plenitude

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Significado de Plenitude
substantivo feminine
Condição de pleno, daquilo que está completo, inteiro, sem espaço.
Estado do que se apresenta total ou integralmente; completude.expressãoEm plenitude.
No grau máximo de: expressava sua fé em plenitude.Etimologia (origem da palavra plenitude). A palavra plenitude deriva do latim plenitudinis, inis, com o sentido de robustez, espessura, grossura.
o Verbo tem plenitude de graça (1.16).
Pois todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. Aquele que é a plenitude de Deus veio para oferecer-nos sua plenitude. Nele temos não apenas graça, mas graça sobre graça. A graça está encarnada nele, e quem está nele tem graça abundante. O que os seguidores de Cristo tiram do oceano da plenitude divina é graça – cada onda é constantemente substituída por outra. Não há limites no suprimento de graça que Deus coloca à disposição do seu povo.[1]
a postura de Paulo revela reverência (3.14). “Por essa razão, dobro meus joelhos perante o Pai.” Os judeus normalmente oravam de pé, mas Paulo se põe de joelhos. Essa postura era usada em ocasiões especiais ou em circunstâncias excepcionais (Lc 22.41; At 7.60).[2]
A Bíblia não sacraliza a postura física com que devemos orar.[3]
“Quando o homem trabalha, o homem trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha”.[4]
Nessa oração, as petições de Paulo são como degraus de uma escada, cada uma delas subindo mais, porém, baseadas todas no que veio antes. Solidamente entrelaçadas, cada ideia leva à ideia seguinte. O ponto culminante da oração está nas últimas palavras do versículo 19: “Para que sejais preenchidos até a plenitude de Deus”. O que Paulo pede a Deus?
Em primeiro lugar, a oração de Paulo é uma súplica por poder interior (3.16,17).
“Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais interiormente fortalecidos com poder pelo seu Espírito. E que Cristo habite pela fé em vosso coração, a fim de que, arraigados e fundamentados em amor.” Paulo não está pedindo que haja mudança nas circunstâncias em relação a si mesmo nem em relação aos outros.
Ele ora pedindo poder. A preocupação de Paulo não é com as coisas materiais, mas com as coisas espirituais.
As orações de hoje, tão centradas no homem, na busca imediata de prosperidade e curas, estão longe do ideal dessa oração paulina.
A oração de Paulo não é apenas espiritual, mas também específica. Paulo não divaga em sua oração.
Ele não usa expressões genéricas. Ele não pede alívio dos problemas, mas poder para enfrentá-los.
O poder é concedido pelo Espírito.
A presença do Espírito na vida é a evidência da salvação (Rm 8.9), mas o poder do Espírito é a evidência da capacitação para a vida (At 1.8).
Jesus realizou seu ministério na terra sob o poder do Espírito Santo (Lc 4.1,14; At 10.38).
Há 59 referências ao Espírito Santo no livro de Atos, um quarto de todas as referências do Novo Testamento.
Precisamos ser fortalecidos com poder porque somos fracos, porque o diabo é astucioso, porque nosso homem interior (mente, coração e vontade) depende do poder do alto para viver em santidade.
Martyn Lloyd-Jones comenta sobre a experiência de Dwight L. Moody, em Nova Iorque:
Subitamente quando caminhava na Wall Street lhe sobreveio o Espírito Santo; foi batizado com o Espírito Santo. Diz-nos ele que a experiência foi tão tremenda, tão gloriosa, que ele ficou em dúvida se poderia aguentá-la, num sentido físico; tanto assim que ele clamou a Deus para que segurasse a sua mão, para que ele não caísse na rua. Foi assim por causa da glória transcendental da experiência. Pode-se ver a mesma coisa nas experiências de Jonathan Edwards e David Brainerd.
O poder do Espírito Santo nos é dado de acordo com as riquezas da sua glória.
Essas duas petições caminham juntas. As duas se referem ao ponto mais íntimo do cristão, “seu homem interior”, de um lado, e “seu coração”, de outro.
Lloyd-Jones diz que o homem interior é o oposto do corpo e todas suas faculdades e funções. Inclui o coração, a mente e o espírito do homem regenerado, do homem que está em Cristo Jesus. O poder do Espírito e a habitação de Cristo referem-se à mesma experiência. É mediante o Espírito que Cristo habita em nosso coração (Rm 8.9).
Cada cristão é habitado pelo Espírito Santo e é templo do Espírito Santo.
A habitação de Cristo, aqui, porém, é uma questão de intensidade. Havia duas palavras distintas para “habitar”: paroikéoe katoikéo.
A primeira palavra quer dizer habitar como estrangeiro (2.19). Era usada para o peregrino que está morando longe de sua casa.
Katoikéo, por outro lado, tem o sentido de estabelecer-se em algum lugar. Refere-se a uma habitação permanente em contraste com a temporária, e é usada tanto para a plenitude da divindade habitando em Cristo (Cl 2.9) quanto para a plenitude de Cristo habitando no coração do crente (3.17).
A palavra que foi escolhida, katoikein, denota a residência em contraste com o alojamento; a habitação do dono da casa em seu próprio lar em contraste com o viajante que sai do caminho para pernoitar em algum lugar e que, no dia seguinte, já terá ido embora.
Russell Shedd ainda lança luz sobre a palavra katoikéo, quando diz que ela significa tomar conta de toda a casa, tendo procuração ou autorização completa, de forma a poder fazer limpeza nas despensas se quiser, mudar a mobília como quiser, jogar fora o que quiser. Ele é o dono da casa.
A palavra katoikéo também tem o sentido de sentir-se bem ou sentir-se em casa. Cristo sente-se em casa em nosso coração. Os mesmos anjos que se hospedaram na casa de Abraão também se hospedaram na casa de Ló, em Sodoma. Mas eles não se sentiram do mesmo jeito em ambas as casas.
Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente. O coração do crente é o lugar da habitação de Cristo, no qual ele está presente não apenas para consolar e animar, mas para reinar.
Cristo, em alguns, está apenas presente; em outros, ele é proeminente e, em outros ainda, ele é preeminente. Se Cristo está presente em nosso coração, algumas coisas não podem estar (2Co 6.17,18; Gl 5.24).
Em segundo lugar, a oração de Paulo é uma súplica por aprofundamento no amor fraternal (3.17b). “Arraigados e fundamentados em amor.” Para que Paulo pede poder do Espírito e plena soberania de Cristo em nós? Paulo ora para que os crentes sejam fortalecidos para amar. Nessa nova comunidade que Deus está formando, o amor é a virtude mais importante. Precisamos do poder do Espírito e da habitação de Cristo para amar uns aos outros, principalmente atravessando o profundo abismo racial e cultural que, anteriormente, separava-nos. Martyn Lloyd-Jones faz um solene alerta sobre esse ponto:
O propósito de toda doutrina, o valor de toda instrução, é levar-nos à Pessoa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A falta de entendimento desse ponto tem sido uma armadilha para muitos na Igreja através dos séculos. Para alguns cristãos professos, a armadilha é perturbar-se acerca do conhecimento; essas pessoas já se acham numa posição falsa. Outros podem ver claramente que é para termos conhecimento que as Escrituras nos concitam a isso, e, assim, eles se põem a buscar conhecimento. Então, o diabo entra e transforma isso numa coisa puramente intelectual. O resultado é que eles têm cabeças repletas de conhecimento e de doutrina, mas os seus corações são frios e duros como pedras. O verdadeiro conhecimento cristão é conhecimento de uma Pessoa. E porque é conhecimento de uma Pessoa, leva ao amor, porque Ele é amor.
Paulo usa duas metáforas para expressar a profundidade do amor: uma procedente da botânica e outra, da arquitetura. Ambas enfatizam profundidade em contraste com superficialidade. Devemos estar tão firmes como uma árvore e tão sólidos como um edifício. O amor deve ser o solo em que a vida deve ser plantada; o amor deve ser o fundamento em que a vida deve ser edificada.
Uma árvore precisa ter suas raízes profundas no solo se ela quiser encontrar provisão e estabilidade. Assim também é o crente. Precisamos estar enraizados no amor de Cristo.
A parte mais importante num edifício é sua fundação. Se ele não cresce com solidez para baixo, ele não pode crescer com segurança para cima. As tempestades da vida provam se as nossas raízes e a fundação da nossa vida são profundas (Mt 7.24–27).
O amor é a principal virtude cristã (1Co 13.1–3). O amor é a evidência do nosso discipulado (Jo 13.34,35). O amor é a condição para realizarmos a obra de Deus (Jo 21.15–17). O amor é o cumprimento da lei (1Co 10.4). O conhecimento incha, mas o amor edifica (1Co 8.2).
Em terceiro lugar, a oração de Paulo é uma súplica pela compreensão do amor de Cristo (3.18,19). “Vos seja possível compreender, juntamente com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade desse amor e assim conhecer esse amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais preenchidos até a plenitude de Deus.” O apóstolo passa, agora, do nosso amor pelos irmãos para o amor de Cristo por nós. Precisamos de força e poder para compreender o amor de Cristo. A ideia central do pedido provém de duas ideias: compreender (3.18) e conhecer(3.19). A primeira sugere compreensão intelectual. Representa apossar-se de alguma coisa, tornando-a sua propriedade. Mas o verbo conhecer refere-se a um conhecimento alcançado pela experiência. Portanto, a súplica implica que os crentes tenham um conhecimento objetivo do amor de Cristo e uma profunda experiência nele.
Paulo ora para que possamos compreendero amor de Cristo em suas plenas dimensões: qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade dele (3.18). A referência às dimensões tem o propósito de falar da imensurabilidade desse amor. O amor de Cristo é suficientemente largo para abranger a totalidade da humanidade (Ap 5.9,11; 7.9; Cl 3.11), suficientemente comprido para durar por toda a eternidade (Jr 31.3; Ap 13.8; Jo 13.1), suficientemente profundo para alcançar o pecador mais degradado (Is 53.6,7) e suficientemente alto para levá-lo ao céu (Jo 17.24).
Russell Shedd entende que a largurado amor de Cristo abrange membros de toda tribo, língua, povo e nação. O evangelho é tão largo que não se pode excluir nenhuma entidade, nenhuma comunidade humana. O seu comprimentoaponta para o tempo, começando no Éden, logo após a queda do homem, até o fim, quando Jesus voltar. Nunca houve nem haverá, até Cristo voltar, um intervalo na operação poderosa e salvadora do evangelho. A terceira dimensão é sua altura que vem do mais alto céu e desce até o mais baixo inferno. E, finalmente, sua profundidade: chegará até os piores pecadores, já descritos eficientemente (2.1–3). Não há nenhum pecador ou rebelde que não possa ser incluído em tão grande salvação.
Alguns pais da igreja viram nessas quatro dimensões um símbolo da própria cruz de Cristo. É inatingível a magnitude do amor de Cristo pelos homens. O conhecimento do amor de Cristo deve ser obtido no contexto da comunhão fraternal. Paulo diz: “Vos seja possível compreender, juntamente com todos os santos” (grifo do autor). O isolamento e a falta de comunhão com os crentes é um obstácuo à compreensão do amor de Cristo pelos homens. Precisamos da totalidade da igreja, sem barreira de etnia, cultura, cor e denominação, para compreender o grande amor de Cristo por nós. Os santos contarão uns aos outros sobre suas descobertas e experiências a respeito de Cristo. Veja Salmo 66.16: “Todos vós que temeis a Deus, vinde e ouvi, e eu contarei o que tem ele feito por mim”.
O apóstolo continua: “E assim conhecer esse amor de Cristo, que excede todo o entendimento”. O amor de Cristo é por demais largo, comprido, profundo e alto até mesmo para todos os santos entenderem. O amor de Cristo é tão inescrutável quanto suas riquezas são insondáveis (3.8). Sem dúvida, passaremos a eternidade explorando as riquezas inesgotáveis da graça e do amor de Cristo. Passaremos a eternidade contemplando o amor de Cristo, maravilhando-nos e extasiando-nos com isso. Entretanto, o que nos cabe é começar nisso aqui e agora, nesta vida. O amor de Cristo tem quatro dimensões, mas elas não podem ser medidas. Nós somos tão ricos em Cristo que as nossas riquezas não podem ser calculadas nem mesmo pelo mais hábil contabilista.
Em quarto lugar, a oração de Paulo é uma súplica pela plenitude de Deus (3.19b). “Para que sejais preenchidos até a plenitude de Deus.” Provavelmente, nenhuma oração poderá ser mais sublime que essa porque ela inclui todas as outras. O seu sentido pleno está além da nossa compreensão, e é bem provável que ela tivesse vindo a ser a oração que os efésios estimassem como a de mais alto nível espiritual. Nessa carta aos efésios, Paulo fala-nos que devemos ser cheios da plenitude do Filho (1.23), do Pai (3.19) e do Espírito Santo (5.18). Devemos ser cheios da própria Trindade. Embora Deus seja transcendente e nem os céus dos céus possam contê-lo (2Cr 6.18), ele habita em nós de forma plena. O pedido de Paulo é que sejamos tomados de toda a plenitude de Deus! Deus está presente em cada célula, em cada membro do corpo, em cada área da vida. Tudo é tragado pela presença e pelo domínio de Deus.
Devemos ser cheios não apenas com a plenitude de Deus, mas até a plenitude de Deus. Devemos ser santos como Deus é santo e perfeitos como Deus é perfeito (1Pe 1.16; Mt 5.48). Devemos ficar cheios até o limite, cheios até aquela plenitude de Deus que os seres humanos são capazes de receber sem deixar de permanecer humanos. Isso também quer dizer que seremos semelhantes a Cristo, ou seja, alcançaremos o propósito eterno de Deus (Rm 8.29; 2Co 3.18). Representa, outrossim, que atingiremos a plenitude do amor, do qual Paulo acabara de falar em sua oração. Então, se cumprirá a oração do próprio Jesus: “Para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu também neles esteja” (Jo 17.26).
Nós gostamos de medir a nós mesmos, comparando-nos com os crentes mais fracos que conhecemos. Então, orgulhamo-nos: “Bem, estou melhor do que eles”. Paulo, porém, fala-nos que a medida é Cristo e que não podemos nos orgulhar sobre coisa alguma. Quando tivermos alcançado a plenitude de Cristo, então, teremos chegado ao limite.
A conclusão da oração
Na conclusão dessa magnífica oração do apóstolo Paulo, ele trata de dois pontos muito importantes:
Em primeiro lugar, a capacidade de Deus de responder às orações (3.20). “Àquele que é poderoso para fazer bem todas as coisas, além do que pedimos ou pensamos, pelo poder que age em nós.” John Stott diz que a capacidade de Deus de responder às orações é declarada pelo apóstolo de modo dinâmico numa expressão composta de sete etapas: 1) Deus é poderoso para fazer, pois ele não está ocioso, inativo nem morto. 2) Deus é poderoso para fazer o que pedimos, pois escuta a oração e a responde. 3) Deus é poderoso para fazer o que pedimos ou pensamos, pois lê nossos pensamentos. 4) Deus é poderoso para fazer tudo quanto pedimos ou pensamos, pois sabe de tudo e tudo pode realizar. 5) Deus é poderoso para fazer mais do que tudo que pedimos ou pensamos, pois suas expectativas são mais altas do que as nossas. 6) Deus é poderoso para fazer muito mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, pois sua graça não é dada por medidas racionadas. 7) Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos conforme o seu poder que opera em nós, pois é o Deus da superabundância.
Em segundo lugar, a doxologia ao Deus que responde às orações (3.21). “A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” Nada poderia ser acrescentado a essa oração de Paulo senão a doxologia: “a ele seja a glória”. Deus é o único que tem poder para ressuscitar e fazer com que o sonho se torne realidade. O poder vem da parte dele; a glória deve ser dada a ele. Conclui o apóstolo: “A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém”. A igreja é a esfera em que a glória de Deus se manifesta. Concordo com Curtis Vaughan quando diz que nada podemos acrescentar à inerente glória de Deus, mas podemos viver de tal modo que nossa vida contribua para que outros também possam contemplar a sua glória. A Deus seja a glória no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador, por todas as gerações (na História) e para todo o sempre (na eternidade).[5]
[1]Hernandes Dias Lopes, João: As Glórias do Filho de Deus, ed. Juan Carlos Martinez, 1a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2015), 36. [2]Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2010), 87. [3]Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2010), 87. [4]Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2010), 87. [5]Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo, 1‍a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2010), 88–97.
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