Servindo como Jesus - Mc 10.32-45
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Handout
introdução
introdução
Jesus não deixa dúvida do que veio fazer na terra, e Marcos registra isto 3 vezes em seu evangelho;
Mc 8.31ss
Mc 9.30ss
E a última vez aqui no texto que lemos.
O que fica evidente é que Jesus deseja que vivamos uma vida focados nEle e na obra que ele realizou, afinal é isto que nos faz discípulos seus, a fé em sua perfeita obra.
Mas este texto, não tem como objetivo apenas nos fazer observar a obra de Cristo, mas como muitas vezes reagimos a sua obra.
A pergunta que fica é, que tipo de fé nós temos?
Essa pergunta é importante, e precisamos analisá-la.
Tenho percebido que nossa fé, tão simbólica, tão significativa tem tomado formas seculares, com isso quero dizer que muitas de nossas igrejas tem sido afetadas pelo nosso tempo.
Dias destes eu lia sobre a evolução do marketing, e um marketeiro com uma carreira brilhante, disse que o marketing não se trata apenas de ajudar as pessoas a tomarem uma decisão na compra de um produto, mas criar comportamentos de consumo.
Neste sentido, nossas igrejas tem assumido o marketing como ferramenta de crescimento, a igreja, que deveria ser conhecida como baluarte da verdade, sal da terra e luz do mundo.
Tem reunido entre seus membros, muitos consumidores, pessoas a procura de bons programas, boa estrutura, boa música e bons sermões.
A igreja tem se tornado nesse tempo como uma espécie de restaurante espiritual, com um menu de serviço para satisfação dos consumidores.
Me parece que os discípulos apresentam este tipo de comportamento diante da predição de Jesus de sua morte.
35 Então se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: — Mestre, queremos que o senhor nos conceda o que vamos pedir.
36 E Jesus lhes perguntou: — O que querem que eu lhes faça?
37 Eles responderam: — Permite-nos que, na sua glória, nos assentemos um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Jesus previu o derramar de sua vida na morte em serviço de amor para a salvação de pecadores.
E os discípulos estão pensando em termos de consumo.
Eles pensam, o que eu posso ganhar com a morte de Jesus, como eu posso me beneficiar?
Na verdade, diante de Jesus nosso coração sempre será exposto, e no caso em questão, o coração dos discípulos apresentou egoísmo, em forma de desejo por poder e influência.
Enquanto Jesus está pensando em termos de morrer para salvar, eles estão pensando em como garantir um cargo importante no reino de Jesus.
Mas calme, não seja tão rude com estes discípulos, não seja tão rápido em julgá-los.
Pois talvez ao olhar no espelho das escrituras, você se encontre no mesmo lugar destes discípulos.
Quantas vezes pensamos a relação com Jesus em termos do que conseguiremos conquistar, ou pensamos a relação apenas como chegar no céu.
Estes discípulos estão pensando que Jesus está subindo a Jerusalém para derrubar o governo romano e assumir o trono, os irmãos Tiago e João querem os cargos mais importantes.
38 Mas Jesus lhes disse: — Vocês não sabem o que estão pedindo. Será que podem beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?
39 Eles responderam: — Podemos. Então Jesus lhes disse: — Vocês beberão o cálice que eu bebo e receberão o batismo com que eu sou batizado.
40 Quanto a sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo, pois é para aqueles a quem está preparado.
Precisamos olhar para este texto com atenção, pois temos sido desafiados pelo evangelho semana a semana a conhecermos a Deus, vivermos em comunidade e a servirmos a Jesus.
Aprendemos que a caminhada com Jesus requer renúncia, requer amar a Deus em primeiro lugar, carregar a Cruz e abandonar tudo que nos prende.
Mas muitas vezes, vivemos a fé sem entender as implicações dela.
Jesus anuncia seu sacrifício como máxima de pensar nos outros, e nós pensamos em nós mesmos, ele fala de sofrimento é nos pensamos em bem estar.
Observe como ele responde seus discípulos.
Explicar os versos 38 a 40.
Cálice e batismo estão explicados em 23-34.
Falar do Martírio dos dois.
A situação até aqui já é muito vergonhosa para os irmãos, mas fica pior ainda.
Como disse, diante de Jesus nossos interesses são sempre revelados, o desejo de ver Jesus a fim de consumir o que ele dava, e serem grandes em seu reino não era só um problema no coração dos dois irmãos, mas de todos os discípulos.
Veja;
41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar indignados com Tiago e João.
Jesus começou a conversa com Eles falando de como salvaria seu povo, de como serviria de sacrifício substitutivo pelos pecados, mas eles estão pensando unicamente em seu benefício.
E mais uma vez somos tentados a perguntar:
Como esses tolos podem continuar a não perceber a grandeza da obra de Cristo?
Mas seria correto pensarmos:
O que nós não estamos conseguindo perceber diante da obra de Jesus por nós?
Ao olharmos para Cruz, não devemos pensar em termos de grandeza e glória, no que ganharemos, que destaque teremos, mas em como podemos ser humildes e servir como Jesus.
A única grandeza da Cruz é porque Jesus morreu nela, a nossa glória oriunda da Cruz não é sermos grandes, mas nos tornarmos humildades para seguirmos o caminho de Jesus e servirmos como ele serviu.
Jesus nunca deseja nos deixar enganados em nossa percepção.
Afinal ao nos chamar, ele está nos chamando a uma revolução, a fazer discípulos.
42 Mas Jesus, chamando todos para junto de si, disse: — Vocês sabem que os que são considerados governadores dos povos os dominam e que os seus maiorais exercem autoridade sobre eles.
43 Mas entre vocês não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a serviço dos outros;
44 e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que seja servo de todos.
Jesus os chama para perto, ao invés de repreendê-los com dureza, ele os ensina.
Ele disse que os discípulos estão pensando em posição, poder, grandeza, influência.
Jesus denuncia nosso coração, estamos andando com Jesus, aquele que pensou em nós, morreu por nós, para nos salvar, focamos em nós mesmos.
Vejamos o exemplo que Jesus usou para corrigir seus seguidores.
Quando Jesus disse "Mas entre vós não será assim", o que acha que ele quis dizer?
Será que está dizendo que devemos nos afastar e não ter mais nada a ver com a sociedade e as pessoas a nossa volta?
Não.
Na verdade, o princípio que ele está apresentando aqui de forma bem explícita já foi mostrado anteriormente, no capítulo 29 do livro do profeta Jeremias.
A nação de Israel havia sido destruída pelo Império Babilônico, e muitos foram levados cativos para o exílio.
Qual era a atitude que se esperava deles em relação à sociedade da Babilônia, na qual viviam como exilados?
Eles poderiam tentar viver somente entre seu próprio povo, não tendo nada a ver com a sociedade babilônica. Ou poderiam ter tentado se infiltrar na Babilônia e usar táticas de guerrilha para tomar o poder.
Mas o que Deus disse a eles?
7 Procurem a paz da cidade para onde eu os deportei e orem por ela ao Senhor; porque na sua paz vocês terão paz.
Em outras palavras, quero que se empenhem pela prosperidade da Babilônia.
Quero que façam dela um grande lugar para se viver.
Quero que sirvam seu próximo, muito embora eles falem uma língua diferente e não creiam naquilo em que vocês creem.
E não quero que façam isso apenas por obrigação.
A ordem para que orem ao Senhor em favor da Babilônia é um outro jeito de dizer que a amem.
Amem a Babilônia, orem por ela, façam dela um lugar próspero, repleto de paz, o melhor lugar para se viver.
Se a Babilônia prosperar por meio de seu servir, vocês também prosperarão.
Jesus deseja nos dizer que, o caminho para ganhar influência não é assumindo o poder.
A influência que se ganha por meio do poder e do controle não transforma de fato a sociedade; não muda os corações.
Jesus chamou os discípulos e nos chama a adotarmos uma abordagem completamente diferente.
Sejamos amorosos, de forma tão sacrificial, que as pessoas à sua volta, que não creem naquilo em que cremos, logo não serão capazes de imaginar o lugar sem a nossa presença.
Elas passarão a confiar em nós porque verão que não estamos interessados apenas em nós mesmos, mas nelas também.
E quando elas voluntariamente começarem a olhar para você, atraídas pelo modo com serve e ama os outros, você exercerá verdadeira influência e tudo isso por meio do Evangelho que vive e prega.
Quem é o exemplo máximo de serviço como somos chamados a servir?
O próprio Jesus, é claro.
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Como ele reage a seus inimigos?
Ele não convocou legiões de anjos para derrotá-los, mas morreu pelos pecados deles e enquanto morria, orou por eles.
Se no centro de nossa cosmovisão estiver um homem que morreu por seus inimigos, então, nossa maneira de conquistar influência e grandeza na sociedade será através do serviço, e não de poder e controle.
Mas como poderemos viver assim, como poderemos pensar nos outros para além de nós mesmos?
Só poderemos viver servindo como Jesus serviu, se entendermos que precisamos ser resgatados por Jesus.
Resgatados do pecado, resgatados do orgulho e egoísmo que nos leva a pensar na vida como se fôssemos o centro de tudo.
Como podemos fugir da armadilha de pensar constantemente em nós mesmos e sermos servos como Jesus?
Precisamos crer em Jesus.
Explicar melhor a obra de Cristo.
Se ele de fato é o sacrifício substitutivo, se ele pagou por nossos pecados, se ele provou ao nosso coração inconstante e inseguro que valemos tudo para ele, então temos nele tudo de que precisamos.
Se temos a Cristo e Cristo é tudo que precisamos, não precisamos pensar em termos de garantir um lugar o Reino, pois este reino já nos pertence.
Devemos então compartilhar o Evangelho do reino, devemos servir as pessoas, pois em Cristo, temos o Deus encarnado que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate.
Não fazemos coisas boas para nos ligarmos a Deus ou para nos sentirmos melhor em relação a nós mesmos.
Que melhoria de nossa autoimagem essas boas obras trariam, em comparação com o que recebemos a partir da compreensão do motivo de Jesus ter morrido por nós e do quanto ele nos ama.
Se você realmente compreender a cruz, será arremessado ao mundo em jubilosa humildade e serviço.
Somente o evangelho fornece a você a motivação para viver servindo como Jesus.
Conclusão
Conclusão
O conde Nicholas Von Zinzendorf, um nobre alemão que nasceu em meio a grande riqueza, poder e privilégios e viveu de 1700 a 1760, foi um dos fundadores da igreja moraviana.
Ao longo dos anos, ele gastou praticamente toda a sua fortuna em boas obras, doando-se pelos outros.
Por quê? O que aconteceu para motivá-lo a agir dessa forma tão radical?
Aos dezenove anos, ainda bem jovem, ele foi enviado a conhecer todas as capitais da Europa, a fim de completar sua educação.
Certo dia, ele se viu em uma galeria de arte de Düsseldorf, mirando um quadro de Domenico Feti, Ecce homo, que retratava Jesus com uma coroa de espinhos.*
Essa imagem do Senhor sofredor comoveu Zinzendorf profundamente.
Abaixo da pintura o artista colocou uma inscrição, com palavras que Jesus poderia ter dito a qualquer uno de nós.
Fiz tudo isso por ti; o que fazes tu por mim?