SERMÃO - APOC 1.9-20 - Est. 04 - O Mensageiro de Jesus Cristo
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Apocalipse 1.9-20 – O Mensageiro de Jesus Cristo
©Rev. Saulo Pereira de Carvalho - 28.02.2021 - (Barclay/Hendricksen/Kistemaker/Ladd/Lopes/Pohl/Simeon/Vieira/Wiersbe/Wilcock/LOGOS)
Introdução
1.1-3 – A Revelação de Jesus Cristo / 1.4-6 – A Graça de Jesus Cristo / 1.7-8 – A Volta de Jesus Cristo
Esse texto é a introdução da Mensagem que Jesus envia às sete igrejas da Ásia = todas as igrejas em todos os tempos
Patmos é uma pequena ilha rochosa e estéril. Tem quatorze quilômetros de comprimento por sete de largura.
O Contexto de João: Preso em Patmos – v. 9-11
”irmão vosso e companheiro” – João não se sente melhor do que os demais irmãos nem se enaltece por ter recebido uma alta revelação... A condição de porta-voz de Deus não anula a condição de irmão.
Somente aquele que suportou a dor pode falar sobre a dor a outros. Você ouve alguém falar de heroísmo se essa pessoa teve uma vida de herói...
”Tribulação, reino, perseverança”. "tribulação" = "pressão" (como uma rocha sobre o corpo de um homem). Se refere à pressão constante a que o cristão é submetido durante sua vida.
Depois, "reino" (glória), no qual desejavam entrar e que estavam esperando. Nele descansavam seus corações.
"Perseverança" = hupomone = PACIÊNCIA, e não se refere ao que espera pacientemente de braços cruzados, submetendo-se passivamente à maré dos acontecimentos; refere-se, pelo contrário, ao espírito de coragem e conquista que é capaz de transformar ainda a mais cruel derrota numa vitória, o sofrimento em glorioso triunfo.
Há somente um caminho entre a tribulação e o Reino, entre a aflição e a glória, e este caminho era a paciência ativa, a capacidade de suportar com heroísmo e de vencer ainda nos transes mais dramáticos e dificultosos.
O caminho ao reino é um caminho de coragem e resistência ativa. Ninguém que prefira a comodidade ou as coisas fáceis, que seja frouxo de corpo ou de espírito, completará a viagem mais maravilhosa que os homens possam fazer.
E o próprio Jesus é o exemplo maior disso.
”ilha de Patmos, por causa...” - João cumpria uma condenação penal nessa ilha, durante o reinado de Domiciano, por causa da sua fidelidade à Palavra e de seu testemunho sobre Jesus Cristo.
João era um líder cristão = eram considerados criminosos. Não foi executado imediatamente, mas talvez teve que fazer trabalhos forçados nas minas.
”em espírito no dia do Senhor” – DIA DO SENHOR = Domingo (primeira referência na Bíblia).
O sábado, último dia da semana, comemora o descanso de Deus depois de ter completado a criação do mundo.
O Dia do Senhor comemora a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo... e a igreja fez a transição
”em Espírito" = estado de êxtase, acima das coisas materiais, no mundo da eternidade e de Deus.
”voz como de trombeta” = som claro e penetrante da trombeta. A voz de Deus soa com o som claro e distinto de uma trombeta que nos convoca à ação.
V. 11 - João está usando o número sete de modo simbólico para transmitir a ideia de completude. Assim, nenhuma igreja jamais é excluída, pois Jesus tem uma mensagem para cada uma.
A Visão de João: Jesus Glorificado – v. 12-18
João vê a igreja em duas figuras: sete estrelas e sete candeeiros. Tanto a estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir luz.
A igreja é a luz do mundo. Ela resplandece no mundo. Se uma lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada (2:5). A luz da igreja é emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de brilhar e as lâmpadas luzir, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo.
Os sete candeeiros são as sete igrejas, mas o que são os sete anjos (v. 16,20)? Anjos celestes, mensageiros, pastores ou uma figura da própria igreja?
Alguns eruditos entendem que “anjos” aqui são os pastores. Outros entendem que tanto os candeeiros como as estrelas falam da igreja como luzeiros de Deus no mundo.
O que importa é que Cristo está não apenas entre a igreja, mas a têm em suas próprias mãos.
Essas duas figuras, portanto, são um símbolo incomum para representar o caráter celestial e sobrenatural da igreja, seja através dos seus membros, seja através dos seus líderes.
• João vê dez características distintas do Noivo da igreja em sua glória e majestade:
1) Suas Vestes (v. 13) - Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina sobre nós.
2) Sua Cabeça (v. 14) - Falam da sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade.
3) Seus Olhos (v. 14) - Falam da sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda.
4) Seus Pés (v.,1.5) - Isso fala da sua onipotência para julgar os seus inimigos. Convém que ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23).
5) Sua Voz (v. 15) - Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu julgamento. No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é a única a ter razão.
6) Sua Mão (v. 16) - A mão direita é a mão de ação, com a qual age e governa. Isso mostra o seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo 10:28).
7) Sua Boca (v. 16) - Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador no capítulo 19 é a Espada que saía da sua boca (19:5).
Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial, e precisamente sem contestação. No seu retorno, Jesus derrubará os iníquos com o sopro da sua boca (2Ts 2.8).
8) Seu Rosto (v. 16) - A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o brilho dos candeeiros. No monte Jesus foi transfigurado diante de Pedro, Tiago e João, e seu rosto "brilhou como o Sol" (Mateus 17:2).
9) Sua Eternidade - O Primeiro e o Último (v. 17) - Ele é o criador, sustentador e consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte.
10) Sua Vitória Triunfal (v. 18) - João está diante do Cristo da cruz, que venceu a morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno.
Quem tem as chaves tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna.
A reação de João diante da visão do Cristo da glória foi um Profundo quebrantamento (v. 18) - "Quando o vi, cai a seus pés como morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai aos seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus.
Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar.
A Tarefa de João: Escrever o que Testemunhou – v. 19-20
A ordem era que escrevesse tudo que viu, e que ainda viria depois.
”mistério” = algo que não tem significado para aquele que é incapaz de decifrar seu sentido oculto, por não possuir
a chave ou o conhecimento inicial adequado. O mistério é claro e simples para os que estão no segredo.
O Cristo ressuscitado, então, dispõe-se a dar o significado oculto das sete estrelas e os sete candelabros.
“O que você viu” aponta para a aparição de Jesus a João (1.9–20).
“As que são” se refere ao estado espiritual das sete igrejas (cap. 2 e 3).
“As que depois destas hão de acontecer” alude ao período que abarca o tempo de João até o retorno do Senhor.
APLICAÇÃO
1. Não importa quem seja a pessoa, qual seja sua condição ou situação, quão dura seja sua vida, sempre é possível estar "em Espírito". E se a gente estiver em Espírito, mesmo em Patmos, a glória e a mensagem de Deus virão. Não há situação da vida na qual o Espírito não possa nos falar. E quando o Espírito nos fala, conhecemos a glória de Deus, até em Patmos.
2. Aqueles que sofrem muito por seu Senhor podem esperar manifestações peculiares de seu poder e amor
3. Devemos ser gratos por nosso Senhor se revelar para nós agora através do meio dos homens, e da palavra escrita
4. Quanto mais brilhantes as descobertas que temos de Cristo, mais seremos humilhados na poeira diante dele.