Semeie a sabedoria de seguir a Deus (Pv 22.1-6)
Introdução
Assim, qualquer que seja a origem de cada provérbio, sua abordagem última com a vida é teológica, estendendo-se do relacionamento vertical necessário em direção a padrões comportamentais desejáveis que tornam significativos os relacionamentos horizontais.
O livro contém uma introdução (1.1–7) que define os alvos do livro e sua proposta básica (1.7). Ela é seguida por uma série de discursos sobre sabedoria, que visam motivar o discípulo moralmente indeciso ou ingênuo (“inexperiente”, NVI) a escolher a sabedoria como seu padrão para a vida (9.1–18).
O discípulo é confrontado com duas escolhas básicas (1.18–33) e é exposto aos felizes resultados de escolher a sabedoria (2.1–3.12). A sabedoria é louvada por seu grande valor (3.13–20) e pelo cativante estilo de vida que ela produz (3.21–35).
Depois, a sabedoria aparece em seu valor prático ao ser implicitamente apresentada como o caminho para evitar problemas como luxúria, dificuldades financeiras, perversidade e arrogância e a sedução da mulher imoral (4.1–7.27).
O capítulo 8 contém um elogio à sabedoria, que tem inúmeras recompensas para aqueles que a abraçam como o padrão divino de vida em um universo moldado segundo a sabedoria (8.1–36). A escolha entre sabedoria e loucura, que foi inicialmente apresentada ao discípulo, encerra esta seção do livro (9.1–18). O restante do livro fornecerá amplas ilustrações de como estes dois caminhos opostos se chocam no dia a dia da vida.
Os capítulos 10.1–22.16 contêm 375 dos três mil provérbios de Salomão. Estes são seguidos pelos provérbios dos sábios (22.17–24.34), que incluem preceitos e avisos (22.22–23.14), discurso didático (23.15–24.22) e princípios morais (24.23–34).
O centro da subunidade que trata da soberania do SENHOR sobre a riqueza e a pobreza (22.1–9) não menciona o tema em si, mas se concentra na necessidade de educar o jovem no caminho que conduz às verdadeiras riquezas. O conceito de atentar para o próprio caminho (vs. 3, 4) e a necessidade de orientar o jovem no caminho correto (vs. 5, 6) ligam as subunidades parciais.
1. Entender a sabedoria
Aplicação do ponto 1:
2.Semear a sabedoria
O contexto dá a entender que, pela fé, os astutos discernem a ligação entre a generosidade e o enriquecimento e entre a tirania e o empobrecimento. Os incautos e moralmente estultos não veem essa ligação e, portanto, agem de modo precipitado sem consideração pela lei moral (cp. 7.21–23) e não tomam nenhuma precaução para encontrar a salvação enquanto podem (1.32; cp. Is 26.11).
O remédio é a humildade (veja 15.33), um termo religioso que indica a renúncia da suficiência humana (veja 15.33), o tipo de humildade associado ao temor do SENHOR (veja I: 100). Os ingênuos não veem o perigo em razão de sua recusa arrogante em se sujeitar a Deus. O salário da religião pura é riqueza [veja 3.16], e com ela, honra (kābôd; veja 3.16; 15.33; 18.12), e encerrando o predicado composto de forma climática, vida (veja I: 104). Sem esse último benefício, as riquezas e a honra não passam de ilusão. Paradoxalmente, a pessoa que anda com humildade diante de Deus encontrará honra entre as pessoas (cp. 1Pe 5.5, 6). De acordo com 1 Reis 3.12–14, depois que Salomão pediu um coração obediente, o SENHOR lhe prometeu riqueza e honra, mas condicionou a extensão dos seus dias (veja 3.2) à sua obediência à aliança.