Sem título Sermão (6)
A fé preciosa
Futuro glorioso
[…] obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma (v. 9). O “fim da vossa fé” não significa o término da fé. Nesse caso a palavra “fim” não significa o ponto final de uma jornada, um destino; significa um objetivo, uma meta ou um propósito, e Pedro diz que o propósito último da nossa fé é a salvação da nossa alma. Isso pode ser entendido de dois modos. Pode significar a salvação da nossa pessoa ou, mais especificamente, a salvação da nossa alma como distinta do nosso corpo. As Escrituras de fato nos prometem que a consumação final da nossa salvação incluirá a redenção do corpo, mas a primeira experiência ao entrarmos no céu ocorre quando nossa alma é elevada à presença de Cristo.
Pedro está dizendo que o presente que suportamos deve ser entendido à luz do futuro glorioso que Deus preparou para nós. Cínicos seculares veem isso como uma teologia de promessas vazias. O termo secularismo significa que o hic et nunc, o “aqui e agora” é tudo o que há. Não há dimensão eterna, e o sagrado é absorvido pelo secular. Ouvimos tanto ceticismo em relação à nossa esperança futura de glória que quase não sentimos mais o seu gosto.
Um dos maiores testemunhos da história norte-americana sobre a alegria cristã em meio ao sofrimento foi expresso por escravos no passado. A existência dos escravos era miserável. Eles eram vendidos em lotes, os maridos separados das esposas, as mães separadas dos seus filhos. Eles eram comprados e vendidos, eram acorrentados e viviam em condições subumanas. Havia cristãos entre eles, e eles cantavam sobre sua fé. O escravo olhava para o céu, para além de suas circunstâncias imediatas, e cantava:
Balance devagar, doce carruagem,
Que vem para me levar para casa.
Olhei sobre o Jordão, e o que foi que eu vi?
Vindo para me levar para casa,
Um grupo de anjos que vem após mim,
Vindo para me levar para casa.
Esse é o sentimento sobre o qual Pedro fala às pessoas em meio ao sofrimento e provação delas.