SERMÃO - APOC 2.8-11 - Est. 06 - ESMIRNA - Fidelidade a Toda Prova

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Apocalipse 2.8-11ESMIRNA: Fidelidade a Toda Prova
©Rev. Saulo Pereira de Carvalho - 14.03.2021 - (Barclay/Hendricksen/Kistemaker/Ladd/Lopes/Pohl/Simeon/Vieira/Wiersbe/Wilcock/LOGOS)
Introdução
ÉFESO: 1. Deus Reconhece nossas Qualidades - vs. 2,3,6 / 2. Deus Aponta nossos Defeitos – v. 4 / 3. Deus Concede uma Oportunidade – v. 5, 7
Tudo o que Jesus diz nesta carta à igreja de Esmirna tem a ver com a cidade e com a igreja:
1) uma igreja pobre numa cidade rica. Esmirna era rival de Éfeso, a cidade mais bela da Ásia Menor. Era considerada o ornamento, a coroa e a flor da Ásia. Cidade comercial, onde ficava o principal porto da Ásia. Hoje essa é a única cidade sobrevivente, com o nome de Izmir, na Turquia asiática, com 255.000 habitantes.
2) uma igreja que enfrenta a morte numa cidade que havia morrido e ressuscitado. Esmirna havia sido fundada como colônia grega no ano 1.000 a.C. No ano 600 a. C., os lídios a invadiram e destruíram por completo. No ano 200 a. C., Lisímaco a reconstruiu e fez dela a mais bela cidade da Ásia. Quando Cristo disse que estivera morto, mas estava vivo, os esmirneanos sabiam do que Jesus estava falando. A cidade estava morta e reviveu.
3) uma igreja fiel a Cristo na cidade mais fiel a Roma. De todas as cidades orientais havia sido a mais fiel a Roma. antes de Roma ser senhora do mundo, Esmirna já era fiel a Roma. Para a igreja dessa cidade, Jesus disse: “Sê fiel até à morte”.
4) uma igreja vitoriosa na cidade dos jogos atléticos. Esmirna tinha um estádio onde todos os anos se celebravam jogos atléticos, os jogadores disputavam uma coroa de louros. Para os crentes dessa cidade, Jesus prometeu a coroa da vida.
Ser cristão em Esmirna era um risco de perder os bens e a própria vida. Essa igreja pobre, caluniada e perseguida só recebe elogios de Cristo. A fidelidade até à morte era a marca dessa igreja.
Como podemos aprender, com essa igreja, a sermos fiéis?
Tendo uma visão correta da Vida Cristã (Ap 2:8–9)
Há quatro coisas que precisamos destacar, se queremos ter uma visão correta da vida Cristã:
A) tribulação (2:9) = um aperto, um sufoco, um esmagamento. A igreja estava sendo espremida por um rolo compressor.
Os crentes em Esmirna estavam sendo atacados e mortos.
B) pobreza. não advinha somente da sua situação econômica normal, mas do confisco de propriedades, de bandos hostis que os saqueavam e da dificuldade de ganhar a vida em um ambiente hostil.
A pobreza não é maldição. “Bem-aventurados os pobres” (Lc 6:20). ptocheia é o que não tem nem sequer o essencial.
C) difamação. Os judeus estavam espalhando falsos rumores a respeito dos cristãos. As mentes estavam sendo envenenadas contra os crentes de Esmirna. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a arma das acusações levianas são “Sinagoga de Satanás”.
Os judeus se consideravam o genuíno povo de Deus, os filhos da promessa, a comunidade da aliança, mas ao rejeitarem o Messias e perseguirem a igreja de Deus, estavam se transformando em Sinagoga de Satanás (Rm 2:28–29).
A religião deles foi satanizada. Tornou-se a religião do ódio, da perseguição, da rejeição da verdade. Quem difama Cristo ou O degrada naqueles que O confessam promove a obra de Satanás e guerreia as guerras de Satanás.
Os crentes passaram a sofrer várias acusações levianas: 1) Canibais – por celebrarem a ceia com o pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2) Imorais, por celebrarem a festa do Ágape antes da Eucaristia; 3) Divididores de famílias, uma vez que as pessoas que se convertiam a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Cristo; 4) Ateísmo, por não se dobrarem diante de imagens dos deuses; 5) revolucionários, por se negarem a dizer que César era o Senhor.
D) prisão. Alguns crentes de Esmirna estavam enfrentando a prisão. A prisão era a ante-sala do túmulo. Os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente os prisioneiros morriam de fome, de pestilências, ou de lepra.
Tendo uma Visão Correta da Opinião de Jesus sobre nós (Ap 2:9)
A igreja de Esmirna era uma igreja pobre: isso porque os crentes vinham das classes mais baixas, e muitos eram escravos. Pobres, porque seus bens eram tomados, saqueados e eram perseguidos e até jogados nas prisões.
Além disso, os crentes não se corrompiam. Era uma igreja espremida, sofrida, acuada.
Embora a igreja fosse pobre financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não tinha tesouros na terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica diante de Deus.
Como se você tivesse um saco de moedas de 1 Real, e para cada moeda que alguém tirasse, outra pessoa colocasse uma moeda de ouro em seu bolso... Você estava ficando pobre por um lado, mas milionário por outro....
Nós podemos ser ricos para com Deus, ricos na fé, ricos em boas obras. E desfrutar das insondáveis riquezas de Cristo.
Tendo uma Visão Correta de como Honrar a Deus (Ap 2:10)
Aqueles crentes eram pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo encorajados a enfrentar a própria morte, se fosse preciso.
A questão em destaque aqui não é ser fiel até o último dia da vida, mas fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. É preferir morrer a negar a Jesus.
Jesus foi obediente até à morte e morte de cruz. Ele foi da cruz até à coroa. “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Desta forma, a igreja de Esmirna não é candidata à morte, mas à vida.
Policarpo, o bispo da igreja, discípulo de João, foi martirizado no dia 23/02/155 d.C. Ele foi apanhado e arrastado para a arena. Tentaram intimidá-lo com as feras. Ameaçaram-no com o fogo, mas ele respondeu: “Eu sirvo a Jesus há 86 anos e Ele sempre me fez bem. Como posso blasfemar contra o meu Salvador e Senhor, que me salvou?” Os inimigos furiosos, queimaram-no vivo em uma pira, enquanto ele orava e agradecia a Jesus o privilégio de morrer como mártir.
Tendo uma Visão Correta do Cuidado de Deus Conosco (Ap 2:9–11)
Jesus conhece quem somos e tudo o que acontece conosco (2:9). Este fato é fonte de muito conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas tribulações é alguém com quem partilhá-las.
Nossa vida não está solta, ao léu. Nosso Senhor não dormita nem dorme. Ele está olhando para você. Ele sabe o que você está passando. Ele conhece a sua tribulação. Ele sabe das suas lutas. Ele sabe das suas lágrimas.
Ele sabe que diante dos homens você é pobre, mas ele sabe os tesouros que você tem no céu. Jesus sabe das calúnias que são assacadas contra você. Sabe o veneno das línguas mortíferas que conspiram contra você. Sabe que somos pobres, mas ao mesmo tempo ricos. Sabe que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a coroa da vida.
Jesus, também, permite o sofrimento com o propósito de lhe provar, e não de lhe destruir (2:10). A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de Jesus é provar você.
Os judeus estão furiosos. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas quem realiza seus propósitos é Deus.
O fato de Deus estar no controle não quer dizer que Satanás esteja impedido de inflingir dor. Não há uma só passagem no Novo Testamento que prometa uma vida isenta de sofrimentos, aliás, como é notório, sem cruz não há coroa.
O fogo das provas só queimará a palha, porém tornará você mais puro, mais digno, mais fiel. Jesus estava peneirando a sua igreja para arrancar dela as impurezas. O nosso adversário tenta para destruir; Jesus prova para refinar.
Precisamos olhar para além da provação, para o glorioso propósito de Jesus. Precisamos olhar para além do castigo, para o seu benefício. O rei Davi disse: “Foi-me bom passar pela aflição para aprender os teus decretos” (Sl 119:71).
V. 10 - “Não temas as cousas que tens de sofrer.” Três verdades estão aqui presentes: a primeira é que o sofrimento é certo, não tem como ser evitado; a segunda é que será limitado por Deus; a terceira é que será breve.
Assim como aconteceu com Jó, Deus diria para o diabo em Esmirna: “Até aqui e não mais”. O diabo só pode ir até onde Deus o permite. Quem está no controle da nossa vida é o Rei da glória. Não tenha medo!
Ele diz para a Sua igreja: “Não temas as cousas que tens de sofrer.” Ele tem poder para consolar, porque Ele foi tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos socorrer, porque trilhou o caminho do sofrimento e da morte e venceu.
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (2:11).
“O vencedor não sofrerá o dano da segunda morte” (2:11). Podemos enfrentar a morte e até o martírio, mas escaparemos do inferno que é a segunda morte, e entraremos no céu, que é a coroa da vida. Precisamos ser fiéis até à morte, mas então a segunda morte não poderá nos atingir e então a coroa da vida nos será dada.
Aplicação
Nossa fidelidade a Deus não nos impedirá de passar por sofrimento. Pelo contrário, “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.12)...
Não tenha uma visão romântica da vida cristã. Hoje Jesus espera do Seu povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos negócios, na fé. Não venda o seu Senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu Senhor, por um prato de lentilhas como Esaú. Não venda sua consciência por uma barra de ouro como Acã.
Nossa infidelidade aos princípios de Deus pode nos trazer uma “vida boa e tranquila”, mas trará também a reprovação de Deus...
Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu namoro, seu emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que aqueles que são perseguidos por causa da justiça são bem-aventurados (Mt 5:10–12). O servo não é maior do que o seu senhor. O mundo perseguiu a Jesus e também nos perseguirá.
Alguns sofrimentos a que somos submetidos não serão abolidos por Deus. Não houve para a igreja de Esmirna uma palavra de “libertação” dos sofrimentos. Paulo: “a minha graça de basta”...
Aqueles que forem fiéis no pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: “Bom está servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor.”
"Parece que quanto mais você tenta fazer a coisa certa, mais problemas ocorrem." Como você responde a isso? Você deve dizer em termos retumbantes, "Certo! Esse é precisamente o caso.
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