Salvos e Santos

1 PEDRO  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Oficina G3 - Música : Humanos! Humanos que se amam, humanos que se matam Humanos que ajuntam, humanos que espalham Humanos que vendem, humanos que compram Humanos que pedem, humanos que roubam Humanos que em amor gostam muito de falar Mas nunca fazem nada pra o demonstrar Humanos que pedem a paz em toda a terra E buscam por armas e tanques de guerra Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz? Humanos que só falam e fazem muito pouco Humanos que só julgam e se enxergam pouco Humanos que em Deus gostam muito de falar Mas não o conhecem nem o querem aceitar Humanos que da vida pensam saber tudo Mas se esquecem de que são pó como todo mundo Humanos que Deus sabe sempre vão errar Mas sempre vai estender a mão àquele que o chamar Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz? Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz? É! Humanos! Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz? Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz? Humanos!
Iniciaremos uma nova série de reflexões, onde o tema será humanos, veremos as diferentes formas em que a graça de Deus é estendida a humanidade. Humanidade é um tema abrangente e que apesar de muito falado em toda a bíblia não é o seu tema central. Talvez a música do “oficina g3” humanos seja também a indagação de muitos de nós
Quando vamos viver a vontade do Deus Pai De viver seu amor de vivermos em paz?
De fato, quando olhamos em volta vemos tantas situações que não condizem nada com o projeto de Deus para os humanos, amor ao mundo, desejos maus da natureza humana, vontade de ter o que agrada os olhos e orgulho pelas coisas da vida (1Jo.2.15-16), entretanto estudaremos uma abordagem que nos remete a uma resposta para esses questionamentos, pois essa série visa suscitar alguns aspectos humanos salientados na primeira carta do apóstolo Pedro, bem como as aplicações desses aspectos para nossas vidas.

Questões introdutórias da Carta de Pedro

Autor :
Alguns ventilam sobre Pedro não ser o autor e sim Paulo devido a questões linguísticas, tais como o grego mais polido, e mais rebuscado, sendo assim, difícil para um homem que era pescador e inculto, todavia vemos que isso não procede ao vermos o discurso de Pedro em atos, bem como a parceria de Pedro com Silas declarada no final da carta
Não deixa dúvidas assim sobre a autoria dessa epístola. Inicia a carta da forma costumeira do seu tempo, colocando o nome no início, diferentemente da forma que fazemos, colocando no final. Apóstolo de Jesus Cristo, Pedro se utiliza do título de Apóstolo a fim de autorizar o texto por meio de suas qualificações.
Data e ocasião:
A carta foi escrita por volta da década de 60d.c. época em que o imperador era o Nero, contudo a grande perseguição que a igreja primitiva sofreu veio a partir dos imperadores Domiciano e Trajano[1].
A carta dá mostras, de que essas comunidades cristãs estão enfrentando várias dificuldades sociais e não imperiais: rejeição, exclusão social e calúnias (2,7.12), violência (2,20), insultos (3,9;4,4.14), difamações e críticas (3,16). Aquele que assumia o seguimento de Jesus nesse mundo hostil e desigual corria o risco de derramar o próprio sangue, por isso, para esses cristãos, sofrer sem reagir era imitar a atitude de Cristo, o servo sofredor (Is 53,7-9; 2,21-25).[2]
O Apostolo dá orientações de procedimentos em meio ao sofrimento ainda que injustos, contudo se o caso fosse de um sofrimento vindo do império provavelmente ele falaria muito mais sobre o império. A ideia de respeitar autoridade é prova de que a perseguição ainda não era extensa e nem havia sido tão imperial quanto o era no social.
A perseguição política e religiosa promovida pelo império seria fundamentada somente a partir do ano 100d.c.
Destinatários
Povo de Deus que vive espalhado (forasteiros da dispersão- ARA, peregrinos dispersos - NVI)
A carta endereçada a cristãos estranhos e estrangeiros, dá margens para dois aspectos da mesma palavra
· Aspecto físico
o Estrangeiros residentes e exilados, “ao pé da letra” pessoas que se assentam em uma região sem fazer dela a sua residência permanente. Cristãos provenientes da grande dispersão descrita em Atos 8.1.
· Aspecto Espiritual
o Cristãos cuja verdadeira cidadania esta no céu, não pertencentes a terra.
Precisamente a aflição religiosa (perseguição) os tornava marginais na sociedade, mas de fato a combinação da marginalidade com a dificuldade com os vizinhos é o que melhor explica as desilusões experimentadas pelos convertidos. Buscando melhorar sua sorte social pela pertença à comunidade que o movimento oferecia, em vez disso, viam que os seus males só se agravavam mais. Dessa feita, já não eram desprezados apenas por serem estranhos e forasteiros, mas também por serem “os lacaios de Cristo”.

Humanos salvos (v.2-5)

Com uma esperança viva

· Grande misericórdia
Sabemos que misericórdia é Deus não nos dar o que merecemos, através da misericórdia Deus enviou Jesus, o que nos dá uma possibilidade de identificação com Ele, contudo Pedro destaca que por causa da grande misericórdia Deus em Cristo, Ele foi além da identificação, ele assumiu o sofrimento no nosso lugar (2)
· Regenerou (uma nova vida) (v.3)
Experiência intima e profunda que muda a condição humana, numa questão de segundos, mesmo com o processo da salvação alguns podem pontuar o momento exato da regeneração, outros não, contudo todos devem ter a consciência do momento em que aconteceu.
Através da ressurreição de Cristo temos uma vida nova, essa vida tem como característica uma busca por conformidade com o autor da vida
A regeneração é o que temos o habito de dizer “se converteu”, temos como principio de conversão uma mudança de direção, entretanto a bíblia usa termos como “novo nascimento”, “nova vida” ou “regeneração”.
A regeneração, portanto, é uma mudança radical da intenção última e, obviamente, do fim ou alvo da vida. Tal mudança afeta o homem completamente, seu intelecto, emoções e moral, portanto acontece de forma instantânea, não é progressivo como a santificação. A nova vida em Cristo assim como, a vida de um bebe não pode nascer aos poucos o novo nascimento também não ocorre gradativamente.
O novo nascimento não é uma simples mudança nos hábitos. É uma mudança na vida que afeta tudo, pois Cristo esta controlando tudo.
§ O novo nascimento nos produz uma viva esperança que é Cristo.
· Esperança viva (v.3)
Sempre pautada no futuro, algo que se espera, a esperança nos move no presente. A inspiração da esperança esta fundamentada na ressurreição de Jesus Cristo, bem como o motivo de louvor, por esse motivo que temos uma viva esperança, como Paulo diz aos coríntios (1.co.15.12-20):
“17 E, se Cristo não foi ressuscitado, a fé que vocês têm é uma ilusão, e vocês continuam perdidos nos seus pecados.18 Se Cristo não ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos.19 Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo.” 1 Coríntios 15:17-19NTLH
Cristo vivo = Esperança Viva
· Ricas Bênçãos (herança - ARA) (v.4)
Herança- foi nos dado, como uma posse, não tivemos participação na conquista, mas é um presente garantido (graça).
· Herança
Não perde o valor
§ Não sujeito a corrupção, não sofre decadência
Não pode se estragar
§ Nem se quer manchar, mantido em pureza
o Não pode ser destruídas
§ Não tem um fim miserável
o Guardados no céu para nós
§ A palavra pode ser traduzida como reservou (no tempo perfeito, descreve uma ação que é vista como tendo sido completada no passado, uma vez por todas, não necessitando ser repetida).
§ Deus guardou, como alguém que diz está aqui do jeitinho que planejei para você!!
§ Está garantido é uma herança
o Guardados pelo poder de Deus (v.5)
§ Tempo presente – realidade que ocorre nesse momento
§ Voz passiva – o sujeito recebe toda a ação
· O poder de Deus guarda e nós não interferimos
· Deus está conosco, não tem como não estar guardado pelo poder de Deus.
A perspectiva de que fomos salvos unicamente pela graça de Deus nos faz aperfeiçoar e crescer com Deus, quando com anos na caminhada cristã olhamos novamente para a graça de Deus que nos salvou, temos o senso de humildade.
æ Infelizmente buscamos coisas que perdem o valor e que são totalmente contrárias a nossa herança.
o Temos buscado satisfazer desejos como se fossem necessidades
o Temos buscado o prazer pessoal através de realizações e outros
· Benção para vocês (v.5)
o Ora, uma vez que a salvação já está garantida como ela pode ser futura?
o Vemos no ano de treinamento que existem 3 aspectos da salvação:
§ Salvação passada – da penalidade do pecado, estamos livres o preço foi pago!!
§ Salvação presente – poder do pecado – o domínio que o pecado tinha sobre minhas ações não tem mais, ainda peco, mas tenho forças suficientes para conseguir fugir das tentações.
§ Salvação futura – da presença do pecado – é sobre essa salvação que Pedro fala!
§ A perspectiva de que viveremos com Deus e não teremos mais o pecado incomodando nossas relações nem mesmo tentações, uau!!! Louvado seja Deus
A vida nessa perspectiva nos enche de esperança, é isso que Pedro está ensinado!!

Humanos salvos (6-12)

Com fé nas provações

· Alegrem-se por isso, se bem (v.6)
o O conhecimento da herança e da posição assegurada pelo poder de Deus deve transmitir alegria profunda em nosso coração
o Ainda que passemos por um breve tempo de muitos tipos de provações
§ Quando estamos sendo provados perdemos a noção de tempo, quando felizes o tempo voa , quando aflitos o tempo não passa!
· Muitos tipos de provações (v.6)
o Provação para aprovação
§ O objetivo é a aprovação e a confirmação da fé
§ Nos conhecemos melhor depois de ter nos provado em alguma área
§ As provas enviadas por Deus visam um amadurecimento na fé, geram dependência n´Ele
· Vale muito mais do que o ouro (v.7)
o A nossa fé não pode ser destruída pelas provações, essas servem para aprová-la
o A forma mais valiosa do ouro aparece somente depois de passar por uma temperatura superior a 2000ºc. fogo que aprova sua matéria prima.
· No dia em que Cristo for revelado (v.7)
Provações e sofrimentos embora sejam ruins em si, são por um tempo muito breve, pois a vida é breve
14 Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. (Tg 4:14)
Enquanto na terra teremos provações, essas servem para confirmar o valor da nossa fé, e redundar glórias á Deus (6,7)
· Salvação (8-9)
o A nossa fé (confiança plena no que não vemos) gera amor
§ A salvação é o que nos traz alegria, somente podemos ter alegria verdadeira na salvação.
o A exultação (grande alegria) da salvação é o resultado da fé.
· Profetas do AT (10-12)
o
Embora os profetas do AT sobre a extensão da graça aos gentios, não compreenderam tudo o que estava envolvido na salvação oferecida por Deus aos gentios por meio dos sofrimentos do Messias. Os profetas do AT predisseram tanto o sofrimento (Is.53) quanto a glória (Is.11) do Messias, sem distinguir que ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda. (Charles Ryrie)
Tanto os profetas quanto os anjos só conheceram a extensão do que Jesus faria quando ele mesmo começou a revelar (revelação progressiva)
· Sofrimento
o Deus tira coisas boas de coisas más (Gn.50.20). Muitas coisas ruins são para que aprendamos.
o A misericórdia de Deus, por ser abundante, ele faz com que o mal se torne em bem.
o Processo – por sermos imediatistas não temos paciência para aguardar o tempo de assimilação, para lidar com pessoas precisamos pensar com pessoas.
o Em Cristo temos o parâmetro do procedimento em meio ao sofrimento, ainda que injusto;

Humanos santos (v.13-18)

Em tudo o que fazem

· Prontos para agir (Cingindo o vosso entendimento ARA / com a mente preparada- NVI) (v.13)
o Pensar bem, estar pronto para disciplinar os pensamentos, renovando a mente com o poder da palavra de Deus
· Sejam obedientes (v.14)
o Nossas condutas devem estar de acordo com o que conhecemos agora
§ Antes vivíamos na ignorância das coisas de Deus, agora que conhecemos devemos ser filhos obedientes.
Um comportamento diferente que parte de uma mente diferente.
· Santos em tudo (v.15)
o Pedro responde aqui uma pergunta, Por que devemos buscar a santidade?
A santidade deve ser a minha essência, pelo caráter de Deus do qual sou filho. Em outras palavras devo ser santo porque o meu Deus é Santo.
· Tenham respeito a Ele (18)
o O comportamento cristão deve demonstrar temor. Isto é Respeitar e reverenciar a Deus, reconhecendo a sua grandeza e santidade (Pv 14.2). “Temor a Deus” não é medo que faz fugir de Deus (1Jo 4.18); é, antes, respeito (Hb 12.28), amor (Mt 22.37), obediência (Ec 12.13; At 10.35; 2Co 7.1) e adoração a ele (Dt 6.13-15).
Durante o tempo que estamos vivendo nesse mundo devemos prestar reverencia, não somente por nossa filiação e essência, mas por todo o preço que foi pago para nos livrar de uma vida inútil, uma vida vazia herdada pelos antepassados.
o Futil procedimento que seus pais o legaram (ARA)
§ Somente através do sangue de Jesus podemos ser libertos de toda a carga familiar que recebemos, sejam elas experiências negativas ou traumas na infância.
Além disso, quantas vezes temos trocado
...a reverencia a Deus por irreverência a Ele e reverencia as minhas vontades?
...a vida dedicada a Deus pela vida inútil
...quando fazemos isso estamos desprezando o auto preço pago por Cristo na Cruz

Humanos santos (v.19-25)

Purificados pela obediência

· Precioso sangue de Cristo (v.19)
o Um inocente pelos culpados
o Algumas vezes nos permitimos pensar que em nós existe alguns resquícios de bondade, que não somos tão ruins assim, de fato a minha e a sua maldade que colocaram Jesus na Cruz, é a única forma de pagamento, o justo pelos injustos. Fomos libertos pelo sangue
· Ele foi escolhido (v.20)
o Conhecido verdadeiramente desde a fundação do kosmos e revelado na ressurreição, Pedro remeteu os seus leitores ao Cristo histórico.
Assim não existe outro meio, somente através da ressurreição de Cristo podemos firmar a fé e a esperança em Deus.
· Sinceros (v.22)
o O preço pago por Jesus e a obediência a sua palavra nos assegura sinceridade
o Somente purificados pela obediência podemos ter um amor sincero
· Amor de irmãos(v.23)
o Amem com todas as forças
§ O tempo é imperativo, o que no indica que não é uma sugestão, ao contrario, amem é um mandamento que deve ser cumprido com todas as suas forças.
o Com todo o coração, com todo meu empenho.
o Mesmo as pessoas mais difíceis
o Mais uma pergunta é respondida por Pedro Por que eu devo amar?
§ Devemos amar porque fomos regenerados mediante a viva e eterna palavra
Como disse Jesus João 13:34, 35
34 Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros.35 Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos. João 13:34-35NTLH
É mediante as palavras eternas de Jesus que devemos amar, seremos humanos bem sucedidos quando formos o melhor que Deus quer que sejamos, nossas atitudes para exaltar a nossa própria gloria passam , murcham assim como flores, a única marca que fica é a da palavra do Senhor que permanece para sempre

Conclusão

O primeiro capítulo da carta de Pedro aponta para nós humanos
Humanos salvos com uma esperança viva, de que Aquele que ressucitou, vive e reina e nós regenerados por causa da grande misericórdia de Deus gozaremos de sua vida.
Humanos salvos com fé nas provações, que passaram rápido pois a alegria de salvação é grande e aumenta a nossa fé.
Humanos Santos em tudo o que fazem, pois fazem tudo conforme a natureza de seu pai
Humanos Santos purificados pela obediência, amando sinceramente os irmãos em reflexo da palavra eterna.
Humanos passam, mas a palavra de Deus permanece, tenha atitudes que vão permanecer!
[1] Nessa ocasião, os cristãos eram aprisionados e nas noites em que o imperador queria correr de biga, ele incendiava os cristãos vivos como fonte de iluminação, esses cristãos sentiam-se honrados a morrer por causa do evangelho podendo assim participar do sofrimento de Cristo. [2] Acusações e boatos se multiplicavam. Vejam só o absurdo: as catástrofes, guerras e pestes eram sinal de que os deuses estavam irritados. Os culpados eram as cristãs e os cristãos. A população atacava as pessoas cristãs com pedras e tochas, os cemitérios cristãos eram profanados. Esta situação perdurou por muito tempo. Quando Roma caiu, em 440 d.C., algumas pessoas acusaram os cristãos de terem provocado a ira das divindades.
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