A santidade é fruto do conhecimento

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Tema: Série Expositiva em Colossenses | Parte 3 | Versos 9-11
Local: 18ª Igreja Presbiteriana Renovada de Goiânia
Data: 22/01/2023
Texto chave: Colossenses 1:9-12
Colossenses 1.9–12 (ARA) 9 Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, 12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.

1. RELEMBRANDO A ÚLTIMA MENSAGEM

1.1. Ação de graças pelos complicados

1.2. Os pilares da fé cristã

A tônica de Paulo nesta oração de ações de graças pela vida dos Colossenses está baseada na tríade cristã: , Amore Esperança.

1.3. O evangelho da verdade

A PARTIR DAQUI MENSAGEM NOVA

1.4. Não basta ouvir o evangelho, tem que entender

Colossenses 1.5–6 (ARA)
5 por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, 6 que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade;
No evangelho de Jesus ensina que a falta de entendimento revela a não conversão verdadeira, vejamos:
Mark 4:10–12 ARA
10 Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. 11 Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, 12 para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles.
A falta de entendimento é algo perigoso para o cristão. Como pode alguém dizer que segue Jesus, e não conhecer bem quem é esse Jesus e o que Ele ensina?
No evangelho de Mateus Jesus nos adverte de algo parecido:
Mateus 22.37 (ARA)
37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Note que um aspecto importantíssimo em relação ao amar a Deus é o entendimento. Sem entendimento de sua palavra, de sua vontade que está revelada na bíblia, não tem como amarmos a Deus.
Sabendo que o entendimento é fundamental para a salvação de uma pessoa, o que o diabo faz:
2Coríntios 4.4 (ARA)
4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
A cegueira no entendimento não é para que a pessoa não veja a Cristo. A cegueira é para que não entendam o ensino do evangelho, pois é o conteúdo do evangelho que é a fé instrumental, o meio pelo qual a pessoa entende o caminho da salvação.
Muitas pessoas enxergam Cristo, sabem quem Cristo é. Não são cegas em relação a Cristo. Toda a multidão que acompanhavam a Cristo sabiam quem era Cristo, em pessoa, mas não conheciam o que se deve conhecer de Cristo para a salvação. Somente a revelação especial contém o caminho da salvação.

1.5. A necessidade de uma boa instrução

Colossenses 1.7–8 (ARA)
7 segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo, 8 o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.
Epafras, discípulo de Paulo, foi o professor deles. Tudo que Epafras aprendeu com Paulo em sua passagem por Éfeso, Epafras ensinou a igreja.
Deste verso 7 podemos extrair dois ensinamentos:
1.5.1. Primeiro, o evangelho necessita ser instruído
O evangelho precisa dos mestres para a instrução do povo. Se tem pessoas instruindo, logicamente tem pessoas ouvindo as instruções. O cristianismo é uma religião que necessita de entendimento, razão. Cristianismo sem instrução, sem ensino, baseado somente nas experiencias pessoais, não é cristianismo, é misticismo. O que distingue o verdadeiro cristão dos místicos, é o gosto pelo estudo, pela instrução, pelo entendimento, pelo conhecimento.
1.5.2. Segundo, necessita de fiéis ministros
Note que Paulo chama Epafras de fiel ministro. Mais uma vez usamos a mesma regra. Se Paulo faz menção à um fiel ministro do evangelho, é porque existem infiéis ministros do evangelho.
O fiel ministro é aquele que prega as escrituras, de forma consistente e expositiva, que não inventa moda, que se preocupa apenas em transmitir a palavra de forma direta, sem rodeios, agradando somente a Deus.

2. O CONHECIMENTO CONDUZ À SANTIDADE (9-12)

Agora nesta segunda perícope, veremos como Paulo enfatiza a necessidade do conhecimento da palavra de Deus e o que esse conhecimento pode trazer de benefícios à vida do cristão. Vamos ao texto novamente.
Colossenses 1.9–12 (ARA)
9 Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, 12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
Perceba que Paulo continua enfatizando a necessidade de conhecimento para desfrutar da Graça de Deus, inclusive da herança que nos é dada.
Algo muito importante devemos lembrar neste ponto. As heresias ensinadas na igreja de Colossos, não negavam a Cristo, pelo contrário, ensinavam o evangelho de Cristo. Mas eles diziam que era necessário mais alguma coisa, estavam sempre tentando criar algo novo para melhorar o evangelho de Cristo.
No capítulo 2, quando Paulo vai atacar os ensinos heréticos, Paulo diz no verso 18;
18 Não deixem que ninguém se faça de árbitro para desqualificar vocês, com pretexto de humildade e culto de anjos, baseando-se em visões, estando cheio de orgulho, sem motivo algum, na sua mente carnal...
Você é capaz de reconhecer alguns elementos de semelhança com coisas que vemos em nossos dias? Culto de anjos, culto da profecia, culto do milagre, culto da revelação, das visões....
Existem diversos cultos por aí, mas é difícil encontrar o culto para Jesus Cristo. Não é estranho? Em pleno século XXI, dois mil anos após sua morte e evangelho, 90% das pessoas que frequentam as igrejas não sabem nem o que significa o culto cristão.
E qual o problema? O mesmo dos judeus no Antigo Testamento.
Oséias 4.6 (ARA)
6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento....
Deus não é um ditador distante que dá ordens sem qualquer explicação. Uma vez que somos seus amigos, podemos saber o que está fazendo e por que está fazendo (Jo 15:13-15).
João 15.14–15 (ARA)
14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. 15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.
Ao estudar sua Palavra e orar, descobrimos verdades novas e empolgantes sobre a vontade de Deus para seu povo. Por isso nessa seção Paulo enfatiza o pleno conhecimento de Deus como uma ferramenta de viver de modo digno, vejamos:

2.1. A necessidade de o cristão conhecer a vontade de Deus (1.9 “a”)

9 Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Começo com uma pergunta:
Quem aqui gostaria de conhecer a vontade de Deus para sua vida???
Não seria muito bom se soubéssemos qual a vontade de Deus para nossa vida. Nossa vida seria bem melhor, evitaríamos os erros, os tropeções etc.
Pois é, tem muita gente que pensa o seguinte: Deus, na sua infinita sabedoria, escondeu sua vontade dos homens, como se fosse uma brincadeira de esconde-esconde, e agora, os homens precisam encontrar essa vontade secreta de Deus para viverem bem.
Daí, essa pessoa que pensa assim, vai até o “profeta” e diz: “minha vida está muito conturbada, ora pra mim, preciso saber qual a vontade de Deus para minha vida”
Conhecemos a vontade geral de Deus através das Sagradas Escrituras. Tudo quanto o homem deve saber está registrado na Palavra.
Paulo não pede apenas que os cristãos conheçam a vontade de Deus, mas que transbordem do pleno conhecimento.
Conhecer a vontade de Deus é vital para o crescimento espiritual.
A ênfase de Paulo está no conhecimento e não no sentimento.
Vivemos numa época em que as pessoas querem sentir e não pensar.
Elas querem experiências e não conhecimento.
Elas buscam experiencias sensoriais e não o racional.
Ora, o que Paulo está ensinado é que crer é também pensar, muito mais que orar, que tentar encontrar algo escondido, muito mais que sentir, CRER É PENSAR.
Conhecemos a vontade geral de Deus através das Sagradas Escrituras. Tudo quanto o homem deve saber está registrado na Palavra. Não devemos buscar a vontade de Deus fora das Escrituras, consultando “pessoas iluminadas”. A vontade de Deus não nos é revelada por sonhos, visões e revelações fora das Escrituras.
A plenitude que os gnósticos prometiam pelo conhecimento esotérico nos é oferecida na Palavra, pois dela transborda o pleno conhecimento da vontade de Deus. Não conhecemos a Deus e Sua vontade pelos atalhos do misticismo.
Mas como isso acontece? De que maneira os cristãos crescem no pleno conhecimento da vontade de Deus? As últimas palavras de Paulo em Colossenses 1:9 dão a resposta: "em toda a sabedoria e entendimento espiritual". Compreendemos a vontade de Deus pela Palavra de Deus.

2.2. Como chegar a esse pleno conhecimento? (1.9 “b”)

9 Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Depois de falar da necessidade de conhecer a plenitude da vontade de Deus, Paulo ensina à igreja o processo e o meio de chegar a esse conhecimento. Sabedoria e entendimento espiritual são os critérios pelos quais distinguimos essa vontade das atraentes “vontades” contrárias àquilo que Deus quer.
Parece redundante não é mesmo. Eu conheço a vontade de Deus, em sabedoria e entendimento. Ou seja, sabedoria e entendimento do espírito que gera conhecimento da vontade de Deus. Mas é isso mesmo, todos os processos envolvem a razão a mente humana, envolve a capacidade maravilhosa de conhecer.
2.2.1. Sabedoria
A verdadeira sabedoria, Sophia, está em Cristo. Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria. A sabedoria cristã é o conhecimento dos princípios de Deus exarados em Sua Palavra. Paulo não incentiva os colossenses a buscar visões, vozes ou profecias. Antes, ora para que eles possam aprofundar-se na Palavra de Deus e, desse modo, ter mais sabedoria e discernimento.
2.2.2. Entendimento espiritual
O entendimento espiritual, no grego: “synesis”, é o “conhecimento crítico”, relacionado à capacidade de aplicar os princípios da Palavra de Deus a cada situação da vida. A palavra refere-se à reunião de fatos e informações para tirar conclusões e identificar os relacionamentos. É a habilidade de provar, distinguir, avaliar e formar juízos. É a capacidade de ver a índole das coisas. É a capacidade de distinguir o bem do mal, a palha do grão, o vil do precioso, o santo do profano.
Assim, pois, quando Paulo pede a Deus sabedoria e entendimento espiritual para os cristãos, pede que entendam as grandes verdades do cristianismo e sejam capazes de aplicar essas verdades às tarefas e decisões da vida cotidiana. É possível que alguém seja um perito em teologia, ou até mesmo tenha decorado a bíblia inteira e ao mesmo tempo seja um fracasso na vida. Conhecimento e prática precisam andar juntos.
Em nosso curso, nossos alunos sabem muito bem disso, todo nosso ensino é direcionado para uma vida piedosa, prática, uma teologia vivencial, que gere fruto.
E que fruto é esse? O conhecimento da vontade de Deus, em sabedoria e entendimento espiritual, gera fruto, vejamos o verso 10 a seguir.

2.3. Conhecimento gera santidade

Colossenses 1.10 (ARA) 10 a fim deviverdes de modo (axios - advérbio) dignodo Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;
Os falsos profetas em Colossos atraíam pessoas com sua oferta de "conhecimento espiritual", mas não relacionavam esse conhecimento à vida prática.
Na vida cristã, o conhecimento e a obediência andam juntos. Aprender e viver não são duas coisas separadas. A sabedoria que Paulo pede em sua oração não é simplesmente um conhecimento intelectual de verdades espirituais profundas. A verdadeira sabedoria espiritual deve se refletir na vida diária. A sabedoria e a inteligência prática devem andar juntas.
Afinal, o propósito da vida não é agradar a nós mesmos, mas sim agradar ao Senhor. Devemos andar de modo digno da nossa vocação (Ef 4:1)
Ef 4:1 Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam.
De modo digno do evangelho (Fp 1:27)
Fp 1:27 Somente portai-vos de modo digno do evangelho de Cristo, para que, quer eu vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que permaneceis firmes num só espírito, combatendo juntos, com uma só alma, pela fé do evangelho,
De modo digno de Deus (1 Ts 2:12).
1Ts 2:12 exortando-vos, consolando-vos e insistindo em que vivêsseis de modo digno de Deus, que vos chamou para o seu reino e glória.
Em resumo, devemos andar de maneira a agradar a Deus (1 Ts 4:1).
1Ts 4:1 Quanto ao mais, irmãos, já os instruímos acerca de como viver a fim de agradar a Deuse, de fato, assim vocês estão procedendo. Agora lhes pedimos e exortamos no Senhor Jesus que cresçam nisso cada vez mais.
2.3.1. O que quer dizer viver de modo digno?
Viver de modo digno de Deus é o mesmo que imitar a Deus. É andar como Jesus andou. É ser santo como Deus é santo. É viver em santidade.
Paulo menciona quatro maneiras de vivermos uma vida digna de Deus.

2.4. O propósito da Santidade - Vivendo para o Seu inteiro agrado (1.10).

Colossenses 1.10 (ARA) 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;
“Viver para o Seu inteiro agrado” é, em síntese, o único propósito para o qual vivemos.
Que essa conduta que glorifica a Deus certamente será o resultado de ser cheio do pleno conhecimento de sua vontade, é fácil de ver, pois quanto mais os filhos de Deus o conhecem, tanto mais irão amá-lo; e quanto mais o amarem, tanto mais desejarão obedecê-lo em pensamento, palavras e ações.
Deve ser um esforço consciente para agradar a Deus em tudo. Os teólogos de Westminster entenderam à luz da Palavra que o fim principal do homem é glorificar a Deus eternamente.
Pergunta 1. Qual é o fim supremo e principal do homem? Resposta: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre. Catecismo maior de Westminster
Romanos 11.36 (ARA) 36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
1Coríntios 10.31 (ARA) 31 Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
Agora fica outra pergunta: Como eu posso agradar a Deus?
Paulo cita uma série de gerúndios que pode nos ajudar, vejamos:

2.5. Frutificando em toda boa obra (1.10).

Colossenses 1.10–11 (ARA) 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificandoem toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
O primeiro gerúndio usado é frutificando.
Boas intenções e belas palavras não bastam. O cristão deve dar bons frutos. Sua união com Cristo é patenteada em frutos (Jo 15.8).
João 15.8 (ARA) 8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
A presença do Espírito no seu coração se evidencia em fruto (Gl 5.22).
Gálatas 5.22–23 (ARA) 22 Mas o frutodo Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Paulo atribui às boas obras um imenso valor quando elas são consideradas como o fruto e não a raiz da graça. Não se trata de ação ou obra alguma que o homem possa efetuar para conseguir mérito aos olhos de Deus, mas, sim, de atos tão cheios de amor que quem os observa não pode explicá-los sem recorrer à operação de Deus na vida do cristão.
Efésios 2.8–10 (ARA) 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. 10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

2.6. Crescendo no pleno conhecimento de Deus (1.10).

Colossenses 1.10–11 (ARA) 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificandoem toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
Esse conhecimento não é teórico, mas experimental. É levar Deus a sério. É ter um relacionamento íntimo com Deus em vez de especulá-lo. É andar face a face com Deus. Esse conhecimento de Deus é dinâmico e progressivo. O profeta Oséias diz que devemos conhecer e prosseguir em conhecer a Deus (Os 6.3).
Algo muito interessante acontece agora. O ciclo se fecha. O conhecimento da vontade de Deus, gera, em última análise, o conhecimento de Deus. Acompanha comigo ai na sua bíblia a partir do verso 9:
· O transbordar do pleno conhecimento da vontade de Deus – 9
· Que se manifesta em sabedoria e entendimento espiritual – 9
· Tem a finalidade de gerar em nós a santidade(viver de modo digno do Senhor) – 10
· Quando vivemos em santidade agradamos ao Senhor(para seu inteiro agrado) – 10
· A santidade também gera em nós boas obras (frutificando) – 10
· E ao fazer tudo isso, crescemos em pleno conhecimento de Deus - 10

2.7. “Sendo fortalecidos” com todo o poder, segundo a força da Sua glória (1.11).

Colossenses 1.10–11 (ARA) 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
Aqui Paulo não usa um gerúndio, como nas duas vezes anteriores, mas usa um verbo na voz passiva. É um verbo que não denota uma ação do sujeito em si, mas uma ação de outa pessoa. O verbo fortalecer aqui, não algo que a pessoa faça, não é a pessoa que se fortalece, mas a pessoa é fortalecida por Deus.
Se Deus só nos dissesse qual é a Sua vontade, ficaríamos frustrados e até esmagados; mas Deus não apenas revela a Sua vontade, mas também nos capacita com poder para a cumprirmos.
Agostinho de Hipona tem uma celebre frase que diz o seguinte:
“Concede-me o que me ordenas e ordena-me o que quiseres.”
Se Deus apenas nos desse várias leis e ordenanças, nenhum homem seria capaz de segui-las. Mas em sua imensa misericórdia, Deus, além de nos dar as ordenanças, também nos dá tudo o que precisamos para obedecer a tais ordenanças.

3. SOMOS CARENTES DO PODER DE DEUS PARA NOSSA CAMINHADA

Do que somos fortalecidos? Podemos ser fortalecidos no animo, na paciência, na esperança, na alegria, em diversas áreas da nossa vida.
11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
Não somos fortalecidos com coisas desse mundo. Paulo usa dois termos gregos diferentes para se referir à energia de Deus: dynamis(de onde temos a palavra “dinamite”), que significa “poder inerente”; e kratos, que significa “poder manifesto” colocado em ação.
A virtude da vida cristã é apenas resultado do poder de Deus operando em nossa vida. Sem esse poder de Deus nada somos.

3.1. O poder que nos capacita a vencer

Colossenses 1.11–12 (ARA) 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverançae longanimidade; com alegria, 12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
É o δύναμις; (dynamis) de Deus que nos capacita, que nos move, que nos impulsiona em nossa caminhada. Sem esse δύναμις; (dynamis), sem esse poder ficaríamos estáticos sem saber o que fazer.
É esse poder de Deus que nos faz perseverar e sermos longânimos, tudo isso com alegria. Perseverança e paciência com alegria.

3.2. Perseverança, paciência e alegria são a chave da vitória

3.2.1. Perseverança nas circunstâncias difíceis
A Hupomone é uma das palavras mais ricas do Novo Testamento. Ela fala da paciência com circunstâncias difíceis. A palavra grega hupomone, “perseverança”, significa paciência para suportar circunstâncias difíceis.
Perseverança é paciência em ação.
Não é sentar-se em uma cadeira de balanço e esperar que Deus faça alguma coisa. É o soldado no campo de batalha, permanecendo em combate mesmo quando as circunstâncias se mostram desfavoráveis. É o corredor na pista, recusando-se a parar, pois deseja vencer a corrida (Hb 12.1).
João Crisóstomo, o ilustre pregador do Oriente, dizia que hupomoneé a fortaleza inexpugnável, o porto que não se abala com as tormentas. É essa paciência que produz paz na guerra, calma na tempestade e segurança contra os complôs.
William Barclay esclarece que hupomone não só significa capacidade para suportar as coisas, mas também habilidade para transformar essa situação adversa em triunfo. Trata-se de uma paciência triunfadora. É aquele espírito que não pode ser vencido por nenhuma circunstância da vida. É a capacidade de sair triunfante de qualquer situação que possa acontecer.
3.2.2. Longanimidade com as pessoas difíceis
A palavra grega makrothymia, “longanimidade”, fala da paciência com pessoas difíceis.
Se hupomone - perseverança trata de paciência com as circunstâncias, makrothymia - longanimidadetrata de paciência com as pessoas.
Perseverança é a paciência que não pode ser vencida por nenhuma circunstância;
Longanimidade é a paciência que não pode ser vencida por nenhuma pessoa.
Perseverança é usada em relação a circunstâncias adversas, ao passo que Longanimidade é a virtude necessária quando pessoas difíceis de ser suportadas atentam contra nosso autocontrole.
Longanimidade é um ânimo espichado ao máximo. É a capacidade de perdoar em vez de revidar. É a atitude de abençoar em vez de amaldiçoar. É a decisão de acolher em vez de escorraçar. É pagar o mal com o bem. É orar pelos inimigos e abençoar os que nos perseguem.
Longanimidade é a qualidade da mente e coração que faz que sejamos capazes de suportar as pessoas de tal maneira que a sua antipatia, malícia e crueldade não nos arrastem para a amargura; que a sua indocilidade e loucura não nos forcem ao desespero; que a sua insensatez não nos arraste à exasperação, nem sua indiferença altere nosso amor.
3.2.3. Alegria diante das adversidades
Tudo isso, perseverança diante das circunstâncias difíceis, e longanimidade diante das pessoas difíceis, não valem nada se passarmos por isso com raízes de amargura, rancor, murmurando. Para os cristãos, a perseverança diante das circunstâncias difíceis, e longanimidade diante das pessoas difíceis só contam para Deus, se passarmos por tudo isso com alegria.
Muitas pessoas podem até suportar circunstâncias adversas e lidar com pessoas difíceis, mas perdem a alegria no meio desse mar revolto. A maneira de lidar com situações adversas e pessoas difíceis não é travando uma luta triste, mas agindo com uma atitude radiante e luminosa. A alegria cristã está presente em todas as circunstâncias e diante de todas as pessoas
O mundo pode até conhecer um tipo de perseverança que “suporta sem prazer algum”, é a resignação.
Mas não é sobre isso que Paulo está falando. Paulo ora pedindo que os cristãos de Colossos tenham perseverança e longanimidade com alegria.
O cristão em Cristo passa por esse deserto cantando. Ele atravessa esse vale de lágrimas exultando em Deus. Ele canta na prisão como Paulo e Silas cantaram em Filipos. Como Jó, ele sabe que Deus inspira canções de louvor até nas noites escuras. É importante ressaltar que essa alegria ultracircunstancial não é um sentimento natural que nós mesmos criamos, mas algo que o Espírito Santo produz em nós. A alegria é fruto do Espírito!

3.3. Devemos ser gratos pela nossa herança em Cristo

12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
Gratidão é voltar os olhos ao passado, ver como éramos antes de nos encontrarmos com Cristo, e agora olharmos para frente, em esperança direcionar os olhos para o futuro. Nossa vida deve ser um eterno hino de gratidão a Deus, por aquilo que Ele fez, faz e fará por nós (Ef 5.20; 1Ts 5.18).
Os cristãos de Colossos eram pobres e estavam sob forte ataque dos inimigos. Preso e desprovido das riquezas da terra, Paulo passava por privações. Prestes a ser sentenciado à morte, o apóstolo dava graças a Deus pela herança guardada no céu.
Os cristãos de Colossos eram “idôneos”, ou seja, “qualificados” para esse reino. Deus nos qualificou para o céu! E, enquanto esperamos pela volta de Cristo, desfrutamos a parte que nos cabe da herança espiritual que temos Nele.
Esse reino é presente ou futuro? É sobre isso que veremos na próxima mensagem a partir do verso 13.
Fiquem com Deus!!!
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