso que tinha grande influência dos judeus e gnósticos.

Transição

Nas semanas anteriores percebemos como Deus se revela por meio da criação de formar geral e da Escritura de forma específica. Mas aqui percebemos o ápice da revelação específica o filho é o sangue da Nova Aliança, mas é também a fonte e alvo da revelação.

EM Hebreus vimos Cristo como o auge da revelação de Deus e agora no natal nos lembramos que Cristo é o verbo encarnado.

Logos partilha dos Atributos da divindade [1.1-5]

A introdução do Evangelho de João, esse trecho chamado por praticamente todos os teólogos de “prólogo” é extremamente importante para compreendermos o desenvolvimento do evangelho que revela a Cristo como a palavra encarnada que é a luz dos gentios e a Vida Eterna. Temas fundamentais no evangelho que se destaca pelos contrastes, tais como luz e trevas, morte e vida filhos de Deus (da luz) e filhos do mundo(trevas).

Assim João de cara ainda que não entre em detalhes do nascimento de Jesus, talvez não sentiu essa necessidade porque essa informação já estava bem disseminada, ele pontua a encarnação do verbo como fundamental para compreensão de Cristo.

Natal é tempo de lembrar que o verbo se fez carne e habitou entre nós! (1.14)

João incia destacando os atributos divinos do Logos fazendo uma referencia clara a criação. Palavra, luz e vida. Deus é quem cria o mundo com sua palavra, traz a luz e a vida na criação demonstrando o papel fundamental da divindade em Cristo.

Evidenciando seu poder na medida que nem mesmo as trevas o derrotaram. A palavra pode ser traduzida por derrotar ou compreender, mas no contexto a hostilidade faz mais sentido, demos que a luz vence as trevas.

Há debate se a expressão logos tem o peso grego ou hebraico. Para os gregos Logos é a expressão da divindade que sustenta o universo, para os judeus é a palavra que criou o mundo, me parece que João de forma inteligente se comunica com ambos os grupos ainda que a ideia judaica seja mais relevante, visto que a oposição doutrinária das sinagogas em uma igreja majoritariamente judaica ainda que provavelmente helenizada.

Assim o Logos é a Palavra de Deus que traz a criação a luz (possível referência a Isaías que Deus é a luz dos gentios ou a coluna de fogo que protegia o povo no deserto) e a Vida (tema extremamente importante em João já que Deus deu a Vida ao mundo, mas a verdadeira vida temos em Cristo).

Logos veio para Redenção do Mundo [1.6-13]

Provavelmente alguns colocavam João Batista em uma posição que não lhe pertencia. Até mesmo judeus questionavam se ele era o messias, João corrige essa falsa percepção ao destacar que ele mesmo declara claramente que ele aponta ao messias e não é o messias.

João testifica sobre a luz do mundo que vem para alcançar a todos os homens. Há três formas de ver a expressão mundo em João. A de que se refere a cada indivíduo, a de que se refere aos eleitos ou ao sistema ou indivíduos que se opõe a Deus. De modo geral a terceira opção me parece a mais razoável ainda que a maioria dos teólogos discutem as duas anteriores. Me parece que João ao se referir ao mundo no evangelho é em oposição a Deus ou aspecto mais amplo de todas as coisas que caiu na queda e não alcance de Pessoas.

Esse mundo que ele criou e para o qual o Logos encarnado vem como a luz para iluminar não o reconheceu porque o mundo prefere as obras das trevas, ele vem para os seus, talvez uma referencias aos eleitos no Novo Testamento, o povo de Israel, mas este o rejeitou já dando a direção do evangelho que é rejeitado pelos judeus e se estende a todas as nações como parte do plano divino.

Entretanto Deus não falha, a rejeição fazia parte do plano de Deus tanto do mundo quanto dos seus, há aqueles que o receberam e isso não vem da vontade humana ou do sangue, mas são nascidos de Deus. Estes são verdadeiros descendentes de Abraão ou filhos. Como será desenvolvido mais claramente no evangelho.

Assim me atrai a ideia soteriológica que não se encaixa na maioria das Teologias Sistemáticas (calvinista de 4 pontos) Cristo vem ao mundo de fato, mas é efetivo naqueles que Deus faz nascer de todas as nações soberanamente e incondicionalmente não dependendo da vontade ou do nascimento, pois por esses critérios ambos o rejeitaram.

Logos Encarnado Revela a Deus em sua Glória [1.14-18]

O Logos não apenas tem os atributos divinos ou vem para a salvação, mas como vimos anteriormente ele revela a Deus de modo tangível e especial. Aqui é mais específica a forma como Hebreus lida, interessante que ambas as cartas são em um período próximo em locais distintos.

A Palavra não é intangível ou imaterial como esperariam os gregos, ela se faz carne habita entre nós e revela a glória de Deus, atributo incomunicável divino, de modo que o logos encarnado é escândalo tanto a gregos quanto a judeus.

É uma revelação cheia de graça e verdade, outro tema extremamente relevante em João Cristo é a verdade.

Encerra o trecho destacando na mensagem de João a eternidade do verbo e sua superioridade e complementando que a lei vem por Moisés, mas a graça que é superior vem por Cristo o verbo encarnado que é a luz, a verdade e a vida.

Encerra evidenciando que a unica forma de vermos a Deus de fato é por Cristo porque ele é Deus estava com Deus tornou-se carne contra toda a expectativa e é o meio que Deus decidiu se tornar conhecido.

Princípios Eternos

Deus se fez carne em Cristo

Encarnação é essencial e necessária para a redenção

Alcance da salvação é universal, mas a eficácia depende somente de Deus

Encarnação é o único meio pelo qual de fato podemos conhecer a Deus

Encarnação nos identifica com o salvador

Encarnação revela a glória de Deus e aponta para a glorificação

O Essencial do evangelho é a Encarnação, Crucificação e Ressurreição (Glorificação) é a essência do evangelho

No Evangelho tudo parte do nascimento do menino que é o Rei do mundo Deus e Criador e se fez carne para tornar a salvação possível

A Palavra Encarnada é Eterna Divina Redentora e Revela o Pai e sua Glória

Desafios

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Pregue a Todos esperando que Deus alcance aqueles que ele Desejar por sua Vontade