Digno é o Cordeiro

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Introdução

O “Cordeiro como tendo sido morto” assume o centro da visão neste momento. Ele aparece no meio do trono, entre os quatro seres viventes e entre os 24 anciãos. Tomando por base a Figura 1, podemos imaginar que o Cordeiro ocupa o círculo central da sala do trono. O mesmo lugar onde está o trono de Deus. Portanto, nesta parte da visão, o Filho, o Cordeiro, está entronizado junto ao Pai (Ap 3.21; 22.1,3).

Um cordeiro como tendo sido morto

“Um Cordeiro como tendo sido morto” é uma referência ao sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Sua obra expiatória é lembrada e exaltada no Céu e todos o louvam pelo derramamento de seu sangue redentor (v. 9; 12). É necessário observar que a morte de Jesus está sempre presente nas visões de João em Apocalipse. Na verdade, seu sacrifício pela Igreja é uma parte do centro da mensagem do livro.
Jesus se apresenta como aquele que esteve morto e voltou a viver (Ap 1.18; 2.8).
Jesus nos libertou dos nossos pecados pelo seu sangue (Ap 1.5).
No sangue do Cordeiro os crentes da Grande Tribulação alvejaram suas vestes (Ap 7.14)
“Nossos irmãos” venceram o Dragão por causa do sangue do Cordeiro (Ap 12.11)
O Cordeiro que foi morto é também usado em Apocalipse 13.8.
Jesus se veste com um manto pintado de sangue (Ap 19.13).
O acesso à Árvore da Vida é um direito dado aos que lavaram suas roupas no sangue do Cordeiro (Ap 22.14).
Apocalipse é, sem dúvida, um livro cruento. Nele há muita morte e muito sangue é derramado. O sangue dos mártires, das testemunhas fiéis e também o sangue do dragão e seus seguidores. Mas nenhuma morte é tão celebrada como a morte de Jesus. Ela é o evento central, sem a qual a redenção da Igreja e a vitória final de Cristo não poderiam se realizar. Por isso, o “Cordeiro que foi morto” é louvado no Céu e considerado digno de abrir o rolo e seus selos. O fato retratado aqui é que sem a morte do Cordeiro, as profecias registradas no rolo jamais poderiam se cumprir, ou seja, não haveria redenção.
Contudo, não nos esqueçamos de que a morte de Jesus é um evento no passado – “tendo sido morto”; “estive morto” – posto que, no Céu, Ele vive eternamente. Jesus é o grande vencedor em Apocalipse cuja vitória principal foi sobre a morte. Ele ressurgiu e agora tem autoridade sobre todas as coisas, inclusive sobre a morte e o inferno (Ap 1.18).
Por isso, apesar de a morte de Jesus ser memorável, João descreve a gloriosa aparência do Cordeiro na Sala do Trono:
Primeiro, o Cordeiro está de pé. As marcas de sua morte ainda estão visíveis, mas elas estão curadas. São apenas cicatrizes que registram sua luta e vitória! Jesus não está prostrado nem debilitado, mas de pé no meio do trono.
Depois, “Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra”. 777!
Sete chifres: onipotência, o poder absoluto de Jesus sobre tudo e todos (Mt 28.18; Fl 2.10-11).
Sete olhos: onisciência, Jesus conhece tudo que se passa em todo universo (Zc 4.10).
Sete Espíritos: onipresença, por meio do seu Espírito Santo, que Ele enviou por toda terra e derramou sobre sua Igreja, Jesus não apenas “vê” todas as coisas, mas também está presente em todo lugar.
O Cordeiro, longe de ser frágil e debilitado, é, em vez disso, tão forte, poderoso e imponente como o Leão da Tribo de Judá. João vê na figura do “Cordeiro que foi morto” tanto a cruz como o trono. Tanto a humilhação como a glória de Cristo. Ele é louvado por sua morte e ressurreição. É reconhecido por ter morrido por seu povo e dignificado como Rei Todo-Poderoso.

A visão do trono no meu dia a dia

As marcas do sofrimento de Cristo estão visíveis. É notório que Ele sofreu e morreu. O que aprendemos aqui é que o sofrimento e a morte não significam derrota, mas fazem parte do plano e do processo redentor. Assim, quando passarmos pela perseguição por causa do Evangelho e por provas comuns de um mundo caído, lancemos o olhar mais uma vez para essa visão do Cordeiro como tendo sido morto, mas que está vivo no trono e Ele governa e dirige nossa vida.
É importante sermos gratos pela cruz de Jesus. Não haveria qualquer esperança para nós se Cristo não tivesse sido morto por nós e em nosso lugar. Sua cruz realizou a redenção de nossa alma e do mundo inteiro. Não permitamos, portanto, que as ansiedades e solicitudes da vida roubem do nosso coração as bênçãos advindas da cruz de Cristo nem nos amargurem a ponto de não o louvarmos.
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