Fp 1.12-18 - Vivendo sob a perspectiva de Deus - - Vitalidade e aprimoramento do Evangelho entre os Filipenses
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Filipenses 1.12-18 “Quero que saibam, irmãos, que aquilo que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do evangelho. Como resultado, tornou-se evidente a toda a guarda do palácio e a todos os demais que estou na prisão por causa de Cristo. E os irmãos, em sua maioria, motivados no Senhor pela minha prisão, estão anunciando a palavra com maior determinação e destemor. É verdade que alguns pregam Cristo por inveja e rivalidade, mas outros o fazem de boa vontade. Estes o fazem por amor, sabendo que aqui me encontro para a defesa do evangelho. Aqueles pregam Cristo por ambição egoísta, sem sinceridade, pensando que me podem causar sofrimento enquanto estou preso.Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me,”
Introdução
Introdução
O missionário brasileiro Ronaldo de Almeida Lidório relata que uma mulher konkomba, uma tribo da África, em Gana específicamente, após passar uma semana aprendendo a Palavra de Deus na igreja de Coni, retornou à sua aldeia. Depois de três dias de viagem a pé, esqueceu-se de um versículo aprendido. Ela retornou para decorar novamente a porção esquecida. Quando o missionário Ronaldo falou para ela que não precisava ter feito tamanho sacrifício de viajar três dias para decorar apenas um versículo, ela respondeu: “A Palavra de Deus é muito importante para se perder pelo caminho”.
Vivemos na perspectiva de Deus quando sabemos que o evangelho é mais importante que a nossa liberdade.
Paulo está preso, mas o evangelho está livre.
O evangelho é mais importante que o obreiro.
A divulgação do evangelho é mais importante que a vida do obreiro.
Paulo tira a atenção de si mesmo e foca na proclamação do evangelho. Tudo que lemos aqui não gira em torno de Paulo mas, de suas cadeias, de seus críticos, do pessoal que perseguia e tinham cúmes mas do evangelho.
O evangelho é o oxigênio que Paulo respira. Não importam as circunstâncias, desde de que o evangelho seja anunciado. Não importa se o obreiro vive ou morre, desde de que Cristo seja engrandecido na sua vida ou na sua morte (Fp 1.20).
Vivemos na perspectiva de Deus quando sabemos que o evangelho é o maior presente de Deus para a humanidade. Paulo define o evangelho de três formas:
O evangelho é a boa-nova para a humanidade (1.12). Neste mundo onde reina violência, corrupção, desespero, confusão filosófica e sem falar das inúmeras religiões o evangelho é a boa-nova de Deus, do Seu amor e propósito eterno de salvar o pecador por meio de Jesus Cristo.
O evangelho é a proclamação da Palavra de Deus (1.14). A Palavra de Deus é inspirada, inerrante, infalível e suficiente. Não há erros nela, pois o Seu autor não pode falhar. Não há necessidade de acrescentar mais nada a ela, pois ela é suficiente.
O evangelho é a revelação da Pessoa de Jesus Cristo (1.18). O evangelho é a boa-nova acerca da Pessoa de Jesus. Ele é o conteúdo do evangelho. O âmago do evangelho é que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para morrer pelos pecadores, para que eles tenham a vida eterna.
Começando pelo verso 12 - Paulo não se concentra no seu sofrimento, sabe aquela coisa de AUTOPIEDADE. Paulo estava preso, algemado, impedido de viajar, de visitar as igrejas e de abrir novos campos. Ele não enfatiza os seus sofrimentos, mas o progresso do evangelho. A Palavra é mais importante que o obreiro. O vaso é de barro, mas o conteúdo do vaso é precioso. O que importa não é o bem-estar do obreiro, mas o avanço do evangelho.
Deus é soberano em sua obra que deve ser espalhada apesar de nós. E que a obra de Paulo em tudo que ele passou - e vamos falar daqui a pouco sobre cada uma delas - foi soberana a providência de Deus incluindo seus sofrimentos.
e Ele não considerou os seus sofrimentos como expressão da fúria de Satanás. Embora Satanás tenha intentado contra ele, jamais Paulo o considerou como o agente de seus sofrimentos. Quem estava no comando de sua agenda não era o inimigo, mas Deus. Quem determinava o rumo de todos os acontecimentos nessa agenda da missão de Paulo e olhando para a Igreja .......era Deus. Ele via os acontecimentos como um plano sábio de Deus para o cumprimento de um propósito glorioso, ou seja, o progresso do evangelho.
Paulo olha para o passado e vê um propósito divino em tudo que lhe aconteceu. podemos fazer uma viagem rumo ao passado na trajetória desse desbravador do cristianismo e observar alguns pontos QUE NORMALMENTE NÃO OLHAMOS COM A DEVIDA EMPATIA:
LER NO COMENTÁRIO
Paulo olha para o seu sofrimento como a abertura de novos caminhos para o evangelho (1.12). Paulo diz que as coisas que lhe aconteceram, em vez de desmotiválo, de decepcioná-lo ou atrapalhar o projeto missionário, contribuíram para o progresso do evangelho.
O teologo wILLIAM bARCLEY vai dizer o seguinte - A palavra que Paulo usa para o “progresso do evangelho” é muito expressiva, em grego prokope. Este termo é usado particularmente para designar o avanço de um exército ou uma expedição. O substantivo provém do verbo prokoptein, que significa “derrubar de antemão”, e se aplica ao corte de árvores e a toda remoção de impedimentos que costumam ser obstáculos na marcha do exército
Ali no verso 13 irmãos vemos - Paulo viu sua prisão como a abertura de novas frentes de evangelização, Os romanos sequer suspeitavam de que as correntes que colocaram nos punhos do apóstolo o libertariam, em vez de prendê-lo! Em lugar de queixar-se das suas cadeias, Paulo consagrou-as a Deus e pediu que as usasse para o avanço pioneiro do evangelho
A quem Paulo alcançou por causa de suas cadeias?
A guarda pretoriana (1.13). A guarda pretoriana era a guarda de elite do imperador. Dia e noite, durante dois anos, Paulo era preso a um soldado dessa guarda por uma algema. Visto que cada soldado cumpria um turno de seis horas, a prisão de Paulo abriu caminho para a pregação do evangelho no regimento mais seleto do exército romano, a guarda imperial. Paulo, no mínimo, podia pregar para quatro homens todos os dias. Toda a guarda pretoriana sabia a razão pela qual Paulo estava preso, e muitos desses soldados foram alcançados pelo evangelho (4.22). Assim, as cadeias de Paulo removeram as barreiras e deram a ele a oportunidade de evangelizar os mais altos escalões do exército romano.
Todos os demais membros do palácio (1.13). Além dos soldados, Paulo também evangelizou as demais pessoas que viviam no pretório. Por causa de suas cadeias, Paulo esteve em contato com outro grupo de pessoas: os oficiais do tribunal de César.
Nos versos de 14 a 16 - Paulo viveu de tal modo que estimulou outros irmãos a falar com mais desassombro a Palavra de Deus - Quando Paulo entrou em Roma, não era um prisioneiro entrando; era o evangelho entrando na capital do império. O instrumento da mensagem estava algemado, mas o conteúdo da mensagem estava livre. O fato de Paulo estar em cadeias levou a maioria dos crentes de Roma a um despertamento espiritual e a um engajamento no trabalho da pregação. Os crentes ficaram mais entusiasmados. Os obreiros se mexeram
As cadeias de Paulo foram um estímulo para a igreja de Roma. Destacamos aqui quatro pontos:
O alcance do estímulo (1.14). Este estímulo atingiu a maioria dos crentes, mas nem todos. A igreja de Roma estava dividida. A divisão não era doutrinária, mas motivacional. É muito raro você contar com unanimidade na igreja quando se trata de fazer a obra de Deus. É importante ressaltar que não são apenas os líderes (1.1) que estão engajados no testemunho do evangelho, mas os crentes. Todos são luzeiros a brilhar (2.15). Esse conceito contemporâneo de que só os obreiros devem anunciar a Palavra de Deus é uma terrível distorção da doutrina do sacerdócio universal dos crentes.
A fonte do estímulo (1.14). Os irmãos da igreja de Roma estavam sendo estimulados não por Paulo, mas “no Senhor” pelas algemas de Paulo. Só o Senhor Jesus pode motivar pessoas à obra da evangelização.
A razão do estímulo (1.15,16). Enquanto alguns crentes pregavam o evangelho por inveja e porfia, outros o faziam de “boa vontade e por amor”. O verbo “pregar”, keryssein, significa fazer a obra de um arauto, isto é, transmitir fiel e claramente o que alguém, uma autoridade superior, tem ordenado a proclamar.
O resultado do estímulo (1.14). O resultado é que a maioria dos irmãos da igreja de Roma “ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus”. O que realmente eles falam é a palavra de Deus (1.14), e isso revela que a mensagem não vem deles mesmos, mas é a verdade de Deus. A substância da mensagem que eles pregavam é Cristo
Alguns crentes pregam o evangelho com a motivação errada (1.15). Uns pregam o evangelho por amor ao evangelho; outros, por amor a si mesmos. O fato de Paulo não dar nome a esses críticos revela sua grande graça e sabedoria. Ele não quer tornar esse tema um assunto de maledicência nem desviar a atenção para assuntos laterais.
Infelizmente alguns irmãos, ao verem Paulo preso, se esforçaram para pregar o evangelho, com cinco motivações erradas: (15 -Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; 16 estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; 17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.
Primeiro, inveja. No grego, temos o vocábulo phthonos, que significa “ciúmes”, “inveja”. A inveja e a contenda andam juntas, da mesma forma que o amor e a unidade são inseparáveis, Com quanta profundidade ela está arraigada em nosso coração, mais profundamente do que muitos pecados rudes. Nem mesmo uma conversão autêntica simplesmente arranca a inveja. Possivelmente esses críticos de Paulo fossem pessoas que antes detinham posição de destaque na vida da igreja de Roma e cuja palavra era alvo de atenção especial. Com a chegada de Paulo a Roma, sentiram-se desprezados, largados, colcoados em segundo plano e privados de sua importância anterior. Então surgiu a inveja.
Segundo, porfia. É a tradução de eris, palavra grega que significa “contenda”, “discórdia”, “dissensão”. Essa foi a palavra que Paulo usou para descrever as facções existentes na igreja de Corinto, e que provocaram traumáticas divisões (1Co 3.3). Da inveja, brota o prazer malicioso. No fundo, essas pessoas se alegraram pelo fato de Paulo ter sido preso, menos competição.
Terceiro, discórdia. No original grego é eritheia, que significa “disputa”, “ambição egoísta”, com explosões de egoísmo. Essas pessoas pregavam por interesses pessoais. Pregavam para aumentar a sua própria influência e prestígio. Elas pregavam para engrandecer a si mesmas. Essas pessoas trabalhavam para terem mais influência sobre a igreja. A glória do nome delas, e não a glória do nome de Cristo, é o que buscavam com mais fervor.
Quarto, falta de sinceridade. “impuramente”, “insinceramente”. Aquelas pessoas faziam a coisa mais sublime e mais santa do mundo, pregar o evangelho, com as intenções mais obscuras e nebulosas, a promoção de si mesmas. O culto à personalidade é um pecado que ofende a Deus. Toda a glória dada ao homem é glória vazia (2.3,4).
Quinto, suscitar tribulação a Paulo. A palavra usada por Paulo é thlipsis, “pressão, fricção”. Deriva da forma verbal que significa “pressionar”. Por estarem doentes espiritualmente, pensavam que Paulo também era como eles. Pensavam que estava disputando primazia. Olhavam para Paulo como um competidor e um rival. Trabalhavam apenas para apresentar um relatório com maiores resultados. Esses pregadores interessavam-se mais em sua reputação do que em sua mensagem. Ficavam felizes quando podiam fazer mais do que os outros. As limitações dos outros lhes davam prazer mórbido. As cadeias de Paulo eram a alegria deles.
Estranhamente essas pessoas pregam a mensagem certa (1.17). Essas pessoas estavam fazendo a coisa certa da maneira errada. Elas não estavam pregando heresias, mas o evangelho. O estranho é que os críticos de Paulo não deturparam nem esvaziaram a mensagem do evangelho. Paulo jamais teria se alegrado se esses críticos estivessem pregando alguma heresia (Gl 1.6–9). É somente por ser verdadeiro o evangelho que essas pessoas anunciam que Paulo consegue desconsiderar a motivação insincera.
18 Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.
Aplicações
Deus ajuda seus santos de maneiras estranhas - o evangelho não foi obstruído, de fato, por meio de sua prisão ele progrediu, pois muitos testemunharam da coragem de Paulo na audiência perante o imperador Nero, e, assim, foram levados a pregar o evangelho de maneira ainda mais confiante e alegre… Vejam de que modos estranhos Deus é capaz de abençoar seus santos. Tristeza e impiedade ele transforma em alegria e em todas as coisas boas. Então, ninguém deve duvidar do auxílio de Deus. Ele é capaz de nos ajudar e nos sustentar acima e além de todas as nossas expectativas. Deus é totalmente capaz de nos resgatar de todo perigo, até mesmo de transformar o bem em mal, quando essa é a sua vontade. Portanto, devemos entregar tudo a Deus. Graham Tomlin et al., Filipenses e Colossenses, trans. Vagner Barbosa, 1a edição., Comentário Bíblico da Reforma (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2015), 67.
Deus é o Senhor da obra e também dos obreiros. Ele abre portas para a pregação e usa os acontecimentos que atingem os obreiros como instrumentos para ampliar os horizontes da evangelização. Porque Paulo estava preso, ele pôde alcançar grupos que jamais alcançaria em liberdade. As cadeias de Paulo abriram portas para o evangelho. Os homens podem prender você, mas não o evangelho.
Conclusão