Jesus dá nova vida ao pecador

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Texto

Luke 19:1–10 ARA
Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.

Introdução

Há alguns dias, assisti na Netflix uma série documental que fala sobre um homem chamado Bernie Madoff.
Pra quem nunca ouviu falar este nome, Madoff foi um mega-investidor da Bolsa de Valores de NY que enriqueceu de forma absurdamente meteórica, prometendo a quem investia com ele ganhos superiores ao que o mercado proporcionava em ações sem risco.
Enquanto o mercado oferecia ganhos de 8 a 10%, com garantia de retorno de, no máximo, 93%, Madoff propunha ganhos de até 15%, com garantia absoluta de retorno.
O investimento que fazia era fraudulento.
Não existia.
Era o que se chama de esquema Ponzi, e nós conhecemos como pirâmide, onde quem entra na base, dá dinheiro para quem está no alto e vai se criando a ilusão de que todo mundo vai sair milionário.
Mas é só ilusão.
Porque se alguém sai antes, a pirâmide cai e não tem dinheiro para ser devolvido, uma vez que o que você deu está com outra pessoa, que deu a outro, e assim por diante.
Madoff fez isso com mais de 3000 investidores, com um capital que ele jurava que era de 65 bilhões de dólares.
Mas que não existia.
Quando alguém pedia o resgate, ele se virava pra devolver o dinheiro pra quem estava saindo.
Imaginem se todos resolvessem sair de uma hora pra outra?
Foi o que aconteceu após a crise de setembro de 2008.
Nem ele tinha o dinheiro para cobrir.
E foi obrigado a confessar para a família que tudo não passava de uma fraude, pura e simples. Roubo.
Muitos perderam tudo o que tinham economizado.
Ele foi preso, os filhos, que não tinham nada a ver com isso, afastaram-se do pai (inclusive o denunciaram à polícia).
O mais velho cometeu suicídio, o mais novo morreu de câncer.
Tudo o que tinha foi tomado pelo governo. Casas, barcos, carros, avião, obras de arte... Tudo, em um esforço para ressarcir quem tinha confiado nele.
Ele morreu em 2020, na prisão, sozinho, abandonado por todos.
Em um momento, estava no topo, no momento seguinte, no fundo do poço. Ele ganhou tudo o que queria, mas perdeu tudo o que importava.
Por ganância, pela vontade de ser rico, de ter mais e mais, e ser aceito, e ser honrado.
Mentiras, desonestidade, corrupção, traição. Pecado. Nada mais que pecado.
Até hoje nos EUA, o nome de Bernie Madoff traz à mente a ideia de corrupção, ganância e perdição.
E como Jesus trataria um homem assim?
Como Jesus tratou alguém rico, corrupto, temido e odiado?

Explicação Exegética

O texto que lemos fala de alguém assim, que morava em Jericó.
Uma cidade por onde Jesus está passando, a caminho de Jerusalém.
Jericó, uma cidade rica, localizada no encontro de estradas para diversas regiões e, por isso, tinha uma alfândega movimentadíssima.
Por causa deste potencial comercial circulava muito dinheiro, trazendo riqueza a alguns de seus habitantes.
Um destes habitantes, Zaqueu, é o encarregado da movimentada coletoria de impostos na cidade.
As coletorias de impostos eram uma concessão do Império Romano que recebia dos coletores um valor mensal fixo, a despeito do que fosse cobrado.
O que sobrava, ficava para a coletoria, em última análise, para o encarregado. O que permite concluir que sempre se cobrava mais do que era devido.
Isto faz de Zaqueu um homem rico, conforme diz o texto.
Coletores de impostos eram conhecidos como publicanos.
E este rótulo traz uma ideia de corrupção, aliada à condição de traidor, uma vez que, sendo judeu, serve ao Império Romano, opressor e pagão.
Ele, como todos os outros publicanos, era corrupto, com licença para ser corrupto.
Ironicamente, o significado do nome Zaqueu, em hebraico, é “Puro”, mas a imagem que tinham de Zaqueu é bem diferente disso.
Zaqueu, rico, mas não aceito.
Tipo de pessoa que ninguém conhece, não quer conhecer e tem raiva de quem o conheça.
Em meio a isso, ele toma conhecimento de que Jesus passará por sua cidade.
Talvez, Zaqueu saiba de um colega seu, Levi, também chamado Mateus, que, publicano como ele, abandonou tudo para seguir a este homem de quem tantos ouvem falar.
Certamente sabe do cego que tinha sido curado na entrada de Jericó.
A curiosidade toma conta dele, e provavelmente, o burburinho toma conta das ruas da cidade.
Uma multidão se forma e segue Jesus.
O problema é que Jesus não para na cidade, ele se encaminha para a saída dela.
E Zaqueu entende que precisa ver Jesus.
Mas ele tem dois problemas:
É baixo demais (em torno de 1.5m de altura)
E não é seguro andar pelo meio da multidão que o despreza.
Mas ele quer ver Jesus e toma a atitude mais insólita: sobe em um sicômoro.
Árvore pequena, com copa grande.
Estratégica para quem quer ver sem ser visto.
E assim Zaqueu espera Jesus passar
Porque aquele homem que curou cegos, coxos e leprosos, expulsou demônios e ressuscitou mortos, todos estes de uma forma ou de outra afastados da sociedade como ele, pode apontar uma saída para sua angústia de viver uma vida vazia.

Tema: Jesus dá nova vida ao pecador

Argumentos

Jesus busca o pecador

Neste século 21, nunca se falou tanto em Deus ou em Jesus como se fala hoje.
Com internet, celulares, nuvem.
A mensagem está aí pra quem quiser ouvir.
E o homem ouve e quer chegar até Deus, mas do jeito dele.
Busca-se a Deus apenas para usufruir das bênçãos que ele pode conceder.
Assim, o homem quer ver Deus de longe, escondido no meio das folhagens de um arbusto enorme, pra garantir que ninguém, nem mesmo Deus vai vê-lo.
Da mesma forma que Zaqueu, com medo da multidão que o odeia, mas achando que é suficiente ver Jesus passar.
Mas quando Jesus passa diante do sicômoro em que Zaqueu está estrategicamente escondido, para e chama Zaqueu.
Que estava escondido da multidão.
Pensava que nem Jesus o veria.
Jesus entrou em Jericó, atravessou a cidade toda, e em sua saída, parou justamente em frente à árvore onde Zaqueu pensava que estava escondido.
Escondido, da multidão, não de Jesus.
Porque Jesus, ...é Jesus!
Enquanto Zaqueu buscava ver Jesus, é Jesus quem o encontra!
Jesus para e chama Zaqueu.
Jesus entrou na cidade, com uma única missão, um único objetivo: buscar Zaqueu.
Em meio a tanta gente com vida piedosa, que apresentava seus sacrifícios no Templo.
Que se esforçava para cumprir a Lei.
Que festejou a entrada de Jesus na cidade.
Jesus busca um publicano, pecador, que se esconde de todos e dele.
A questão é que enquanto ficamos buscando Deus em qualquer lugar, da forma que queremos, é Jesus quem nos encontra.
Se estivermos escondidos, ele nos busca e nos encontra.
E entra em nossa vida pra mudar tudo!
Não adianta ficar escondidos vendo Jesus passar, como a cidade que se enfeitou pra ver a banda passar cantando cantigas de amor, como na música de Chico Buarque.
Porque a banda passa e só deixa saudade.
Jesus busca e muda sua vida!
Independente de quem for, de como estiver, Ele busca o pecador.
Não pense que você precisa estar com uma vida santa para ver Jesus.
Em Jericó deveria haver muita gente com bem menos pecados que Zaqueu.
Mas Jesus buscava a Zaqueu.
Porque Jesus busca o pecador, como Zaqueu, como eu, como você.

Jesus acolhe o pecador

Para os padrões do judaísmo a honra era mais importante que os bens e a riqueza.
Jesus tinha acabado de dizer isso aos seus discípulos: mais fácil fazer um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.
Por isso, Zaqueu, apesar de rico, está fora da festa.
E ficar fora da festa é sempre ruim.
Mas Jesus o encontrou no meio da multidão.
Quando Jesus busca a ele, dizendo que deve ir à sua casa para comer com ele, deve achar estranho.
“Será que sou eu mesmo?”
Jesus acolhe justamente aquele que não é acolhido por ninguém ali.
E todos os que queriam e esperavam ser acolhidos por ele ficam só na vontade.
Porque Jesus acolhe o publicano, o opressor, de um Estado opressor, odiado e pecador.
E por isso é criticado.
Se em algum momento da sua vida, você pensou que não merece ser acolhido por Deus, você está absolutamente certo.
Porque não merecemos mesmo.
Somos pecadores.
Nós pecamos e pecado é coisa séria.
Afastam de Deus!
Mas não estamos no negócio do mérito.
Com Jesus, não existe meritocracia.
Quem achava que merecia, ficou reclamando na praça.
Mas quem levou Jesus pra casa foi Zaqueu!
Porque o relacionamento com Jesus é determinado por Ele.
Ele quer um relacionamento íntimo com Zaqueu, porque comer na casa de alguém era um ato de intimidade.
Se ele acolhe um homem como Zaqueu, é porque acolhe a quem quiser, do jeito que estiver.
Ele nos busca.
E nos acolhe justamente por sermos pecadores.
De forma incondicional.
Como somos, como estamos.
Com nossas imperfeições.
Nossos pecados.
Jesus não disse a Zaqueu para ele mudar sua vida ou arrumar a casa antes.
Disse apenas: desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.
Ele vem até nós, e vem para desconstruir e reconstruir nossa vida em um relacionamento conosco que nos transformará.
Quando Jesus diz a Zaqueu que deve hospedar-se em sua casa naquela mesma noite, o verbo que aparece no idioma original, que se traduz por hospedar, também é usado para destruir, ou desconstruir.
Ele o acolhe como é, como está, porque Jesus acolhe o pecador que Ele busca.

Jesus transforma o pecador

Zaqueu, como encarregado da coletoria de impostos, enriqueceu, mas vive sozinho.
O texto não diz se ele tem família.
E se tem, deve sofrer a vergonha de viver com um homem sem honra.
Vergonha, medo, solidão.
Não está escrito o que eles conversam durante a ceia, mas no meio dela, Zaqueu se compromete a dar metade de tudo o que tem aos pobres.
E ressarcir 4 vezes mais a quem tenha prejudicado.
Mais do que a Lei mandava.
É um tipo de exagero usado no Hebraico para mostrar o tamanho do comprometimento de Zaqueu.
Ele se compromete a fazer exatamente o que Jesus tinha falado a um jovem rico para fazer, quando perguntou o que precisava fazer para tornar-se seu seguidor.
Porque para Zaqueu, é mais importante seguir a Jesus que continuar rico.
Mas entenda-se, isso não vem de Zaqueu.
É fruto da transformação que a presença de Cristo em sua vida operou.
No momento em que deixa Jesus entrar em sua vida, é transformado.
O que antes era importante, deixa de ser.
O que tinha valor, passa a ser algo que ele deve dar e não tirar.
Neste momento, Zaqueu, deixa de ser o Publicano.
Ele pode voltar a ser chamado de Zaqueu, puro, como significa o seu nome em Hebraico.
E Jesus diz que houve salvação naquela casa!
E diz que ele, antes deprezado, é também filho de Abraão, ou seja, parte do povo de Deus!
Quando Jesus entra em nossa vida, ele nos transforma.
Ele nos dá Salvação!
Aquilo que nos dava alegria e satisfação ficam apenas na memória como algo de menor importância, pois passamos a viver para a glória de Deus.
Somos libertados de tudo o que nos escraviza.
Sejam vícios, sofrimento, luto, incerteza.
Porque a nossa certeza é a Salvação por Cristo Jesus, que morreu por nós.
O sofrimento é passageiro.
E vício nenhum é maior do que o nosso Deus!
Podem vir dificuldades, doenças, até momentos de sofrimento, mas nossa vida está nas mãos de Deus.
Se estamos Nele, tudo isso passa.
Viver com Ele é sempre melhor.
E vamos melhorando a cada dia, com Ele e por causa Dele.
Porque Jesus busca o pecador, acolhe o pecador para transformar sua vida, dando a ele um novo início.

Conclusão

Assim como Jesus buscou Zaqueu, o acolheu e o transformou, Ele pode fazer com você.
Assim como Zaqueu, somos pecadores.
Assim como Zaqueu, temos vontade de conhecer mais a Jesus.
Se Jesus apenas passar por sua vida, você perderá a chance de um encontro com ele.
Tem gente que vive na Igreja durante anos, apenas vendo Jesus passar.
Se Ele escolheu você, quer mais do que apenas ser visto, ou ser um nome para ser mencionado em cânticos e orações.
Ele quer um relacionamento com você.
Quer transformar sua vida.
Se Jesus já foi ao seu encontro, abra o seu coração para ser acolhido por ele.
Se você já fez isso, entregue sua vida a Ele para que ela possa ser transformada.
A vida de Zaqueu começou a ser transformada quando Jesus o acolheu, mas não parou ali.
Ela continuou a ser transformada.
Você pode ser transformado, ainda que ache que a transformação necessária é muito grande.
Onde existem dúvidas, com Jesus, haverá fé.
Nele, porque nele podemos confiar
Porque Ele tem todo o poder.
Ele venceu a própria morte!
Se você já tem este relacionamento com Jesus, não impeça os outros, como o povo que criticou Jesus quando Ele foi para a casa de Zaqueu.
Todos somos pecadores e não nos cabe julgar quem merece ser acolhido e transformado por Jesus, porque como disse antes, não estamos no negócio do mérito.
Ao contrário, mostre Jesus às pessoas que não O conhecem.
Diga o que Ele fez na sua vida, como ela foi reconstruída, restaurada e reformada pela graça de Jesus.
Levante nas pessoas que não conhecem Jesus a mesma curiosidade e expectativa que fizeram Zaqueu subir em uma árvore para ver Jesus passar.
Ele vai buscar esta pessoa, como ela é, acolhê-la e transformar a sua vida.
Porque Ele veio buscar e salvar o perdido, dando a ele uma nova vida.
Pecadores como Zaqueu, como nós.
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