Sem título Sermão (36)
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Série Fruto do Espírito
Pregação 1 - O fruto da verdadeira liberdade em Cristo
Resumo:
Paulo defende o verdadeiro Evangelho em toda a carta, mostrando que o legalismo, bem como a libertinagem (justificada por uma compreensão errada da graça) são expressões erradas da vida em Cristo. Na luta entre carne e espírito, o legalismo não tem força alguma e não nos faz mais santos, pois apenas o gerar do fruto do espírito nos permite andar passos em nossa santificação. Por outro lado, as obras da carne são vividas pelo libertino. A verdadeira liberdade está em andar no Espírito e permitir que brote em nosso coração o verdadeiro fruto.
Objetivo:
- Introduzir a série sobre o Fruto do Espírito, preparando para as próximas mensagens onde iremos falar de cada expressão do fruto do Espírito;
- Falar sobre o embate vivido por todos nós entre a carne e o espírito, trazendo o viver pelo Espírito como princípio norteador de nossa vida;
- Fazer a igreja entender que o legalismo e a libertinagem são formas erradas de viver o Evangelho e exercer a verdadeira liberdade.
Texto base:
Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei. Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito.
Gl 5:16-25 NVI
Introdução
O ano iniciou e é comum fazermos listas de intenções. No que se refere a pretensões "espirituais", talvez você tenha orado e pensado sobre a luta contra algum pecado. Ou você pode ter buscado reforçar um comportamento positivo. "Amar mais a Deus", "não mentir" etc.
Se você estiver buscando a verdadeira liberdade em Cristo e o verdadeiro Evangelho, Paulo escreveria assim em sua listinha de Ano Novo: "ANDAR PELO ESPÍRITO, FUGINDO DAS OBRAS DA CARNE E VIVENDO O FRUTO DO ESPÍRITO".
Elucidação (Gl. 5:16)
Paulo defende em Gálatas o verdadeiro Evangelho e a verdadeira liberdade, que não está no retorno ao legalismo. Contudo, as críticas de que o Evangelho pregado por ele levava à libertinagem o faz reforçar o problema das obras da carne.
Todos nós sabemos que a vida cristã nos faz viver a luta entre a carne e o espírito (Rm. 7). Nesta batalha, podemos cair no risco de buscar viver pelo Espírito a partir de uma vida legalista, o que não nos levará a lugar algum. Ou podemos achar que a graça me dá liberdade para fazer tudo que quiser, levando-nos à libertinagem.
Paulo diz (Gl. 5:16) que é possível viver pelo Espírito e não satisfazer os desejos da carne.
Pergunta chave:
Como encontrar a verdadeira liberdade e viver uma vida pelo Espírito, longe do pecado?
É isto que Paulo vai responder nos versículos seguintes.
Ponto 1 - A carne e o Espírito estão em conflito (Gl. 5:17)
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas a queda nos manchou por inteiro. Apesar de podermos por graça comum tatear e encontrar verdades a partir da criação de Deus, não é possível encontrar A Verdade em nós mesmos.
O homem por si só não teria a capacidade de encontrar a salvação, pois nele impera a total depravação trazida pelo pecado.
Nos salvos, existe uma relevante diferença, o Espírito começa a guiar nosso coração cego aos lugares onde a luz reina. Com isso, passamos a presenciar uma guerra em nós mesmos, onde a carne luta contra o espírito e o espírito contra a carne.
Dois grupos distintos deram respostas diferentes ao mesmo problema. O grupo dos legalistas acharam que bastaria cumprir leis e mais leis para vencer esta batalha. O grupo dos libertinos entendia que a Cruz de Cristo já tinha me levado à salvação e que, portanto, esta luta não faria sentido.
Ambos estão errados e Paulo vai responder o porquê.
Ponto 2 - Não estamos debaixo da Lei (Gl. 5:18)
Os seus primeiros versículos deste capítulo explicam perfeitamente a frase de Paulo lida agora por nós (Gl. 5:18). Vejamos:
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. Ouçam bem o que eu, Paulo, tenho a dizer: Caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá. De novo declaro a todo homem que se deixa circuncidar que ele está obrigado a cumprir toda a Lei. Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça. Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça, que é a nossa esperança. Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor.
Gl 5:1-6 NVI
Paulo rebate aqui o pensamento legalista de que podemos seguir a Cristo e mesmo assim achar que nossa justificação vem pela obra da lei. Isto era negar a Cristo e cair da graça, pois nesta fomos salvos unicamente pela fé. Comentando este texto, Calvino disse que: "Quem deseja ter apenas um meio Cristo, perde o Cristo todo."
A questão é que o cumprimento da Lei nega a Cristo e nos dá a falsa ilusão de que isso é andar pelo Espírito e que assim viverei a verdadeira liberdade, mas isso é mentira.
Paulo diz que: Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.
Cl 2:20-23 NVI
Ponto 3 - Não vivemos nas obras da carne (Gl. 5:19-21)
Paulo enfatiza com um rol exemplificativo algumas obras da carne. Nenhuma delas deve fazer parte da vida daquele que anda no espírito. A intenção de Paulo é mostrar que a libertinagem não é resultado da graça de Deus, e sim da carne.
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.
Gl 5:13 NVI
"Os três primeiros vícios pertencem ao reino do sexo. Os dois seguintes pertencem ao reino dos falsos deuses. Os oito que vêm em seguida têm a ver com discórdias. Os últimos dois se referem aos abusos na esfera da bebida." (Hendriksen)
A libertinagem nos leva a destruir nosso relacionamento com Deus e com o próximo e, definitivamente, não é a forma de encontrar a verdadeira liberdade.
Ponto 4 - O fruto da liberdade (Gl. 5:22-23)
Se a verdadeira liberdade não vem do legalismo e tampouco da libertinagem, como experimentá-la? Paulo diria que através do Fruto do Espírito.
Este fruto é desenvolvido em todos os corações que tem ao Senhor e buscam viver uma vida no Espírito.
Não é sobre uma Lei que proíbe chamar palavrão, muito menos sobre ser cristão e ter a boca suja. É sobre aquele que permite ser moldado pelo Espírito a desenvolver o domínio próprio e a paciência.
Não é um ato puramente mecânico e externo, é uma vida pelo Espírito de transformação e crescimento espiritual.
É sobre isto que falaremos nas próximas mensagens, pois é o Fruto do Espírito que nos permite viver a verdadeira liberdade em Cristo.
Conclusão (Gl. 5:24)
Não há cristianismo sem Cruz e a nossa é renunciar a tudo por Cristo, assim como Ele o fez em toda sua vida, mas principalmente no dia de Sua morte.
Viver pelo Espírito é permitir morrer os maiores desejos do nosso coração e permitir que o Espírito nos molde de dentro pra fora, jogando fora sonhos, mas plantando eternidade e esperança em nossos dias.
Call to action (Gl. 5:25)
Você gostaria de viver pelo Espírito e andar pelo Espírito?
Você entendeu que não há verdadeira liberdade sem Jesus?
Você percebeu que a libertinagem e o legalismo barato são caminhos errados para nos fazer viver a vida que Cristo tem para nós?
Pois bem, então entregue agora sua vida a Jesus e entenda o que é viver pelo Espírito!
Encontre em Jesus a verdadeira liberdade.
Deus abençoe!
Thiago Dutra
Pregação 2 - Quem inventou o amor?
Objetivo
Falar do amor como fruto do espírito e ressaltar sua importância no frutificar cristão, no relacionamento com Deus e com o próximo, bem como na formação do nosso caráter.
Texto base: Gl. 5:22-23
Introdução
A música de Legião Urbana chamada "Antes das Seis" insistia com a seguinte pergunta: "Quem inventou o amor?". O casal deitado em sua cama vivendo a alegria de um relacionamento e admirados com a paz de acordar um ao lado do outro.
Ouvimos músicas, assistimos filmes e lemos livros sobre amor. Também vivemos o amor ou sofremos pela sua ausência em casa, no trabalho e até quando dirigimos nosso carro numa rua movimentada.
Foi Deus quem inventou o amor e Ele próprio é amor (Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 1Jo 4:8 NVI)
Elucidação
Falamos na semana passada sobre o fruto do espírito como o viver da verdadeira liberdade do Espírito, pois a libertinagem nos leva apenas às obras da carne e o legalismo nos faz achar que podemos produzir fruto a partir de nós mesmos.
O fruto do espírito é o agir do Espírito em nós, quando nos dispomos a viver por Ele e para Ele.
Vamos elencar algumas diferenças entre os dons do espírito e o fruto do espírito? No decorrer da série recorremos a isso para enfatizar quão importante é o estudo do fruto.
● Os dons são dados por Deus a nós por sua única e soberana vontade. O fruto surge em nós através da graça e do exercício da verdadeira liberdade;
● Todos recebem dons diferentes para edificar a igreja ou a si mesmos (línguas), mas o fruto é o mesmo para toda a igreja, e não podemos escolher ter apenas alguns, assim como rejeitar um outro. ("Eu quero o amor, mas não o domínio próprio)
● Os dons têm a ver com o que faço para Deus, o fruto é mais sobre quem eu sou e quem tenho me tornado diante de Deus. O fruto é sobre um caráter transformado por Cristo!
● Apesar dos dons aparentarem mais "espiritualidade", Paulo diz que alguns podem vivê-los e serem carnais. Contudo, o mesmo não acontece com o fruto.
Daí podemos perceber que o amor não é um dom, como se pudesse ser dado a uns e não a outros. O amor é a maior expressão de um coração transformado pela graça e pelo exercício da verdadeira liberdade, e é sobre ele que estudaremos hoje.
Pergunta chave
O que é o amor e como posso desenvolver esta expressão do fruto do espírito em minha vida?
Ponto 1 - O amor é essencial
O fruto (no singular) do Espírito é único e deve ser vivido plenamente por todos os crentes em Jesus. Como uma tangerina cheia de gomos, assim é o fruto do Espírito.
O amor, conforme trazido por Paulo é "αγαπη agape", que significa: 1) amor fraterno, de irmão, afeição, boa vontade, amor, benevolência.
O amor é um dos gomos, mas um dos mais importantes, pois ele se desenrola de alguma forma em todos os outros.
Burckhardt tenta fazer justiça à unidade dessa multiformidade da seguinte maneira: alegria como amor que jubila, paz como amor que restaura, longanimidade como amor que sustém, benignidade como amor que se compadece, bondade como amor que doa, fidelidade como amor confiável, mansidão como amor humilde, domínio próprio como amor disposto a renunciar.
Quando Paulo discute os dons espirituais na ausência de amor (I Co. 13), diz que aqueles não fazem sentido sem este. Além disso, entre a fé, a esperança e o amor, o maior deles ainda é o amor, pois ele é eterno e permanecerá para sempre, enquanto que todo o resto não fará mais sentido.
Se o amor é tão essencial, deveríamos olhar para ele não como um privilégio de poucos, mas como algo a ser buscado por todos nós.
Ponto 2 - O amor, a lei e os mandamentos
Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor.
Gl 5:6 NVI
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor. Toda a Lei se resume num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.
Gl 5:13-14 NVI
Vemos que o amor não subsiste no legalismo (v. 6) e nem na libertinagem (v.13). Ele é o cumprimento santo da lei e o resumo de todos os mandamentos (V. 14).
Paulo já vinha falando sobre a importância do amor aos Gálatas, conforme lemos nos versículos anteriores. Em meio às discussões sobre a lei certa a seguir, devemos ter o amor como norte. Até porque podemos cumprir toda a lei, mas se formos levados pela religiosidade ou por algum pecado, de nada valerá.
Você ama sua vida com Deus ou acha tudo apenas um fardo a ser vivido? Você dá o dízimo com o coração grato ou porque tem medo do "gafanhoto"? Você foge do adultério porque ama a Deus ou porque tem medo das consequências? Você veio ao culto para adorar a Deus ou para cumprir algum costume unicamente religioso de ir à igreja aos domingos?
A Lei e os mandamentos só têm sentido com o amor a Deus e ao próximo. O amor resume tudo. O amor nunca falha (I Co. 13:8).
Ponto 3 - O amor a Deus e o amor ao próximo
Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.
1Jo 4:7-11 NVI
O amor ao próximo só faz sentido quando entendemos o amor de Deus, e este é declarado na Cruz de Cristo e em seu sacrifício por nós.
Se não amamos ao próximo, não amamos a Deus. Mas se amamos a Deus, amaremos ao próximo.
Paulo diz aos Gálatas, "mas, se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se destruírem mutuamente. (Gl 5:15 NVI) O amor tem a capacidade de reformar casas e refazer pontes, mas a falta dele apenas destrói… amizades, casamentos, empregos, ministérios.
Vimos semana passada que as obras da carne são: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes (Gl 5:19-21 NVI). E que Hendriksen assim os dividem:
"Os três primeiros vícios pertencem ao reino do sexo. Os dois seguintes pertencem ao reino dos falsos deuses. Os oito que vêm em seguida têm a ver com discórdias. Os últimos dois se referem aos abusos na esfera da bebida." (Hendriksen)
Se o amor está presente em todos os gomos do fruto, a falta do amor também está presente em todas as obras da carne. A imoralidade no sexo é a falta de amar uma esposa assim como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Os falsos deuses nada mais são do que idolatrias, onde amamos o mundo e não amamos a Deus. As oito obras da discórdia vêm quando não amamos ao próximo. As obras do excesso vêm de não amarmos a nós mesmos.
O amor constrói; a falta, destrói!
Conclusão
Talvez a sua pergunta agora seja: como posso amar mais a Deus e ao próximo, então? A resposta é simples: amando!
Renunciando no casamento, doando do seu tempo ao próximo, entregando sua vida a Deus de todo seu coração e com todo o seu entendimento e, principalmente, lendo as Escrituras, ouvindo a voz do Pai e permitindo-se ser confrontado por ela.
Call to action
Você precisa restaurar seu casamento hoje?
Você precisa pedir perdão a alguém?
Você precisa mudar sua forma de falar com os outros?
Você precisa amar mais a Deus do que aos seus próprios desejos?
Então faça tudo isso! Comece hoje! Permita-se ser moldado pelo Senhor, mas sabendo que nada de verdadeiro pode acontecer se antes você não entregar sua vida a Jesus. Apenas amando verdadeiramente a Deus podemos amar verdadeiramente ao próximo.
Deus nos abençoe!
Thiago Dutra