Libertos da Lei pela Graça!

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Texto Romanos 7.1-25

Romanos 7.1–6 ARA
1 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? 2 Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. 3 De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias. 4 Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. 5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. 6 Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.

Introdução

Para que possamos compreender o sentido do capítulo 7, precisamos relembrar alguns pontos sobre a Carta aos Romanos.
A Igreja que se Reunia em Roma era constituída por membros dos mais diversos tipos.
Havia pessoas que não tinham uma religião definida e que se converteram ao cristianismo, bem como Judeus que se converteram
O problema é que esta igreja não foi fundada pelos Apóstolos, aqueles que conheceram a Jesus e conheciam de fato o Evangelho.
Isso abria brecha para que doutrinas contrárias tentassem tomar o foco, ao invés da mensagem de Cristo.
Paulo que pretendia ir visitar esta igreja, escreve então uma carta afim de confirmar a doutrina do Evangelho a estes irmãos.
Sabemos que a igreja em Roma, assim como a Igreja na Galácia sofria com a influencia de alguns falsos mestres judaizantes, que tentavam inserir no meio da Igreja de Cristo, doutrinas do Judaísmo, que era a religião do povo de Deus, antes de Cristo habitar entre nós.
Os Judeus criam que foram chamados por Deus para alcançarem o céu, e que por isso precisavam cumprir a Lei de Deus de forma integral, afim de demonstrar a sua obediência ao Deus da sua salvação.
Eles criam que para serem de fato salvos, precisavam guardar a Lei, pois era a vontade de Deus para seu povo.
E o que é a Lei de Deus?
Basicamente é um sistema de regras imposto por Deus
Através dos seus preceitos, a Lei tinha como principais objetivos:
Expressar o caráter de Deus e comprovar que somos pecadores
Refrear a maldade humana
Guiar o povo de Deus a andar em boas obras
Os Judeus tinham o guardar a Lei como um estilo de vida.
Um gentio que se convertia ao Judaísmo, precisaria começar a cumprir a Lei de Deus.
Ela não é ruim, mas não é um meio para alcançar a salvação, como criam os Judeus, uma vez que sabemos que ninguém é capaz de cumprir totalmente a Lei de Deus.
Paulo já deixou claro que todos os seres humanos pecaram diante da Lei de Deus, quer os Judeus que acreditavam cumpri-la, quer os de outras religiões que nem mesmo conheciam a Lei de Deus, todos pecaram e merecem a justa condenação de Deus, conforme Paulo argumenta nos capítulos de 1 a 3.
Uma vez que todos merecem a condenação, Paulo explicou como haveríamos de escapar da condenação e da Ira de Deus.
A saber, o escape se dá mediante a Fé em Jesus, e não por obras, não pela obediência a Lei, conforme metade do capítulo 3 até o final do capítulo 5.
Uma vez que somos então Justificados pela Fé, Paulo no capitulo 6 afirma que estamos libertos da escravidão do pecado, e passa a explicar no capítulo 7, que:

I. Estamos libertos da obediência a Lei

Ou seja, uma vez que uma pessoa é justificada por Deus, por intermédio de Jesus Cristo, já não está mais a merce da Lei que condena a todos.
Todas as pessoas que creram em Jesus podem se desvencilhar de guardar os preceitos da Lei como uma maneira de ser salvo.
Isso se dá Porque:

1. A Lei serve aos Vivos v.1

No primeiro versículo Paulo afirma que este assunto não era uma novidade aos seus ouvintes.
Era óbvio a todos que a Lei só estava em vigor sobre a vida dos vivos. Não tem como aplicar a Lei a alguém que já está morto.
Falar em “Lei” era comum a eles tanto quanto falar sobre “Lei” para nós hoje. É um termo Jurídico, um termo que estabelece um sistema de regras a alguém que está vivendo em sociedade.
Mas e se a pessoa morre?
A Lei já não se aplica mais a ela
Ela não pode mais infringir a Lei
Ela não pode mais ser presa por infringir a Lei
Ela não pode mais continuar presa por infringir a Lei
Porque esta pessoa estando morta, a Lei já não se aplica mais a ela.
Paulo então passa a expressar esse conceito através da

2. Analogia do Casamento v.2-3

Paulo passa então a exemplificar ou ilustrar este conceito com base em um relacionamento, uma união conjugal.
A Mulher só está sobre os cuidados do marido enquanto ele vive. Paulo faz uma analogia onde na hipótese, existem dois lados, um homem e uma mulher casados.
Diante da Lei, esta mulher está ligada a seu marido até que a morte os separe. Em um determinado momento de sua história, ela não poderia simplesmente abandonar o seu marido e se unir a outro homem. Ela seria considerada adúltera.
É interessante que Paulo utiliza dos princípios conhecidos pelos seus leitores pra exemplificar algo totalmente novo.
Não poderia ser admitido pelos seus leitores substituir a Lei de Deus por qualquer outro tipo de sistema que pudesse existir, isso seria abandonar a doutrina mais comum da época.
Mas Paulo acrescenta algo a esta analogia. E se o marido morrer? A mulher estará livre para contrair outro casamento, não seria adultera neste caso. Estaria isenta da Lei que a obriga permanecer casada ou culpada de adultério.
O que Paulo está tratando aqui, é sobre a única forma legal de alguém estar livre de um compromisso, de uma aliança firmada com alguém.
Como ele já havia externado em Rm 6.4, nós, os que cremos em Cristo, também fomos sepultados com ele, sendo assim estamos:

3. Mortos para Lei e Ressuscitados por Cristo afim de dar Frutos v.4-6

No versículo 4, Paulo passa a dizer que nós morremos para a Lei. Ele aplica a analogia do casamento a vida de seus leitores, de forma que não foi a Lei quem morreu, mas nós que fomos mortos.
Já não existe mais Lei que impere sobre as nossas vidas. Esse vinculo matrimonial entre o homem e a Lei cessou através da nossa união, e consequente morte com Cristo.
No capítulo 6, Paulo havia afirmado que nós, os que cremos em Jesus, fomos sepultados com ele. Paulo estava tratando de algo espiritual. Nosso corpo, permanece vivo, mas nós, enquanto seres espirituais, morremos com Cristo.
Se anteriormente tínhamos como cônjuge a Lei, nós morremos para esse cônjuge.
Não simplesmente “trocamos” por um outro, mas de fato morremos.
Fomos liberados tanto das exigências da Lei quanto das suas maldições, afim de pertencer a Jesus, ao qual fomos também ressuscitados com ele, conforme Paulo argumenta no capítulo 6 para viver em novidade de Vida, para dar frutos a Deus, para fazermos então as boas obras, não por obrigação, mas com deleite.
Repare que não foi o marido que morreu, ou a própria Lei.
A Lei continua viva, fomos nós que em Cristo morremos para a Lei.
O fato de morrermos para a Lei, resulta também em morrer para o pecado, que foi o argumento de Paulo no capítulo 6.
Quem ainda não morreu espiritualmente para o pecado, ainda está debaixo da Lei, e sujeito a arcar com as suas maldições, ou seja, o justo juízo de Deus.
Quem ainda não morreu para a Lei, permanece sobre o domínio e a escravidão do pecado.
Enquanto alguém permanece sendo controlado pela carne, seus desejos e seus atos são pecaminosos, e resultam em morte, como foi pregado no domingo passado.
No versículo 5 Paulo está argumentando que a própria lei é quem abre o caminho para que o pecado desperte nossos desejos pecaminosos, como ele vai explicar detalhadamente mais adiante nos versículos 7 a 25.
Mas no versículo 6, Paulo afirma que uma vez mortos,
É Cristo quem nos traz a Vida.
É ele quem nos estende a mão e nos chama para uma vida nova:
Afim de dar Frutos para Deus,
Afim de viver em novidade de vida, guiados pelo Espírito Santo.
Esta Morte é realizada pela nossa união com Cristo.
Uma vez mortos para a Lei que estava escrita, em pedras e pergaminhos,
Passamos a viver debaixo da Lei de Cristo, escrita pelo próprio Espírito Santo em nossos corações.
Viver uma vida no poder do Espírito vai ser o tema do capítulo 8.
Enquanto no restante do capítulo 7, Paulo trata da vida sem Cristo.
No versículo 5, Paulo escreveu que as paixões pecaminosas são ressaltadas pela Lei.
Isso poderia gerar um entendimento errado, como se a Lei nos fizesse pecar e fosse ela mesma o próprio pecado.
Então Paulo passa a comentar sobre:

II. O Propósito da Lei

Diante dos versículos 7 a 11 fica claro que:

1. O Propósito da Lei é revelar o pecado v.7-11

Romanos 7.7–11 ARA
7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. 9 Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. 10 E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. 11 Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou.
Se a Lei é quem nos desperta os impulsos pecaminosos, seria ela então o próprio Pecado? De maneira nenhuma.
Notavelmente Deus deu a Moisés instruções e um sistema de regras, que tinha como uma de suas finalidades refrear a maldade humana e não gerar mais maldade.
Se não fosse a Lei, como saberíamos o que de fato agrada a Deus ou não?
Não seria possível fazermos absolutamente nada que agradasse a Deus, pois não saberíamos o que ele espera de nós.
Sabemos que a Lei é uma expressão do caráter de Deus, de maneira nenhuma esta poderia ser pecado, pois Deus não peca, ele é Santo!
Mas fica evidente que desde o primeiro casal, a maldade e a depravação humana atuam juntamente com a Lei.
Deus disse que eles não deveriam comer do fruto.
Este mandamento evidenciou o pecado que poderia ser cometido.
É sobre isso que Paulo está falando.
Não há como saber que algo é pecado, se a Lei não nos informar.
O povo de Israel vivia no Egito sem a Lei, e não ouvimos falar em pecado lá.
Sem Lei, o pecado é morto, ele não existe.
Quando crescemos e nos desenvolvemos, vamos aprendendo princípios que antes de conhecermos, achamos que estávamos certos
Mas uma vez conhecendo a verdade, conhecendo as Leis, tomamos consciência do nosso pecado.
No versículo 8, Paulo passa a utiliza o pronome “EU”, afim de que seus leitores se identificassem com a situação que era igual para todos,
Antes de conhecermos a Cristo.
Paulo aqui, convertido está relatando a experiencia de alguém que viveu uma vida debaixo da Lei, que jamais resultou em salvação, mas sim em condenação, em morte.
A morte aqui não é a morte de seu corpo físico, morte aqui soa como:
Morte espiritual
Morte do prazer de viver
Morte no sentido de tristeza e luto pela destruição que o pecado traz
Paulo reconhece que o mesmo mandamento que deveria trazer mais piedade,
fez do homem um pecador fadado a condenação eterna.
Todos fomos enganado pelo pecado, que diante da Lei de Deus, penetrou em nossas vidas.
Estes versículos nos fazem lembrar do episódio da Queda, onde a serpente utilizou do próprio mandamento para levar Adão e Eva a conceber o pecado.
Se não houvesse o mandamento, a serpente não poderia dizer:
Foi isso mesmo que Deus disse?
Certamente não morrerão
Serão como Deus, conhecedores do bem e do mal
Paulo está dizendo que somos atraídos pelo fruto proibido.
Mas por isso os mandamentos de Deus são maus?
Seria a Lei de Deus pecado?
Pelo Contrário,

2. A Lei é boa v.12-13

Romanos 7.12–13 ARA
12 Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. 13 Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.
Porque satanás usa da Lei de Deus para tentar o homem, a Lei de Deus é má?
Paulo conclui nos versículos 12 e 13 que a Lei é santa, justa e boa.
Não é porque o pecado e o tentador se aproveitaram do bom mandamento de Deus para gerar o mal que vamos considerar a Lei de Deus como sendo má.
Pelo contrário, ela é boa, ela Jamais engana o ser humano.
Os mandamentos de Deus, jamais vão nos causar mal algum!
O problema definitivamente é o pecado, que com a Lei foi desmascarado, tendo assim a Lei cumprido o seu propósito:
Mostrar que de fato, somos pecadores.
Mostrar que o pecado é mau
Chegamos assim a constatação de que:

3. A Lei não nos liberta do pecado v.14-20

Romanos 7.14–20 ARA
14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. 15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. 16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. 19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. 20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.
Embora a Lei sendo espiritual, conforme Paulo afirma no Versículo 14, e como espiritual, falamos sobre as coisas do espírito, a nossa natureza humana é pecaminosa.
O Salmista no Salmo 51 afirma que já nascemos pecadores!
Desde o ventre da nossa mãe!
A Lei não tem como objetivo transformar a nossa natureza.
Ela não nos habilita a obedecermos a Lei e a tudo que é bom.
Não é prometendo que não vai pecar, que você de fato vai deixar de pecar.
Sem Cristo não temos a capacidade de fazer nada de bom.
Os versículos que lemos são fatalistas, não relatam nenhum tipo de vitória sobre o mau.
Paulo utiliza da metáfora “vendido como escravo ao pecado” de forma a ilustrar que precisamos de Redenção.
Precisamos ser comprados do senhor ao qual nos escravizou.
O ser humano é por natureza escravo do pecado.
A Lei não tinha e não tem como objetivo pagar pela nossa liberdade, pelo contrário, ela serve justamente pra nos mostrar que somos escravos.
Paulo afirma no Capítulo 1 que Deus entregou os homens pecadores aos seus pecados.
Fomos vendidos como escravos.
Escravos de tal forma que no Versículo 15, Paulo afirma que nem mesmo compreendemos o próprio modo que agimos.
Aquilo é bom, que é o correto, que é a melhor decisão, o pecado não nos deixa fazer.
Mas:
Aquele erro,
Aquele pecado,
Aquela situação a qual sabemos que não devemos fazer
MESMO SEM QUERER, o homem sem Deus acaba fazendo.
Porque?
Porque é escravo do pecado.
Um escravo não pode se recusar a obedecer a seu senhor, ele está rendido.
Precisa obedecer.
O homem por natureza é escravo do pecado.
Diante de tal cenário de escravidão e tortura pelas vontades da carne que é pecaminosa,
Paulo enfatiza nos versículos 18 a 20 que entende que não habita bem nenhum no homem sem Deus.
Ele em seu intelecto, até quer fazer as coisas de maneira boa, mas quando precisa agir, toma as piores decisões.
É como quando sozinhos, falamos que não vamos cair no erro, ceder a tentação, mas quando a tentação vem, acabamos caindo.
A frase tão famosa - o Bem que quero fazer não faço, mas o mal que não quero este eu faço,
exemplifica de maneira brilhante o estado de um homem, carnal, pecador, escravo do pecado que está morto em seus delitos e transgressões, condenado pela Lei de Deus a condenação eterna pelos seus pecados.
Ele sabe que não deve fazer, mas não tem forças para resistir.
Fica evidente a esta altura do argumento que a Lei não tem poder para nos libertar do pecado.
Pelo contrário,
O pecado encontra uma brecha através da Lei de Deus que é santa, para nos conduzir a morte e a condenação.
É como o ditado popular diz “o proibido é mais gostoso.”
O pecado que habita no ser humano tem esse poder, de nos obrigar a fazer coisas que não queremos fazer.
Nos versículos 21 a 25 Paulo traz:

III. O Resumo do seu argumento v.21-25

Romanos 7.21–25 ARA
21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. 22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. 24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? 25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
Amados,

1. O pecado nos faz rebeldes v.21-23

Embora com a consciência podemos saber distinguir e até optar por fazer o bem, nosso corpo, nossa carne, que é pecaminosa por natureza opta por fazer o mal.
Ainda que façamos o bem, sem Cristo, o mal certamente estará conosco.
Isso quer dizer que sem Cristo, não podemos pensar em coisas boas?
Pelo contrário, no versículo 22, Paulo diz que no tocante ao homem interior, podemos sim ter prazer na Lei de Deus.
Podemos almejar fazer aquilo que é bom.
Possuímos uma natureza que é pecaminosa.
Enquanto nosso coração bater, teremos:
Olhos que cobiçam o que não é nosso
Teremos mãos cobiçam aquilo que não podemos tocar
Teremos um paladar que é seduzido por coisas diversas que nos fazem mau
Teremos uma carne, que luta até mesmo contra nossa razão
Embora tenhamos consciência do que é certo a se fazer, nós, por nós mesmos não temos como escolher e de fato fazer o que é bom.
Uma vez que entendemos que por nós mesmos, não somos capazes de nos manter sem pecados, e assim obter a salvação,
Podemos ter a certeza de que seremos condenados pelas nossas atitudes no tribunal de Deus.
No versículo 24, vemos então:

2. O Grito de Desespero v.24

O Senhor nos criou para sermos santos, para termos um caráter igual ao dele, puro, e nós somos totalmente depravados.
Isso não significa que:
somos os piores seres humanos da face da terra.
Que somos tão maus quanto poderíamos ser.
Isso significa que temos todo o nosso corpo corrompido pelo pecado.
Não existe se-quer 1% de nós que o pecado não tenha tomado conta.
Nós, pelas nossas atitudes jamais seríamos capazes de alcançar a salvação.
Diante da Lei de Deus, ninguém é capaz de ser declarado inocente.
Diante da Lei de Deus, estamos todos fadados a morte e fadados a condenação eterna!
Um homem que compreende a sua natureza pecaminosa, e reconhece que não há bem algum em si mesmo, não tem outra alternativa a não ser clamar por socorro!
Quando Paulo exclama “Quem me livrará do corpo desta morte?”, vemos um pedido desesperado.
Não há um padre, um pastor, um monge a quem o homem possa recorrer.
O pecador quanto toma ciência do seu estado, sabe que Deus é quem o julgará.
Quem então poderia livra-lo da morte e da condenação eterna?

3. Graças a Deus por Jesus Cristo, Nosso Senhor! v.25

Eis aí a resposta para a pergunta do versículo 24,
Eis aí aquele que pagou um alto preço, para nos libertar!
Eis aí aquele que nos comprou, nos lavou, e nos dará novas vestes!
Eis aquele por quem temos confiança de que estamos salvos!
Graças a Deus por Jesus Cristo, quem nos liberta do poder da morte e do pecado!
Graças a Deus que amou o mundo de tal forma que enviou seu único filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna!
E após declarar a suficiência de Cristo para nos salvar, embora totalmente confiante em Cristo,
Paulo entende que sua carne não é mais escrava, mas permanece pecaminosa.
Precisamos uma vez unidos a Cristo, com o poder do Espírito Santo combater este pecado que habita em nós.
O Espírito de Deus nos habilita a vencer o pecado dia após dia, é o que aprenderemos no domingo que vem, através do Capítulo 8 se o Senhor nos permitir.
Mas quando o Senhor Jesus voltar para nos buscar, nos dará um novo corpo, glorificado, semelhante ao Dele, aonde o pecado não habitará mais.
Na teologia, chamamos isso de Já e Ainda não.
Sabemos que somos comprados pelo sangue de Jesus derramado na cruz,
Sabemos que por Cristo, somos libertos da escravidão do pecado, conforme vimos no capítulo 6.
Mas sabemos também que enquanto estamos vivos nesta terra, estamos atados ao nosso corpo, que é pecaminoso.
Logo, Já estamos libertos da escravidão, e ainda não da habitação do pecado em nós.

Conclusão

Concluindo assim o capítulo 7,
Deu pra entender porque no versículo 5,
Paulo disse que quando viviamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei, operavam em nossos membros, afim de frutificarem para a morte?
Paulo demonstrou através da sua exposição que:
Embora a Lei sendo boa, o pecado atua justamente através dela para nos levar a morte
Demonstrou também que olhando para Lei, teremos certeza da nossa condenação e da necessidade de um salvador.
Pois ninguém é capaz de cumprir perfeitamente a Lei de Deus.
Nossos membros nos levam a pecar, independente da nossa consciência
Mas uma vez que cremos em Cristo, estamos mortos para a Lei.
Somos também libertos da escravidão do pecado
Passamos a viver em obediência a Deus pelo Espírito Santo,
É ele quem nos habilita a vivermos livre da lei que nos condena e do pecado que nos aprisionou outrora.
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!
Diante do texto, faremos ainda algumas

Aplicações

1. A Lei não morreu

Conforme vimos no texto, nós é que morremos para a Lei, mas a Lei continua viva.
A confissão de Fé de Westminster diz que A lei moral é de utilidade a todos os homens.
Para nos instruir sobre a natureza e vontade de Deus, e sobre os seus deveres para com Deus, obrigando-os a andar conforme essa vontade;
Para nos convencer de que somos incapazes de guarda-la, e do estado poluído e pecaminoso da nossa natureza, do nosso coração e da nossa vida;
Para nos humilhar, fazendo-nos sentir o nosso pecado e miséria, e, assim, ajudando-nos a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência.
Sem exceção, todos nós nascemos debaixo da Lei de Deus.
É o modo automático da Vida.
O caminho natural do ser humano é aprender que diante da Lei somos incapazes de alcançar a salvação, pois ninguém é capaz de cumprir a Lei.
Quando a Bíblia fala que o Espírito Santo é o responsável por convencer o homem do pecado, qual a maneira pela qual sabemos o que é pecado ou não?
Pela Lei de Deus.
É ela que nos diz o que é certo e o que é errado.
Além disso, falamos que a Lei expressa o caráter de Deus.
Uma vez que estamos em Cristo, passa a existir em nós o desejo de agradar a Deus.
Quer saber como agradar a Deus? Conheça a Lei.
Embora a parte que chamamos de “lei cerimonial e cível” está em desuso, uma vez que dizia respeito as atividades do Templo de Deus e sobre a comunidade em Israel, a “lei moral”, sintetizada pelos 10 mandamentos ainda vigora, e é nossa obrigação cumpri-la.
Mas lembrando:
Não temos a obrigação de cumpri-la para sermos salvos, mas uma vez salvos, devemos utiliza-la para agradar ao Deus da nossa salvação.
Lembremos que o próprio Jesus disse que não veio para revogar a Lei!

2. Todos merecemos ser condenados

Uma vez que a Lei permanece em vigor, como podemos nós acreditar que iremos para o céu, sabendo que somos pecadores?
Acaso alguém aqui é capaz de cumprir um mandamento sequer durante toda a sua vida?
Não dirás falso testemunho?
Uma mentira, ainda que seja pra evitar um mal maior é pecado, e te coloca no banco dos réus, sem direito a recorrer.
João Calvino diz que Embora Satanás instale seu veneno e ative a chama de nossos desejos corruptos dentro de nós,
ainda não somos levados por nenhuma força externa para cometer o pecado;
mas nossa própria carne nos seduz e nos rendemos voluntariamente às suas seduções.
Se você acha que as suas boas obras, dar sopão aos pobres, distribuir cobertores e agasalho no frio vai te levar para o céu, você está enganado.
A Lei existe para provar que somos pecadores, e que merecemos a condenação.
Nada que façamos de bom pode mudar essa realidade.

3. Cristo é quem nos salva da condenação

Somente ele conseguiu cumprir de fato toda a Lei, sem transgredir um só mandamento.
Ao se entregar na cruz para morrer, Deus depositou sobre Ele toda a sua Ira, todo o peso dos nossos pecados.
Os pecados que eu você cometemos, Cristo foi quem suportou o castigo.
Com os nossos pecados, nós contraímos uma dívida que não somos capazes de pagar com boas obras, e Cristo pegou a nossa nota promissória, cravou na cruz e disse: TÁ PAGO!
Logo, se você entende que jamais conseguiria pagar a sua dívida com Deus, talvez você esteja agora como Paulo citou, se questionando sobre quem pode e livrar da morte, ou como o Salmista que questiona de Onde me Virá o Socorro?
Nosso socorro vem de Jesus Cristo!
Aceite o favor de Cristo na cruz, seja liberto da escravidão do pecado, receba o Espírito Santo e comece a viver uma nova vida, dando frutos para Deus, até que ele venha e nos leve para morar com ele na eternidade.
Ao contrário da Lei que nos dava obrigações a cumprir para sermos salvos, o Evangelho apresenta Cristo, que já fez em nosso lugar o que era necessário para que alncansassemos a salvação.
Hoje, basta somente crer!
Mas isso não significa que não pecamos mais, muito pelo contrário, João diz que aquele que afirma não ter pecado, é mentiroso.
Em Cristo, ainda pecamos e pecaremos, mas temos certeza de que não somos mais escravos do pecado.
A partir do momento que cremos em Cristo, inicia-se um confronto interno, onde nosso espírito Regenerado milita contra nossa carne, que permanece pecaminosa.
Em Cristo, somos mais que vencedores, o Espírito de Deus que agora habita em nós, nos garante a vitória sobre o pecado.
Diferente do “EU” citado neste capítulo, que não achou vitória alguma através da Lei.
Somos aptos a combater o pecado, e vence-lo.
Se no capítulo 17, vemos menção ao pecado 10 vezes, testemunhando como é a vida de uma pessoa sem Cristo e debaixo da Lei,
O capítulo 8 nos aguarda com mais de 15 demonstrações de como é a vida do crente, liberto da Lei, mortos para o pecado, servindo a Deus pelo poder do Espírito Santo!
Que o Senhor nos abençoe!
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