Nicodemos. que precisava nascer.

Introdução

CAPITAÇÃO: É em um contexto como o de um seminário que você se questiona “o quanto que esse estudo teológico que estou recebendo está realmente fazendo diferença na minha vida?” “será que isso tudo que estou aprendendo cognitivamente está sendo acolhido espiritualmente?” Será que conhecer muito a bíblia pode ser ruim? Existe a chave para se estudar as escrituras? É diante desse cenário que eu queria que você abrisse sua bíblia em João 3, um texto muito conhecido por nós, principalmente o versículo 16.

LEITURA DO TEXTO - Jo 3.1-15

João 3.1–15 (NVI)

ORAR

Nicodemos é um grande líder dos judeus, fariseu, membro do sinédrio (o tribunal judaico que aplicava a lei de Moisés e que também representava o povo diante do império romano). E é esse homem de relevância que vai ao encontro de Jesus, motivado provavelmente pela fama de Jesus por conta de seus milagres realizados ali em Jerusalém. Essa é uma das poucas conversas que Jesus teve com um fariseu, sem que fosse em ambiente de conflito. Ele é avisado por um fariseu sobre o desejo de Herodes Antipas matá-lo (Lc 13.31) ; O fariseu Simão entreteve Jesus na sua casa (Lc 7.36). Mas certamente é essa conversa de Jesus com Nicodemos que é um destaque para nós.

Conhecer a Deus é uma bênção, estudar as escrituras é algo de extrema importância, assim o salmista diz sobre as características do bem-aventurado: “o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como uma árvore plantada junto a uma corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o que ele faz será bem-sucedido.” Salmos 1.2-3 - Mas será que esse conhecimento é meramente cognitivo? E diante desse questionamento que me incomodou em alguns momentos nesse período de seminário e estudos, eu queria que olhássemos para esse diálogo entre Jesus e Nicodemos e em como Jesus expõe para ele que o conhecimento humano que ele tinha precisava de algo que faria toda a diferença dando real sentido a tudo aquilo que ele imaginava saber. Olhe aí comigo como começa esse diálogo e o que Cristo faz com o conhecimento de Nicodemos.

O conhecimento humano confrontado e confundido. (Jo 3.1-4)

João dá as credenciais de Nicodemos aqui, como nós já falamos, mas o ponto a se observar aqui é que Nicodemos vai atrás de Jesus a noite, o que indica que ele estaria querendo ter essa conversa com Jesus de forma mais restrita, muito provavelmente pelo fato de que não queria ser visto perto de Jesus, além de um tom simbólico de trevas, visto que João insere mesma palavra dessa forma em outras três passagens no seu evangelho (Jo 9.4; 11.10;13.30). Todavia, Nicodemos está ali, pois ele reconhece Jesus como um mestre (ῥαββί), o que já seria algo muito ofensivo se outros fariseus o vissem, principalmente aquela ala, uma maioria, que perseguia a Jesus. Nicodemos apresenta seu conhecimento acerca de Jesus, 1. reconhecendo-o como mestre; 2. que vem de Deus; 3. faz milagres; 4. que Deus está com ele. Nicodemos chega a conclusões factuais, ele é honesto, o que muitos fariseus não eram, pois nós vemos diversos relatos em que Jesus os confronta pela sua mentira, hipocrisia e religiosidade. Todavia, o conhecimento que Nicodemos tem aqui é cognitivo. Ele não pode negar mediante as suas conclusões pessoais e de estudo que esse homem com quem ele está falando vem de Deus e é real, não é uma farsa, como os demais fariseus e mestres da lei faziam porque eram desonestos. E em toda história nós temos relatos de pessoas que também reconheceram Jesus como um personagem histórico real e até mesmo divino.

Flávio Josefo (Flávio Josefo, um historiador judeu que tentou escrever toda a história do povhistória do povo judaico, desde o Gênesis até sua época. Ele cita Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como exemplos de homens que lideraram movimentos messiânicos na região da Galileia. (O que a história tem a ver com Jesus? (André Chevitarese - VEJA 2013). E o alcorão (livro que guia os muçulmanos) ("O messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiros que o precederam; e sua mãe era sinceríssima. Ambos se sustentavam de alimentos terrenos como todos. Observa como elucidamos os versículos" (Alcorão: 5:75) - A visão islâmica acerca de Jesus (Sami Isbele - EXTRA 2010)

Essas são só algumas definições acerca de Jesus, porém, é assim que Nicodemos chega, fazendo apenas constatações racionais acerca de Jesus, porém, Cristo revela a ele algo que de imediato quebra toda aquela capa de conhecimento que ele tinha. Nicodemos, você precisa nascer novamente! E aqui o verbo nascer está na voz passiva, ou seja, se vc não “for nascido”

E aqui o verbo nascer está na voz passiva, ou seja, não se tratava de uma ação dele, mas uma ação de alguém externo a ele, mas ele foca em outra coisa e faz um questionamento curioso e até bobo à Jesus: “como eu vou voltar ao ventre de minha mãe, Jesus?”

Aquele mestre que parecia tão certo das coisas, tão erudito, tão preparado, agora se vê confundido e falando coisas tolas, pois está completamente perdido.

Mas então se de início Jesus aqui o confrontou e o confundiu, agora Jesus pega o conhecimento de Nicodemos e o repreende e humilha de forma ímpar, pois somente ele conseguiria falar coisas duras a ele de forma amorosa.

3

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Nova Versão Internacional (3.1 O Encontro de Jesus com Nicodemos)

se não nascer da água e do Espírito.

6 interpretações (1. Dois nascimentos que o ser humano passa; 2. teoria do batismo cristão; 3. batismo joanino; 4. teoria dos essênios; 5. símbolo da tradição judaica; 6. teoria da alusão a Ezequiel 36.25-27 (uma hendíade água e espírito) . João utiliza a água e espírito junto (João 4.10; 13-15; 7.38) Ser regenerado pelo Espírito.

O conhecimento humano repreendido e humilhado (Jo 3.5-13)

Jesus agora reforça o que ele já falou a Nicodemos, pois se na primeira frase “ele não veria o Reino”, se não nascesse, agora “ele nem entraria”, se não nascesse da água e do espírito. Nicodemos era um conhecedor do da Lei e dos escritos dos profetas e Jesus o faz olhar para um texto do antigo testamento, muito provavelmente. Ezequiel fala ao povo de Israel no capítulo 36.25-27 sobre uma água pura e um espirito novo dados a eles por Deus. No capítulo seguinte temos o texto do “vale dos ossos secos” aonde aqueles ossos ganham vida novamente através da profecia de Ezequiel. E aqui vemos Nicodemos ganhando a possibilidade de ganhar vida por meio de Jesus. Você precisa nascer de novo, “pois o que é nascido da carne é carne é carne, é ser humano, mas pra você ser um ser espiritual, você precisa nascer do espírito, pois você pode estudar toda a lei e e todos os profetas e não valer de nada, Nicodemos. Você não deveria se espantar de eu estar lhe falando sobre nascer, olha o que eu acabei falar pra ti, como você não lembrou de Ezequiel?

6 interpretações (1. Dois nascimentos que o ser humano passa; 2. teoria do batismo cristão; 3. batismo joanino; 4. teoria dos essênios; 5. símbolo da tradição judaica; 6. teoria da alusão a Ezequiel 36.25-27 (uma hendíade água e espírito) . João utiliza a água e espírito junto (João 4.10; 13-15; 7.38) Ser regenerado pelo Espírito.

“Ainda que o significado seja o mesmo, a força retória de Jesus aumenta aqui” D.A Carson Existe um peso maior na segunda afirmação de Jesus.

Jesus então mostra pra ele que o Espirito, assim como o vento, vai na direção que ele quer. Todos precisam nascer de novo. Jesus afronta o entendimento dele de exclusividade do povo judeu. As mesmas palavra aqui traduzem “vento” e “Espirito”. O Espirito se achega em qualquer coração que ele quiser. E é importante pra nós nos lembrarmos disso no momento atual em que vivemos. Se esse espírito que sopra como quer, assim como o vento, alcançasse certo políticos que eu não gosto, será que eu ficaria feliz por isso, será que eu tenho orado pedindo por isso?

E fechado esse parênteses, aqui Nicodemos já está se sentindo confrontado, confundido, já foi repreendido, mas agora ao perguntar “como tudo isso poderia ocorrer”, Jesus responde de uma forma direta e humilhante para Nicodemos. Você é mestre e não entendeu nada. Mas o que Jesus está falando a ele aqui como se ele dissesse “Nicodemos, você estudou, mas nunca experimentou”. É como o avião.

Um saber experimental assim como em Jo 6.69 - Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.

Jesus diz que eles conhecem, e aqui no âmbito do conhecimento cognitivo, pois ele falam e testemunham daquilo que viram. Coisas celestiais só são entendidas por meio do Espírito Santo. Nicodemos você precisa se converter. E aqui poderíamos lembrar de várias pessoas simples ao nosso redor que entenderam e demonstraram mais fé que muita gente estudada que conhecemos. (Exemplo do Seu José de Jesus e seu Arialdo). Assim eram os discípulos de Jesus, homens simples ou que abriram mão de seu conhecimento (Fp 3.8 - Paulo - esterco) Qualquer conhecimento que você obtém sem a iluminação do Espirito, sem a graça de Cristo, ainda que seja conhecimento relacionado as coisas cristãs evangélicas, bem coisinha de crente, devemos considerar como esterco e jogar no vaso sanitário. Jesus então mostra a Nicodemos. Eu sou o Filho do Homem, tá falando contigo, aquele que adentrou ao conselho de Deus e mantém uma comunhão com o Pai.. Mas se Nicodemos já estava confrontado, confundido, repreendido, humilhado.

O conhecimento humano esclarecido e redmido. (Jo 3.14-16*; Jo 7.48; Jo 19.38)

Jesus expõe agora que ele necessitava daquele seria levantado no madeiro e passaria por aquilo que ele deveria passar. Aqui Jesus relembra o episódio da desobediência do Povo no deserto de Parã (Nm. 21.9), aonde Deus levanta, por meio de Moisés, uma serpente de bronze, e que da mesma forma, Ele, Jesus, seria também levantado e bastasse olhar para ele que seria salvo, Nicodemos agora tem seu pensamento esclarecido e agora redimido, ainda que esse processo só nos é confirmado em João 7:52 e principalmente em João 19.38 quando Nicodemos se humilha e, diante de todos, lava e prepara o corpo de seu, agora, Senhor e salvador. O conhecimento dele agora é elevado, agora tudo aquilo que ele estufara acerca da lei e os profetas faz sentido, pois o alvo, aquele para quem todos apontavam estava ali diante dele.

Conclusão

Anotações: