Tomé perde uma grande oportunidade
Evangelho de João • Sermon • Submitted
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Sermão Culto Solene – 11 de novembro de 2022
O perigo de não assistir às reuniões cristãs; a bondade de Cristo para com os discípulos negligentes; a gloriosa confissão de Tomé.
Jo 20. 24-28
INTRODUÇÃO
Hoje vivemos num mundo altamente conectado, veloz, onde cada vez mais nos ocupamos e entretemos com a vida cotidiana.
A impressão que tenho é que parece que nossos dias não estão mais com 24h, e sim com menos.
As semanas, os meses e os anos passam como que na velocidade da luz.
Caímos num ciclo vicioso como que anestesiados pela rotina diária, como aqueles ratinhos girando naquelas rodas de gaiolas.
E a tempo vai passando e vamos perdendo oportunidades preciosas de estarmos reunidos na presença de Deus, demonstrando nossa fé.
Hoje meditaremos neste episódio e na vida de Tomé. Extrairemos 3 lições preciosas do texto.
Tomé: muitas vezes rotulado por incrédulo, mas pessimista em sua essência seria mais justo.
Dídimo: irmão gêmeo.
O que sabemos sobre seu caráter está no evangelho de João.
Provavelmente era muito preocupado, ansioso e melancólico.
A primeira vez que aparece é no episodio da morte de Lázaro (Jo 11.16). Com um comentário pessimista em relação ao milagre de Jesus.
“Vamos também nós para morrermos com ele”. (a morte era o fim)
Em Jo 14.5 Tomé: “Senhor não sabemos para onde vais, como saber o caminho?”. Vemos mais uma vez seu pessimismo.
Talvez, como todos os discípulos, um homem de olhar mais carnal e menos espiritual.
Porém, vemos um pecador disposto a nunca se separar de Jesus.
Seu mundo caiu, quando viu Cristo morrer crucificado.
A história da incredulidade de Tomé, relatada nesses versículos, é característica do evangelho de João.
Enorme evidência interna no que diz respeito da vida real dos autores das Escrituras.
Se impostores e aventureiros tivessem escrito a Bíblia em busca de vantagem pessoal, jamais teriam contado à humanidade que um dos fundadores da nova religião.
V. 24 e 25
Em primeiro lugar, os crentes perdem muito em não assistir regularmente às reuniões do povo de Deus.
Tomé estava ausente quando, pela primeira vez, o Senhor Jesus apareceu para os discípulos, após a sua ressurreição.
Certamente Tomé perdeu uma grande bênção.
Perdeu a alegria de ver o Senhor ressurreto e de ouvir suas palavras de paz.
Evidentemente, não temos uma prova concreta que justificasse a ausência desse apóstolo.
Entretanto, naquele momento de grande aflição na vida dos onze apóstolos, parece improvável que ele tivesse algum bom motivo para não estar junto a seus irmãos.
Por estar ausente, ele foi mantido em incredulidade e suspense durante uma semana.
A bíblia argumenta forte sobra a nossa obrigação de sermos frequentes as agendas da Igreja.
A sagrada escritura nos diz: “Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns” (Hb 10.25).
Jamais estar ausente da casa de Deus aos domingos, sem ter um motivo justo.
Nunca faltar à participação na Ceia do Senhor e jamais desprezar os meios da graça.
A semelhança de Tomé colocamos a comunhão dos irmãos em segundo plano e perdemos as bençãos de estarmos na presença de Deus,
As vezes por motivos banais ou fúteis.
Quantas vezes já deixei de vir para a Igreja por estar cansado. Faço isso com o meu trabalho?
Esquecendo que meu Cristo carregou uma cruz, sem forças, e morreu em meu favor.
Quantas vezes por uma partida de futebol.
Uma forma de medir é lembrar que nosso fim principal é glorificar a Deus.
Onde estou glorificando mais a Deus?
Outro erro que cometemos: trocar a EBD pelo culto público.
As vezes EBD nem no domingo é.
Estarmos presentes é a única forma de sermos crentes saudáveis e fortes.
Os sermões que perdemos podem conter uma palavra preciosa em ocasiões oportunas para nossas almas.
“Essa palavra foi pra mim”.
Os cultos e as reuniões de oração das quais nos mantemos distantes talvez sejam as reuniões que poderiam confortar, fortalecer e vivificar nossos corações.
Não temos ideia do quanto nossa saúde espiritual depende desses pequenos, regulares e habituais recursos.
Não temos dimensão do quanto eles nos fazem falta.
O crente deve rejeitar o perverso argumento de que participar dos meios da graça não traz qualquer benefício para nossas vidas.
Esse argumento pode satisfazer os que estão cegos quanto à sua própria situação. Os que estão longe da graça de Deus.
Porém, jamais deve convencer, ou ser usado, por um verdadeiro servo de Cristo.
Aqui quero citar o movimento dos desigrejados (vem crescendo): que por vaidade, rejeitam as práticas litúrgicas, abandonam o templo da igreja local com sua liderança e membresia. Renunciando à comunhão dos Santos e da presença gloriosa do nosso Senhor.
Os cultos on-line: São bençãos, mas muitos utilizam de forma errada. Passamos por isso na pandemia e sentimos o poderio que tem.
Metaverso (universo virtual paralelo): Cultos, sermões e até mesmo batismos.
Distrações do Inimigo para nos tirar do alvo, da comunhão dos santos, da presença gloriosa de Deus.
Nós precisamos recordar as palavras de Salomão: “Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada” (Pv 8.34).
Devemos nos lembrar da promessa do Senhor Jesus: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20).
Um homem assim raramente passará por uma experiência semelhante à de Tomé.
Raramente perderá essa benção.
Jamais sentirá frio solitário da incredulidade, enquanto os outros estiverem aquecidos e felizes na presença do nosso Senhor.
V. 25, 26 e 27
Em segundo lugar, quão amável e misericordioso é o Senhor Jesus Cristo para com os crentes insensíveis e imaturos.
Em nenhuma outra parte dos quatro evangelhos, encontramos esse aspecto do caráter de nosso Senhor tão bem ilustrado quanto no incidente agora relatado.
Atitude tão provocante e desagradável de Tomé no V.25, que nem mesmo o testemunho de dez irmãos fiéis surtiu qualquer efeito.
Es outros apóstolos disseram: “vimos o Senhor”. Com pena dele, talvez para aliviar seu sofrimento.
Mas isso não bastava para Tomé. Ele coloca uma condição.
Uma atitude mais compassiva e paciente do que a de nosso Senhor ao lidar com esse discípulo frágil.
Ele não o rejeitou, não o desprezou, nem o excomungou.
Imagina a paciência do nosso Senhor Jesus.
Eles haviam vivido juntos pôr, aproximadamente 3 anos.
Tomé havia recebido os ensinamentos do próprio Jesus.
Muitas provas de que Jesus era o próprio Deus (sinais e prodígios).
Foi profetizado no AT, e os discípulos conheciam as sagradas escrituras.
Jesus havia anunciado sua morte e ressureição para os eles.
Precisava de mais o que?
V.26 Ao final da semana, Jesus aparece de novo e, em especial, para o benefício de Tomé.
Tomé tinha ficado ali a semana toda.
Ele tenha noção da benção que havia perdido.
Certamente não perdeu nenhuma reunião naquela semana na esperança do encontro com Cristo.
A primeira lição, talvez, ele tinha aprendido.
O Senhor aborda-o de acordo com sua fragilidade, assim como um professor trata uma criança sem discernimento: V.27 “E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado”.
Nenhuma outra coisa o satisfaria, exceto a evidência física. Diz: “de modo algum acreditarei”.
E Jesus sana todas as suas dúvidas com amor.
Demonstração do amor que excede todo entendimento e da paciência que ultrapassa qualquer compreensão.
Tomé havia tido uma atitude estupida para um discípulo, assim como nós por diversas vezes, mas ali era o mesmo Jesus Amoroso.
Podemos ter certeza de que uma passagem como essa foi escrita para fornecer consolo a todos os verdadeiros crentes.
Diversas vezes agimos de forma incrédula como Tomé.
E Deus não nos retribui conforme a nossa falha.
O ES sabia muito bem que o tipo mais comum de crente que existe neste mundo são os fracos, indolentes (insensíveis a dor) e duvidosos.
Aqui está uma aplicação para nós:
Devemos, a exemplo de Cristo, demonstrar a mesma atitude.
Jamais menosprezemos os irmãos, porque seu amor não é intenso e sua fé é inconsistente.
Mesmos que sejam, por exemplo, pouco frequentes dos cultos.
Lembremo-nos de como Jesus lidou com Tomé e sejamos compassivos e misericordiosos.
Nosso Senhor tem muitos filhos deficientes em sua família, muitos soldados inexperientes em seu exército.
No entanto, ele suporta todas elas e não as lança fora.
Na igreja, existem muitos a semelhança de Tomé, mas, apesar disso, são verdadeiros servos de Cristo.
V.28
Por último, o Senhor Jesus não proibiu nem rejeitou a atitude de um discípulo chamá-lo “Deus”.
A nobre exclamação ao ficar convencido de que o Senhor realmente ressuscitara, V.28 “Senhor meu e Deus meu!”, admite apenas um significado.
Era um testemunho evidente da divindade de nosso Senhor.
Toda tese do Evangelho de João.
Tomé acreditara ser Deus a Pessoa que ele havia tocado.
Tomé sabia que somente o próprio Deus poderia vencer a morte.
Tomé que a pouco estava tentando agir como Senhor, agora se rende de forma submissa.
Reconhece Jesus como seu soberano Deus, isso era algo notável para um judeu.
Foi um testemunho que nosso Senhor recebeu, sem proibir.
Uma declaração sobre a qual ele não pronunciou qualquer palavra de censura.
Quando o centurião Cornélio se prostrou diante de Pedro e quis adorá-lo, o apóstolo imediatamente recusou essa honra, “dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem” (At 10.26).
Quando as pessoas de Listra quiseram oferecer sacrifícios ao apóstolo Paulo e Barnabé, estes, “rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos” (At 14.14-15).
Porém, quando Tomé declarou a Jesus: “Senhor meu e Deus meu”, não recebeu reprovação da parte de nosso Senhor, que é santo e ama a verdade.
Temos dúvida de que essas coisas foram escritas para nosso ensino?
Declaremos com firmeza que a divindade de Cristo é uma das grandes verdades fundamentais do cristianismo; estejamos dispostos a morrer.
Visto que o Senhor Jesus é o próprio Deus, existe um propósito para a expiação, a advocacia, a mediação, o sacerdócio e toda a obra de redenção realizada por ele.
Essas gloriosas doutrinas seriam blasfêmias se Cristo não fosse divino.
Como o apostolo Paulo diz em 1Co 15.14: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;”
Essa é uma grande questão de apologética.
O crente deve pela fé, olha para Jesus e, assim como Tomé, afirma: “Senhor meu e Deus meu”.
CONCLUSÃO
Com esses três ensinamentos arraigados em nossa mente:
O quanto perdemos em não participar das reuniões.
Devemos seguir o exemplo amável e misericordioso de Jesus com os crentes imaturos.
Devemos declarar que o nosso Senhor é o verdadeiro Deus.
Que possamos refletir:
Estamos aproveitando todas as oportunidades de estar na presença do nosso Deus?
Mesmo servos imperfeitos e falhos, como o nosso Senhor nos retribui?
Como temos tratado o nosso irmão semelhante a Tomé?